sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ontem, Genocidas. Hoje, Heróis.

Hitler matou seis milhões de judeus ao longo da Segunda Guerra Mundial. A URSS, em apenas um ano, matou sete milhões de ucranianos de fome, a China maoísta aniquilou, aproximadamente, sessenta e cinco milhões de chineses e a Cuba castrista assassinou vinte mil pessoas e gerou o exílio de dois milhões de habitantes, homens e mulheres que buscavam a liberdade. A pergunta que fica é: por que o nazismo foi radicalmente execrado da vida social e política moderna ao mesmo tempo em que o comunismo genocida, além de valorizado, passou a ser popularizado por meio de um marketing bem feito e pela conversão de assassinos em heróis?

Talvez esse questionamento gere a ira de neonazistas. Realmente, um jovem seguidor de Hitler deve fazer essa pergunta frequentemente; até poderia ir além, ao chamar o regime hitlerista de “nazismo real”, distinto dos verdadeiros princípios do nacional-socialismo. Não obstante, o problema não é a condenação de Hitler, mas a não condenação de outros assassinos que marcaram e marcam a história da humanidade.

A banalização da morte de milhões de pessoas, onde carrascos se tornam exemplos para a juventude e baluartes da vanguarda, apenas comprova a decadência moral, ética, espiritual, da sociedade moderna. Um marxista não-totalitário, o que até pode ser difícil de encontrar dentro de uma perspectiva ortodoxa, já que a marxologia atual constata o caráter violento intrínseco da hermenêutica das obras de Karl Marx, deveria ter a obrigação de rechaçar a defesa desses regimes genocidas. Os malabarismos teóricos e práticos usados para justificar mortes em série e extermínios em massa apenas constatam a banalização da vida, o esvaecimento da dignidade humana que ocorre entre os homens que se encontram submersos na cegueira ideológica.

Essa popularização de figuras como Che e Mao só é possível, na sociedade atual, porque reina, de forma pujante, um relativismo feroz e aniquilador. É muito engraçado ver artistas famosos, cantores, milionários e esbanjadores, batendo palmas e elogiando líderes que eram defensores incontestes da morte de inimigos políticos, ou seja, qualquer cidadão que defendesse a liberdade ou fosse visto como influência do "imperialismo", seja por meio da música americana, cinema europeu, religião etc. Tudo era compreendido como ferramenta de alienação; superestruturas que sustentavam o sistema capitalista, daí a radical necessidade de destruir os pilares fundamentais da civilização ocidental; a fé cristã, o direito romano e a filosofia grega; as peças basilares que juntas definiam a identidade do homem do Ocidente; sem elas, ou por meio do início de uma guerra contra elas, os indivíduos não mais se reconheciam.

Hoje o mundo se escandaliza com Guantánamo. Por acaso alguém se importa com a prisão de La Cabaña, chefiada por Guevara, onde quatrocentos cubanos foram assassinados sem julgamento? Onde o único crime cometido, quando havia alguma acusação, era o de se opor ao regime castrista? O bom senso nos obrigaria a fazer uma radical oposição às duas realidades, ambas representantes da banalização da vida, os dois casos retratando o descaso, a profanação da dignidade do ser humano. Entretanto, infelizmente, ao mesmo tempo em que a "mass media", a casta artística e jornalística, governantes e políticos, incitam e estimulam a oposição caricata ao governo Bush, essas mesmas estruturas são as responsáveis por alimentar os devaneios de milhares de homens e mulheres que, enebriados com a massificação socialista, esquecem ou pouco se importam com as mortes e os extermínios em massa. Tudo isso ao mesmo tempo em que, ironicamente, protestam contra o Presidente dos EUA que mantém uma prisão desumana em solo cubano.

Ora, Guevara e outros assassinos comunistas se encontravam num estágio superior, eles não escondiam o grau de importância que davam a essas mortes políticas: “fuzilamento? sim, temos fuzilado, fuzilamos e continuaremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta de morte”, dizia Che na Assembleia da ONU. O mais “engraçado” foi quando questionado sobre duas mil mortes que havia sido diretamente responsável, respondeu que todos eram agentes da CIA [veja a imagem ao lado: um agente da CIA pronto para ser assassinado a mando de Che]. Realmente, quem não saberia que camponeses, trabalhadores, padres, freiras, pastores, comerciantes e estudantes na verdade, por debaixo das aparências, eram espiões bem treinados da Inteligência Americana?

Essa conversão, a transformação de assassinos em heróis, só se sustenta por meio de um processo de decadência. Quando a sociedade ocidental passa a não mais se importar com a verdade, quando começa a reinar um sentimentalismo exacerbado e, para piorar, ocorre o triunfo de doutrinas políticas massificantes, estatólatras, invadindo a mídia, a arte e corrompendo a educação básica, os homens passam a ser formados com uma concepção obtusa a respeito da realidade. Antíteses claras e óbvios paradoxos são defendidos sem qualquer preocupação intelectual; não há um mínimo senso de responsabilidade. A defesa dos absurdos – elogiar um Che genocida e criticar Bush militarista, ou se dizer católico, que acredita na ressurreição, e espírita, que é reencarnacionista -, não incomoda, não gera desconforto intelectual.
De forma sucinta podemos dizer que os homens modernos não mais se sentem responsáveis com a Verdade, desse modo abrem espaço para o triunfo não só da mentira, mas das falácias e das contradições.
por Pedro Ravazzano

E o Boxeador Cubano Queria Refúgio...

Leiam primeiro o post a seguir: dá mais detalhes do caso do terrorista Cesare Battisti. Depois, veja o que vai no Estadão de hoje.


O pugilista cubano Erislandy Lara afirma que gostaria de ter recebido o status de refugiado no Brasil. Hoje, vive como exilado em Miami, onde é boxeador profissional. "Pedi asilo à polícia no Brasil e não me foi dada a oportunidade", afirmou Lara, em entrevista ao Estado.

Em 2007, o pugilista cubano tentou escapar, junto com Guilhermo Rigondeaux, da delegação de seu país nos Jogos Pan-americanos do Rio. Mas foi detido alguns dias depois e devolvido ao governo de Cuba, após ser encontrado pela Polícia Federal. Na época, o governo garantiu que Lara não tinha pedido para ficar.

O então presidente Fidel Castro prometeu que o perdoaria. Mas Lara nunca mais voltou a lutar em seu país e sequer foi selecionado para os Jogos Olímpicos de Pequim. Insatisfeito, ele voltou a tentar escapar de Cuba. No ano passado, saiu de lancha no meio da noite de Cuba e chegou até o México. De lá, foi para a Alemanha. Agentes de boxe conseguiram documentos necessários para que ele pedisse residência permanente na Alemanha. No fim do ano passado, seus agentes optaram por levá-lo aos Estados Unidos, onde obteve status de refugiado.

Lara admite que não nunca ouviu falar do caso do italiano Cesare Battisti. Mas diz que achou "estranho" não ter recebido o mesmo tratamento. "Não conheço esse caso, mas eu não estava fazendo nada de errado. Mesmo assim, não me aceitaram no Brasil", afirmou.

Sem esconder a contrariedade com comentários de que age com dois pesos e duas medidas, o ministro da Justiça, Tarso Genro, disse ontem que, em 2007, recebeu "fortes protestos" da embaixada de Cuba no Brasil, por ter concedido refúgio político a outros dois outros atletas cubanos - um jogador de handebol e outro ciclista. Além deles, Tarso citou três músicos do conjunto Los Galanes.

"Quem pediu para ficar no Brasil ficou", afirmou, repetindo que Lara e o também pugilista Guillermo Rigondeaux não solicitaram refúgio. "Obviamente que eles não pediram refúgio e isso está mais do que provado, pois tudo foi acompanhado pelo Ministério Público e pela OAB", insistiu Tarso. "Ocorre que se martelou tanto uma inverdade que, aparentemente, ela se transformou em verdade."

por Jamil Chade, no Estado de São Paulo



Hmmm. Então, Erislandy fala uma "inverdade"? O pugilista cubano é, então, um mentiroso (sim, porque uma "inverdade" é uma mentira)! Que vergonha, não Erislandy.

Não! Vergonha é ter uma pessoa como Tarso como Ministro da Justiça! Pesquisem na internet. Não acreditem em mim! Não acreditem em Lara! Não acreditem em Tarso! Vejam lá:

Lara e Rigondeaux fugiram da delegação cubana dos jogos Pan Anamericanos no dia 21/07/2007, após o jantar. Dois dias depois, Fidel Castro, também conhecido na ilha como "Esteban" (de "Este Bandido"), confirmou a deserção e, claro, culpou os Estados Unidos.

No dia, 01/08/2007, Fidel fez seus devaneios comunistas no Granma, um dos jornais oficiais da ilha (não há jornais não oficiais lá) e afirmou que "não existe nenhuma justificativa para solicitar asilo político" por parte dos atletas cubanos.

No dia 02/08/2007, os pugilistas foram presos no município de Araruama, na Região dos Lagos, a 90 quilômetros da cidade do Rio de Janeiro.

No dia 07/08/2007, eles já estavam em Cuba. Foram levados por um avião Venezuelano. E, segundo a PF, aquele órgão trapalhão da operação Satiagraha, eles queriam voltar prá Cuba! E Fidel disse que eles não seriam punidos. E foram. Perderam praticamente tudo e nunca mais puderam lutar - nem treinar boxe (pelo menos, não foram ao "paredón").

Agora, Erislandy, que fugiu novamente em 2008, afirma que queria, sim, asilo no Brasil. E Tarso diz que é uma "inverdade"!

Então, vamos comparar:

Erislandy pediu asilo. Erislandy era um atleta cubano. Nunca matou ninguém. Era apenas (mais) um pobre cidadão cubano que sofre nas mãos do tirano comunista Fidel Castro. Tarso devolveu sem sequer julgar qualquer mérito.

Cesare Battisti pediu asilo. Participou de quatro assassinatos, entre outros crimes. Foi julgado na Itália por crimes comuns, apesar de pertencer a uma organização terrorista (PAC - Proletários ARMADOS pelo Comunismo). Refugiado ilegalmente no Brasil, pediu asilo. O CONARE negou e votou por sua extradição. Tarso contrariou a decisão do órgão e concedeu o asilo político.

Então, vamos lá: se Erislandy fala uma "inverdade", conclui-se que Cesare Battisti também fala "inverdades" quando diz que sofrerá perseguições e poderá morrer se for extraditado para a Itália, o que, segundo Tarso, foi base para sua concessão de asilo político.

Tarso não possui dois pesos, mas UM ÚNICO peso e duas medidas: Tarso, ex-terrorista nos anos 60, adorador do facínora Lenin, SEMPRE PROTEGERÁ TODO "QUADRO" QUE QUEIRA ATENTAR CONTRA A DEMOCRACIA E AS LIBERDADES para implantar o comunismo em nosso país.

Em tempo: Battisti tem como advogado e padrinho o influente ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, outro comunista e ex-terrorista, envolvido em diversos escândalos que abalaram o país. Trata-se, portanto, de uma medida de explícito apoio político-ideológico.

O Caso Battisti: o Terrorista Protegido de Tarso

Vejam abaixo duas notícias, ambas da Folha de São Paulo. Nem preciso comentar. Elas falam por si só. Volto a comentar só no próximo post.


A análise de cinco decisões proferidas pelas Justiças da Itália e da França e pela Corte Europeia de Direitos Humanos, relacionadas a Cesare Battisti, revela que sua condenação à prisão perpétua pela prática de quatro homicídios teve como base o depoimento de pelo menos dez testemunhas e também que a ele foi assegurado amplo direito de defesa ao longo dos processos judiciais.

A Folha obteve cópia dos documentos, que fazem parte do processo, em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal), no qual o governo italiano pede ao Brasil a extradição de Battisti pela prática de crimes comuns, que pela legislação nacional seriam hediondos.

