quarta-feira, 29 de julho de 2009

Lula e a Poesia da Miséria

Lula discursou ontem na inauguração de uma escola técnica federal em Campina Grande, na Paraíba (ver post) e afirmou que “o papel do governo federal é o de uma mãe”. Até outro dia, ele diria que é o de um “pai”. Mas quer Dilma Rousseff como sua sucessora, daí a mãe. Não dá ponto sem nó. Voltamos no tempo bem uns 60 anos. Aí o presidente decidiu fazer um pouco de poesia da miséria, mas agora em sua versão exitosa, virtuosa: escolheu uma garota, Isabela de Oliveira Araújo, como símbolo do “Bolsa Família”, que ele e quase toda a imprensa chamam de “programa de transferência de renda”.

No governo FHC, que atendia a cinco milhões de famílias com assistência direta — na abastança, Lula ampliou para 11 milhões —, as ações do que agora se chama Bolsa Família eram classificadas pelos petistas (e pela imprensa) como “medidas compensatórias para minimizar os efeitos do reajuste neoliberal da economia”. Hoje, transformaram-se em programa de “transferência de renda”.

E Lula mandou bala naquela sua poesia meio chinfrim. “Como a gente pode esperar que uma criança que não toma café da manhã seja inteligente, se ela levanta e vai dormir com a lombriga menor querendo comer a maior? Dê comida para essa criança, para chegar a uma escola”. Ou ainda: “Vamos ver o que vai ser dessa menina, que estava predestinada a ser mais uma menina sem futuro em Campina Grande. Ela vai ter uma profissão e vai poder construir sua vida independente. Essa menina é mais um exemplo daquilo que é a força motora do que me faz fazer política.”

Ai, ai. O assistencialismo é uma droga pesada. Vicia não só aqueles que são atendidos por seus “programas” como também os analistas, que não conseguem pensar. Até outro dia, um programa de “transferência de renda” só seria assim denominado se fosse sustentável - vale dizer, se criasse condições para que as pessoas pudessem andar sobre as próprias pernas e se provocassem mudanças estruturais na sociedade. Vocês sabem: é aquela metáfora-clichê do peixe — dar o dito-cujo ou ensinar a pescar? O Bolsa Família não mudou a sociedade brasileira e, sobretudo, não criou nem mesmo a semente para que, um dia, deixe de ser necessário. Ao contrário: o governo só o expandiu.

Nordeste na mesma
Estudo da Fundação Getúlio Vargas, por exemplo, prova que renda maior não mudou o Nordeste. Isso significa que os efeitos positivos do programa, especialmente no consumo, existem enquanto a doação de recursos continuar. É simples assim. Pode-se até falar, se alguém quiser insistir na idéia, em doação de renda — assim como podemos doar o que não nos faz falta ou nos é supérfluo. Mas transferência de renda??? Lembro os três primeiros parágrafos de reportagem do Estadão a respeito, com base num estudo da Função Getúlio Vargas:

A renda da população do Nordeste, região mais carente do Brasil, cresceu nos últimos anos impulsionada pelo fortalecimento da economia nacional e pelos programas de transferência de recursos como o Bolsa-Família. O dado negativo é que isso não refletiu em melhora na qualidade de vida das pessoas que apenas sobrevivem nesses Estados e nem contribuiu para um desenvolvimento local sustentável.

Serviços essenciais a que todos deveriam ter acesso como saúde de qualidade, educação universal, moradia adequada e segurança apresentaram crescimento bem abaixo da média do aumento de renda.

Os dados são de uma pesquisa inédita feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) Projetos, que apresenta amplo diagnóstico das mazelas e conquistas socioeconômicas dos nove Estados nordestinos, Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, entre os anos de 2001 e 2007.

O levantamento traça um retrato detalhado do atraso da região Nordeste com base em 36 microindicadores oficiais agrupados em oito temas: saneamento básico, qualidade de moradia, educação, segurança pública, renda, emprego, desigualdade e pobreza.

Muito bem. As ações do governo contra as condições estruturais do atraso foram muito modestas, especialmente no Nordeste, que, não obstante, virou palco preferencial do Bolsa Família. O programa é uma espécie de crack da assistência social: tem efeito imediato, vicia rapidamente e transforma os consumidores em zumbis dependentes dos fornecedores de pedra. “Ah, mas Lula é adorado no Nordeste”! Outros benfeitores já o foram antes dele. O fato de eu reconhecer a democracia como valor inegociável não implica que eu tenha de adotar os juízos da maioria. De jeito nenhum!

Digamos que um governo tenha de se preocupar, sim, em matar a fome das Isabelas do Brasil, tomadas em sua individualidade. A pergunta que interessa é como o país vai parar de criar as condições para que a miséria prospere, formando a horda de estado-dependentes do país. E, nesse caso, Lula dá uma escandalosa resposta prática.

Enquanto o discurso da miséria se traduz na miséria do discurso, com sua fanfarra assistencialista, ele dá apoio integral a José Sarney (aquele do Maranhão, ONDE EXISTE UMA ISABELA A CADA CANTO), a Renan Calheiros e, literalmente, ao que há de pior na política brasileira. Mais do que isso: esses progressistas, evidentemente, têm Schopenhauer Lula da Silva nas mãos, atado sabe-se lá a quantas chantagens políticas. O que sabemos é que o PMDB ameaçou Lula com a CPI da Petrobras e com o risco de não se alinhar com a candidatura Dilma. Imaginem, então, quais são os termos da negociação que não conhecemos.

Inteligentes que são, os meus caros leitores já chegaram sozinhos à síntese necessária. É o Brasil dos Sarneys e Renans, aliados de Lula, que dão à luz as condições miseráveis em que nascem as Isabelas, que serão, então, socorridas pelo assistencialismo de Lula, que, por sua vez, dá os braços aos Sarneys e aos Renans… Não! A síntese das sínteses ainda não é essa, mas esta: nesse Brasil, as Isabelas precisam, certamente, de Lula (o pai) e de Dilma (a mãe). Mas os dois precisam desesperadamente das Isabelas.

Sem as Isabelas, a dupla fica sem poesia.

por Reinaldo Azevedo

No Novo Tempo

"No novo tempo, apesar dos perigos
De todos os pecados, de todos enganos, estamos marcados
Pra sobreviver, pra sobreviver, pra sobreviver
"
Ivan Lins - Victor Martins



Estamos num novo tempo.

Um novo tempo em que já não se fazem mais revoluções para dar golpes de Estado e implantar o comunismo e que o stalinismo, apesar de muito querido, ainda, nos meios esquerdistas, é somente relembrado com orgulho pelos terroristas de outros tempos.

Mas é um novo tempo em que o decálogo de Lenin está atualizadíssimo. Em que os escritos de Antônio Gramsci são seguidos à risca.

Um novo tempo em que a chamada mídia está apinhada de esquerdistas como jornalistas, comentaristas, leitores... E aquela parte que ainda resiste, o faz de forma acanhada, porque apanha, e expõe um grande relativismo moral.

Um novo tempo em que os governos esquerdistas, apoiados, inclusive por aquele país que outrora foi o bastião das liberdades - hoje é apenas o país e Barack Hussein -, estão cada vez mais próximos de derrotar a democracia e o Estado de Direito.

Um novo tempo em que vemos a pobre Honduras ser duramente acuada no "corner" do ringue político internacional por estes mesmos governos - e muitos outros ditos democráticos - porque zelou por sua Constituição, ameaçada que estava pelo ex-presidente, mas que dão vivas à volta de Cuba e seu ditador à OEA, rasgando a Carta daquela instituição.

Um novo tempo em que sataniza-se a divergência e banaliza-se conceitos que durante milênios foram formados, deturpando os caminhos de liberdade e convivência que a sociedade trilhou em sua Evolução à custa de uma utopia que, sempre que foi implantada, massacrou, humilhou, assassinou, encarcerou e deixou uma legião de famélicos.

Um novo tempo em que falsos profetas, travestidos de padres, freis e pastores, preferem espalhar a palavra do demônio Marx à do Deus de Israel, crido pela maioria das sociedades ocidentais - e que, até então, fora o pilar para a construção das relações entre as pessoas.

Um novo tempo que as esquerdas utilizam-se de todos os estratagemas de diferenciação entre as pessoas - classes, raças, condições sócio-econômicas etc. - para estabelecer e aferrar-se ao poder; porém, quando diante da contestação lógica, voltam a usar da violência verbal ou física contra aqueles que os contestaram.

Um novo tempo em que aquele que outrora condenou veementemente governantes passados por atos de corrupção, é, agora, o mais corrupto de todos, protegendo e apoiando vergonhosamente os atos destes mesmos governantes, já em outros cargos públicos.

É também um novo tempo em que este mesmo governante compra o apoio e os votos das pessoas menos abastadas e menos educadas com a moeda podre do assistencialismo barato, como faziam os chamados "coronéis" de sua terra outrora, que distribuíam dentaduras, espelhos, colchões etc. próximo ao período eleitoral.

Mais do que tudo, é um novo tempo em que há ativistas de direitos humanos tão bandidos quanto os piores vilões que atacam a sociedade: defendem os marginais, as agressões às pessoas, as invasões de terras e propriedades privadas, a derrocada dos grandes produtores e grandes empresas, que empregam, constroem, alimentam e sustentam milhares de pessoas. Mas estes mesmos ativistas não se movem quando as vítimas destes facínoras fazem qualquer reclamação.

Precisamos voltar aos velhos tempos e fazer calar a voz destes que tem implantado este novo tempo - ou seremos enviados aos velhos gulags soviéticos e suas valas comuns serão nossa última morada.

Oposição Golpista

terça-feira, 28 de julho de 2009

Fome de Justiça?

O texto a seguir foi publicado n'O Globo do dia 24/07/2009. Comento em seguida.


Somam hoje 950 milhões as pessoas ameaçadas pela fome crônica. Eram 800 milhões até 2007. De lá para cá o número aumentou, devido à expansão do agronegócio, cujas tecnologias encarecem os alimentos, e à maior extensão de áreas destinadas ao cultivo de agrocombustíveis, produzidos para saciar a fome de máquinas e não de gente.

A fome é o que há de mais letal inventado pela injustiça humana. Causa mais mortes que todas as guerras. Elimina cerca de 23 mil vidas por dia; quase 1.000 pessoas por hora! As crianças são as principais vítimas.

Quase ninguém morre por falta de alimentos. O ser humano suporta quase tudo: políticos corruptos, humilhações, agressões, indiferenças, a opulência de uns poucos. Até o prato vazio. Por isso ninguém morre da falta completa de alimentos. Os famélicos, quando nada têm para comer, levam à boca, para enganar a fome, restos catados no lixo, lagarto, rato, gato, tanajura e variados insetos. A falta de vitaminas, carboidratos e outros nutrientes essenciais debilita o organismo, torna-o vulnerável às enfermidades. Crianças raquíticas morrem de simples resfriado, privadas de defesas.

