segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Esquerdista: o Pior "Humanista" no Brasil

Leiam o que foi escrito no Estadão do dia 25/12. Comento em seguida.


A seis dias de se tornar - em sua terceira tentativa - governador do Rio Grande do Sul, o ex-ministro Tarso Genro (PT) recorda, aliviado, o pior momento que viveu em toda sua vida política. Foi em abril passado, quando o Supremo Tribunal Federal entendeu que os benefícios da anistia também se aplicariam a indivíduos que torturaram durante o regime militar de 1964.

Uma de suas grandes causas, o combate aos abusos da ditadura, sofria um revés. Mas o troco, lembra ele, veio em seguida, quando a Corte Interamericana dos Direitos Humanos, da OEA, firmou um entendimento contrário - de que a Lei da Anistia não garantiria o perdão para os torturadores.

Depois de comandar a Prefeitura de Porto Alegre por duas gestões e passar por quatro ministérios do governo Lula, o futuro governador, hoje com 63 anos, amadureceu um plano para assumir o governo gaúcho: o modelo a ser seguido, para comandar um orçamento de R$ 30,8 bilhões, é o do próprio presidente, tanto na estratégia econômica como nas composições políticas. A respeito dessas alianças, admite que "a realidade do País é muito mais complexa do que aquela visão que tínhamos no início da nossa história". Ou seja, a ideia de um "campo popular" de um lado e "uma direita conservadora" de outro, não basta para governar. Daí o PT ter ao seu lado, em várias alianças nacionais, antigos adversários, como PP e PR. No caso gaúcho, para garantir o apoio e maioria na Assembleia, o governador eleito montou um governo de coalizão que inclui o PC do B, o PSB, o PDT, o PRB e o PTB.

Em entrevista ao Estado, Tarso não esconde: seu projeto, ao assumir, é conseguir chegar a 2014, com "metade do acolhimento" que tem hoje o presidente Lula. Ele admite que o PT pode até abrir mão da cabeça de chapa para a prefeitura de Porto Alegre em 2012.

Partidos como o PR e o PP integram governos petistas. Ideologia não conta mais?
Quando o PT dizia que esses partidos não compunham o campo democrático e popular era totalmente verdadeiro. E continua sendo. Só que hoje a capacidade de direção sobre o Estado não pode ser feita somente a partir do campo democrático e popular. Isso foi demonstrado pelo presidente Lula. O que o PT fez foi, na verdade, aquilo que fez o filósofo Hegel, maduro, em relação à sua filosofia: reconciliação com a realidade. Ou seja, a realidade do País é muito mais complexa do que aquela visão que nós tínhamos no início da nossa história, de que é "aqui está de um lado o campo democrático popular e do outro lado está a direita conservadora e a reação política". Isso não é verdade.

Qual foi o pior momento de sua carreira?
Foi a decisão do STF que, em abril, entendeu que a Lei da Anistia se aplicava a indivíduos que torturaram. Acho que isso foi muito grave para a democracia do Brasil porque abriu uma perspectiva também de anistia para pessoas que cometerem tortura daqui por diante. Se uma lei de anistia perdoa torturadores, uma lei de anistia pode tudo também daqui para a frente. Mas felizmente a decisão da Corte Interamericana de Justiça (que, pouco depois, condenou o Brasil e afirmou que a Lei de Anistia não garante a impunidade dos que torturaram durante o regime militar, de 1964 a 1985) colocou as coisas nos eixos. Essa decisão deixou, na minha opinião, constrangidos os que me atacaram fortemente naquela oportunidade. Eu festejo que a decisão do Supremo foi por apenas um voto. O que demonstra que tem uma corrente dentro tribunal que já se abrigava na mesma posição da Corte Interamericana.

Isso abre algum caminho para que o Brasil reveja a questão?
Sim. Na minha opinião, o Brasil está obrigado a cumprir essa sentença, obviamente de maneira processual e verificando as condições institucionais e constitucionais. Mas deve fazê-lo.

E o sr. vive agora seu melhor momento?
O melhor momento ainda está por vir. É eu terminar o mandato com pelo menos a metade do acolhimento que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem ao terminar o seu.

Quais são suas próximas ambições políticas? A reeleição? A Presidência, no futuro?
Não. Eu acho que essa questão da Presidência não está destinada a ser colada na minha militância. Eu quero fazer um excelente governo de quatro anos. Essa é minha ideia. A partir do terceiro ano de governo é que vai se começar a discutir a sucessão.