As decisões não convenceram o ministro da Justiça, Tarso Genro, que concedeu status de refugiado ao italiano por entender que há "fundado temor de perseguição" política e "profunda dúvida" de que o julgamento do ex-militante de extrema esquerda seja fruto do devido processo legal.

Na decisão do Tribunal de Apelação de Milão, que em 1990 confirmou decisão na qual Battisti foi condenado à prisão perpétua pela prática de quatro assassinatos em situação de crime comum, são citados os depoimentos de pelo menos dez testemunhas, além do também militante Pietro Mutti, bem como dados colhidos em investigações policiais ocorridas na época dos fatos.

Para Tarso, no entanto, as condenações do italiano foram baseadas "em uma testemunha de acusação", em referência a Mutti, que, como Battisti, militava no movimento terrorista de esquerda PAC (Proletários Armados pelo Comunismo). O ministro acusou a falta de provas periciais que justificassem a condenação.

Ao ler a decisão judicial e entrevistar ontem o juiz que investigou o caso na época, o hoje procurador-adjunto da cidade de Turim, Pietro Forno, a reportagem identificou as seguintes testemunhas que, mediante benefícios da lei de delação premiada, contribuíram com informações para os processos que levaram à condenação de Battisti: Maria Cecilia "Barbetta", Enrico "Pasini Gatti", Marco "Barbone", Maurizio "Ferrandi", Santo "Fatone", Marco "Donat-Cattin", Antonio "Cavallina", Maurizio "Mirra", Giuseppe "Memeo" e Marina "Premoli".

Em sua maioria, eram integrantes da organização Prima Linea, que acolheu militantes do PAC após sua extinção.

Maria Cecilia Barbetta, por exemplo, contou que "soube do [próprio] Cesare Battisti do homicídio de [Antonio] Santoro, ou melhor, de sua participação no homicídio do Santoro, muito tempo depois do fato". Ela disse ainda que Battisti "falava sobre a impressão que se sente ao disparar em uma pessoa, ao ver sair o sangue".


Por Andréa Michael, Felipe Seligman e Lucas Ferraz.

Em um documento de 16 páginas, os integrantes do Conare (Comitê Nacional para os Refugiados) justificam a negativa de status de refugiado a Cesare Battisti afirmando que a Justiça italiana é democrática e respeita os direitos humanos, que não há "nexo causal" entre a perseguição alegada por ele e o pedido de refúgio e que não caberia ao órgão, vinculado ao Ministério da Justiça, definir se os crimes atribuídos a ele foram ou não "políticos".

A Folha teve acesso ao processo sigiloso do comitê - ontem o Supremo Tribunal Federal pediu uma cópia dessa decisão. Os argumentos do documento foram ignorados por completo pelo ministro Tarso Genro (Justiça), que reverteu o entendimento do órgão e concedeu o refúgio a Battisti.

O Conare é um órgão interministerial formado por conselheiros de diversas áreas do governo e da sociedade civil. Suas deliberações, conforme prevê a lei, podem ser revistas pelo ministro da Justiça - como ocorreu com Battisti. Mas isso é raro: desde a criação do comitê, em 1998, houve revisão em só 25 de 2.026 casos de refúgios.

A decisão do Conare de negar o pedido de refúgio a Battisti ocorreu em novembro, mas não foi unânime. De cinco conselheiros, três optaram pela negativa e dois pela concessão do refúgio. Votaram contra Luiz Paulo Barreto, presidente do comitê e secretário-executivo do Ministério da Justiça; Gilda Santos Neves, do Itamaraty; e o delegado Antônio Carlos Lessa, da PF, outro órgão subordinado ao ministro.

O principal argumento apresentado por Tarso é que o italiano "possui fundado temor de perseguição por suas opiniões políticas". Para os conselheiros do Conare, porém, "não há como considerar que na Itália não vige um sistema jurídico capaz de resguardar a vida daqueles que cumprem pena em seus cárceres". Acrescenta que o país é democrático, com o funcionamento normal de suas instituições, e que não há violações aos direitos humanos.

Os argumentos de Tarso, se comparados à decisão do Conare, representam mudança radical na interpretação dos fatos. O ministro afirma que a situação de Battisti na França, onde viveu por mais de uma década, foi alterada com "a mudança de posição do Estado francês, que havia lhe conferido guarida". A França concordou com sua extradição.

Já o Conare entendeu o contrário. "Se for feita uma análise real da situação do senhor Cesare Battisti, verifica-se que o mesmo foge da condenação desde 1981." E mais: "A Justiça italiana buscou a sua extradição desde o início, perpassando por diversos governos".

Em sua decisão, Tarso cita pensadores como Norberto Bobbio e Hannah Arendt, mas pouco se atém às decisões judiciais da Itália, referendadas anos depois na França e pela Corte Europeia de Direitos Humanos. O Conare reproduz despacho do último tribunal, no qual o italiano teve "direito de defesa e estava informado sobre a acusação contra ele".

O Conare se nega a avaliar se são políticos os crimes atribuídos a Battisti, dizendo ser essa "competência exclusiva" do STF, diz que não cabe a ele "instaurar" novo julgamento e atesta a legalidade do processo.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Abaixoassinado

Segue o conteúdo do abaixoassinado que será encaminhado ao Ministro da Justiça e aos Ministros do STF. Ele foi cadastrado e está disponível para assinaturas em http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3794.



A Sociedade Brasileira, através dos signatários deste abaixo-assinado, vem perante os Poderes constituídos da República Federativa do Brasil, por meio do presente expediente declarativo e denunciativo, fulcrado no nosso direito constitucional fundamental de livre manifestação do pensamento – art. 5º, IV da Constituição Federal – apresentar-lhes nosso Manifesto em Repúdio à atitude do excelentíssimo sr. Tarso Genro, Ministro da Justiça, que concedeu asilo politico a Cesare Battisti, tendo em vista as razões adiante explicitadas:
  • Cesare Battisti começou a sua carreira criminal em 13 de março de 1972 ao consumar um crime de furto qualificado, na cidade italiana de Frascati, próxima de Roma;
  • Depois de do furto qualificado, em 19 de junho de 1974, foi processado por crime de lesões corporais dolosas;
  • Em 2 de agosto do mesmo ano de 1974, na balneária cidade de Sabaudia (Latina), realizou um roubo qualificado e seqüestrou uma pessoa;
  • Para fins sexuais, Battisti, em 25 de agosto de 1974, seqüestrou pessoa incapaz e com violência obrigou-a à prática de atos libidinosos;
  • Preso em flagrante delito por crime de furto em 16 de abril de 1977, aproximou-se do encarcerado Arrigo Cavallina, um conhecido terrorista do próprio PAC (Proletários Armados pelo Comunismo).

Após sua entrada no referido grupo, Cesare Battisti participou, junto com Pietro Mutti, de dois homicídios e foi mandante em outros dois, conforme segue:

  • Antonio Santoro, em junho de 1977, chefe dos agentes penitenciários da prisão em que Battisti fora preso, assassinado com três tiros em uma emboscada na cidade de Udine;
  • Pierluigi Torregiani, em fevereiro de 1979, joalheiro, morto a tiros em frente a sua loja, em Milão, por ter sido considerado “contrarrevolucionário”;
  • Lino Sabbadin, em fevereiro de 1979, açougueiro, executado com quatro tiros na cidade de Santa Maria di Sala, também considerado “contrarrevolucionário”; e
  • Andrea Campagna, em abril de 1979, policial da Divisão de Investigações Gerais e Operações Especiais da Ploícia do Estado, com função de motorista, morto com cinco tiros em Milão.

Battisti, depois, acabou preso na célula-sede do PAC, com armas e explosivos, daí mentir que já estava desassociado do grupo terrorista quando ocorreram os quatro homicídios pelos quais, como executor e mandante, acabou definitivamente condenado, nas três instâncias, sendo a última a Corte de Cassação, equivalente ao Supremo Tribunal Federal brasileiro.

Foram colaboradores da Justiça italiana, contra Cesare Battisti:

  • Pietro Mutti, que não somente apontou todos os membros do PAC e Battisti como seu companheiro de ações violenta, mas que Cesare Battisti pertencia à cúpula do PAC que deliberava sobre os assassinatos, roubos e tiros nas pernas de autoridades, como vingança;
  • A família Fantone, composta pelo terrorista Sante, a mulher Ana e a sobrinha Rita;
  • Sua namorada e companheira de luta armada Maria Cecília, que hoje, com pena já cumprida, é professora universitária. Esta, aliás, contou, em juízo, ter Battisti, depois de pessoalmente matar Santoro (carcereiro da prisão em que Battisti estava), comentado com ela, com animação e nenhum remorso, a sensação de tirar a vida de uma pessoa, conforme relatou à revista italiana Panorama.

Assim, os fatos desmentem o que foi relatado pelo excelentíssimo sr. Ministro da Justiça Tarso Genro ao afirmar que Battisti não teve amplo direito de defesa e por ter colocado em suspeição as confissões de Pietro Mutti pelos motivos que seguem:

  • Entender que ele se beneficiou da delação premiada ao pôr toda a culpa sobre os ombros de Battisti; e
  • Entender que ele estaria vivendo sob identidade falsa e não poderia ser encontrado para eventualmente inocentar Battisti no caso de o processo ser reaberto.

Sabe-se, porém, que Mutti cumpriu oito anos de cadeia por sua parceria terrorista com Battisti e nada teria a ganhar incriminando injustamente o colega, já que delatou o grupo todo. Segundo, Mutti não mudou de identidade e pode ser facilmente encontrado – como efetivamente o foi na semana passada por repórteres da revista italiana Panorama, que, depois de saberem da decisão e dos argumentos do ministro brasileiro, também foram atrás do ex-terrorista para elucidar o caso – e Mutti confirmou suas declarações à Justiça italiana, sendo ele, também, participante de dois dos homicídios já citados.

Ademais, o histórico da defesa é narrado em minúcias no documento em que a Corte Europeia de Direitos Humanos, em Estrasburgo, justifica a decisão de extraditar o terrorista para a Itália. E não houve apenas um único depoimento, mas numerosos terroristas confirmaram as declarações de Mutti, assim como outras testemunhas.

Uma vez que Battisti fora julgado, em seu país de origem, não por seus “crimes políticos” mas pelos crimes comuns que cometera – embora, de acordo com Justiça italiana, muitos deles agravados pela condição política -, deve-se lembrar que:

  • A concessão de asilo político é dada às pessoas que sofreram perseguições de cunho estritamento político e não de crimes comuns;
  • Para a concessão de asilo político jamais quaisquer dos Poderes tidos na sistemática do estado democrático de direito estabelecida no Brasil, poderá questionar decisão transitada em julgado por crime comum - não político -, de outro país ou nação.

Sendo assim, resta-nos verificar que a decisão do excelentíssimo sr. Ministro da Justiça somente pode ter sido tomada devido ao viés ideológico que, pública e notoriamente, parece compartilhar com o asilado, uma vez que haveria nenhuma razão para conceder tal pedido de asilo, já apreciado pelo CONARE, órgão pertencente ao próprio ministério, que julgou em favor da extradição de Cesare Battisti.

Mais uma vez, reafirmamos nosso repúdio à atitude do excelentíssimo sr. Tarso Genro, Ministro da Justiça, que concedeu asilo politico a Cesare Battisti, considerado criminoso comum em seu país de origem.

Abaixoassinado Contra Refúgio de Terrorista

Aos leitores do blog.

Estou organizando um abaixoassinado em repúdio à atitude do excelentíssimo sr. Tarso Genro, Ministro da Justiça, que concedeu asilo político a um notório terrorista italiano, Cesare Battisti, que, de acordo com o processo transitado e julgado em seu país de origem, condenou-o não pelos crimes políticos, mas, sim, pelos crimes comuns que cometeu antes de juntar-se ao PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), conforme podemos ver no blog do professor e jurista Walter Fanganiello Maierovitch.