Há apenas quatro fatores de morte precoce: acidentes (de trabalho ou trânsito); violência (assassinato, terrorismo ou guerra); enfermidades (aids ou câncer); e fome. Esta produz o maior número de vítimas. No entanto, é o fator que menos suscita mobilizações. Há sucessivas campanhas contra o terrorismo ou pela cura da aids, mas quem protesta contra a fome?

Os miseráveis não fazem protestos. Só quem come entra em greve, vai às ruas, manifesta em público descontentamento e reivindicações. Como essa gente não sofre ameaça da fome, os famintos são ignorados.

Agora, os líderes das nações mais ricas e poderosas do mundo, reunidos no G-8, em L'Aquila, Itália, no início de julho, decidiram liberar US$15 bilhões para aplacar a fome mundial.

Como o G-8 é cínico! Ele é o responsável pelos famintos serem multidão. Eles não existiriam se as nações metropolitanas não adotassem políticas protecionistas, barreiras alfandegárias, transnacionais de agrotóxicos e de sementes transgênicas. Não morreriam de fome cerca de 5 milhões de crianças por ano se o G-8 não manipulasse a OMC, não incentivasse a desigualdade social e tudo isso que a aprofunda: o latifúndio, a especulação dos preços dos alimentos, a apropriação privada da riqueza.

Apenas US$15 bilhões! Sabem quanto esses senhores e senhoras do G-8 destinaram para salvar — não a humanidade — mas o mercado financeiro, de setembro de 2008 a junho de 2009? Mil vezes esta quantia! US$15 bilhões servem apenas para oferecer uns caramelos a alguns famintos. Sem contar que boa parte desses recursos irá para o bolso dos corruptos ou servirá de moeda de troca eleitoral. Dou-lhe um pão, dá-me um voto!

Se o G-8 tivesse de fato intenção de erradicar a fome no mundo, promoveria mudanças nas estruturas mercantilistas que regem a produção e o comércio mundiais, e canalizaria mais recursos às nações pobres que aos agentes do mercado financeiro e à indústria bélica.

Se os donos do mundo quisessem realmente acabar com a fome, eles tornariam o latifúndio um crime de lesa-humanidade e permitiriam a livre circulação de alimentos, assim como ocorre com o dinheiro. Do mesmo modo, se tivessem mesmo o propósito de erradicar o narcotráfico, em vez de prender uns poucos traficantes, poriam suas máquinas de guerra para destruir definitivamente os campos de plantação de maconha, de coca, de papoula e de outros vegetais, transformando-os em áreas de agricultura familiar. Sem matérias-primas, não há traficante capaz de produzir droga.

Dizer que o G-8 intenciona acabar com a fome ou salvar o planeta da degradação ambiental equivale a esperar que, no próximo Natal, Papai Noel traga de presente uma vida digna a todas as crianças pobres. O cinismo é tanto que os líderes mundiais prometem estabelecer bases de sustentabilidade ambiental a partir de 2050. Ora, se a natureza algo ensina de óbvio é que, a médio prazo, estaremos todos mortos! Se a Terra já perdeu 25% de sua capacidade de autorregeneração, o que acontecerá se a humanidade tiver que esperar mais 40 anos para que se tomem medidas eficazes?

Se aqueles que não passam fome tivessem, ao menos, fome de justiça, virtude qualificada por Jesus como bem-aventurança, então a esperança em um futuro melhor não seria vã.

por Frei Betto, no O Globo


O "frei" Betto, codinome atual de Carlos Alberto Libânio Christo, é um ex-frei da ordem dos dominicanos, que atualmente, junto com Leonardo Boff, é adepto da "Escatologia da Libertação", corrente marxista dita teológica - ou seja, ele usa de seu parco conhecimento teológico para pregar a implantação do comunismo.

Assim sendo, como todo esquerdista doutrinado nos escritos marxistas, prega muito bem a mentira, já que esta não faz parte dos dez mandamentos da Lei Divina, nem é um dos sete pecados capitais!

Veja como começa o "frei": números! E qualquer um pode tê-los. Basta uma busca rápida na internet.

Depois: mentira deslavada! E garanto: o "frei" nem vermelho-comunista ficou! Ele afirma categoricamente que o aumento do número de famélicos no mundo se deve à expansão do agronegócio! e que o mundo deveria ser entregue ao MST e suas invasões e enxadas!

Acompanhou a lógica distorcida dos esquerdistas? O agronegócio, que faz com que, por exemplo, o Brasil bata todos os anos o recorde de produção de alimentos, é o culpado pela fome!

Ou seja: quanto mais alimentos o agronegócio produz, mais famintos existem (no Brasil e no mundo).

E, pasmem!, as tecnologias utilizadas pelo agronegócio, que ajudam a produzir mais e - eis a aula básica de Massinha I em economia -, consequentemente, baratear o custo da produção, na verdade encarecem os alimentos.

Ó luminar da sabedoria, desejo-vos perguntar, então: se entregarmos os campos à produção dos "enxadistas" do MST, conforme vosso sapientíssimo conselho, teremos, quase que automaticamente, a erradicação da fome no mundo?

Ah! "frei" Betto, como o senhor é cínico! Não é primeira vez que um ou mais governos do mundo se juntam para ajudar a aplcara a fome do mundo - os páaíes da África, como Uganda, Ruanda, Congo e especialmente Zimbábue do seu amigo Robert Mugabe, que o digam.

Mas o que faz aquele e tantos outros governos: toma para si toda e qualquer ajuda, quer em dinheiro quer em espécie. E contra isto, o senhor nada fala. Afinal, a grande maioria dos governos destes países são - ou foram até passado recente - comunistas.

Mas, ah!, contra estes governos, nenhum "ai!, pobre povo dominado por ditadores!", como o é o povo cubano. Este, aliás, é dominado por seu ídolo, Fidel Castro, de quem o senhor já tomou a benção por várias vezes.

É claro que isto não é, para o senhor, nenhum depreciativo, não é mesmo? Afinal, o senhor acobertava os terroristas da ALN - dentre eles, o assassino Marighela!

É... dizer que o "frei" Betto deseja acabar com a fome do mundo é o mesmo que acreditar em Papai Noel transando com o Coelhinho da Páscoa em frente ao Saci Pererê. Ele só quer, como todo comunista, acabar com o "capitalismo" para que todos sejam "iguais" - desde que ele seja "mais igual que os outros", fazendo parte da "nomenklatura", aqueles iluminados que guiam o resto da manada e ficam com todas as benesses que a manada nunca teve, nem terá, onde o comunismo foi implantado.

Se o "frei" Betto tivesse realmente fome de justiça, lutaria não contra o "capitalismo", mas contra os governos que sempre deixaram o povo abandonado.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A Revolução dos Bichos da UNEE

Garrafas de bebidas alcoólicas, preservativos, drogas e muito lixo. Nada disso combina com escola. Mas, a uma semana do retorno das aulas, foi esse o cenário encontrado pela Secretaria de Educação do Distrito Federal nos 10 centros de ensino usados pelos mais de 6 mil universitários que ficaram hospedados na cidade em virtude do Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE [mas deveria ser UNEE - União Nacional dos Estudantes Esquerdistas]), entre quarta-feira da semana passada e domingo. “A gente viu uns jovens tomando banho na horta das crianças e eles ainda fizeram as necessidades em cima das plantações”, lamentou a diretora do Centro de Ensino Fundamental 01, do Lago Norte, Claudia Regina Justino Fernandes.

A horta tinha sido preparada em seis meses de trabalho com os alunos de 1ª a 6ª série do ensino fundamental. E agora, de acordo com Cláudia, com a volta às aulas, o monitor responsável pela horta, Leandro Nunes, vai ter que replantar tudo. “Não podemos permitir que as crianças comam as verduras nem mexam na terra contaminada”, completa. Cláudia conta ainda que esse foi apenas um dos problemas da presença dos estudantes na escola. “Esperávamos 400 alunos e vieram mais de 600. Muitos tomaram banhos nus no pátio da escola e constrangeram os funcionários e vizinhos. Além disso, nunca vi tanta sujeira. E a escola estava pronta para a volta às aulas”, lamenta.

Problema semelhante ocorreu na Escola Classe do Varjão. Lá, estudam crianças de cinco a 12 anos. “Foi uma pena ver tudo sujo e alguns projetos danificados. As plantas do Ciência em Foco, por exemplo, foram todas destruídas”, conta o servidor administrativo Éder da Silva. Ele chegou a chamar os coordenadores da escola quando notou que havia consumo de drogas no ambiente. “Escola não é para isso”, completa.

“Isso ocorreu em todas as escolas que eles usaram. Foi lamentável e preocupante porque deu para ver que eles não valorizam o patrimônio público”, observa a funcionária da Regional de Ensino de Brasília responsável pela acomodação dos alunos da UNE, Isabelmille Costa Militão Carneiro. De acordo com ela, a secretaria esperava receber 4 mil alunos e, no decorrer do congresso, mais de 6 mil foram alojados. “Além disso, no termo de compromisso assinado pela entidade, havia a determinação de que eles providenciariam toda a estrutura, inclusive banheiros químicos e chuveiros, e que devolveriam as escolas do mesmo jeito que encontraram”, afirma.

Não foi o que ocorreu, por exemplo, no Setor Leste, na Asa Sul. Lá, os alunos também tomaram banho de mangueira nus no pátio para surpresa da diretora, Ana Lúcia Marques. Ela chegou a chamar a polícia por causa da baderna.

por Erika Klingl, no Correio Braziliense

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Por que Zelaya Foi Deposto

Atenção: Este post foi modificado.

E por uma razão simples: o vídeo aqui postado, tomado da Secretaria de Relações Exteriores de Honduras, explicando o motivo pelo qual Zelaya foi deposto, era muito pesado para esta página.

Assim, este post foi modificado e passará a conter apenas o link para o vídeo: http://www.sre.hn/notas%202009/videos/videos.html.

Monstros Tristonhos

Tatiana de Oliveira teve sua matrícula cancelada na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) menos de um mês após o início do curso de Pedagogia, no qual ingressou pelo sistema de cota racial. A instituição inscreve candidatos cotistas com base na autodeclaração de cor/raça negra, mas depois, com base numa entrevista, pode rejeitar a matrícula. O pai da estudante se define como "pardo" e o avô paterno, como "preto", mas uma comissão da UFSM que funciona como tribunal racial pespegou-lhe o rótulo de "branca".


Juan Felipe Gomez, cotista ingressante na Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), conheceu sorte similar. A instituição impugnou sua declaração racial, recusando uma declaração cartorial na qual a mãe do jovem se identificou como "parda" e "afrodescendente", uma certidão de nascimento que identifica a avó materna de Juan como "negra" e um prontuário civil em que a mãe é classificada como "parda". Ele não está só: na UFSCAR, um quarto dos candidatos aprovados pelo sistema de cotas raciais neste ano teve sua matrícula cancelada em razão de impugnações do tribunal racial.