A indicação de José Eduardo Martins Cardozo para o Ministério da Justiça é continuidade de sua gestão?
Continuação e superação. Porque ele partirá de um patamar novo e fará uma excelente gestão. É um quadro político altamente preparado para fazê-la.

O que é mais urgente na pauta junto ao governo federal?
A renegociação da dívida não é mais necessária porque a contrapartida da União, através de investimentos dos Estados, já satisfaz essa questão. Acho que a principal questão da agenda do nosso primeiro ano é organizar a máquina para trabalhar, obter fontes de financiamento para nossos investimentos e combinar com a União um processo de desenvolvimento integrado a partir de investimentos maciços que o governo federal está fazendo de infraestrutura aqui no Rio Grande do Sul.

E a reforma tributária?
Vamos militar na defesa da reforma tributária, mas sabemos que há duas espécies de maldições que nos perseguem no País. É que normalmente os Estados do Norte e Nordeste não querem a reforma política e São Paulo não quer a tributária. Vai ser uma luta bastante difícil.

por Elder Ogliari, de O Estado de S.Paulo



Comento:
Algumas coisas são realmente incríveis. Os esquerdistas, então, são ainda mais incríveis. Diria mesmo, com toda certeza, INACREDITÁVEIS!

Tarso Genro, ex-ministro da Justiça de Lula e, teoricamente, um advogado, não se conforma - como o ex-secretário dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi - com as leis que temos. Principalmente com a Lei da Anistia, que perdoou os crimes cometidos tanto pelos terroristas comunistas dos anos 60 e 70 do século passado e dos torturadores.


Esta foi a decisão a que chegou o Supremo Tribunal Federal, como já vimos em outro post. E é sobre esta decisão que, como todo e qualquer esquerdista, Falso Gênero mente descaradamente quando diz que "foi a decisão do STF que, em abril, entendeu que a Lei da Anistia se aplicava a indivíduos que torturaram".

Tarso tem que entender que o STF não anistiou ninguém!, mas limitou-se a ler e compreender o que dizia aquela Lei. E ela é clara como a água: a anistia servia - e continuará a servir - para anistiar ambos os lados: terroristas, como o próprio Tarso foi (Tarso pertenceu ao PC do B e à Ala Vermelha, nos anos 60, e ao clandestino Partido Revolucionário Comunista, nos anos 80, até ingressar no PT), e torturadores.

E Tarso continua o colóquio para adormecer bovinos, quando diz que acha "que isso foi muito grave para a democracia do Brasil porque abriu uma perspectiva também de anistia para pessoas que cometerem tortura daqui por diante".

Embora eu não seja advogado, conheço um pouco sobre a nossa legislação. Tarso, um advogado, parece desconhecer. Digo isto porque a tortura passou a ser crime imprescritível e inafiançável depois da Lei da Anistia! O inciso 43 do Artigo 5º da Constituição define a tortura como crime imprescritível, inafiançável e não passível de anistia:  

XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem.


Então, que tipo de idiota Tarso é? Nenhum. É apenas um comunista, um revanchista, que não vê a hora de punir os chamados torturadores da época da ditadura militar - mas, obviamente, não quer a punição de seus amigos comunas-terroristas, como Cesare Battisti e Olivério Medina.

Se um ex-ministro da Justiça, governador eleito e advogado dá mostras de desconhecer a Carta, que tipo de idiota ele é? Nenhum. Mas eu entendo: aquele inciso de nossa lei maior diz o mesmo sobre o terrorismo! Tarso é apenas um comunista, um revanchista, que não vê a hora de punir os chamados torturadores da época da ditadura militar - mas, obviamente, não quer sua punição e a de seus amigos comunas-terroristas, como Cesare Battisti e Olivério Medina. E não custa lembrar: o governo Lula se negou a ter uma lei para punir o terrorismo. O trio terrorista que durante todos estes anos aboletou-se no (des)governo lulático foi contra: Vanucchi foi contra. Dilma foi contra. Tarso também.

Mas, continuemos. A certa altura, Tarso mente novamente ao dizer que "se uma lei de anistia perdoa torturadores, uma lei de anistia pode tudo também daqui para a frente". Pelo que acabei de expor, sobre a Lei da Anistia e o artigo da Constituição que incide sobre este tipo de crime, vemos o verdadeiro tamanho de sua mentira. Imagine o tipo de advogado que deve ter sido este senhor...