Nós, homens e mulheres de bem, amantes da liberdade, da ética, da democracia e respeitadores das leis, precisamos começar a dar um basta nas intenções destas pessoas que querem impor a ideologia socialista que tanto prejudicou - e ainda prejudica, como são os casos notórios de Cuba, da Coréia do Norte e da China - os seres humanos, matando milhões e condenando outros milhões à fome.

Estas pessoas, que arvoram-se de defensores dos direitos humanos, libertam um terrorista e assassino por crimes que o mesmo cometeu após 1975; porém, querem punir os chamados "torturadores" do regime militar brasileiro por crimes que cometeram antes desta época.

Por favor, entrem no site do abaixoassinado e aponham seus nomes e profissões (como comentário). Precisamos de um número muito superior aos 505 indivíduos que fizeram o abaixoassinado que chegou ontem, 27/01/2009, às mãos do sr. Tarso Genro e dos ministros do Supremo Tribunal Federal, quando, então, enviarei tal documento às mesmas pessoas.

Terrorismo Nunca Mais! Total Repúdio ao Comunismo!

Abraços a todos.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009


A Resposta Está no Mundo Real

Mestre Reinaldo Azevedo, como sempre, faz uma análise primorosa do problema Israelense.


"Ah, você é contra um estado palestino".

Não! Eu sou favorável à existência de um estado palestino desde que fiquei sabendo, bem novinho, que esse confronto existia. Defendo dois estados na região. E sou contrário à expansão dos assentamentos na Cisjordânia — que é o que promete o Likud se vencer as eleições (sustenta que não tem como evitar a sua expansão; logo...).

A questão não é ontológica — não está na natureza essencial de judeus e árabes viver em guerra. Também não é epistemológica: se eles mudasse a maneira de ver o mundo, então tudo se aclararia (ainda que seja essa uma perspectiva sedutora).

Ehud Barak, primeiro-ministro de Israel, e Yasser Arafat, então líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), fizeram a pergunta certa em 2000 e encontraram a resposta certa.

A pergunta: "O que é preciso para que haja dois estados?"

A resposta: "que os palestinos ponham fim ao terror e que Israel devolva os territórios ocupados". Quase se chegou lá, não fosse o recuo de Arafat, que fez exigências que Barak não tinha como garantir sem que fosse deposto do governo de Israel. Mesmo sem acordo, ele caiu. Já escrevi [no blog do Reinaldo Azevedo] aqui a respeito.

Como bem lembra Thomas L. Friedman no New York Times, enquanto houver o risco de um Hamas governar a Cisjordânia e, aí sim, causar graves danos a Israel com seus foguetes, não haverá a desocupação da Cisjordânia. É uma ilusão estúpida cobrar que os israelenses reconheçam o Hamas porque ele venceu as eleições. Isso não torna o movimento legítimo ou aceitável aos olhos daquele que os sectários querem destruir.

Ora, é evidente que a existência de dois estados passa por Israel deixar a Cisjordânia e pelo fim dos assentamentos — não apenas pela interrupção de sua expansão. Não é tarefa fácil, não. Poderia assumir a proporção de uma pequena guerra civil. A saída total de Gaza já foi traumática. Não se fará da noite para o dia, de uma vez só. Será necessário um longo período de negociação e de construção da confiança.

Mas essa construção é política. Enquanto o Hamas não renunciar ao terrorismo, nada feito. O “obamocentrismo” quer acreditar que o passeio de George Mitchell pela região vai ser útil? Pois que acredite. Gosta-se de alimentar a versão de que Israel não age a não ser com autorização dos EUA, o que é uma tolice.

Acho chato juntar “obamocentrismo”, George Mitchell e eleições em Israel num só parágrafo. Mas sou obrigado, não é? Se Mitchell emitir qualquer sinal ambíguo, que flerte longinquamente com o inaceitável para Israel — negociar com o Hamas —, estará dando um estímulo e tanto à vitória do Likud, que já é o favorito. Vocês sabem: as divergências entre Hamas e Fatah se resolvem com balas e execuções sumárias. As divergências entre os israelenses se resolvem com eleições.

O nefelibatismo jornalístico acredita que as limitações da realidade sabotam as chances de paz. Eu acredito que a realidade é a melhor saída. Por que não se começa por garantir o que Israel nunca teve nos últimos 61 anos: segurança? Em 1967 e em 1973, o país vislumbrou o próprio fim. Reagiu e venceu. A segurança que tem hoje não deriva do acordo com os árabes. Foi garantida com armas, não apenas com superioridade moral. Esse confronto não reproduz o simbolismo do ovo e da galinha. O novelo tem um fio, tem um começo: o fim do terrorismo. INCONDICIONALMENTE. E, então, se pode avançar.

O resto é mistificação do obamocentrismo.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Os Três "Antis"

Israel tem muitos inimigos, é sabido. Há os anti-semitas explícitos, que vêem nos judeus o mal do mundo e pregam abertamente o fim daquele país. Há o anti-semitismo mitigado, que vai assumindo as mais variadas feições (desde que os judeus percam no fim do jogo), procurando fugir da caracterização racista, e há o antiisraelismo como variante do antiimperialismo (vocês sabem, esse “imperialismo” que Obama viria agora humanizar...). Todos esses inimigos de Israel inventaram a tese de que o país atacou os terroristas do Hamas para indispor os palestinos com aquela facção e, assim, enfraquecê-la. E, agora, dizem: “O Hamas saiu fortalecido; logo, Israel se deu mal”. Na seqüência, aparece a turma do “Não falei? O melhor teria sido negociar”.

Trata-se de uma farsa formidável. No fato e na retórica. Qual é a evidência ou indício de que Israel pretendia indispor a população de Gaza com o Hamas? Será que o país não acumulou experiência o suficiente para saber que seria visto como o vilão pelos palestinos? Haveria alguma outra possibilidade? Pode-se não gostar dos israelenses pelos mais diversos motivos. Mas que não se os acuse de estúpidos. E é uma farsa retórica porque, no suposto interesse de Israel, aponta-se a inutilidade da guerra. É mesmo? Israel, como se vê, sem saber o que é bom para si mesmo (e o que será, hein?), já sai jogando bombas. Trata-se de disfarçar o anti-semitismo, o anti-israelismo ou anti-imperialismo (quiçá as três coisas juntas) numa suposta crítica de natureza política e estratégica. Fosse uma crítica intelectualmente honesta, convenham que estaríamos diante de especialistas realmente ambiciosos: eles saberiam o melhor caminho para Israel se defender, coisa que aquele estado não teria aprendido até hoje...

Nota antes que prossiga: indago acima o que os tais críticos acham que seria “o bom” para Israel. Ora, “o bom” para Israel seria negociar com o Hamas, que se atribui a missão divina — NOTEM BEM: DIVINA — de destruir Israel. E aqui uma observação importante: considera-se que trazer o Hamas para o terreno da política — enquanto eles jogam foguetes e treinam homens-bomba — repete o que já se fez com o Fatah, que foi do terrorismo è negociação e hoje reconhece a existência de Israel. O paralelo é falacioso. O Fatah é um grupo laico. Para ele, recorrer ou não ao terrorismo é uma escolha terrena. Com o Hamas é diferente. Basta ler a sua carta de fundação. SEM A DESTRUIÇÃO DE ISRAEL, O HAMAS NÃO TEM RAZÃO DE SER. Logo, os finos estrategistas pedem que Israel fortaleça quem quer destruí-lo. Como se vê, o país tem bons motivos para ignorar tais conselheiros, não?

Israel atacou o Hamas porque estava sendo atacado — porque, em oito miseráveis meses, foi alvo de 1.386 foguetes. Israel atacou o Hamas para diminuir o poder de fogo do terror. Eis bons motivos para reagir. Poderia tê-lo feito de forma "proporcional e simétrica", jogando 1.386 foguetes em Gaza, também a esmo. Dada a densidade demográfica da região e a forma como os fanáticos tratam as crianças, haveria muitos milhares de mortos. Preferiu uma guerra com alvos escolhidos, vitimando, infelizmente, também civis porque a CARNE PALESTINA FOI TORNADA BARATA PELOS TERRORISTAS DO HAMAS, QUE USAM OS CIVIS COMO ESCUDOS, DIANTE DO SILÊNCIO CÚMPLICE DA ONU. ONU? É aquela entidade que tem como representante na região um sujeito que acredita que o 11 de Setembro foi uma armação dos próprios americanos só para jogar a culpa nos radicais islâmicos...

Essa história de que Israel acabou atuando contra seus próprios interesses é só uma das faces do anti-semitismo, do antiisraelIsmo ou do antiimperialismo. Ou das três coisas somadas.

por Reinaldo Azevedo

O Nazismo é Inevocável

Tenho ouvido insistentemente, na imprensa, entre meus alunos e também entre alguns amigos, comparações entre a ação recente de Israel na faixa de Gaza e o Nazismo.

"Estado nazissionista", montagens de fotos justapondo terrores do nazismo com aparente correspondência exata aos horrores sofridos pelos palestinos. Tudo isso é absolutamente inaceitável e, creio, revelador.

Não quero aqui me posicionar sobre a ofensiva israelense que é, certamente, controversa sob muitos pontos de vista, mas falar sobre esse frenesi comparativo entre o nazismo e Israel. O que quero, essencialmente, dizer, é que nada, nada, é comparável ao nazismo.

A não ser que surja uma nova campanha nacional e continental contra uma raça, simplesmente pelo fato de ela ser uma raça e não outra; a não ser que haja uma ação consensual, coletiva e institucional, de eliminação sumária e calculada de um povo inteiro, das formas mais cruéis e sádicas possíveis, perpetradas por um exército que parecia gozar no exercício de seus pequenos poderes (campeonatos para ver quem mata mais prisioneiros com um tiro só, troca de fetos por ratos, inserção de órgãos doentes no lugar de órgãos saudáveis etc.), a não ser que haja um certo silêncio da parte de outros países em relação a práticas ocultas mas também ostensivas, da extinção de um povo inteiro, a não ser que isso aconteça novamente, nunca, e repito, nunca mais se pode chamar qualquer outra ofensiva de nazista.(...)

Comparar Israel com o nazismo é como dizer: "eles não aprenderam a lição; estão praticando exatamente aquilo que sofreram".

Ou seja: comparar a ação de Israel com o nazismo é usar o próprio argumento racista do nacional-socialismo: "os judeus merecem o sofrimento" ; é justificar subconscientemente os acontecimentos da segunda guerra (...).

Comparar o nazismo à ação de Israel é, na verdade, uma prática antissemita, racista e ignorante. Uma ignorância orgulhosa, vingadora e recalcada, como talvez todas as grandes ignorâncias sejam, culpadas pela perpetração de barbaridades atrozes e injustificáveis.

por Noemi Jaffe, Na Folha de São Paulo



Embora seja muito pertinente a crítica feita por Noemi Jaffe, ao citar o absurdo da crítica feita por aqueles que comparam a ação de Israel com a ação nazista, é importante frisar que não há como dizer que "nada, nada, é comparável ao nazismo".

Há, sim, e o próprio Hitler já o havia dito a Hermann Rauschning (em Hitler m'a dir, publicado em Paris, em 1939): o socialismo.

Tanto que o "Deutsch Arbeit Partei" (Partido dos Trabalhadores da Alemanha), fundado em 1904, tornou-se o "Nazional Sozialism Deutsch Arteit Partei" (partido Nacional Socialista dos Trabalhadores de Alemanha), sob o comando de Hitler.

Hitler confessou a Rauschning, entre muitas outras coisas que o que mais adorava eram "os ensinamentos da revolução, eis todo o segredo da nova estratégia. Eu os aprendi dos bolchevistas e não tenho vergonha de dizer isso, porque é sempre dos inimigos que se aprende mais."