Segundo a lenda divulgada pelos arautos da doutrina racialista, a "raça negra" é constituída pela soma dos que se declaram censitariamente "pretos" com os que se declaram "pardos". Em tese, o sistema de cotas raciais está destinado a esses dois grupos. Então, por que os tribunais raciais instalados nas universidades impugnam mestiços como Tatiana, Juan e tantos outros?


A resposta encontra-se na introdução de um livro de Eneida dos Reis devotado a investigar o lugar social do mulato. O autor da introdução é o antropólogo Kabengele Munanga, professor titular na USP e um dos ícones do projeto de racialização oficial do Brasil. Eis o que ele escreveu: "Os chamados mulatos têm seu patrimônio genético formado pela combinação dos cromossomos de 'branco' e de 'negro', o que faz deles seres naturalmente ambivalentes, ou seja, a simbiose (...) do 'branco' e do 'negro'. (...) os mestiços são parcialmente negros, mas não o são totalmente por causa do sangue ou das gotas de sangue do branco que carregam. Os mestiços são também brancos, mas o são apenas parcialmente por causa do sangue do negro que carregam."


O charlatanismo acadêmico está à solta. Cromossomos raciais? Sangue do branco? Sangue do negro? Seres naturalmente ambivalentes? Munanga quer dizer seres monstruosos? Do ponto mais alto da carreira universitária, o antropólogo professa a crença do "racismo científico", velha de mais de um século, na existência biológica de raças humanas, vestindo-a curiosamente numa linguagem decalcada da ciência genética.


Mas ele vai adiante, saltando dos domínios da biologia para os da engenharia social: "Se no plano biológico, a ambiguidade dos mulatos é uma fatalidade da qual não podem escapar, no plano social e político-ideológico eles não podem permanecer (...) 'branco' e 'negro'; não podem se colocar numa posição de indiferença ou de neutralidade quanto a conflitos latentes ou reais que existem entre os dois grupos, aos quais pertencem, biológica e/ou etnicamente."


É o horror - científico, acadêmico e moral. Mas, desgraçadamente, nessas frases abomináveis, que representam um cancelamento do conceito de cidadania, está delineada uma visão de mundo e exposto um plano de ação. De acordo com elas, a mola propulsora da história é o conflito racial e, no Brasil, para que a história avance é preciso suprimir a mestiçagem, propiciando um embate direto entre as duas raças polares em conflito. O imperativo da supressão da mestiçagem exige que os mestiços - esses monstros tristonhos condenados pela sua natureza à ambivalência - façam uma escolha política, decidindo se querem ser "brancos" ou "negros" no novo mundo organizado pelo mito da raça.


No veredicto do Grande Inquisidor que ocupa o cargo de reitor da UFSM, Tatiana foi declarada "branca" porque, em audiência diante de um tribunal racial, ela não testemunhou ser vítima de discriminação racial. A estudante, tanto quanto Juan Felipe e os demais rejeitados pelo Brasil afora, teve cassado o direito à autodeclaração de cor/raça por um punhado de inquisidores, que são professores racialistas e militantes de ONGs do movimento negro. Mas, antes disso, essa turma tomou de assalto as chaves de acesso ao ensino superior e, desafiando as normas constitucionais, cassou o direito de centenas de milhares de jovens da cor "errada" de ingressar na universidade pelo mérito demonstrado em exames objetivos. A massa dos sem-direito é formada por estudantes de alta, média ou baixa renda, com diferentes tons de pele, que compartilham o azar de não funcionarem como símbolos úteis a uma ideologia.


Esquece-se com frequência que a pedra fundamental dos Estados baseados no princípio da raça é a proibição legal da miscigenação. A Lei Antimiscigenação da Virginia, de 1924, que sintetizava o sentido geral da legislação segregacionista nos EUA, definiu como "negros" todos os que tinham uma gota de "sangue negro". A Lei para a Proteção do Sangue Germânico, de 1935, na Alemanha nazista, criminalizava casamentos e relações sexuais entre judeus e arianos. A Lei de Proibição de Casamentos Mistos, de 1949, na África do Sul do apartheid, proibiu uniões e relações sexuais entre brancos e não-brancos. Raça é um empreendimento de higiene social: a busca da pureza.


Mestiçagem se faz na cama e na cultura. É troca entre corpos e intercâmbio de ideias. Os arautos brasileiros do mito da raça talvez gostassem de ter uma lei antimiscigenação, mas concentram-se na missão mais realista de higienizar as mentes, expurgando de nossa consciência a imagem de uma nação misturada. Cada um dos jovens mestiços pré-universitários terá de optar entre as alternativas inapeláveis de ser "branco" ou ser "negro". Para isso, e nada mais, servem as cotas raciais.


por Demétrio Magnoli

O Proselitismo da UNE

Desde sua criação na década de 1930, a União Nacional dos Estudantes tem participado de forma ativa do debate político no país, quase sempre abraçando bandeiras ditas “progressistas”. A entidade está tão impregnada de ideologia marxista, que atualmente a UNE mais parece um braço partidário do PSOL, e poderia muito bem mudar o significado de sua sigla para União Nacional dos Esquerdistas. Com a chegada ao poder do PT, a UNE deixa de lado suas duras críticas ao governo, e adota um constrangedor silêncio em relação aos escândalos de corrupção. Ela demonstra, com isso, seguir literalmente a máxima de dois pesos e duas medidas. Para os socialistas, afinal, os fins sempre justificaram quaisquer meios.

Basta lembrar o barulho ensurdecedor que os estudantes da UNE faziam no passado contra o governo, quando o PT ainda era oposição. O caso dos “caras pintadas” pedindo o impeachment do presidente Collor, mobilizados pela UNE, representa um excelente exemplo. Ou a pressão que a UNE exerceu para instalar CPIs durante o governo tucano, além da campanha “Fora FHC” disseminada pela entidade. Agora que o PT é governo, a UNE condena o desejo da oposição de instalar uma CPI para investigar os escândalos da Petrobrás. Quem te viu; quem te vê.

Como os jornais mostraram, a UNE recebeu quase um milhão de reais de órgãos públicos federais para realizar seu 51º Congresso, sendo R$ 100 mil da própria Petrobrás. O cão não morde a mão que o alimenta. E a UNE é como os cachorros raivosos alimentados pelo porco Napoleão no livro A Revolução dos Bichos, de George Orwell. Parece um cão treinado para latir quando o governo precisa desviar a atenção de algum novo escândalo. A UNE mostra não seguir princípios e valores imparciais, mas sim interesses atrelados à sua ideologia socialista. Seria o caso de questionar: quais estudantes ela realmente representa?

Nenhuma palavra da UNE contra os infindáveis escândalos envolvendo José Sarney, que o presidente Lula agora tanto defende. Nenhuma palavra contra a nova e estranha amizade entre Collor e Lula. Onde estão aqueles jovens com caras pintadas? Trocaram a tinta pela peroba e viraram agora “caras-de-pau”? Nada da UNE sobre os escândalos envolvendo a Petrobrás, uma das principais patrocinadoras do congresso. Ao contrário: defender a CPI para investigar a corrupção na estatal passou a ser coisa de “neoliberal”. A UNE, pelo visto, não condena a corrupção do governo, se este governo for de esquerda, e de preferência liberar verbas gordas para a entidade. Como no livro de Orwell, existe apenas um mandamento para os membros da UNE: “Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros”. Os porcos ligados a Napoleão passaram a negociar com os homens de granjas vizinhas, e aprenderam a andar em duas patas. Tudo faz parte do “jogo democrático”. Até mesmo beijar a mão de um ícone da oligarquia nordestina! Agora já é impossível distinguir porco de homem. É espantosa a capacidade que os principais líderes do movimento estudantil têm para “esquecer” o passado recente. Parece até mesmo alguma patologia cognitiva. Caso contrário, teria que ser falta de caráter mesmo.

A verdade é que muitos jovens percebem desde cedo que há no Brasil um futuro promissor para “estudantes” que trocam o estudo pelos discursos sensacionalistas. Em vez de se dedicar arduamente aos estudos e depois competir no mercado por um emprego produtivo, esses jovens observam que pegar microfones durante as aulas e condenar o “sistema”, gritando bravatas e oferecendo soluções utópicas, costuma trazer recompensas melhores e mais rápidas. Como disse o economista William Easterly em O Espetáculo do Crescimento, “criar pessoas com elevada qualificação em países onde a atividade mais rentável é pressionar o governo por favores não é uma fórmula de sucesso”. A via política acaba rendendo mais que a via econômica num país como o Brasil, onde o governo concentra poder econômico demais.

A UNE virou um trampolim para jovens com ambições políticas. Por que batalhar duro para criar riqueza, quando basta colocar uma camisa vermelha e gritar chavões socialistas para expropriar riqueza alheia através do governo? É análogo ao que se passa no campo com o MST. Em vez de trabalhar pesado sob o sol nas plantações, os “camponeses” aprendem rápido que basta pegar uma foice, colocar um boné vermelho e invadir propriedades alheias, para que o governo libere verbas milionárias para o movimento “social”. Não devemos esperar que os homens produzam riqueza, quando a produção é punida com crescentes impostos e a extorsão é remunerada. Um país desses terá cada vez mais parasitas, e menos hospedeiros. Alguém ainda se espanta com tanta miséria no Brasil?

A lamentável verdade é que a UNE tem contribuído para esta situação, através da doutrinação ideológica dos alunos. Como atrativo para os jovens, a UNE oferece um privilégio: uma carteira que garante desconto em eventos “culturais” como shows de rock e jogos de futebol. Os jovens são vítimas mais fáceis para os oportunistas de plantão. Afinal, costumam ser mais românticos e sonhadores, guiados pelas emoções e o desejo de “consertar o mundo”. Talvez por isso os esquerdistas defendam o direito ao voto de um jovem de 16 anos, enquanto condenam a redução da maioridade penal. Ou seja, o jovem responsável que pode votar acaba se tornando uma criança indefesa e inimputável, vítima da “sociedade”, quando pratica algum crime. Eis a “lógica” esquerdista. Eis a mentalidade predominante na União Nacional dos Esquerdistas, quer dizer, dos Estudantes.

por Rodrigo Constantino

Uma Iniciativa Histórica

Vem de Portugal uma das iniciativas mais transcendentes e importantes dos últimos tempos. O deputado Alberto João Jardim, do PSD (Partido Social-Democrático) da Ilha da Madeira, irá apresentar projeto de revisão constitucional no qual defende a inclusão, na Lei, do comunismo ao lado do fascismo no rol das ideologias autoritárias e contrárias ao Estado de direito democrático. Ele propõe a reforma dos artigos 46, n. 4, e 160, n. 1, alínea d, da Constituição Portuguesa, que citam nominalmente o fascismo como uma ideologia a ser proibida pelo Estado.

A Constituição Portuguesa, promulgada em 1976 - dois anos apenas depois da "Revolução dos Cravos" que pôs fim à ditadura direitista de Antonio de Oliveira Salazar - é uma das poucas do mundo a se referir nominalmente ao fascismo. No Art. 46 ("liberdade de associação"), está dito textualmente:

"4. Não são consentidas associações armadas nem de tipo militar, militarizadas ou paramilitares, nem organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista."