E Tarso continua em seus devaneios comunistas: "felizmente a decisão da Corte Interamericana de Justiça colocou as coisas nos eixos". Que eixos? A única coisa fora dos eixos é o próprio Tarso, cujo conhecimento legal é totalmente depauperado. A decisão daquela corte tem nenhum poder sobre a decisão do STF. O próprio presidente do STF, Cezar Peluso, afirmou que a condenação do Brasil por aquela corte não altera a posição do STF sobre a Lei de Anistia!

E o patranheiro ainda festeja que "a decisão do Supremo foi por apenas um voto. O que demonstra que tem uma corrente dentro tribunal que já se abrigava na mesma posição da Corte Interamericana", afinal, como um bom comuna, é deveras revanchista. Como um bom comuna, adora mandar um "inimigo do povo", um "inimigo da revolução" para a marte, como faziam Lenin, Stalin, Fidel, Che Guevara, Mao Tse-Tung...

Mas, E DAÍ QUE A DECISÃO DO STF FOI POR APENAS UM VOTO? Isto em nada invalida aquela decisão! Tarso está apenas tentando dizer que tal decisão pode ser revista. Para ele, o Supremo é apenas um lugar para decisões transitórias, voláteis, como os organismos comuno-terroristas que ele participou e que, a cada derrota que sofriam, modificavam seus "modus operandi" para tentar dominar o país e implantar sua "ditadura do proletariado".

Tarso crê que o Supremo deve agir como todo e qualquer esquerdista: o que foi dito e decidido hoje, nada valerá amanhã. Tudo o que importa são fins comunistas, não importando os meios pelos quais se usará para alcançar este "glorioso novo (i)mundo".

É como ele diz: na sua opinião porcina, "o Brasil está obrigado a cumprir essa sentença, obviamente de maneira processual e verificando as condições institucionais e constitucionais. Mas deve fazê-lo", o que somente prova a qualificação advocatícia que possui este aldrabão. E esta decisão da CIDH é tudo o que ele, Vanucchi e Dilma sempre quiseram...

Tarso é uma figura tão adorável, tão meiga e gentil e de tal forma adoradora da democracia desde pequenininho, que diz, logo no início da entrevista, que "quando o PT dizia que esses partidos [o PP e o PR] não compunham o campo democrático e popular era totalmente verdadeiro. E continua sendo".

Ou seja, o PP e o PR, não sendo do campo democrático, só podem pertencer ao campo autoritário, chegados a uma ditadura, doidos para acabar com a democracia! Mas o PT, claro, sendo um partido do "campo democrático" e tendo humaníssimas figuras como Tarso em seu quadro de associados, acaba tendo que compartilhar o poder com esses... partidos ditatoriais!

E é esse "campo democrático" petista que compartilha o Foro de São Paulo junto com o carniceiro latino-americano, o dono da ilha-cárcere chamada Cuba!

Pois é, caros leitores: este é Tarso Genro, o ex-terrorista que se comportou como Corte revisora da justiça italiana ao asilar o terrorista Cesare Battisti.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Assim é um Líder

O líder é um canalha. Dirá alguém que estou generalizando. Exato: estou generalizando. Vejam, por exemplo, Stalin. Ninguém mais líder. Lenin pode ser esquecido, Stalin, não. Um dia, os camponeses insinuaram uma resistência. Stalin não teve nem dúvida, nem pena. Matou, de forma punitiva, 12 milhões de camponeses. Nem mais, nem menos: – 12 milhões. Era uma maravilhoso canalha e, portanto, o líder puro.

E não foi traído. Aí está o mistério que, realmente, não é mistério. É uma verdade historicamente demonstrada: – o canalha, quando investido de liderança, faz, inventa, aglutina e dinamiza as massas de canalhas. Façam a seguinte experiência: – ponham um santo na primeira esquina. Trepado num caixote, ele fala ao povo. Mas não convencerá ninguém, e repito: – ninguém o seguirá. Invertam a experiência e coloquem na mesma esquina, e em cima do mesmo caixote, um pulha indubitável. Instantaneamente, outros pulhas, legiões de pulhas, sairão atrás do chefe abjeto.