A diferença é que Hitler elevou à enésima potência todo o racismo de Marx, atacando mais brutalmente os judeus - muitos dos quais já eram grandes empresários à época da ascensão do Nazismo e reagiram à nacionalização das propriedades e das empresas.

O racismo não era uma idiossincrasia da doutrina comunista, mas era um aspecto constitutivo em sua origem. Com o tempo, o que houve foi apenas o deslocamento do ódio racial para a "lógica" da guerra de classes. Mas o chauvinismo russo (como o Chinês, ainda hoje) e o "complô dos médicos judeus" inventado por Stálin às vésperas de sua morte em plenos anos 50 deixam claro que o racismo sempre esteve lá, um pouquinho abaixo da superfície do comunismo. Engels, o industrial burguês que sustentou o parasitismo de Marx a vida toda, escreveu artigos chamando os povos rurais europeus de "volkerabfalle" - lixo racial - e afirmando que esse "lixo" teria de ser eliminado, já que não haveria como fazê-los ascender ao estágio "civilizacional" do comunismo. Povos não-europeus, então, nem sequer existiam para Marx e Engels.

Assim é que os socialistas nacionalistas - os nazistas e fascistas - seguiram ao pé-da-letra os "ensinamentos" de Marx e Engels.

Marx já ensinava que "as classes e as raças fracas demais para dominar as novas condições de vida devem retroceder (...) Elas devem perecer no Holocausto revolucionário", que aconteceu sob o comando de Stalin - e foi muito pior que o genocídio alemão.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Enquanto Isso, numa Certa República dos Bananas....

O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, confirmou nesta quinta-feira, 22, em Salvador, a abertura dos arquivos da ditadura conseguidos pelo governo federal para consulta via internet já no mês que vem. "A ministra (da Casa Civil) Dilma Roussef vai inaugurar o serviço em fevereiro e vai aproveitar para abrir um edital chamando quem tiver documentos e arquivos daquela época para que os apresentem, com garantia de sigilo", afirma. "Será dado um prazo para a apresentação e quem se negar e for descoberto estará cometendo irregularidade - ainda não sabemos se será considerado crime."

Vannuchi explicou que, apesar da divulgação dos dados, eles não serão totalmente abertos ao público. "Há muitos dados da intimidade dos envolvidos que não podem ser tornados públicos, porque podem prejudicar a intimidade deles", conta. "Por isso, o acesso se dará por meio de cadastro, com senha. Poderão ver os arquivos - e alguns deles podem ter partes com tarjas, por causa disso - pesquisadores, historiadores, jornalistas, além, claro, dos envolvidos."

O ministro participou, na tarde de hoje, do debate "Leis de Anistia no Brasil e América Latina - A questão da Tortura e a Abertura dos Arquivos das Ditaduras", promovido durante a 6ª Bienal de Cultura da União Nacional dos Estudantes (UNE), que segue até domingo, na capital baiana. Durante sua palestra, disse duvidar que os arquivos militares tenham sido totalmente destruídos, como alegam as autoridades das Forças Armadas, e disse que a única forma de se ter acesso a eles é fazendo "um amplo trabalho de convencimento".

"É preciso que se entenda que, em um regime democrático, esta é a melhor defesa que as Forças Armadas podem fazer de si mesmas", acredita. "Esconder os arquivos, apostando no esquecimento, é se unir àquelas dúzias de facínoras que cometeram as atrocidades da tortura, dos assassinatos."

Vannuchi, que foi preso e torturado político na década de 1970, também voltou a pregar a punição aos torturadores do período da ditadura e chamou os estudantes a participar da mobilização em prol do reconhecimento e do julgamento deles. "Disseram que a gente queria rever a lei da anistia, que completa 30 anos neste ano, mas não há, em nenhum artigo da lei, algum ponto que fale que os torturadores devem ser anistiados, nem que o crime de tortura prescreve", afirma. "Precisamos fazer esse resgate, sem o sentimento de revanche, de vingança, mas com a perspectiva de valorização do passado e a mensagem, para o futuro, de que se essa praga se repetir no Brasil, nem que seja por um dia, o torturador saiba que está cometendo um crime que não prescreve, que em 10, 20 anos depois ele vai ser punido."

Ele admitiu, porém, que existe, dentro do governo, um desacordo sobre o tema. "É natural que isso aconteça, mas o governo precisa tomar uma posição definitiva. E a posição do governo dependerá, fundamentalmente, do que a sociedade, em seus movimentos organizados, definir como sua vontade. O que precisa ficar claro é que houve violência, houve terror do Estado, e isso não pode ser apagado."

por Tiago Décimo - de O Estado de S.Paulo


Ai, meu Deus, vamos lá!

Quantas foram as vezes que eu falei aqui sobre o revanchismo desse pessoal de esquerda contra aqueles que eles dizem ter sido torturadores durante os anos do regime militar? Mas, oh, céus!, não! O sinistro dos Direitos Humanos "Achados na Lixeira" Paulo Vannuchi disse que "precisamos fazer esse resgate, sem o sentimento de revanche, de vingança (...)", então, porque não abrir esses registros?


Porque ele clama pela revanche! Este é o "modus operandi" das esquerdas: eles falam em democracia? Querem a ditadura (do proletariado). Eles falam em "resgate histórico"? Querem a demonização dos militares. Eles falam punição? Só querem dos torturadores, e não dos terroristas, como o próprio Vannuchi o foi, que foram a causa da existência da ditadura!


Sim, senhores. E o néscio ainda diz que "o torturador (...) está cometendo um crime que não prescreve" e que a Lei da Anistia não tem, em lugar algum, "algum ponto que fale que os torturadores devem ser anistiados, nem que o crime de tortura prescreve".


O ex-terrorista Vanucchi, convenientemente, "esquece" que a nossa legislação diz que o crime de terrorismo - que ele e seus colegas Dilma, Tarso, Genoíno, Gabeira etc. muito cometeram - TAMBÉM É IMPRESCRITÍVEL!

Se vamos falar da abertura dos arquivos, que se abram todos: inclusive aqueles que contêm a ficha criminal destes terroristas, hoje transformados em heróis pela falácia que as esquerdas, que os protegem, criaram. Os ex-torturadores ainda vivos, hoje, estão em suas casas, vestindo seus pijamas; já os ex-terroristas, ganham milhares de reais em indenizações indecorosas que são pagas com o dinheiro dos nossos impostos - e muitos deles participam ativamente do governo do nosso presiMente esquerdista.

Se é para abrir mesmo os arquivos e revogar as benesses da Lei da Anistia, que se punam todos: ex-torturadores e ex-terroristas! Para o bem do Brasil!

Dominando...

Tudo que é necessário para o triunfo do mal é que as pessoas de bem nada façam.

Edmund Burke

Ah! Que beleza, não? Vocês estão confortavelmente sentados em suas salas assistindo às novelas, ao Big Brother, aos programas de auditório. Acessam a internet e ficam recebendo e enviando aquelas mensagens sobre correntes, sobre pobres coitados da África, Ásia e até mesmo do sertão brasileiro, conversando banalidades com os amigos pelos "instant messengers" e, alguns de vocês, acessando alguns "sites" privados.

A economia brasileira, a despeito da crise, vai razoavelmente bem, vocês vêem, algumas vezes, o noticiário relatando algumas atitudes que os políticos brasileiros tomam, criticam algumas decisões da Justiça que acham ser erradas, mas, no dia a dia, vai tudo bem.

Tomam sua cervejinha, vão a restaurantes vez por outra, fazem suas compras, vão ao cinema e compram seus CDs e DVDs - muitas vezes do fornecedor alternativo, porque, afinal, o preço do oficial é exorbitante para tão pouca coisa.

Vão para o trabalho, voltam do trabalho, alguns fazem academia, reunem-se com os amigos e colegas para um "happy hour" ou combinam para um churrasco no "findi" que está por chegar.

Enquanto isso, o mundo que nos cerca está se transformando e - não querendo parecer pessimista (ou conservador), como já me disseram - para pior!

"Como assim?", vocês irão perguntar.

Basta olhar para fora: a situação da sociedade brasileira está cada vez mais caótica. Ainda agora, no final deste mês, ocorrerá um Foro Social Mundial, que nada mais é do que uma reunião de grupos e entidades "progressistas" que irá apoiar o terrorista Cesare Batisti e a decisão do Ministro Tarso Genro de asilá-lo no país, além de reivindicar a abertura dos arquivos da ditadura e a revisão da Lei da Anistia para punir os torturadores do regime.

E o que isto tem a ver com vocês?

Tudo. Tenho mostrado aqui, através de artigos e cometários, meus e de outras pessoas, que estamos paulatinamente perdendo espaço para pessoas que nada mais querem do que implantar o comunismo no país.

Isto mesmo: comunismo, aquele regime de "igualdade" que foi implantado na extinta União Soviética que matou, somente lá, mais do que o quádruplo de pessoas do que as duas guerras mudiais juntas; que extirpou da sociedade toda e qualquer liberdade de expressão - basta ver Cuba e a China, ainda hoje; que prende o indivíduo, sem qualquer chance de defesa, simplesmente porque discorda de alguma política do governo; que mantém uma multidão de famélicos e marginalizados onde quer que seja implantado (basta ver os gulags soviéticos e o interior de Cuba e da China para saber do que eu estou falando).

E o quê vocês estão fazendo contra isso? Nada? Cuidado! Os esquerdistas (PT, PCB, PC do B, PSTU, PSOL, UNE, ONGs, MST, MAB, Via Campesina etc.) estão movendo-se cada vez mais depressa no tabuleiro nacional e internacional - através do Foro de São Paulo e do Foro Social Mundial. Daqui a pouco (muito pouco mesmo), o MST virá com força total para as cidades. Já começaram, inclusive, a fazer algumas incursões. Brevemente, as suas residências estarão sendo invadidas. E vocês irão recorrer a quem?

Um dia eles vieram e levaram meu vizinho, que era professor.
Como eu não era professor, não me incomodei...
Noutro dia, vieram e levaram meu outro vizinho, que era empresário.
Como eu não sou empresário, não me incomodei...
No terceiro dia, vieram e levaram meu outro vizinho, que era médico.
Como eu não sou médico, não me incomodei...
Depois, vieram e levaram meu outro vizinho, que era advogado.
Como não sou advogado, não me incomodei...
No último dia, bateram à minha porta e me levaram...

Já não havia qualquer pessoa para reclamar...

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Dinheiro na Mão é Vendaval

Os governos Federal, Estadual e Municipal arrecadaram em 2008, percebam, um trilhão e cinquenta e nove bilhões de reais. Mais de 1 trilhão em reais de impostos. Isto corresponde a um imposto per-capita de 5.883,33, ou seja, cinco mil oitocentos e oitenta e três reais, o que dá um pagamento de 14,17 salários mínimos por ano. Isso como média, claro. Agora, honestamente, para onde vai essa dinheirama? Você, caro leitor, vê isso em bons serviços? Em boas escolas? Em boa saúde pública? Mas os governos nas três instâncias estão abarrotados de funcionários. O que eles fazem por lá?

Mas qualquer pessoa com o mínimo de bom censo e que não seja desonesto do ponto de vista emocional (intelectual é impossível cobrar o contrário) pode observar que é um procedimento, esse dos nossos governos, que tem levado à miséria uma grande parte da nação em benefício de uma minoria que vive nababescamente às custa dos escravos pagadores de impostos extorsivos.

Estamos em uma crise mundial, isto é, para o setor público não, pois o governo federal deu um aumento conforme a medida provisória de número 440, veja vocês, a noventa e um mil e trezentos e oito (91.308) servidores, o que irá aumentar as despesas, até 2011, em 20 bilhões de reais, e, achando pouco, ainda emitiu outra medida, de número 441, contemplando mais 380 mil funcionários públicos, aumentando as despesas até 2011, em 23,5 bilhões.