O Art. 160 ("Perda e renúncia do mandato") reforça essa idéia, deixando claro que "1. Perdem o mandato os Deputados que: (...) d) Sejam judicialmente condenados por crime de responsabilidade no exercício da sua função em tal pena ou por participação em organizações racistas ou que perfilhem a ideologia fascista."

Na nota introdutória ao projeto de reforma constitucional de autoria de Alberto João Jardim (Ponto VII. Outras Alterações), destaca-se a referência ao "esclarecimento de que a Democracia não deve tolerar comportamentos e ideologias autoritárias e totalitárias, não apenas de Direita, como é o caso do Fascismo" - esta expressamente prevista no texto constitucional - "como vem a ser o caso do Comunismo" - não previsto no texto constitucional.

O projeto do deputado madeirense merece entrar para a História como um dos mais importantes, em todos os tempos. Deveria ser imitado por todos os países que prezam pela democracia e pelos direitos humanos. Trata-se de uma verdadeira revolução, no sentido positivo da palavra: pela primeira vez - pelo menos até onde eu sei - um deputado de um país democrático propõe colocar o comunismo no mesmo patamar do fascismo num texto legal. Com isso, percebeu o óbvio, vindo a público tocar o dedo na ferida e recolocar as coisas no lugar. Merece, pois, todo o aplauso. Parabéns a Alberto João Jardim pela inteligente e corajosa iniciativa!

Apesar de uma tendência minha a concordar com a frase de Paulo Francis, segundo a qual, para desmascarar um comunista, a única coisa necessária é deixá-lo falar, sou obrigado a dizer que o deputado português está certíssimo. O comunismo, assim como o fascismo, é uma ideologia totalitária, logo inimiga da liberdade e da democracia. Não tem por que estar ausente, portanto, de um texto constitucional nascido da luta pela democracia e que faz referência clara à ideologia concorrente fascista. Se há algo que a História dos últimos oitenta anos demonstra com clareza, é que não se pode ser tolerante com os intolerantes, com os que usam a democracia para sabotá-la e destruí-la. Se iniciativas semelhantes tivessem sido adotadas em países como a Venezuela e a Bolívia, palhaços como Hugo Chávez e Evo Morales não teriam usado os mecanismos da democracia para acabar com ela. Entendeu, José Saramago?

Como é natural, já se ouvem vozes criticando o projeto. Não somente da parte dos óbvios prejudicados pela iniciativa - os comunistas e seus simpatizantes -, mas, principalmente, da legião infindável de idiotas úteis que vêem no projeto um "atentado à liberdade de associação e de expressão" etc. Besteira. Em primeiro lugar, porque os comunistas estão se lixando para a liberdade de expressão ou de associação, como basta olhar para Cuba para constatar. E, em segundo lugar, porque a proibição das organizações comunistas está perfeitamente em sintonia com a proibição - que ninguém contesta - das fascistas e racistas, presentes no texto constitucional. Do contrário, ou seja, se não se inclui o comunismo ao lado do fascismo, há uma clara discriminação - inconstitucional em todos os sentidos - a favor de uma corrente totalitária em detrimento da outra. Não faz sentido proibir o fascismo se não se condena, também, o comunismo. Ou se condena a ambos ou não se faz referência a nenhum. Simples assim.

No Brasil, iniciativas semelhantes a de Alberto João Jardim jamais teriam sucesso. Por um motivo muito simples: os comunistas estão no poder. E não somente nos órgãos de Estado. Eles estão em todos os lugares: na imprensa, nas escolas, nos sindicatos, nas universidades, nas artes etc. São uma verdadeira elite, dona da hegemonia intelectual e cultural no País, no sentido gramsciano do termo. Criticá-los, ainda que seja por cuspir no chão, ainda é visto por estas plagas como o máximo da "intolerância" e até "autoritarismo".

De fato, dizer-se anticomunista, aqui, é um tabu, corresponde a se excluir automaticamente do debate político. Ainda persiste entre nós a lenda de que comunismo e fascismo são antípodas, quando são, na verdade, irmãos siameses, unidos no mesmo ódio à liberdade. Duas décadas de regime militar e sete décadas de intensa propaganda ideológica criaram a ilusão de que o comunismo e os comunistas estão do lado da democracia, e que todos que se lhes opõem são "fascistas" e "reacionários". Aqui, um idiota político como Chico Buarque de Holanda, que age há décadas como embaixador informal da ditadura comunista cubana, é considerado um verdadeiro deus, e um stalinista senil como Oscar Niemeyer ainda é tido na alta conta de "gênio", em que pesem suas declarações absurdas e claramente mentirosas - como o artigo que escreveu enaltecendo uma biografia de Stálin como se esta reabilitasse o ditador soviético, quando na verdade o livro faz exatamente o contrário. O governo Lula e seus associados na imprensa e na academia não vêem problema algum em estar cercados de comunistas, e até se orgulham disso. Afinal, eles são de esquerda, e a esquerda é o lado bom e brilhante da humanidade, como sabemos...

A iniciativa é tão mais importante por vir de Portugal, país que esteve submetido, durante quarenta anos, a um regime político, o salazarismo, de laivos claramente fascistizantes (embora não tanto quanto na Itália ou na Espanha). Algo que jamais ocorreu no Brasil, pelo menos não com a mesma intensidade - o Estado Novo varguista de 1937-1945 é o que mais se aproxima do que teria sido uma ditadura "fascista" em terras tupiniquins (quanto ao regime de 64, não teve nada de fascista, como já expliquei aqui antes: foi antes um regime autoritário, não totalitário).

Isso significa que lá, ao contrário de cá, há uma noção mais clara do que seja o fascismo. Isso deveria, em tese, tornar o país mais tolerante em relação ao comunismo, certo? Nada disso. O fato de se mencionar abertamente o fascismo em sua Constituição não quer dizer que se deve dar respaldo ou ter simpatia com o totalitarismo comunista, é o que diz o projeto de revisão constitucional. Trata-se de um imperativo lógico e moral: sendo ambas ideologias antidemocráticas, devem ser ambas igualmente rechaçadas em uma Constituição democrática. O comunismo é tão condenável quanto o fascismo, assim como o obscurantismo religioso católico ou protestante devem ser condenados do mesmo modo que o fundamentalismo islamita, malgrado as suscetibilidades "politicamente corretas". E isso não é intolerância, muito pelo contrário. Assim como se pode falar em islamofascismo, pode-se falar perfeitamente em comunofascismo.

Nós, brasileiros, gostamos de fazer piada com os portugueses, a quem, talvez por algum ressentimento de ex-colonizado, julgamos pouco inteligentes. Com projetos como o do deputado Alberto João Jardim, verifica-se que os pouco dotados de luzes não são nossos primos lusitanos, mas nós, os "malandros" e "espertos" que fechamos os olhos para questões como essa. É uma pena que no Brasil não tenhamos um Alberto João Jardim para mandar o "politicamento correto" às favas e chamar as coisas pelo devido nome. Por aqui, o Muro de Berlim ainda não caiu.

por Gustavo Bezerra, no Blog do Contra

O Punhal

As esquerdas estão cravando um punhal na ética e passando-lhe um anestésico - um suposto valor moral superior sempre por elas invocado.

Forçam o punhal e aprofundam o golpe, novamente passando o anestésico.

Tornam a pressionar o punhal ainda mais fundo na carne da ética, e volta a passar o anestésico.

E, anestesiada, a sociedade moralmente morta e eticamente acrítica nunca se dará conta de que as esquerdas estão lhe tomando a liberdade e a moral para implantar um Estado totalitário.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Os Sanguinários

Há muita coisa inédita (ou quase) na crise hondurenha. O primeiro fato óbvio é que o chamado “golpe” foi desfechado para garantir a legalidade no país. Manuel Zelaya, o presidente deposto, é que havia jogado a Constituição no lixo. Outro elemento inusual é que o “civil” apeado do poder é que preparava uma ditadura, para a qual esperava contar com o apoio dos militares. Mas o mais surpreendente de tudo é haver no comando da OEA alguém como José Miguel Insulza.

Este senhor não tem competência intelectual e autoridade moral para ser o comandante de um organismo como a OEA. Onde já se viu um político na sua posição prever, antecipar e, de fato, insuflar um confronto armado? É o que ele está fazendo, atendendo, ademais, à convocação do próprio Manuel Zelaya.

Há um crime sendo preparada contra a população civil da Honduras. A imprensa do país denunciou há dias o tal Plano Caracas, segundo o qual Chávez, no comando da Alba, chefiaria um banho de sangue no país para permitir a reinstalação de Zelaya no poder. Notem: é o que está em curso. Todos os passos estão sendo dados nesse sentido. É um escândalo que o mundo não reaja a isso — ou melhor, reage: atua contra o governo interino, tentando desestabilizá-lo, a exemplo do que faz a União Européia, bloqueando recursos do país.

Honduras está cercada por governos delinqüentes, como os da Venezuela, Nicarágua, Equador, Bolívia e mais as entidades que deveriam atuar para evitar o conflito. Em vez disso, elas o estimulam. E tudo sob o silêncio cúmplice dos EUA. Barack Hussein está prestes a permitir um banho de sangue em Honduras. Tudo conforme Chávez prometeu e organizou. E a trágica ironia nisso tudo é que a ação se dá ao mesmo tempo em que Daniel Ortega se mobiliza para se perpetuar no poder em que o Beiçola de Caracas proíbe um desafeto seu de deixar o país, ameaçando-o com a expropriação de seus bens. Essa é a democracia que se prepara também em Honduras.

E quem é, de fato, José Miguel Insulza? É o homem que se mobilizou e se mobiliza para levar Cuba de volta à OEA — e atenção: ele é contra que se exija do governo cubano o cumprimento de qualquer cláusula democrática. Nesse caso, este escroque moral acredita que os demais países não devem se imiscuir na realidade política interna, entenderam? Vocês já imaginaram o que aconteceria a um país ou a um líder de alguma entidade se insuflasse a luta armada em Cuba em defesa da democracia? E olhem que a ilha é o que Honduras não é: uma ditadura — não! Na verdade, é uma tirania.

A opinião de Insulza faz parte do lixo moral do nosso tempo. Que este senhor tenha chegado a tal cargo diz bem da qualidade dos governantes da América Latina.

Honduras está prestes a sofrer um assalto das forças da América Latina que hoje são aliadas objetivas do terrorismo e do narcotráfico. E tudo acontecendo debaixo do queixo erguido de Barack Hussein, este senhor dotado da suposta — e formidável — capacidade de iluminar o futuro, mas, tudo indica, conivente com as trevas do presente.

por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 20 de julho de 2009

O Silêncio dos Bons...

Diamantina, interior de Minas Gerais, 1914.
O jovem Juscelino Kubitschek, de 12 anos, ganha seu primeiro par de sapatos. Passou fome. Jurou estudar e ser alguém. Com inúmeras dificuldades, concluiu Medicina e se especializou em Paris. Como presidente, modernizou o Brasil. Legou um rol impressionante de obras. Humilde e obstinado, é (e era) querido por todos.