Mas, dizia eu que Stalin não foi traído, nem Hitler. O Führer, para morrer, teve de se matar. (Nem me falem do atentado dos generais grã-finos. Há uma só verdade: – nem o soldado alemão, nem o operário, nem o jovem, nem o velho, traíram Hitler.) E, quanto a Stalin, ninguém mais amado. Só Hitler foi tão amado. Aqui mesmo, no Brasil. Bem me lembro, durante a guerra, dos nossos stalinistas. Na queda de Paris, um deles veio-me dizer, de olho rútilo e lábio trêmulo: – “Hitler é muito mais revolucionário que a Inglaterra”.

Sim, o que se sentia, aqui, por Stalin, era uma dessas admirações hediondas. Eu via homens de voz grossa, barba cerrada, ênfase viril. Em cada um dos seus gestos, a masculinidade explodia. E, quando falavam de Stalin, eles se tornavam melífluos, como qualquer “travesti” do João Caetano ou do Teatro República. O que se sentia, por trás desse arrebatamento stalinista, era um amor quase físico, uma espécie de pederastia idealizada, utópica, sagrada. Com as mandíbulas trêmulas, uma salivação efervescente, os fanáticos chamavam o Guia de “o Velho”. E essa paixão era de um sublime ignóbil.

Já o Czar foi o antilíder. Há um quadro russo da matança da Família Imperial. (A pintura de lá, tanto a czarista, como a soviética, é puro Osvaldo Teixeira.) Eis o que nos mostra a tela: empilhados, numa bacanal de defuntos, o Czar, a Czarina, as princesinhas, etc., etc. Uns por cima dos outros, e cravejados de bala. Os soldados receberam a ordem e estouraram a cara dos velhos, das mocinhas, dos meninos. Mas não vamos assumir, aqui, nenhuma postura sentimental. Eis o que importa dizer.

Na véspera de morrer, o nosso Nicolau entretinha-se na redação do seu diário. Fazia diário como qualquer heroína da Coleção das Moças. Reparem no antilíder, no anti-rei, no antitudo. No dia seguinte estariam à mostra os intestinos dele mesmo, as tripas da mulher, dos filhos, dos sobrinhos, dos netos. Mas ele não teve nenhum sentimento da morte. No jardim havia um “lago azul” como o da nossa canção naval. E, lá, dois ou três cisnes deslizavam mansamente. Um mundo já morria e outro ia nascer. E o Czar estava fascinado pelos cisnes, e a última página do diário era a eles dedicada. Um homem assim teria de ser exterminado a bala ou a pauladas, como uma ratazana.

Alguém lembrará a figura de Kennedy. Era um líder que preservava um mínimo de humanidade. Mas não era líder. Lembro-me da babá portuguesa da minha garotinha. Ao ver o retrato de Kennedy, gemeu com sotaque: – “Bonito como uma virgem”. Era um líder de luxo, isto é, um antilíder. Ao entrar na política, o pai, outro aristocrata, deu-lhe um cheque de um milhão de dólares. E mais: – Johnny casou-se com Jacqueline. E a mulher bonita é própria do falso líder. Nem Stalin, nem Hitler, fariam essa dupla concessão ao sentimento e ao sexo. Reexaminem toda a vida de Kennedy: – não foi, em momento nenhum de sua história e de sua lenda, um canalha. E não soube fazer pulhas para juntá-los em torno de sua liderança.

Pensem no pacto germano-soviético. Todos os que o aceitaram ou que ainda hoje o justificam eram e são perfeitos, irretocáveis canalhas. De um só lance, Stalin e Hitler degradaram toda uma época. Eis o que desejo ressaltar: – faltava a Kannedy essa capacidade de aviltar um povo. Ao passo que Stalin fez seu povo à imagem e semelhança da própria abjeção. Mas foi na morte que Kennedy demonstrou a ineficácia e falsidade de sua liderança.

O líder não morre antes, nem depois. O derrame escolheu a hora certa para matar Stalin. Hitler meteu uma bala na cabeça no momento justo em que precisava estourar os miolos. Waterloo aconteceu quando se esgotou a vitalidade histórica da era napoleônica. Se Lenin vivesse mais quinze dias, seria outro Trotski. E Kennedy caiu antes do tempo, morreu quando não tinha que morrer. Imaginem um cristo morto de coqueloche aos três anos. Não seria Cristo, não seria nada. Kennedy morreu ao lado da mulher bonita. E, de repente, veio a bala e arrancou-lhe o queixo, forte, crispado, vital. Restava tudo por fazer; o horizonte da reeleição abria-se diante dele. Esta morte antes do tempo mostrou que Kennedy não era Kennedy. O amor que lhe consagramos é um equívoco.