A nossa senadora Rosalba Ciarline, que foi relatora da medida, procurou os Ministros da Fazenda e do Planejamento e foi informada, pelos dois, que havia bastante dinheiro e podia fazer o relatório favorável concedendo o aumento. Fiquei surpreso porque o governo Lula quando assumiu o erário, a dívida era de 650 bilhões, e hoje é de 1 trilhão e 500 bilhões de reais, tornando a nossa dívida interna insustentável como disse o ex-ministro da fazenda Maílson da Nóbrega.

Com estes aumentos, os funcionários públicos certamente não farão greve alguma (essa é a estratégia do governo do Lula) por aumento de salário, até as eleições e com isso o nosso presidente pode fazer mais uma cortesia com o chapéu alheio.

Não falta dinheiro para o ócio, mas falta para investimento em infra-estrutura, expandindo a iniciativa privada, que é a maneira segura de tirar o povo da miséria. No ano passado só foi investido, vejam vocês, 22,5 % de todo o orçamento do governo federal. O resto foi para pagar divida e folha de funcionários (mas sem os serviços devidos). Estou totalmente convencido que o PT tem muita dificuldade em construir alguma coisa importante para o Brasil.

Por Adauto Medeiros, engenheiro civil e empresário

Quedou-se Esquecido o Pendão da Esperança

O "pendão da esperança" jaz num canto do Congresso sábado, 26 maio 2007.

A cena foi captada pelas lentes do repórter Lula Marques. Deu-se às 19:40h desta quarta-feira (23). O auriverde símbolo desta terra em que já nem o sabiá se arrisca a cantar, com receio de que o pio seja captado pela escuta ambiental da PF, jaz, amarfanhado e esquecido, num canto ermo do Salão Nobre da Câmara. Em pensar que Olavo Bilac um dia escreveu:

"Salve, lindo pendão da esperança, Salve, símbolo augusto da paz!
Tua nobre presença à lembrança. A grandeza da pátria nos traz."

O pendão, é certo, continua lindo. Mas a esperança, até ela, já nos foi roubada. O símbolo, por mais augusto e nobre, já não consegue evocar senão a grandeza da vergonha. Um sentimento penoso, que emerge das vísceras, expostas a golpes de navalha e humilhação.

por Josias de Souza, no A Verdade Sufocada

O MST Vai á Guerra

Já excitados com a chegada do MST aos 25 anos de vida, os comandantes das tropas dos sem-terra eriçaram-se de vez, na virada para 2009, com a coincidência tremenda: faz 145 anos que a Guerra do Paraguai começou. Duas efemérides tão admiráveis, somadas à recente chegada ao poder do companheiro Fernando Lugo, mereciam muito mais que festejos ortodoxos, como a depredação de fazendas produtivas ou o confisco de prédios federais. Assim nasceu a idéia de retomar o grande conflito encerrado em 1870. Só que agora com o MST a favor da potência vizinha e contra o Brasil.

Na primeira semana de janeiro, o marechal João Pedro Stedile comunicou ao presidente Lugo que os soldados entrincheirados nas barracas de lona preta estão prontos para desencadear a revanche do século com a execução de duas missões. Primeira: invadir e ocupar as instalações da hidrelétrica de Itaipu, o que obrigaria o Planalto a reformular o tratado em vigor desde 1973. Segunda: expulsar do Paraguai agricultores brasileiros ali infiltrados há décadas.

"A Eletrobrás paga uma bagatela pela energia comprada do país vizinho", descobriu Roberto Baggio, da coordenação nacional do MST. Quem sai lucrando, segundo a figura batizada em homenagem ao atacante italiano que ganhou a Copa de 1994 para o Brasil, são "grandes grupos econômicos estrangeiros". Como a Eletrobrás.

Marco Aurélio Garcia, conselheiro presidencial para complicações cucarachas, não vê nada demais na declaração de guerra. "Vivemos em um país democrático", ensina o assessor de Lula. "Qualquer partido político ou qualquer movimento social pode defender suas posições à vontade. Considero legítimas todas essas manifestações."

Embora agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) andem monitorando os encontros entre autoridades paraguaias e dirigentes do MST, Baggio usa o salvo-conduto concedido pelo companheiro Garcia para provocar o governo de que faz parte o assessor Garcia em entrevistas ou nos textos beligerantes que publica no site do MST.

"Nada é mais nacionalista do que defender a soberania de um povo sobre os seus recursos naturais", argumenta o artilheiro sem-terra. "Defendemos a soberania de todos os países. Somos contra o imperialismo dos Estados Unidos sobre o Brasil e do Brasil sobre qualquer país da América do Sul." É isso aí, avaliza o comandante Stedile, no momento ocupado com os retoques finais no plano de abrir uma segunda frente na Bolívia, e botar para fora todos os brasileiros proprietários de terras ou empresas no reino de Evo Morales.

No século 19, o exército imperial precisou aliar-se à Argentina e ao Uruguai, e lutar durante cinco anos, para derrotar um inimigo solitário. No início do terceiro milênio, o Paraguai tem o apoio de uma quinta coluna com a qual Solano Lopes sequer sonhou. Mas hoje as coisas parecem bem menos complicadas. Sucessor de Duque de Caxias, o general Nelson Jobim só precisa convencer o governo Lula a suspender a mesada e o rancho das tropas, além de enquadrar os recalcitrantes com pedagógicas temporadas na cadeia.

Também para o ridículo há um limite.

por Augusto Nunes, no Alerta Brasil

Quem Sou Eu?

Às vezes pego-me perguntando: por que não consigo ser um ser humano normal, politicamente correto, do tipo seguidor da corrente, da multidão, esperançoso, sem muitas opiniões e sempre pronto a dizer alguma coisa edificante em qualquer ambiente e para qualquer platéia?

Por que não guardo minhas opiniões, principalmente as políticas, para mim mesmo e não deixo os "intelectuais" tecerem seus loas às políticas ditas sociais feitas pelos esquerdistas humanistas e humanitários - afinal, já diz o ditado popular que "política, religião e futebol não se discute"?

Por que não paro de criticar Lula, por suas bobagens proferidas e feitas, e o PT por seu desejo ferrenho de implantar o igualitarismo socialista entre nós, apesar de terem feito "pequenos desvios" como o mensalão, os dólares na cueca, criado os vampiros, os sanguessugas, os dossiês contra a oposição (e eu já ia dizer "nem tão oposição assim", mas vou abster-me de tecer tal comentário), abrigar e empregar terroristas, entre "otras cositas más"? E por que não paro de criticar os membros do Foro de São Paulo, entidade fundada pelo PT, na figura de Lula, e pelo PC Cubano, sob a batuta de Fidel Castro, que congrega a maioria das esquerdas latino-americanas - mais recentemente tem tido, em suas reuniões, até membros dos países muçulmanos?

Por que não consigo fechar os olhos, como a manada que me circunda, e simplesmente condenar Israel pelo abusivo ataque à Palestina, ao invés de condenar os terroristas do Hamas só porque eles, durante muitos anos, desrespeitaram a trégua que havia sido estabelecida lançando, em menos de três anos, mais de 3.500 foguetes sobre a cabeça das crianças israelenses sem qualquer reação por parte de Israel (e eu ia dizer que todos estes que agora condenam Israel ficaram absolutamente calados durante todo este tempo, mas não vou)?

Por que não falo mal de Álvaro Uribe, presidente da Colômbia - o "lacaio do império" -, que vem combatendo os pobres coitados dos narco-terroristas das FARC ao invés de apiedar-me destes e querer, como todos os humanistas e progressistas, que aquele governo bole uma solução pacífica para o problema (e eu ia dizer que todas as vezes que os presidentes colombianos, antecessores de Uribe, promoveram tais soluções, as FARC aprofundaram seus ataques à população e fizeram mais reféns ainda, mas não vou)?

Por que continuo criticando Fidel (cujo apelido entre os "cubanos descalços" é Esteban, uma forma abreviada de "Este Bandido") e Raul Castro - e todos aqueles que apóiam o regime cubano pós-revolução de 1959 -, já que há, na ilha, nenhum analfabeto e os melhores médicos do mundo (e eu já ia, com essa minha mania, dizer que, apesar disso, Fidel foi operado por um médico Espanhol que NÃO ESTUDOU EM CUBA, mas não vou)?

Por que me escandalizo e vejo um claro viés ideológico numa atitude como a do nosso Ministro da Justiça, Tarso Genro, quando ele abriga pessoas como o "Cura" Medina, militante das FARC, ou Cesare Batisti, ex-chefe do PAC (Proletários ARMADOS pelo Comunismo) que, entre outros crimes, cometeu dois homicídios e foi o mandante em outros dois (e eu ia citar o caso da extradição dos dois boxeadores cubanos que aqui pediram asilo e sequer tiveram o benefício da análise do caso, tendo sido deportados no dia seguinte num avião VENEZUELANO, mas, novamente, não vou)?

Por que não me emociono com a posse de Barack (Sadam) Obama Hussein, chegando mesmo às lágrimas pelo "momento histórico" e por aquilo que ele vai fazer pelo mundo todo, preferindo, ao invés, temer suas ações, só porque ele ainda não provou ser um cidadão norte-americano, nascido nos EUA, como determina a Constituição daquele país (e eu ia dizer que, talvez por isso, ele tenha engasgado na hora do juramento que todo presidente faz, de respeitar e defender o país, mas não vou)?

Por que, como um verdadeiro humanista, não defendo a demarcação contínua da Reserva Raposa do Sol e a expulsão dos arrozeiros (e eu ia dizer que isto tudo é contra a vontade da maioria dos índios da região, mas não vou)?

Ou por que, como um progressista, não admito que as cotas raciais são sensacionais por fazerem "justiça social" para com a população "afro-descendente" que se auto-declara negra (e eu ia dizer que, assim, eles não precisam se esforçar para ingressar numa faculdade, muito embora as melhores conquistas estejam justamente no mérito das coisas que fazemos bem feitas, mas não vou)?

E por que não consigo olhar candidamente e com piedade para a massa ignara do MST, bovinamente doutrinada por seus mestres comunistas para invadir e depredar a propriedade alheia, uma vez que eles só querem um pedacinho de terra para plantar (e eu ia dizer que há nenhuma terra, das já doadas pelo governo e ocupadas, produzindo um pé de alfafa, que seja, e a maioria das terras já foram vendidas e que agora os membros deste movimento atacam o agro-negócio e as empresas que geram riquezas para o país, mas não vou)?

Talvez eu seja um sabotador da esperança. Um fascista reacionário vilipendiador do divino direito de outrem em ser apenas mais um membro da maravilhosa manada mudial. Ou como disse-me uma vez um outro comentarista esquerdista, numa crítica que fiz a uma reportagem num prestigiado jornal, talvez eu seja somente um "porco direitoso"!

A Massa

Uma massa é como um selvagem; não está preparada para admitir que algo possa ficar entre seu desejo e a realização deste desejo.

Ela forma um único ser e fica sujeita à lei de unidade mental das massas.

No caso de tudo pertencer ao campo dos sentimentos, o mais eminente dos homens dificilmente supera o padrão dos indivíduos mais ordinários. Eles não podem nunca realizar atos que demandem elevado grau de inteligência.

Em massas, é a estupidez, não a inteligência, que é acumulada. O sentimento de responsabilidade que sempre controla os indivíduos desaparece completamente. Todo sentimento e ato são contagiosos.

O homem desce diversos degraus na escada da civilização. Isoladamente, ele pode ser um indivíduo; na massa, ele é um bárbaro, isto é, uma criatura agindo por instinto.

Gustave Le Bon

É por isso que as esquerdas tanto gostam dos coletivismos. Ou, como diria Nelson Rodrigues, "toda unanimidade é burra".