Brasília, 2003.
Lula assume a presidência. Arrogante, se vangloria de não ter estudado. Acha bobagem falar inglês. 'Tenho diploma da vida', afirma. E para ele basta. Meses depois, diz que ler é um hábito chato. Quando era sindicalista, percebeu que poderia ganhar sem estudar e sem trabalhar - sua meta até hoje.


Londres, 1940.
Os bombardeios são diários, e uma invasão aeronaval nazista é iminente. O primeiro-ministro W. Churchill pede ao rei George VI que vá para o Canadá. Tranqüilo, o rei avisa que não vai. Churchill insiste: então que, ao menos, vá a rainha com as filhas. Elas não aceitam e a filha mais velha entra no exército britânico; como tenente-enfermeira, sua função é recolher feridos em meio aos bombardeios... Hoje ela é a rainha Elizabeth II.

Brasília, 2005.
A primeira-dama Marisa requer cidadania italiana - e consegue. Explica, candidamente, que quer 'um futuro melhor para seus filhos'. E COMO FICA O FUTURO DOS NOSSOS FILHOS?


Washington, 1974.
A imprensa americana descobre que o presidente Richard Nixon está envolvido até o pescoço no caso Watergate. Ele nega, mas jornais e Congresso o encostam contra a parede, e ele acaba confessando. Renuncia nesse mesmo ano, pedindo desculpas ao povo.

Brasília, 2005.
Lula, flagrado no maior escândalo de corrupção da história do País, e tentando disfarçar o desvio de dinheiro público em caixa 2. Lula é insitado a se explicar. Ante as muitas provas, Lula repete o 'eu não sabia de nada!', e ainda acusa a imprensa de persegui-lo. Disse que foi 'traído', mas não conta por quem.


Londres, 2001.
O filho mais velho do primeiro-ministro Tony Blair é detido, embriagado, pela polícia. Sem saber quem ele é, avisam que vão ligar para seu pai buscá-lo. Com medo de envolver o pai num escândalo, o adolescente dá um nome falso. A polícia descobre e chama Blair, que vai sozinho à delegacia buscar o filho, numa madrugada chuvosa. Pediu desculpas ao povo pelos erros do filho.

Brasília, 2005.
O filho mais velho de Lula é descoberto recebendo R$ 5 milhões de uma empresa financiada com dinheiro público. Alega que recebeu a fortuna vendendo sua empresa, de fundo de quintal, que não valia nem um décimo disso. O pai, raivoso, o defende e diz que não admite que envolvam seu filhinho nessa 'sujeira'. Qual sujeira?


Nova Délhi, 2003.
O primeiro-ministro indiano pretende comprar um avião novo para suas viagens. Adquire um excelente, brasileiríssimo BEM-195, da Embraer, por US$ 10 milhões.

Brasília, 2003.
Lula quer um avião novo para a presidência. Fabricado no Brasil não serve. Quer um dos caros, de um consórcio anglo-alemão. Gasta US$ 57 milhões e manda decorar a aeronave de luxo nos EUA.


E você, já decidiu o que vai fazer nos próximos cinco minutos? Essas são apenas algumas coisas que nosso presiMente fez nestes anos todos. Ele, que chamou deputados e senadores de "pizzaiolos", recentemente, é o "chef de cuisine" nessa pizzaria chamada Brasil. Nunca antes, "neztepaís", tivemos tanta falta de moral, de ética, de brio, de hombridade.

Mas ainda há tempo. Vamos dar ao BRASIL uma nova chance? Ele precisa voltar para o caminho da dignidade. Nós não merecemos o desgoverno que se instalou em nosso País e precisamos acordar e lutar antes que seja tarde. Perca mais cinco minutos e converse com todos os seus amigos que não têm acesso a internet. Alerte-os e peça-lhes para alertar os demais. Essa é uma corrente do bem. Se for quebrada, o melhor que pode acontecer é Lula ou sua candidata, a ex-terrorista Dilma, continuar no poder. O pior... é bom nem querer saber.

"O que mais preocupa não é o grito dos violentos, nem dos corruptos, nem dos desonestos, nem dos sem ética. O que mais preocupa é o silêncio dos bons".
Martin Luther King

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Governo Prepara a Nova CPMF

Incentivados pelo Palácio do Planalto, líderes governistas pretendem aprovar na Câmara, em agosto, projeto que cria a Contribuição Social da Saúde (CSS), tributo idealizado para substituir a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF). A ofensiva terá o apoio da Frente Parlamentar da Saúde e já conta com o aval do presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), que prometeu colocar o texto em votação tão logo os deputados retornem do recesso parlamentar. Em reunião sobre o assunto, Temer assumiu o compromisso, inclusive, de submeter a proposta à votação mesmo que não haja acordo para aprová-la.

Bandeira empunhada pelo líder do governo na Câmara, o médico Henrique Fontana (PT-RS), a CCS terá uma alíquota de 0,1% incidente sobre as operações financeiras e renderá arrecadação extra estimada em R$ 11 bilhões por ano.

A alíquota e a arrecadação previstas são menores do que as registradas no caso da extinta CPMF: 0,38% e R$ 40 bilhões anuais. Além do peso menor no bolso do contribuinte, os defensores da CSS lembram que a nova contribuição, caso saia do papel, será revertida integralmente para a área da saúde. A CPMF até beneficiava esse setor, mas apenas em parte. O restante da verba ajudava, por exemplo, na conta do superávit primário.

Fôlego
Oficialmente, o governo não tem a paternidade do projeto que cria a CSS. Na prática, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ministros, como José Gomes Temporão (Saúde), trabalham para votá-la. Ontem, por exemplo, Lula pediu, na abertura da 12º Marcha dos Prefeitos, em Brasília, ajuda para dar fôlego ao orçamento da saúde. “É preciso que vocês compreendam. Tem uma proposta que não é do governo, é de deputados e senadores, dentro da Câmara ou do Senado, que vocês precisam trabalhar para aprovar. Eu vou alertar vocês: melhorar a saúde significa mais dinheiro e mais reivindicações sobre a saúde”, declarou o presidente. “Então, é preciso que haja mais arrecadação e que possa ser aprovada uma verba só para a saúde, só para a saúde. Uma coisa que possa dar garantia de que a saúde vai melhorar neste país”, acrescentou.

Garantia de receita
A criação da CSS foi proposta como forma de garantir receitas para custear a regulamentação da Emenda Constitucional 29, a chamada Emenda da Saúde. O texto define percentuais mínimos de investimentos que União, estados, Distrito Federal e municípios são obrigados a fazer na área. No caso das unidades da Federação, estabelece um valor de 12% da receita corrente bruta. No dos municípios, de 15%. Ontem, Lula reclamou do fato de 17 governadores aplicarem atualmente menos de 6%, bem abaixo da meta.

“Eu acho que essa Emenda 29 é séria. Eu tenho uma mágoa e vou sair com ela do governo, que foi a queda da CPMF. Vou sair com essa mágoa porque era a chance que a gente tinha de melhorar a saúde neste país. A mesquinhez política acabou com a CPMF. E eu não vi nenhum empresário diminuir 0,38% no custo do produto que ele fabricava e que vendia para o povo consumidor deste país. Mas a saúde perdeu R$ 24 bilhões, que era o dinheiro destinado ao PAC da Saúde”, reclamou o presidente. “Aí, eu queria pedir aos prefeitos das capitais, aos prefeitos do interior: vocês sabem que a saúde pesa cada vez mais nas costas de vocês. E quanto mais vocês melhorarem, mais vai pesar. E todo mundo sabe que cada vez está mais caro levar um médico para o interior, porque médico gosta mesmo é de trabalhar na capital”, completou.

No primeiro semestre, a oposição impediu a criação da CSS. Reclamando da alta carga tributária do país, tucanos e democratas disseram ser inconcebível a adoção de uma nova contribuição. E ameaçaram usar tal argumento nas eleições de 2010. O discurso surtiu efeito e provocou um recuo por parte dos governistas.

Por Daniela Lima, no Correio Braziliense

O Exemplo de Lula

Talvez nunca antes na História um presidente tenha reunido tanto apoio, político e popular, quanto Lula. Há levantamentos que indicam ter ele alcançado a marca dos 80% de aprovação. Deve-se ter em mente que a unanimidade é inatingível. Nem mesmo Jesus Cristo a alcança, haja vista que há um determinado porcentual da população que não acredita nele.

Mas, como bem observou meu filho Ricardo, esse porcentual estratosférico lhe garante o título de grande político, não o de estadista. Estadista é alguém que deixa um legado - de feitos, comportamentos ou palavras - para as gerações seguintes. Vendo as coisas por esse prisma, qual é o legado de Lula?

Ele deixará para a posteridade alguma grande realização? Ele servirá de exemplo para alguma coisa? Existem pensamentos ou definições de sua lavra que ficarão na História?

A resposta é negativa para as três indagações. Lula não é mesmo um estadista. Ao contrário. Por tudo o que fala e faz, ele deixa muito a desejar nesse quesito.

Os norte-americanos - que criaram a figura do presidente da República - revestem o titular do posto de um significado que transcende em muito as suas atribuições. O presidente é um rei temporário que se fez pelos seus próprios méritos. E, assim sendo, é uma referência para o comportamento de todos os seus concidadãos.

George Washington, o primeiro presidente, tinha essa noção muito clara. Como a América abrira mão de ungir um rei, era natural que depositasse na figura do presidente todas as expectativas que, em outras circunstâncias, seriam próprias de um monarca. Consciente de seu papel, ele governou os Estados Unidos por oito anos. E fez história.

Muitos dos seus procedimentos até hoje são seguidos.

Um deles é o culto à pessoa da primeira-dama. A própria expressão - primeira-dama - provém de sua época.

Outro é o exercício da presidência por apenas dois mandatos. A Constituição norte-americana, originalmente, permitia ao presidente se reeleger quantas vezes quisesse. George Washington, a seu tempo, recebeu numerosos apelos para se candidatar a novos mandatos. Mas entendeu que a alternância no posto era o principal sinal que distinguia um presidente de um rei e recusou-se a prosseguir. Todos os presidentes que se seguiram obedeceram fielmente à regra, com exceção de Franklin Roosevelt. Após a morte deste, no exercício do quarto mandato, o Congresso aprovou uma emenda constitucional proibindo expressamente a reeleição indefinida.

Os exemplos de George Washington deixam uma mensagem clara: o presidente não é gente como a gente. Ele tem de ser melhor do que a gente. É também para servir de referência que nós o colocamos lá.
Lula não tem sido uma boa referência. Ao contrário, os exemplos que ele deixará são negativos. Não se aconselha ninguém a segui-los.

O primeiro deles provém da instituição Bolsa-Família. Ela cria nas pessoas a falsa noção de que basta terem nascido pobres para que se tornem credoras do Estado. Cabe a este garantir-lhes uma renda mínima até o fim de sua vida.