Falo, falo, e não sei bem por que estou dizendo tudo isso. Agora me lembro, Eu disse algo parecido ontem, num sarau de grã-finos. Não achem graça. Aprende-se muito no grã-finismo, e repito: certos grã-finos têm um sutil faro histórico, diria melhor, profético. Sentem, por vezes, antes dos outros, o que eu chamaria “odor da História”. E um desses estava-me dizendo, num canto, com uma convicção forte: – “Vai haver o diabo neste país”. Disse e fez um “suspense”. Instiguei-o: – “O diabo, como?” E ele, misterioso: – “Você não sente que vem por aí não sei o quê?” Esse “não sei o quê” era pouco para a minha fome. O grã-fino punha mais gelo no copo. Insinuou: – “”Há muita insatisfação”. Ainda era pouco. E eu queria saber, concretamente, o que vinha por aí. Perguntei: – “Sangue?” E o outro: cara a cara comigo e um ar de quem promete hemorragia nacional inédita: – “Sangue”.

Todavia, o “suspense” continuava. “Sangue”, dissera ele. Mas, quem ia derramar o sangue, e que sangue? Ainda olhei para os lados, como a procurar, entre os convidados, um possível Drácula. Quando, porém, o grã-fino falou em “esquerda”, a minha perplexidade não teve mais tamanho. Recuei dois passos avancei outros tantos e perguntei: – “Você acredita na nossa esquerda? Nessa que está aí?”

Ele acreditava. Então perdi a paciência e falei sem parar, Quem ia mudar qualquer coisa neste País? A esquerda tem um canalha para exercer uma liderança concreta e proveitosa? Senhoras entraram no debate. Fez-se, ali, uma alegre pesquisa de pulhas. Mas os canalhas lembrados eram, ao mesmo tempo, imbecis. E o que a história pedia era um crápula com seu toque de gênio. Em suma: não ocorria aos presentes um nome válido. A última palavra foi minha. Disse eu mais ou menos o seguinte: – enquanto a esquerda que aí está não for substituída até seu último idiota, não vai acontecer nada, rigorosamente nada.

por Nelson Rodrigues

Comento:
Qualquer semelhança com o "grande líder Lula" e sua súcia comunista não é mera coincidência. A canalha comunista que nos anos 60 do século passado tentou impantar uma ditadura à Cuba ou China (dependia muito do grupo armado), nunca possuiu um líder como Lula e, por isto, jamais conseguiu o poder.

Hoje, Lula faz e desfaz, mente, engana, diz e desdiz. E o povo, maravilhado com o "líder operário cuja mãe nasceu analfabeta", continua a dar-lhes, cada vez mais, licença para tirar todas as liberdades em troca de um "paraíso na terra".

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

A Anistia e a Corte Interamericana de Direitos Humanos


A Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil pelo desaparecimento de 62 pessoas na Guerrilha do Araguaia (1972-1975), maior foco da luta armada contra a ditadura militar. A sentença determina que o Estado identifique e puna os responsáveis pelas mortes e afirma que a Lei de Anistia não pode ser usada para impedir a investigação do caso. O governo foi notificado ontem da decisão, aprovada por unanimidade no último dia 24. O tribunal é vinculado à OEA (Organização dos Estados Americanos). Em tese, o Brasil é obrigado a acatar suas determinações.

De acordo com a sentença, o Estado brasileiro é “responsável pelo desaparecimento forçado” dos guerrilheiros mortos pelas tropas que sufocaram a guerrilha. Assim, deve promover uma investigação sobre os desaparecimentos "a fim de esclarecê-los, determinar as correspondentes responsabilidades penais e aplicar efetivamente as sanções e consequências que a lei preveja". Para a corte, as disposições da Lei da Anistia "carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir representando um obstáculo para a investigação", "nem para a identificação e punição dos responsáveis" pelas mortes.

OUTROS CASOS
A decisão afirma ainda que a lei, aprovada em 1979, também não deve valer para "outros casos de graves violações de direitos humanos" durante a ditadura. Esse trecho pode dar margem a novas condenações do país envolvendo o desaparecimento de opositores políticos do regime militar. O texto estimula a criação da Comissão da Verdade, uma das propostas mais polêmicas do PNDH-3 (Plano Nacional dos Direitos Humanos), lançado em 2009. Ressalta, no entanto, que a iniciativa não substitui investigações no campo judicial.