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um Homem Sem Integridade

José Fulano nasceu em um subúrbio brasileiro qualquer, digamos que filho de um motorista de caminhão e uma funcionária de supermercado. José foi criado com carinho ou não, cursou o primário, iniciou o ginásio (quando os diferentes graus de ensino tinham este nome), e começou a trabalhar como “office boy”. Aos dezoito anos interrompeu este trabalho e serviu ao exército como era sua obrigação. Saindo do serviço militar esteve em vários empregos, acabando por montar um pequeno negócio. Casou, teve filhos, com a ajuda de seu contador pagou seus impostos e manteve sua contabilidade em dia. Não fez fortuna, mas dava para o carro de cinco anos, dez dias na praia, um natal e ano novo com comida especial e farta, o churrasco dos domingos ou a vista ocasional da família a um espeto corrido. Votava nas eleições naqueles com quem simpatizava sem se prender a um partido.

Um dia, sem mais nem menos, assoma à porta um sujeito chamado Zé Bandido. Armado atira nele, matando-o.

Identificado por testemunhas o assassino é preso. Mas alega que o assassinato foi um ato político. Um protesto contra a acomodação do pequeno negociante que se acomodava no seio da sociedade.

O promotor e a polícia riem na cara dele. Mas não perdem por esperar. O advogado de defesa invoca o precedente de que a negativa de extradição efetuada pelo Sr. Tarso Genro reconhece esta condição. Invoca os relatos dos filhos de comerciantes italianos assassinados pelo grupo de Cesare Battisti e mostra que um açougueiro e um pequeno dono de ourivesaria são, na ótica das autoridades brasileira, alvos lícitos para assassinatos destinados a colocar em pauta uma posição política.

Se o assassino teórico desta história vai ou não preso não consegui ler na minha bola de cristal. Mas se não for preso, talvez os filhos do comerciante se sintam encorajados a fazer outra declaração de natureza política atirando no assassino assim que este for posto em liberdade. Mas aí vai acontecer algo estranho. As autoridades do país vão dizer que não. A execução do bandido não foi um ato político. Foi um ato de vingança. E isto é ilícito. Provavelmente os filhos do José Fulano serão presos e a família passará o resto da vida pagando uma pensão à mulher do Zé Bandido.

Ou seja, Tarso, um homem sem qualquer integridade, com sua máscara de homem de bem para iludir os incautos, estabelece um novo parâmetro. Eles podem matar. Provavelmente nós não podemos matar. O poder público dirá que se passarmos a cobrar a Pena de Talião mergulharemos a sociedade no caos...

Tarso Genro e Poncio Lulato mais uma vez lavam as mãos.

Por Ralph J. Hofmann

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

PTontos Contra Isreal II

Ministros, parlamentares e militantes do PT divulgaram nota nesta segunda-feira contra a posição do partido a respeito dos ataques israelenses na faixa de Gaza. O grupo, integrado por 36 petistas, se mostra contrário à nota do PT na qual o presidente da legenda, Ricardo Berzoini, afirmou que "a retaliação contra civis é uma prática típica do Exército nazista".

Entre os petistas contrários à nota de Berzoini estão os ministros Carlos Minc (Meio Ambiente), Tarso Genro (Justiça), Fernando Haddad (Educação), Paulo Vanucchi (Direitos Humanos), a ex-prefeita Marta Suplicy (PT-SP) e o senador Aloizio Mercadante (PT-SP).

Direcionada a Berzoini, a nova nota afirma que o grupo deseja se manifestar publicamente desacordo ao comunicado da legenda por considerar que o texto "posiciona equivocadamente o PT em relação a um conflito de notável complexidade".

Os petistas afirmam que a nota de Berzoini ignorou a posição histórica do partido que "sempre se pautou pela defesa da coexistência pacífica dos povos", além de banalizar e distorcer o "fenômeno histórico do nazismo". Segundo o grupo, o presidente do partido também não registrou a necessária condenação ao terrorismo nem afirmou o reconhecimento ao "direito de existência de Israel negado pelo Hamas".

Em um tom duro, o grupo de petistas afirma que a nota de Berzoini "queima, ao invés de construir, pontes para o entendimento" e não está de acordo com a posição assumida pelo governo brasileiro sobre os conflitos na região. "Estamos convictos de que o Brasil, conforme propõe o governo Lula e com base na convivência exemplar das duas comunidades em sua sociedade, pode contribuir para o engajamento das partes na busca de uma paz duradoura", argumenta o grupo.

Os petistas afirmam que o partido pode "desempenhar um papel importante no aprofundamento do debate e na defesa, junto às partes e à sociedade brasileira, do caminho do cessar-fogo imediato e do desbloqueio da entrada de ajuda humanitária".

Nota
Em nota divulgada no início do mês, o PT criticou a ofensiva de Israel na faixa de Gaza e declarou seu "integral apoio à causa palestina". O texto, assinado pelo presidente do PT nacional, classifica a ofensiva de Israel contra grupos radicais palestinos de "terrorismo de Estado".

"Não aceitamos a 'justificativa' apresentada pelo governo israelense, de que estaria agindo em defesa própria e reagindo a ataques. Atentados não podem ser respondidos através de ações contra civis. A retaliação contra civis é uma prática típica do exército nazista", afirmou o PT. "O governo de Israel ocupa territórios palestinos, ao arrepio de seguidas resoluções da ONU."

A nota gerou reação indignada de entidades judaicas. A Confederação Israelita do Brasil divulgou nota registrando "profundo espanto" com o comunicado do PT. A nota do PT também foi alvo de contestação da seção latino-americana do Centro Simon Wiesenthal, que luta pela punição a criminosos de guerras nazistas, com sede em Buenos Aires. A entidade disse que o comunicado do PT é "escandaloso" e "demonstra solidariedade com o antissemitismo".

por Gabriela Guerreiro, na Folha Online


Já dizia meu falecido pai que "quanto mais se mexe, mais fede a merda". Estes PTontos que assinaram esta nota contra a posição anti-semítica do PT fazem o quê da vida? Estão num universo paralelo? Têm autismo? Ou serão somente falsos e mentirosos mesmo?

Como sabemos que o PT abrange todo e qualquer tipo de cara de concha que queira a derrocada da democracia e a instalação do comunismo, a terceira opção é a única correta. Hipócritas, enquanto todos - exceto o camarada
Zé Dirceu, que apoiou veementemente, e em nome de todos os militontos do partido, a estrovenga produzida pelas hostes anti-liberdade do PT - esbravejavam contra a nota assinada por Berzoini, o que faziam estes PTontos?

Marta, flagorosamente derrotada nas urnas, ainda devia estar se ressentindo de ter exposto seu preconceito com a "ala gay" do partido, quando
questionou a opção sexual de Kassab; Tarso estava ocupadíssimo com o processo de refúgio político ao terrorista italiano Casari Battisti; Vanucchi devia estar estudando um meio de reverter, junto com Tarso, claro, os benefícios da Lei de Anistia - mas somente para os torturadores, não para os terroristas que causaram o aparecimento daqueles; já Minc, Haddad e Mercadante deviam estar "voando" como sempre. O restante devia estar planejando um encontro com a FARC ou trabalhando com o MST e a Via Campesina, ou planejando o próximo encontro do Foro de São Paulo ou uma viagem a Cuba ou à Venezuela.

Agora, duas semanas depois, após protestos de gente séria e amante da verdade e da democracia, estes PTontos vêm posar de paladinos e voltam-se contra o próprio partido, a fim de tentar livrar suas caras de concha perante a opinião pública.

Mas o governo do PT é um dos arautos da condenação de Israel na Comissão de Direitos Humanos da ONU; o PT é associado a um partido palestino-comunista que também condena Israel; o governo do PT - e o próprio partido - condenam as ações de Israel, porém sequer emitem qualquer nota repudiando as ações terroristas do Hamas, simplesmente porque não consideram aquela organização como sendo o que ela é: terrorista, e, por isso, não censura seus métodos de ação contra Israel - o que é um claro flerte como o terror!

Ademais, sendo Tarso Genro um dos signatários da tal nota, há de se convir que realmente a mesma é, como se dizia antigamente, "só para inglês ver". Ele, que escancara nossas portas para o terrorista italiano, que quer mandar os torturadores para o xilindró - mas se orgulha de seu passado terrorista -, e que deporta os boxeadores cubanos para a ilha-cárcere sem sequer examinar o pedido de asilo, torna a nota completamente inválida, qualquer que seja o teor da mesma.

O PT e seus quadros cortejam com todo e qualquer estupidez que queira acabar com a liberdade e a democracia - mesmo que sejam as ditaduras islâmicas, africanas ou caribenhas (e também as quase ditaduras sul-americanas).

É por tudo isto e muito mais que há um ditado que diz: "é pelas obras que devemos conhecer os homens, não apenas pelas palavras".

Comunismo à Espreita

Vocês repararam que uma série de “descalabros-afins”, eclodiu praticamente ao mesmo tempo nas últimas semanas?


Uma espécie de pilhagem dos nossos valores morais se acentuou fortemente, como se o desgoverno estivesse aplicando uma dose cavalar de agressão nas forças éticas da nossa Pátria, uma ação coordenada, atacando em várias frentes ao mesmo tempo para nos atordoar de vez.


Nesses seis anos de Lula, nunca que pudemos acordar pela manhã apostando que o dia seria livre de escândalos. Só que desta vez, a aberração é tanta que nem sabemos mais para onde olhar primeiro.


Começou com a deplorável posição de anti-semitismo do desgoverno brasileiro que se alinhou com os países do Eixo do Mal, registrando em nossas páginas a mais odiosa manifestação pró-terror, seguida da viagem do nosso "sem diplomacia" Celso Amorim ao Oriente, colocando o Brasil abaixo da linha dos insignificantes.


Em seguida, tivemos a não devolução do terrorista Battisti à justiça italiana, escancarando ao mundo a vocação brasileira para o acolhimento da escória, e instaurando nosso desrespeito acintoso às leis internacionais dos países que lutam contra o terror.


Ontem, assistimos o apoio escarrado do nosso tiranete às ditaduras de Evo e de Chávez, cuspindo em nossa cara a sua disposição em trilhar pelo mesmo fosso, que desgraçadamente idolatra regimes totalitaristas, sanguinários e terroristas.


Por fim, em meio a tanta asnice, a justiça brasileira livra a cara de José Dirceu - o mais perigoso terrorista do esquadrão do crime organizado – ela o exime de responder por um de seus crimes no Mensalão.


Afinal, o que pretende a nossa Justiça ao cometer tamanho delírio? Resposta: é só mais uma das ações coordenadas para o espezinhamento dos valores morais do país, para agredir as nossas forças éticas que, apesar de esquálidas, ainda preservam nossa Pátria do desastre e do caos total.

Mas, a continuar neste ritmo frenético de pancadas, não demora muito e logo teremos a institucionalização do comunismo no Brasil: a benção final ao crime organizado.


No final de 2007, uma fonte de dentro do Planalto comentou conosco que o Lula se preparava para implantar um “comunismo light” no país (como se existisse o "meio-inferno"), dentro de dois anos a contar daquela data. Pois bem, já estamos em 2009. Pela força dos ventos, tudo indica que a tempestade está muito próxima.


por Gabriela/Gaucho, no Movimento da Ordem Vigília Contra a Corrupção

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Egoísmo Esclarecido

Quase dois séculos atrás, o francês Alexis de Tocqueville, em visita aos EUA, reparou que os americanos tinham algumas características que os diferenciavam de todos os outros povos. Segundo ele, todos os cidadãos seguiam dois valores aparentemente contraditórios. De um lado, cultivavam um individualismo exacerbado e explícito e, de outro, praticavam o comunitarismo em níveis também inéditos.

Como pode uma pessoa ser, ao mesmo tempo, individualista e comunitarista? Na época, anos 30 do século 19, ninguém arriscava uma explicação. O fato é que funcionava. Apesar de manifestamente egoístas, na hora da necessidade coletiva todos contribuíam com o necessário para afastar o problema. Cada um cedia o suficiente e ninguém fazia alarde disso.