Um dos efeitos não previstos pelos idealizadores do programa é que a quantia mensal recebida por família - mais de R$ 100, em média - é baixa unicamente pelos padrões do Sudeste. Nos rincões nacionais ela é suficiente para garantir o sustento de uma família sem que nenhum de seus membros trabalhe.

Ora, criar uma nação de pensionistas é algo que nenhum partido jamais ousou inscrever entre os seus objetivos. Pois o Bolsa-Família criou essa expectativa. Todo mundo doravante se acha no direito de viver à custa do Estado. E isso solapa de vez os alicerces da ética do trabalho.

Outro mau exemplo é o que nos é dado pela nossa política exterior. O governo brasileiro apoia irrestritamente todas as nações que insistem em transgredir as regras da boa convivência internacional.

Cuba e Venezuela rosnam para os Estados Unidos? Pois lá está o Brasil para prestar-lhes solidariedade. As eleições no Irã parecem ter sido fraudadas? Pois lá estamos nós de novo, para emprestar legitimidade ao processo. A Coreia do Norte afronta o mundo fazendo testes nucleares? Pois ela pode contar conosco para evitar, nos foros internacionais, que maiores sanções sejam adotadas.

Não é adotando posições como essas que o Brasil se fará valer. Somos uma nação emergente, sim. Estamos lutando para obter espaço? Sem dúvida. Mas para tanto não é necessário procurar chamar a atenção em razão de posicionamentos discutíveis, em favor de nações delinquentes.

Uma política externa consequente, lastreada na constância, na previsibilidade e na responsabilidade, faria mais pela imagem do Brasil do que todas as bravatas que têm pautado os nossos posicionamentos.

O terceiro mau exemplo que a era Lula nos está legando diz respeito à própria imagem do presidente em si.

Todos nós passamos a vida tentando incutir em nossos filhos a ideia de que sem estudos não se vai longe. Procuramos passar-lhes a noção de que somente por meio do zelo, da aplicação e do esforço é que se pode sonhar alcançar alguma coisa na vida. E tudo isso para quê?

Ninguém menos do que o nosso presidente se arvora em ser o exemplo contrário de tudo isso. Ele se vangloria de não ter estudado.

E procura passar a imagem de que, para vencer na vida, a diligência, o preparo e o esmero são valores inferiores à malandragem, à persuasão e à manha.

Então, é assim? Quem conquista um lugar ao sol são os mais espertos, e não os mais capazes?Esses são os exemplos que Lula nos dá. Será que posso recomendá-lo aos meus filhos?

por João Mellão Neto, no Estado de São Paulo

Brasileiro: Burro de Carga Tributária

Mesmo com o fim da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) e medidas de cortes de tributos, a carga tributária do Brasil aumentou no ano passado. Dados divulgados hoje pela Receita Federal mostram que a carga tributária (conjunto de tributos recolhidos pela União, Estados e municípios) bateu recorde histórico em 2008 e atingiu 35,8% do Produto Interno Bruto (PIB), o que representa uma alta de 1,08 ponto porcentual em relação à carga tributária de 2007, quando foi de 34,72% do PIB. O nível da carga tributária do País é comparável ao de países desenvolvidos.

Enquanto o PIB em 2008 foi de R$ 2,88 trilhões, a arrecadação tributária bruta do País atingiu R$ 1,034 trilhão. A arrecadação cresceu em uma velocidade maior que a do crescimento da economia brasileira. Enquanto o PIB cresceu 5,1% em 2008, a arrecadação tributária nos três níveis de governo subiu 8,3%.

União
A carga tributária da União cresceu num ritmo maior do que a dos Estados e municípios em 2008. A carga tributária do governo federal subiu de 24,3% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2007, para 24,9% do PIB, em 2008, uma alta de 0,60 ponto porcentual. A carga tributária dos Estados subiu de 8,8% do PIB para 9,2% do PIB no mesmo período de comparação, e a dos municípios manteve-se estável, em 1,6% do PIB.

De acordo com os dados divulgados hoje pela Receita Federal, contribuiu para o crescimento da arrecadação, além da expansão de 5,1% do PIB no ano passado, o aumento do mercado de trabalho formal, com reflexo positivo na massa salarial do setor privado. Também contribuiu o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) das instituições financeiras.

Por outro lado, pesou negativamente a extinção da CPMF, a correção de 4,5% da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e a redução da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) combustível para absorver o impacto do aumento dos combustíveis.

por Adriana Fernandes, da Agência Estado, em 07/07/2009

A Violência em Três Atos: 3º e 4º Atos

A manhã de 23 de março de 1971 encontrou o jovem advogado de 26 anos, Sérgio Moura Barbosa, escrevendo uma carta em seu quarto de pensão no bairro de Indianópolis, na capital de São Paulo. Os bigodes bem aparados e as longas suíças contrastavam com o aspecto conturbado de seu rosto, que não conseguia esconder a crise pela qual estava passando.

Três frases foram colocadas em destaque na primeira folha da carta: “A Revolução nao tem prazo e nem pressa"; "Não pedimos licença a ninguém para praticar atos revolucionários”; e "Não devemos ter medo de errar. É preferível errar fazendo do que nada fazer". Em torno de cada frase, todas de Carlos Marighela, o jovem tecia ilações próprias, tiradas de sua experiência revolucionária como ativo militante da Ação Libertadora Nacional (ALN).

Ao mesmo tempo, lembrava-se das profundas transformações que ocorreram em sua vida e em seu pensamento, desde 1967, quando era militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB) e estudante de Sociologia Política da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Pensava casar-se com Maria Inês e já estava iniciando a montagem de um apartamento na Rua da Consolação.

Naquela época, as concepções militaristas exportadas por Fidel Castro e Che Guevara empolgavam os jovens, e Marighela surgia como o líder comunista que os levaria à tomada do poder através da luta armada.

Impetuoso, desprendido e idealista, largou o PCB e integrou-se ao agrupamento de Marighela, que, no início ,de 1968, daria origem à ALN. Naquela manhã, a carta servia como repositório de suas dúvidas: “Faço esses comentários a propósito da situação em que nos encontramos: completa defensiva e absoluta falta de imaginação para sairmos dela. O desafio que se nos apresenta no momento atual é dos mais sérios, na medida em que está em jogo a própria confiança no método de luta que adotamos. O impasse que nos encontramos ameaça comprometer o movimento revolucionário brasileiro, levando-o, no mínimo, à estagnação e, no máximo, à extinção.

Esse tom pessimista estava muito longe das esperanças que depositara nos métodos revolucionários cubanos. Lembrava-se de sua prisão, em fins de julho de 1968, quando fora denunciado por estar pretendendo realizar um curso de guerrilha em Cuba.

Conseguindo esconder suas ligações com a ALN, em poucos dias foi liberado. Lembrava-se, também, da sua primeira tentativa para ir a Havana, através de Roma, quando foi detido, em 6 de agosto de 1968, no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro. Conduzido à Policia do Exército, foi liberado três dias depois. Finalmente, conseguindo o seu intento, permaneceu quase dois anos em Cuba, usando o codinome de "Carlos". Aprendeu a lidar com armamentos e explosivos, a executar sabotagens, a realizar assaltos e familiarizou-se com as técnicas de guerrilhas urbana e rural. Em junho de 1970, voltou ao Brasil, retornando suas ligações com a ALN.

Em face de sua inteligência aguda e dos conhecimentos que trazia de Cuba, rapidamente ascendeu na hierarquia da ALN, passando a trabalhar em nível de sua Coordenação Nacional. Foi quando, em 23 de outubro de 1970, um segundo golpe atingiu duramente a ALN, com a morte de seu líder Joaquim Câmara Ferreira, o "Velho" ou "Toledo", quase um ano após a morte de Marighela (em novembro de 1979). Lembravase que, durante 4 meses, ficou sem ligações com a organização. Premido pela insegurança, não compareceu a vários pontos, sendo destituído da Coordenação Nacional. Não estava concordando com a direção empreendida à ALN e escreveu, na carta, que havia entrado "em entendimento com outros companheiros igualmente em desacordo com a condução dada ao nosso movimento”.

No início de fevereiro de 1971, foi chamado para uma discussão com a Coordenação Nacional e, na carta, assim descreveu a reunião: “Ao tomarem conhecimento de meu contato paralelo, os companheiros do Comando chamaram-me para uma discussão, a qual transcorreu num clima pouco amistoso, inclusive com o emprego, pelas duas partes, de palavras inconvenientes para uma discussão política. Confesso que fiquei surpreso com a reação dos companheiros por não denotarem qualquer senso de autocrítica e somente entenderem minha conduta como um simples ato de indisciplina”. Não sabia, o jovem, que a ALN suspeitava de que houvesse traído o "Velho".

Com o crescimento de suas indecisões, não aceitou, de pronto, a função que lhe foi oferecida de ser o coordenador da ALN na Guanabara. Ao aceitá-la, após um período de reflexão, a proposta já fora cancelada. Foi, então, integrado a um "Grupo de Fogo" da ALN em São Paulo, no qual participara de diversos assaltos, até aquela manhã. Seu descontentamento, entretanto, era visível: "Fui integrado nesse grupo, esperando que, finalmente, pudesse trabalhar dentro de uma certa faixa de autonomia e pudesse aplicar meus conhecimentos e técnicas em prol do movimento. Aí permaneci por quase dois meses, e qual não foi a minha decepção ao verificar que também aí estava anulado... Tive a sensação de castração política”. Não sabia, o jovem, que a ALN estava considerando o seu trabalho, no "Grupo de Fogo” como desgastante e "ainda somado à vacilação diante do inimigo".

No final da carta, Sérgio, mantendo a ilusão revolucionária, teceu comentários acerca de sua saída da ALN: “Assim, já não há nenhuma possibilidade de continuar tolerando os erros e omissões políticas de uma direção que já teve a oportunidade de se corrigir e não o fez.

Em sã consciência, jamais poderei ser acusado de arrivista, oportunista ou derrotista.

Não vacilo e não tenho dúvidas quanto às minhas convicções.

Continuarei trabalhando pela Revolução, pois ela é o meu único compromisso.

Procurarei onde possa ser efetivamente útil ao movimento e sobre isto conversaremos pessoalmente.


Ao final, assinava "Vicente", o codinome que havia passado a usar depois de seu regresso de Cuba.

Terminada a redação, pegou o seu revólver calibre 38 e uma lata cheia de balas com um pavio à guisa de bomba caseira e saiu para “cobrir um ponto” com um militante da ALN. Não sabia que seria traído. Não sabia, inclusive, que o descontentamento da ALN era tanto que ele já havia sido submetido, e condenado, a um “Tribunal Revolucionário”.

