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Tudo invenção do governo provisório? Os indícios são todos em sentido contrário. Chávez confessou de viva voz que estava em contato com “lideranças” de Honduras para preparar a volta de Zelaya. O Bandoleiro de Caracas, que já exportou a sua “revolução” para o Equador e a Bolívia, agora se comporta como interventor mesmo. Deve se considerar, assim, uma espécie de União Soviética dos velhos tempos no comando do Pacto de Varsóvia.
O mundo assiste calado a um cerco que transgride os princípios mais básicos da soberania de um país. Sem contar, evidentemente, que praticamente todas as instituições democráticas de Honduras — além da esmagadora maioria da população — rejeitam a volta de Zelaya ao poder. O pouco de tempo que lhe restaria de mandato teria de ser exercido com o chicote na mão. Estamos falando de trocar a relativa paz de agora por um governo de confronto. Adivinhem quem pagaria o pato.
Ainda que Zelaya não fosse quem é — um golpista confesso — e que houvesse mesmo um governo gorila em Honduras, o que é mentira, a ingerência de Chávez e Ortega no país é inaceitável. Militantes bolivarianos e sandinistas cruzaram a fronteira para ajudar os manifestantes com sua “tecnologia” — do terror, naturalmente. No “Plano Caracas”, noticiado pela imprensa hondurenha e confirmado por fontes militares da própria Venezuela, eles estão lá para fazer baixas civis entre os próprios apoiadores de Zelaya, o que serviria para caracterizar o governo interino como uma horda de facínoras.
Honduras é um pequeno país, sem dúvida. Mas está começando a se tornar um emblema — com detalhes e contornos ainda um tanto indefinidos. Será história! Se conseguir resistir, enfraquece Chávez e fornece um caminho de combate ao assalto bolivariano. Se voltar a cair nas mãos de Zelaya, o Tirano de Caracas, com razão, vai se sentir vitorioso. E terá incorporado uma prática a mais em sua luta diária contra a democracia.
por Reinaldo Azevedo
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