Como é possível?

A expressão que engloba tudo isso é "egoísmo esclarecido" e só surgiu há poucos anos. Nos EUA, talvez em função das peculiaridades de sua formação - desde seu passado colonial -, todos os indivíduos aprenderam, desde sempre, a se virar por si próprios e a não contar com o Estado, ou qualquer outra autoridade maior, para ajudá-los nas suas necessidades. Mesmo quando envolvem a comunidade.

Egoísmo esclarecido é o seguinte: todos se assumem explicitamente como individualistas e egoístas e ninguém se envergonha disso; por outro lado, são conscientes e esclarecidos. Quando os problemas são gerais, todos participam e jamais se gabam ou se vangloriam.

Isso é estranho e incompreensível para nós. A cultura latina pauta-se por valores muito diferentes. As pessoas, por aqui, não se assumem como individualistas ou egoístas - ao contrário, são todas altruístas - e, em contrapartida, nada se faz visando exclusivamente a comunidade. Qualquer atitude nesse sentido é sempre muito alardeada e repercutida.

A rigidez da cultura norte-americana vem adquirindo novas nuances. John Rockefeller, já no século 20, foi o primeiro grande empresário a praticar a filantropia. Financiou a educação em todos os aspectos - desde o custo de instalação de salas de aula até pesquisas aplicadas. Sua atitude virou regra: praticamente todos os grandes empresários praticam filantropia. Mas ninguém o faz enquanto sua fortuna ainda está na fase de criação. Não é correto valer-se de uma boa reputação para obter vantagens nos negócios. Também não é costume praticar caridade. Tudo o que se faz é no sentido de ajudar as pessoas a se ajudarem. Essas atitudes são coerentes com o espírito da América. Trata-se de mais uma manifestação da prática do egoísmo esclarecido. Isso não faz sentido dentro da ótica latina. Os valores são outros.

E a fundação de Bill Gates que tem como foco as populações mais pobres do mundo? Trata-se de uma exceção?

Não. A fundação dos Gates se abstém de práticas de cunho paternalista ou assistencialista. Ela investe na criação de novas técnicas - mais em conta e baratas - para proporcionar a todas as nações as condições mínimas para iniciarem o seu processo de desenvolvimento. Seus focos principais são a saúde e a educação.

Nada de esmolas, portanto. Muitos recursos já foram despendidos pelos países ricos com o sentido de ajudar os países pobres. O saldo final é que os povos pobres permanecem na miséria.

Houve pouca honestidade ou transparência por parte das nações desenvolvidas? Ao contrário. O fato é que o dinheiro simplesmente sumiu. E isso ocorreu depois de ter sido transferido para os governos dos povos não-desenvolvidos. Não se dá o peixe, diz o ditado, mas se ensina a pescar.

Voltando aos valores que geram o egoísmo esclarecido, há quem afirme, de fora dos EUA, que os norte-americanos são comportados porque a legislação lá é muito severa. Ora, o Código de Trânsito Brasileiro é duro, o número de policiais é considerado suficiente e nem por isso os motoristas respeitam as regras mais elementares.

Nas autoestradas, por exemplo, nos dias e horários de tráfego intenso, os congestionamentos são agravados porque muitos motoristas optam por "costurar": mudam de faixa constantemente, ultrapassam pela direita e pelo acostamento. No tempo de percurso não levam vantagem alguma. Acabam chegando ao destino junto com aqueles que não adotaram tais práticas. Mas eles ficam satisfeitos. O negócio é levar vantagem em tudo, certo?

As noções éticas de grande parte dos latinos são essas. Furar fila, "costurar" e inúmeras outras atitudes colidem frontalmente com o conceito de egoísmo esclarecido. São evidências, ao contrário, da prática de um egoísmo cego e ignorante. Quando todos querem levar vantagem em tudo, ninguém acaba levando vantagem em nada. É uma conclusão óbvia. Mas, como tudo o que é óbvio, é muito difícil se chegar a ela.

Os latino-americanos, em grande parte, ressentem-se com o sucesso dos norte-americanos. O fato de os EUA - em especial - terem dado certo, enquanto os demais países do continente, com raras exceções, não se desenvolveram, é motivo de ódio. Os EUA desenvolveram-se, entre outras razões, porque seu povo - sua sociedade - vem adotando, desde sempre, os valores que mais facilitam a afluência e o progresso. Não entender isso é tentar, como se diz, encobrir o Sol com a peneira.

Como constataram os autores do livro O Perfeito Idiota Latino-Americano, faz parte da cultura responsabilizar os outros pelos nossos fracassos. Tudo o que aconteceu de errado por aqui foi causado pela "exploração impiedosa" dos EUA ou pelo "sistema colonial ibérico". O livro foi escrito por três homens. Todos originários da América Latina.

É extremamente difícil, para qualquer um, compreender e, sobretudo, assimilar os valores que pautam o egoísmo esclarecido. Mas, ao não fazê-lo, adia-se ainda mais o desenvolvimento. Paciência.

por João Mellão Neto

Eles Estão Vencendo

Ao lado, você vê a reprodução da capa de um livro publicado pela Editora Conrad, que faz parte de uma coleção que ela vem lançando desde 2000 contendo textos dos chamados esquerdistas da nova geração.

Como podemos ver o nome é atualizadíssimo - tanto da coleção (baderna) quanto do livro em si - e a capa também: as esquerdas vem paulatinamente implantando sua agenda contra toda a moralidade, ética, democracia e liberdade que a civilização levou séculos para construir! E, claro como a água, mostra-nos a língua em sinal de evidente descaso, afinal, já dizia Lenin em seu decálogo de 1913, os esquerdistas devem "promover distúrbios e contribuir para que as autoridades constituídas não os coíbam".

Agora mesmo, nesta semana, a baderna instalou-se, mais uma vez, no Palácio do Planalto: o Sinistro da Injustiça, Falso Gênero, deu status de refugiado político a um notório terrorista italiano, contrariando, inclusive, decisões do CONARE (Comitê Nacional para os Refugiados), órgão consultivo do próprio Ministério da Justiça, e do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, que defendera a extradição do criminoso condenado Cesare Battisti.

E condenou a justiça italiana em sua pièce de resistence em que definiu a soltura do terrorista assassino. Batisti, que pertenceu à PAC (Proletários Armados pelo Comunismo), foi condenado não por sua militância, muito embora o teor dos documentos de sua condenação citem o fato de ele querer subverter a ordem e a democracia daquele país, mas, sim, por ter cometido quatro homicídios.

Mas, pior ainda do que isso, uma vez que nosso Sinistro foi ele mesmo um terrorista nos anos 60 (Tarso pertenceu ao PC do B e à Ala Vermelha, nos anos 60, e ao clandestino Partido Revolcionário Comunista, nos anos 80, até ingressar no PT), esta estrovenga protecionista ao terrorismo teve apoio explícito do nosso presiMente da República, sr. Lula Molusco - diz-se até que, quando da reunião entre Tarso e Lula, a camarada Estela, também conhecida como Dilma Roussef, participou e aprovou o veredito.

Como se vê, eles se protegem: o governo, na figura do próprio Tarso, extraditou os boxeadores cubanos, devolvendo o material que pertencia a Fidel (afinal, na ilha-cárcere, não há seres humanos, mas somente peças que pertencem aos Castro e são obrigados a louvá-los); depois, abrigou o falso padre conhecido como Cura Medina, que ainda tramita informações entre as esquerdas nacionais e as FARC, além de, a pedido de Dilma, dar um excelente emprego à esposa do terrorista; agora, ao tentar justificar sua decisão, Tarso Genro arvora-se em juiz da Justiça italiana e abriga Cesare. E dão apoio incondicional aos terroristas do Hamas que vêm jogando bombas e foguetes em Israel há anos, além de condenar a única democracia verdadeira da região porque esta resolveu retaliar os ataques!


Realmente a baderna está implantada. Eles estão vencendo!

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Nada Será Como Antes

Aconteceu no dia 11 de janeiro do Ano da Graça de 2008. O Estado de S. Paulo — jornal de tradição e glórias mil, cujo apreço pelas liberdades públicas custou a seus comandantes o exílio e a mais odienta perseguição política — publicou, enfim, um artigo que faz a defesa teórico-filosófica do terrorismo. É UM MARCO NA IMPRENSA BRASILEIRA. Assim, o editor do jornal-símbolo da luta contra AS DITADURAS que permitiu tal publicação cruzou a linha do que, até então, entendíamos eu e muitos outros, era impossível. ALGO SE QUEBROU PARA SEMPRE. Agora, é bem possível que, no Estadão, TUDO SEJA PERMITIDO. E, se é no Estadão, devemos temer que outros veículos sigam o seu mau exemplo. JÁ É PERMITIDO, NOS ESPAÇOS QUE AS ESQUERDAS DO COMPLEXO PUCUSP CHAMAM “IMPRENSA BURGUESA”, DEFENDER AS VIRTUDES DA VIOLÊNCIA E DA MORTE COMO EXERCÍCIO CRIATIVO.

Ah, mas do que estou falando, hein, leitor?

No domingo, no Caderno Dois do Estadão, Valdimir Safatle, professor de filosofia da USP, assina uma resenha de duas coletâneas de textos organizadas por Salavoj Zizek: um volume reúne textos do grande humanista Mao Tse-Tung, aquele que matou 70 milhões de pessoas enquanto no poder (Sobre a Prática e a Contradição). Outro traz textos de Robespierre (Virtude e Terror). Safatle não quis ficar atrás dos resenhados, seja o autor da coletânea, sejam os autores dos textos originais, e fez a sua própria apologia do terrorismo. Não é de hoje que ele tem uma particular (na USP, nem tanto) compreensão do terrorismo, como demonstrarei daqui a pouco. Para quem não conhece, Zizek é um sociólogo e filósofo esloveno, autor de vários livros traduzidos no Brasil, e uma das referências dos radicais de esquerda. Quer-se um renovador do pensamento marxista, operando no que seria a interface (argh!) entre o marxismo e psicanálise.

Mas vamos à resenha de Safatle, que segue em vermelho, com comentários meus, em azul.

Invenção do terror que emancipa
Eis o título. Que já não esconde o que pretende. “Terror que emancipa” é, por si mesmo, uma formulação imoral.

Há algum tempo, vemos as livrarias serem palcos de um assalto conservador à cultura. Um desavisado poderia imaginar estar em plena época da Guerra Fria, haja vista a quantidade de livros de propaganda anticomunista, de revisionismo histórico e de divulgação de ideologia conservadora que assolam as prateleiras de filosofia e ciências humanas.
Ainda que houvesse essa grande produção conservadora — é uma mentira! —, reparem que ela seria um “assalto” a “assolar” as prateleiras. Os conservadores, nessa perspectiva, precisam, claro, ser contidos. São uns vândalos. A civilização está, como veremos, com os terroristas e seus defensores.

Estudos sobre o "sanguinário" Lenin convivem harmoniosamente com elogios ao grande passado imperial da nação brasileira, análises sobre a luta milenar entre os "terroristas" e os defensores da modernidade esclarecida e críticas conservadoras à solidão ontológica do homem contemporâneo com direito a citações de Ratzinger. O conjunto pode parecer heteróclito, mas, infelizmente, não é. Eles são peças de um jogo de xadrez cujo objetivo consiste em impor uma extensa agenda conservadora no campo da reflexão e tirar de cena discussões fundamentais para a crítica cultural e sociopolítica produzidas no calor das lutas e revoluções que fizeram a história do século 20.
Viram só? Safatle é do tipo que põe aspas nas palavras para que elas passem a significar o contrário do que significam ou para lhes denunciar a falsidade imanente. Assim, quando ele, ironicamente, se refere ao “sanguinário” Lênin, quer nos dizer que o facínora não era, então, sanguinário. Quando põe aspas em “terroristas”, está dizendo que terroristas não são. Risco mesmo ele vê nos pensadores que citam Ratzinger. Até aqui, vá lá, é a delinqüência intelectual de sempre das esquerdas. E NOTEM QUE ELE AINDA NÃO DISSE NADA DOS LIVROS QUE SE PROPÔS A RESENHAR. Que se danem os livros! Ele tem uma tese, e os volumes servem apenas de pretexto.