No final da tarde, circulava, procedendo às costumeiras evasivas, pelas ruas do Jardim Europa, tradicional bairro paulistano. Na altura do número 405 da Rua Caçapava, aproximou-se um Volkswagen grená, com dois ocupantes, que dispararam mais de 10 tiros de revólver 38 e pistola 9rnm. Um Gálaxie, com 3 elementos, dava cobertura à ação. Apesar da reação do jovem, que chegou a descarregar sua arma, foi atingido por 8 disparos. Morto na calçada, seus olhos abertos pareciam traduzir a surpresa de ter reconhecido seus assassinos. Da ação faziam parte seus companheiros da direção nacional de organização subversiva Yuri Xavier Pereira e Carlos EuGênio Sarmento da Paz (“Clemente”), este último o autor dos disparos fatais.

Ao lado do corpo, foram jogados panfletos, nos quais a ALN assumia a autoria do “justiçamento”. São sugestivos os seguintes trechos desse “Comunicado”:

A Ação Libertadora Nacional (ALN) executou, dia 23 de Março de 1971, Márcio Leite Toledo.

Esta execução teve o fim de resguardar a organização...

Uma organização revolucionária, em guerra declarada, não pode permitir a quem tenha uma série de informações como as que possuía, vacilações desta espécie, muito menos uma defecção daste grau em suas fileiras...

Tolerância e conciliação tiveram funestas conseqüências na revolução brasileira.

Tempera-nos saber compreender o momento que passa a guerra revolucionária e nossa responsabilidade diante dela é nossa palavra de ordem revolucionária.

Ao assumir a responsabilidade na organização, cada quadro deve analisar sua capacidade e seu preparo.

Depois disto não se permitem recuos...

A revolução não admitirá recuos!


O jovem não era "advogado" e nem se chamava "Sérgio Moura Barbosa", "Carlos" ou "Vicente". Seu nome verdadeiro era Márcio Leite Toledo.

Enterrado dias depois em Bauru, seu irmão mais velho, então Deputado Federal por São Pablo, declarou saber que ele havia sido morto pelos próprios companheiros comunistas.


4º Ato: Violência Nunca Mais!

São marcos como os descritos - fruto de mentes deturpadas pela ideologia - que balizam o caminho sangrento e estéril do terrorismo, que por quase uma década enxovalhou a cultura nacional, intranquilizando e enchendo, de dor a família brasileira.

Essas ações degradantes, que acabam de ser narradas, são tidas como atos heróicos pelos seguidores da ideologia que considera “a violência como o motor da história". Para essas pessoas, todos os meios são válidos e justificáveis pelos fins políticos que almejam alcançar. Acolitados por seus iguais, seus nomes, hoje, designam ruas, praças e até escolas no Rio de Janeiro e em outros locais do País.

Os inquéritos para apuração desses atos criminosos contra a pessoa humana também transitaram na Justiça Militar entre abril de 1964 e março de 1979. Porém, essas pessoas mortas e feridas - onde se incluem mulheres e até crianças e, na maioria, completamente alheias ao enfrentamento ideológico -, por serem inocentes e não terroristas, não estão incluldas na categoria daquelas protegidas pelos "direitos humanos" de certas sinecuras e nem partilham de urna "humanidade comum" de certas igrejas. Nem parece que a imagem de Deus, estampada na pessoa humana, é sempre única.

A razão, porem, e muito simples. Essa Igreja está sabidamente infiltrada, assim como o Movimento de Direitos Humanos dominado, por agentes dessa mesma ideologia, como ficará documentado ao longo deste livro.

Corno gostaríamos de poder crer que esses atos cruéis de assassinatos premeditados, assaltos a mão armada, atentados e seqüestros com fins políticos e qualquer tipo de violência à pessoa humana nao viessem a ocorrer no Brasil, nunca mais!

ULulando

Viva Honduras!


Muitos não sabem onde fica Honduras, mas vão se lembrar que Honduras disse NÃO AO SOCIALISMO E AO COMUNISMO.

Somos um país pobre e pequeno, mas amamos nosso país e apoiamos nossas Forças Armadas e nosso novo Presidente

Declaração de Cidadãos Hondurenhos

O Cerco a Honduras

Não há evento similar em passado recente na América Latina. Na verdade, dada a forma como se opera, estamos diante de algo inédito no mundo. Os presidentes Hugo Chávez (Venezuela) e Daniel Ortega (Nicarágua) agem livremente, à vista de toda gente, para levar Honduras à convulsão social e política. O governo interino do país e a imprensa denunciam o “Plano Caracas” — um conjunto de medidas posta em marcha por Chávez, que conta até com o massacre de civis —, e ONU e OEA silenciam. Nem mesmo se dão ao trabalho de enviar delegados ao país para avaliar a veracidade da denúncia.

Parte do plano denunciado (...) já começou a ser posto em prática ontem e deve seguir hoje. Chávez planeja para sábado o grande dia, quando Manuel Zelaya entraria no país, protegido, diz a imprensa hondurenha, por gangues de narcotraficantes.

Tudo invenção do governo provisório? Os indícios são todos em sentido contrário. Chávez confessou de viva voz que estava em contato com “lideranças” de Honduras para preparar a volta de Zelaya. O Bandoleiro de Caracas, que já exportou a sua “revolução” para o Equador e a Bolívia, agora se comporta como interventor mesmo. Deve se considerar, assim, uma espécie de União Soviética dos velhos tempos no comando do Pacto de Varsóvia.

O mundo assiste calado a um cerco que transgride os princípios mais básicos da soberania de um país. Sem contar, evidentemente, que praticamente todas as instituições democráticas de Honduras — além da esmagadora maioria da população — rejeitam a volta de Zelaya ao poder. O pouco de tempo que lhe restaria de mandato teria de ser exercido com o chicote na mão. Estamos falando de trocar a relativa paz de agora por um governo de confronto. Adivinhem quem pagaria o pato.

Ainda que Zelaya não fosse quem é — um golpista confesso — e que houvesse mesmo um governo gorila em Honduras, o que é mentira, a ingerência de Chávez e Ortega no país é inaceitável. Militantes bolivarianos e sandinistas cruzaram a fronteira para ajudar os manifestantes com sua “tecnologia” — do terror, naturalmente. No “Plano Caracas”, noticiado pela imprensa hondurenha e confirmado por fontes militares da própria Venezuela, eles estão lá para fazer baixas civis entre os próprios apoiadores de Zelaya, o que serviria para caracterizar o governo interino como uma horda de facínoras.

Honduras é um pequeno país, sem dúvida. Mas está começando a se tornar um emblema — com detalhes e contornos ainda um tanto indefinidos. Será história! Se conseguir resistir, enfraquece Chávez e fornece um caminho de combate ao assalto bolivariano. Se voltar a cair nas mãos de Zelaya, o Tirano de Caracas, com razão, vai se sentir vitorioso. E terá incorporado uma prática a mais em sua luta diária contra a democracia.

por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Liderança ou Messianismo?

Há uma abissal diferença entre liderança e messianismo. Entender no que consiste essa diferença vai ajudar-nos a interpretar melhor a realidade, sem sermos iludidos por aqueles que, de perfil messiânico, tentam se passar por líderes comprometidos com resultados alvissareiros, quando, na verdade, estruturam seus discursos sobre quimeras.

O problema é que o indivíduo com perfil messiânico possui traços carismáticos – sem eles, aliás, não existiria messianismo – e, por isso, à primeira vista, o messiânico é muitas vezes confundido com um líder autêntico. Quando o logro é descoberto, os estragos causados já podem ser de grande monta.

Quais são as características do messiânico? Ei-las:
  • Fixação fanática por um único objetivo;
  • Julga-se "ungido" para uma missão. Assim, na sua visão megalomaníaca, é sempre o "mais mais": o "mais ético", o "mais competente", o "mais querido de todos", "o que mais trabalha" e assim por diante;
  • Crítico feroz de quem ousa discordar de suas crenças;
  • Hábil retórico, com sensibilidade para captar o que a multidão adora ouvir. Seus discursos são sempre recheados de ditos espirituosos e de rompantes, envolvendo promessas rocambolescas;
  • Sempre costura soluções "meia-sola", ou seja, os problemas reais nunca são atacados e resolvidos, mas busca sempre paliativos que acalmem momentaneamente o ânimo geral;
  • Por ser hiperativo, agita todo mundo ao seu redor e, com isso, passa a imagem de trabalhador incansável;
  • Constrói uma imagem de "amabilidade" junto ao público, que passa a ser consumida e até exaltada por parte da mídia que perdeu o senso crítico de sua tarefa precípua;
  • Faz da dubiedade sua marca registrada, ou seja, discursa para os marginalizados pela vida (e com isso conquista a simpatia deles), mas não abre mão das mordomias que o dinheiro pode comprar;
  • Simplifica o que por natureza é complexo, na tentativa de passar a imagem de que qualquer problema, sob sua "liderança" será resolvido de pronto;
  • Cultua a ubiquidade, isto é, tenta estar simultaneamente presente a todos os eventos que agreguem valor à sua imagem (o curioso é que também possui o dom de "sumir" quando as coisas esquentam);
  • Hoje "está bom", mas amanhã ficará "melhor ainda", ou seja, através de propaganda maciça, procura somente passar mensagens de que, sob os seus cuidados, "tudo está ok, tudo ficará ok".
Para o messiânico, o universo inteiro é construído sobre a sua imagem. Ele, o messiânico, passa a ser uma espécie de "fiador do mundo". Sem sua presença, tudo desmoronaria.

Agora, em rápidas pinceladas, vejamos as características de um líder autêntico:
  • Formula um plano de trabalho focado em objetivos múltiplos;
  • Fixa as metas de realização dentro de um cronograma racional;
  • Não se julga o "escolhido", por isso tem a humildade de ouvir opiniões divergentes;
  • Reconhece quando erra e está disposto a mudar atitudes e modelos de gerenciamento;
  • É coerente no pensar, no falar e no agir;
  • Não permite que se cultue a sua imagem pessoal;
  • Não tem medo de tomar decisões duras, desde que sejam de fato necessárias;
  • Cerca-se de colaboradores selecionados com critérios técnicos;
  • Não se julga o "mais mais": reconhece que carece da ajuda de outras pessoas;
  • Delega atribuições, dá feedback sobre desempenho de sua equipe, reconhece e valoriza talentos individuais, mas estimula sempre o trabalho em equipe;
  • Sabe dialogar para buscar convergências nas divergências, sem ficar preso a monólogos autolaudatórios.

A História nos mostra que indivíduos com traços messiânicos que vieram a ocupar cargos de grande importância causaram sérios problemas, às vezes até tragédias devastadoras, pois alguns deles, tratados como se fossem líderes, na verdade eram, como se diz, "doidos varridos". Julgavam-se demiurgos, acima do bem e do mal.

O atual presidente do Brasil, aclamado por muitos como um "líder", não o é. Tem-se revelado um messiânico, com raro faro oportunista, desde que o contexto lhe permita continuar no poder. Numa paráfrase ao dito da atriz Regina Duarte sobre o "medo", antes da eleição do atual mandatário, diria que "é preciso ter medo sim, muito medo", das pessoas que se julgam ungidas.

