Reproduzi outro dia, aqui, parte de uma reportagem do El Heraldo.hn, jornal de Honduras, com uma interpretação de uma mensagem que aparecia numa lousa posta no gabinete de Chávez, uma prática militar identificada no texto como “grupo-fecha-hora”. Naquele momento, o ditador da Venezuela monitorava, por satélite, a tentativa de Manuel Zelaya de aterrissar em Honduras num avião venezuelano - que violou, diga-se, o espaço aéreo hondurenho. Um repórter da TV de Chávez acompanhava a façanha, transmitida ao vivo pela… TV de Chávez.
A estranha mensagem sugeria que o bandoleiro de Caracas contava com um banho de sangue em Honduras e tentava manipular os distúrbios de rua. Muita gente objetou: “Ah, mas é só interpretação”. É? Pois bem. Se você clicar aqui, ouvirá a voz do próprio Chávez confessando que, no dia da tentativa de retorno de Zelaya, esteve “em contato, desde a manhã, com várias lideranças populares” de Honduras para cuidar justamente do que chamou… “marcha”.
Entenderam?
Não querem acreditar em todas as evidências de que é Chávez a personagem que movimenta a mão e o bigode de um delinqüente político como Manuel Zelaya, acreditem ao menos na voz do próprio cacique bolivariano.
O que está em curso é escandaloso! Chávez forneceu o modelo do golpe; depois forneceu o modelo da reação mundial; depois forneceu o avião; aí forneceu a manifestação “popular”. Chávez forneceu até o cadáver (embora ele possa dividir este feito com Barack Hussein). Sua lousa sugere que ele queria muito mais. Leiam o post de ontem.
PS 1 - Sou grato aos militares que me escreveram - sim, tenho muitos leitores entre os militares, o que me deixa feliz - para me dizer que, no Brasil, em vez de “grupo-fecha-hora”, emprega-se “grupo data-hora”, mas o sentido é o mesmo: segundo o leitor Marcelo Viana, “resumir num grupo simples de indicadores a data e a hora de um determinado evento - às vezes, vem acompanhado de uma letra que indica o fuso horário a que se refere”. De fato, eu não sabia. Repeti a expressão em espanhol, entre aspas, porque ignorava a forma que ela havia assumido por aqui.
PS 2 - Se você clicar no link para a voz de Chávez (confessando que coordenava a baderna em Honduras), atenção: há vários conteúdos no mesmo arquivo. O primeiro é um vídeo com os confrontos nas imediações do aeroporto. A gravação de Chávez vem em seguida.
PS 3 - São tantas as evidências das ações criminosas de Chávez num país estrangeiro, que o áudio acima nem seria necessário. Mas petralha acha que só há crime se há áudio. Eles deixarão de admirar Chávez por isso? Ora… Essa gente não é contra o crime por uma questão de princípio, mas apenas de oportunidade.
por Reinaldo Azevedo
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