Nesse sentido, a tradução, pela Jorge Zahar, de duas coletâneas organizadas por Slavoj Zizek com textos de Mao Tsé-tung (Sobre a Prática e a Contradição) e de Robespierre (Virtude e Terror, tradução de José Maurício Gradel, 236 págs., R$ 39,90) é extremamente bem-vinda. Figura maior da renovação do pensamento de esquerda, com Alain Badiou, Giorgio Agamben, Ernesto Laclau e Judith Butler, Zizek conseguiu renovar as articulações entre psicanálise e marxismo através de recursos sistemáticos à Jacques Lacan e às figuras maiores do idealismo alemão (Hegel, Schelling, além de uma versão peculiar do sujeito transcendental kantiano). Esse projeto, traçado desde seu O Mais Sublime dos Histéricos: Hegel com Lacan (Zahar), publicado entre nós no início dos anos 90, foi sendo paulatinamente aprofundado até chegar à maturidade com seus dois livros principais: The Ticklish Subject e Visão em Paralaxe (Boitempo).
Nesse ponto, Safatle enche lingüiça (a minha, ainda com trema...), engrolando um fácil falar difícil, prática que se estende ao parágrafo seguinte, e omite um dado essencial: Zizek é um “filósofo” empenhado na reabilitação do comunismo — excluindo-se, claro, todos os seus defeitos...

Nesse trajeto, Zizek procurou tirar as consequências de seu projeto filosófico-psicanalítico no campo político. Operação feita por meio da reflexão sobre os problemas legados pela noção de "política revolucionária" em textos de Lenin, Trotsky, Lukács e, agora, Mao e Robespierre lidos à luz da noção de "ato analítico", de Lacan. Assim, longe de ser uma simples retomada de tais textos e de conceitos como: crítica da democracia formal, ditadura do proletariado, luta de classes, antagonismo social, violência legítima, Zizek procura estabelecer uma articulação original entre política e teoria do sujeito.
A vigarice intelectual não tem limites. Recorre-se a categorias lacanianas, como ficará claro mais adiante, para se justificar a ação terrorista.

Podemos dizer isso porque se trata de interrogar o sentido da ação revolucionária no interior do projeto moderno de reconhecimento das exigências de uma subjetividade que não pode ser compreendida nos quadros normativos do humanismo.
Tirado o glacê da linguagem supostamente filosófica — é só texto ruim mesmo —, Safatle se prepara para elevar o terrorismo à categoria das ações respeitáveis. E quem o contestar estará, fatalmente, limitado pelo “quadros normativos do humanismo”. Assim, leitor amigo, ao pensar o 11 de Setembro (e já conto o que Safatle escreveu a respeito) ou as ações do Hamas, esqueça o velho humanismo, seja menos conservador. Pense grande!!!

Ou seja, Zizek quer mostrar como os fatos decisivos da história política mundial desde a Revolução Francesa foram animados pelo advento de uma noção de subjetividade que não podia mais ser definida através da substancialização de atributos do "humano" e cujos interesses não permitiam ser compreendidos através da lógica utilitarista da maximização do prazer e do afastamento do desprazer.
Ah, bom! Vamos parar com essa bobagem de “substancializar” o humano. Devemos é pensar no avanço moral da substancialização da Besta! E chega também dessa história da lógica utilitarista da “maximização do prazer”. Coisa mais ocidental e sem graça! Começo a entender agora a lógica interna do “martírio” dos atentados terroristas. Ali, sim, há pessoas que foram muito além da “substancialização do humano”, né?, apontado as virtudes libertadoras do sofrimento.

Ao contrário, a partir da Revolução Francesa, sobe à cena do político uma subjetividade "inumana" por recusar toda e qualquer figura normativa e pedagógica do homem, por recusar de maneira "terrorista" os hábitos e costumes, por não se reconhecer mais em natureza e em determinação substancial alguma.
Como vocês sabem, este escrevinhador já deixou cravado neste blog que a Revolução Francesa transformou a morte em teoria política e atribuiu virtudes filosóficas à eliminação do adversário. Jamais imaginei que leria na “imprensa burguesa” a apologia desse procedimento.

Assim, se Zizek pode olhar para Robespierre e dizer que "o passado terrorista deve ser aceito como nosso",
O escambau! O passado terrorista de Robespierre é o passado do marxismo — porque lá está sua semente e de quantos defendam o terrorismo.

não se trata de fazer apologia voluntarista da violência política, mas de insistir que o verdadeiro problema político legado desde o advento da modernidade é: como construir estruturas institucionais universalizantes capazes de dar conta de exigências de reconhecimento de sujeitos não-substanciais que tendem a se manifestar como pura potência disruptiva e negativa? Diga-se de passagem, um problema apontado de maneira clara pela primeira vez por Hegel já em suas leituras sobre (e a coincidência não é aqui casual) o terror jacobino.
O recurso a Hegel é vigarice intelectual. A única maneira de “construir estruturas institucionais universalizantes” (como Safatle consegue emprestar aparência de profundidade à defesa do terror, não!?) que abarquem o terrorismo é aceitá-lo como coisa legítima e, quem sabe?, exaltá-lo como prática criativa da política.

A sagacidade de Zizek, apoiando-se aqui em reflexões de Alain Badiou, consistiu em mostrar como essa experiência disruptiva inscrita na essência da conduta do sujeito foi o motor da nossa história recente.
Entenderam? O motor de nossa história recente foi o terrorismo.

História revolucionária na qual se imbricam violência, criação, destruição, procura e que, principalmente, não pode ser lida apenas como uma sequência de lutas pela redistribuição de riquezas e de generalização de direitos.
Vejam que haveria uma certa gratuidade quase poética no terrorismo. Ele nem mesmo quer redistribuir rendas ou direitos. Quer apenas se exercer.

Recalcar esta história, como se fosse questão de uma sucessão de catástrofes (o comunismo, o terror, as ilusões de ruptura do modernismo, etc.), como se o tempo devesse ser avaliado a partir da contagem de mortos ou, para falar com Habermas, como se este impulso não passasse de uma estetização da violência e do excesso com consequências políticas nefastas é, no fundo, dirá Zizek, maneira de entificar uma política limitada pelo respeito a princípios formais gerais que, simplesmente, não conseguem mais dar efetividade alguma ao que um dia esteve contido na ideia de democracia.
É o trecho que, uma vez compreendido, pede que tomemos Dramin. Mortos? Que importância tem isso? Ver apenas os efeitos negativos do terrorismo? Que visão mais limitada e estreita da realidade! Ora, não vamos “entificar” (suponho que a estrovenga signifique “transformar num ente”) essa bobagem de respeitar princípios formais gerais. Eles já não dão mais conta da realidade. Notem o truque: se a gente considerar que o terrorismo não cabe no que se entende por democracia, o caminho é, então, mudar o que se entende por democracia, preservando a prática terrorista. Nesse caso, a “idéia de democracia” só passará a ter virtudes se incorporar a prática terrorista.

Princípios que não têm força para impedir, por exemplo, processos como a generalização do estado de exceção como prática "normal" de governo. Maneira de, no limite, reduzir a política a uma "assustadora reunião de homens assustados" unidos não mais pela possibilidade de "reinventar a ordem da vida cotidiana", mas apenas pelo medo. Medo em relação ao crime, ao terrorismo, aos imigrantes, ao Estado excessivo com seus impostos, às catástrofes ecológicas.
Notem que Safatle é um crítico do “estado de exceção” — realmente um horror, né? Ele viria do quê? Ora, do “medo”, inclusive medo do terror. Besteira! Não devemos temer os terroristas. Devemos chamá-los para “reinventar a ordem da vida cotidiana”.

É claro que há uma série de questões em aberto no interior do projeto de Zizek. Por exemplo, há momentos dos textos onde ocorre certa sobreposição problemática entre violência popular contra o Estado com seu aparato legal e violência estatal, mesmo que esse Estado seja fruto de processos revolucionários. No entanto, há articulações extremamente bem-sucedidas, como a crítica à peculiar ruptura permanente da Revolução Cultural de Mao por ela ter, no fundo, preparado o caminho para a transformação da China em plataforma principal do capitalismo contemporâneo, desterritorializado e autotransgressor. Nesses e em vários outros momentos, Zizek demonstra até onde vai sua capacidade de apreender a complexidade da aposta política na "reinvenção de um terror que emancipa".
Nunca antes neste mundo alguém havia enxergado virtudes na revolução cultural chinesa. Parece que Zizek, para encanto de Safatle, conseguiu. E, oh surpresa!, ela teria aberto as portas para o capitalismo chinês! Haja vigarice dialética! Haja sem-vergonhice histórica.

Não é de hoje
Safatle e o terrorismo foram um binômio realmente explosivo no que concerne ao pensamento.

No dia 16 de setembro de 2001, ele publicou no Correio Braziliense um artigo sobre os atentados terroristas contra os Estados Unidos. Foi capaz de escrever coisas como:

“Verdade seja dita: a terça-feira negra mostrou como a ação política mais adequada para a nossa época é o terrorismo. Ele é o que resta quando reduzimos a dimensão do conflito social à lógica do espetáculo. Ele é a política reduzida ao formato de tela plana. A opinião pública norte-americana nunca tinha se dado conta da gravidade da situação no Oriente Médio até o momento no qual as imagens espetaculares da catástrofe começaram a chegar às suas casas. Neste sentido, o ataque teve eficiência absoluta. A pergunta que fica no ar é: se a opinião pública norte-americana não tinha consciência do problema geopolítico mais grave da atualidade, então em que mundo ela estava? Certamente, em um mundo só sensível ao império das imagens.”

Observem que, segundo seu raciocínio delinqüente, os atentados nascem da “situação do Oriente Médio” (provavelmente a existência de Israel...). Mais: segundo ele, os atos podem ter tido efeito didático para aqueles americanos alienados...

E quem eram os verdadeiros culpados pelos atentados terroristas? Safatle também não tinha a menor dúvida:

“Desde há muito vemos um esforço absurdo em despolitizar o conflito no Oriente Médio a fim de transformá-lo em uma luta religiosa que tem suas raízes na pedrada que David acertou na cabeça de Golias. Um conflito eminentemente político e historicamente determinado, resultante de um processo desastroso de descolonização que transformou o povo palestino em uma massa de refugiados, virou a luta da Civilização contra a barbárie fundamentalista. Durante décadas os EUA e a Europa fingiram ignorar a Lei internacional, promulgada pela ONU. Lei capaz de resolver politicamente o problema da constituição de um Estado palestino e dar assim o mínimo de estabilidade à região.”

Eis Safatle! Até então, eu imaginava que sua simpatia pela prática terrorista era específica e aplicada, ou seja: gostava do terrorismo islâmico. Não! A sua resenha prova que ele vê virtudes filosóficas no terrorismo tout court.

Que se note: ninguém deu bola para seu texto. Posto na página eletrônica do jornal, ninguém se interessou em comentá-lo. Isso não quer dizer nada: cruzou-se a linha. Quem avaliou o que ele escreveu e considerou que aquilo ficava bem no Estadão estabeleceu um novo marco no jornal.

E não é assim mesmo que Safatle quer que o terrorismo seja visto? Fora dos limites formais do humanismo? Tudo indica que também o Estadão deva ignorar, doravante, limites formais. E a produção intelectual do terrorismo terá, finalmente, lugar num grande jornal brasileiro. Em nome da pluralidade, né?

por Reinaldo Azevedo