O único messias autêntico registrado pela História foi o Christos, que acabou crucificado. Seus profetas na época, chamados (na belíssima língua grega) "hoi christoi theou", ou "os messias de Deus", também levaram chumbo. E olhe que defendiam a tese máxima do Messias real, a saber: a de que o seu reinado "não era deste mundo", e que o amor deveria ser o laço fraterno entre todos os homens de boa vontade.

por Luiz Oliveira Rios , no Diário do Comércio

Delito de Lesa Humanidade

“Por su actitud acertada y prudente, los hondureños se salvaron de la desgracia que viven los pueblos de Venezuela, Ecuador, Bolivia y Nicaragua de entrar en un esquema que consiste en destruir la democracia desde adentro”, dijo Alejandro Peña Esclusa, presidente de la Asociación UnoAmérica.

Peña asegura que lo que se hizo aquí (sustituir a Manuel Zelaya Rosales) fue salvarse de una debacle que hubiera ocurrido si Hugo Chávez le hubiera puesto la mano a Honduras.

“Lo que Chávez no pudo hacer por las buenas, va a tratar de hacerlo por las malas, provocando un conflicto armado artificialmente, financiando un movimiento para que se produzcan unos cuantos muertos, culpar al gobierno de Roberto Micheletti y de esa manera desestabilizarlo y derrocarlo”, dijo.

Ayer llegó a Tegucigalpa una delegación de UnoAmérica, con el objetivo de reconocer al gobierno legítimo de Micheletti, advertir del peligro que sigue en pie con la intención de Chávez de provocar una masacre en Honduras para derrocar el actual gobierno y hacer un levantamiento de información que demuestre que Chávez está provocando un conflicto armado en este país, para acusarlo ante los tribunales internacionales de cometer delitos de lesa humanidad.

“Nosotros creemos que aquí se están cometiendo por parte de Chávez delitos que tipifican como delitos de lesa humanidad, porque este tipo de delitos no solo son los que se ejecutan sino que también los que se pretende ejecutar”, reiteró Peña Esclusa, quien hace su labor desde Bogotá.

Conspiração!

Informes a los que tuvo acceso EL HERALDO revelan que en el país está en marcha una conspiración gestada desde Caracas por el presidente y ex militar golpista Hugo Chávez.

La conspiración pretende desestabilizar el país mediante acciones armadas de grupos irregulares, ligados al narcotráfico o provenientes de Nicaragua, según estos informes.

Como parte del plan chavista, se pretende la toma del aeropuerto Toncontín, bloqueo de las principales carreteras, paralizar instituciones públicas y hospitales y fabricar una masacre durante enfrentamientos inducidos contra policías y militares.

La orden, que habría sido girada por militares infiltrados chavistas y sandinistas en el país, es atentar contra negocios, destruir medios de comunicación, quemar vehículos y cometer actos de vandalismo, obligando así al uso de la fuerza militar y policial.

Un capitán naval venezolano de apellido Rodríguez (demás nombres se mantienen en reserva), es quien coordina la rebelión para los días viernes y sábado. La operación militar intervencionista terminaría con la toma de Toncontín, según confesó a EL HERALDO una fuente de entero crédito.

El “plan Chávez” contempla que sean miembros de pandillas, a quienes se pagó entre 300 y 500 lempiras, los que encabecen las manifestaciones.

Su misión será sublevarse a la autoridad hasta la provocación de disparos.

Una vez surjan los primeros disparos, los grupos irregulares infiltrados dispararán contra los mismos manifestantes, con el fin de fabricar una masacre que desestabilice y provoque una anarquía en el país.

Magnicidio
Pero la conspiración, según fuentes a las que tuvo acceso EL HERALDO, va más allá.

Se ha confirmado que en Colón, Gracias a Dios y Olancho se han conformado células armadas que intentarán ingresar a Manuel Zelaya Rosales.

Se ha definido como un punto probable La Mosquitia hondureña, por ser una zona inhóspita, con poco control policial y dominada por los carteles de la droga. Una banda que domina el mercado de la droga en Colón y otros sectores del litoral estarían colaborando en la operación.

Efectivos inmiscuidos en labores de inteligencia y contrainteligencia afirman que el plan es que Zelaya entre al país custodiado por grupos irregulares.

Sin embargo, advierten que no hay garantías de que Zelaya, al pasar de objetivo político a militar, sea víctima de una conspiración.

Ayer se confirmó que en Cilín, Colón, se ha detectado la presencia de al menos 100 hombres armados.

Las declaraciones de Zelaya, en el sentido de llamar a la insurrección al pueblo serían parte del “plan Chávez”, aunque Zelaya podría desconocer los alcances de toda la operación subversiva planeada en Caracas y que se podría ejecutar desde Nicaragua.

Chávez ya hizo el primer intento por fabricar una masacre el pasado 5 de julio, cuando ordenó a miles de manifestantes a invadir la pista.
Ese día, Chávez confesó que dirigía la operación militar y que estuvo en contacto con los manifestantes durante todo el recorrido hasta llegar a Toncontín.

Zelaya sobrevoló la pista, sin embargo, no pudo aterrizar por los obstáculos que puso la Fuerza Armada hondureña.

El presidente depuesto no hizo intentos por aterrizar en otras pistas del país, donde no había manifestantes. Desde el avión, pidió a la población invadir la pista, lo que indujo los enfrentamientos con militares y policías. El saldo: un muerto.

Finalmente, la operación militar denominada “enjambre de abejas” fracasó, ya que según el mensaje escrito en la pizarra de la oficina que ocupaba Chávez, el objetivo era provocar muertos, heridos y desesperación en las personas.

* Objetivos:
- Masacre. Chávez buscará, desde hoy hasta el sábado, una masacre de manifestantes.
- Vandalismo. Pandilleros han sido contratados para delinquir.
- Toncontín. Se pretende la toma del aeropuerto.


Eis como agem os membros do Foro de São Paulo. Seus planos de dominação têm que ser efetivados nem que seja à bala!

É claro que alguns "simpatizantas" do proto-ditador vão gritar: mentira! É tudo invenção da direita!

É. Pode até ser. Afinal, muitos congressistas hondurenhos estiveram em contato com Chávez, desde que aprovaram a entrada de Honduras na tal ALBA. Devem ter aprendido como mentir com ele, que sempre fala em golpe contra seu governo e em magnicídio (Evo aprendeu direitinho, não é mesmo, cambada?)

Mas vamos aos fatos: Chávez já havia ameaçado, claramente, logo no começo da crise hondurenha, invadir Honduras com suas Forças Armadas caso não houvesse o reempossamento do "companheiro" Zelaya. Já vimos que ele tentou fazer um "enxame de abelhas" para desestabilizar o governo interino.

Este plano é, com certeza, parte das "outras medidas" que Zelaya disse que "tomariam quando deram seu ultimato", no dia 13 de Julho.

Que o povo hondurenho siga fotalecido em seu propósito de garantir a verdadeira democracia no país. E que os olhos do mundo - e principalmente dos brasileiros - se voltem para lá e aprendam como se faz para enxotar a canalha comunista, que só quer que sejamos obedientes autômatos em prol do seu (deles) enriquecimento.

Pizzaiolo Espertalhão

Nos jornais de quarta-feira, vimos Schopenhauer Lula da Silva abraçado ao senador Fernando Collor (PTB-AL) num palanque em Alagoas. No discurso, ele atacou as relações de compadrio entre os políticos, censurou antecessores (para ele, na verdade, só existe um: FHC) e exaltou as virtudes de Collor e, claro, de Renan Calheiros (PMDB-AL), que nem estava presente, mas mereceu mesmo assim os mimos. Quem, em companhia tão ilustre e com aliados desse talante, ataca a “política do compadrio” está destinado a fazer história. Se Lula não existisse, já escrevi aqui, não deveria ser inventado. Se este senhor disputasse um campeonato do rebaixamento institucional do Brasil, bateria sempre o próprio recorde. Ontem, ele estabeleceu uma nova marca: atacou a CPI da Petrobras, dizendo ser coisa de “quem quer fazer Carnaval”, chamou os senadores de “espertos” — e, no contexto, queria dizer claramente “espertalhões” — e coroou a cadeia de grosserias acusando-os a todos de “bons pizzaiolos”.

O lead da reportagem da Folha, nesta quinta, traz, parece-me, um erro. Está lá: “Ao chamar os senadores da oposição de ‘bons pizzaiolos’…” Vi a entrevista na TV e a seqüência de perguntas e respostas. Errado! Schopenhauer Lula da Silva referia-se a TODOS OS SENADORES. No contexto, aliás, a pecha cabe mais aos da situação, aos seus aliados, do que aos adversários. Uma repórter perguntou-lhe se a CPI terminaria “em pizza temperada com pré-sal”. E ele respondeu: “Todos eles [os senadores] são bons pizzaiolos”.



Sendo assim, quem é o chefão da pizzaria? Ora, é aquele que escolheu o senador João Pedro (PT-AM) — já falo sobre ele — para presidir a comissão e Romero Jucá (PMDB-RR) para a relatoria. E, todos sabem, Lula comandou esse processo pessoalmente. O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), ainda soltou uma nota classificando a frase de “infeliz”. A líder do governo, Ideli Salvatti (PT-SC), nos brindou com o silêncio daqueles seus “esses” e “erres” muito peculiares. Mas João Pedro, o presidente da CPI, preferiu a galhofa: “Eu nem sei fazer pizza…” Demonstra, assim, que, do ponto de vista de Lula, é o pizzaiolo certo no lugar certo. João Pedro está naquela categoria de homens que nunca ficam corados.

Schopenhauer ontem estava impossível. Deve ter sido um daqueles dias em que exagera na água. Irritado com a CPI, observou que a Petrobras “é uma das maiores empresas do país”, o que, então, nos faz supor que empresas, a partir de determinado patamar de faturamento, tornam-se imunes a investigações.

Desrespeito antigoNão é de hoje que Lula despreza o Congresso. Quem não se lembra de sua frase sobre os 300 picaretas? Como ele cooptou, de fato, uma esmagadora maioria no Parlamento, deve dizer para si mesmo: “Eu estava certo! Tanto é assim, que os picaretas, agora, estão todos comigo”. Lula elegeu-se deputado uma única vez e teve um desempenho abaixo do medíocre. Não dava a menor pelota para a atividade. Estava acostumado ao cesarismo sindical. Voltou a ficar à vontade num cargo público na Presidência da República, quando pode, de novo, brincar de César.

Leiam esta fala: “O Senado só tem gente experiente. Você acha que tem algum bobo no Senado? O bobo é quem não foi eleito. Os espertos estão todos eleitos. Eu aprendi com o Ulysses Guimarães: uma vez falei pra ele que tinha muita gente que não sabe de nada. E ele me disse: ‘Os que não sabem de nada são suplentes. Ninguém é eleito à toa’” Pois é… Se merece a designação de “esperto” — neste viés obviamente negativo — quem se elege senador, o que se pode dizer de quem se elege presidente? Ignorância, sabemos, não é óbice. A “esperteza” compensa.

por Reinaldo Azevedo