O tribunal determinou que o Brasil realize "todos os esforços" para encontrar ossadas dos combatentes e promova um "ato público de reconhecimento de responsabilidade internacional".

Além disso, ordenou que o governo federal crie "um programa ou curso permanente e obrigatório sobre direitos humanos" dirigido a "todos os níveis hierárquicos das Forças Armadas". Esse ponto deve provocar desconforto entre os militares, que travam batalha com militantes de direitos humanos contra o reconhecimento de que o Exército executou presos na guerrilha. O caso do Araguaia se arrastava na Corte Interamericana desde 1995, quando o país foi denunciado por ONGs de direitos humanos. O julgamento só foi iniciado em maio deste ano.

por Bernardo Mello Franco, na Folha de São Paulo

Comento:
Embora o Brasil seja signatário do tratado, o que o obriga a seguir os princípios da Corte Interamericana, há nenhum mecanismo que faça com que a Lei da Anistia possa ser deixada de lado para que haja a punição dos chamados "torturadores do regime", uma vez que o Supremo Tribunal Federal já tomou sua decisão sobre a irrevocabilidade e o alcance desta Lei.

O próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, afirmou que a condenação do Brasil pela Corte Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH) não altera a posição do STF sobre a Lei de Anistia:

"A eficácia (da decisão da CIDH) se dá no campo da convencionalidade. Não revoga, não anula e não cassa a decisão do Supremo".

Ainda, o Ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que é meramente política a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, uma vez que ela não tem efeitos jurídicos no Brasil. Assim, afirmou, não há possibilidade de punição para os militares que praticaram tortura no país.

Segundo Jobim, que já foi presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), a validade da Lei da Anistia não deve voltar a ser discutida, já que "o assunto não pode voltar ao Supremo, pois a Corte está sujeita a suas próprias decisões. As decisões de constitucionalidade têm efeito contra todos, inclusive eles [os ministros]". "Se você tem uma lei que anistiou, ela não pode ser revista hoje. É uma lei que se esgota em sua própria vigência".

Já o secretário de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi, disse que o STF poderia voltar a discutir a Lei de Anistia, julgada constitucional por 7 votos a 2 em abril deste ano. Como bom esquerdista, o secretário com status de "Sinistro" está louco para punir só um lado do imbróglio: o dos militares, claro!

Jobim afirmou, também, que o Estado já está cumprindo decisão da Corte Interamericana com o grupo de trabalho do Tocantins, que atua há dois anos e é formado por diversos especialistas que trabalham na localização dos corpos dos desaparecidos na guerrilha. O ministro lembrou que a anistia foi negociada na transição entre o governo militar e o civil. "O processo de transição no Brasil é pacífico, com histórico de superação de regimes, não de conflito. Isso nem sempre acontece nos países da América espanhola, muitas vezes pautados por situações de degola e pelo lema lucha hasta la muerte [luta até a morte]", disse Jobim, fazendo referência a um discurso do revolucionário Ernesto Guevara na ONU (Organização das Nações Unidas), em 1964, em defesa da revolução cubana.

Como bem lembrou o então ministro Eros Grau, à época da discussão sobre a validade e o alcance da Lei da Anistia pelo STJ:

- a Lei de Anistia foi, sim, ampla geral e irrestrita, e os crimes conexos abrangem o crime de tortura;

- o dispositivo constitucional que exclui a tortura dos crimes passíveis de anistia é posterior à lei de 1979 e não pode retroagir;

- a Constituição incorporou como fundamento a Lei da Anistia.

Este último item merece ser destacado. Não é só a Lei da Anistia, a 6683, de 1979, que garante a anistia ampla, geral e irrestrita para crimes políticos e “conexos”. A própria Emenda Constitucional nº 26, de 1985, QUE É NADA MENOS DO QUE AQUELA QUE CONVOCA A ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE, incorporou, de fato, esse fundamento. Está no artigo 4º da emenda:

Art. 4º É concedida anistia a todos os servidores públicos civis da Administração direta e indireta e militares, punidos por atos de exceção, institucionais ou complementares.

§ 1º É concedida, igualmente, anistia aos autores de crimes políticos ou conexos, e aos dirigentes e representantes de organizações sindicais e estudantis, bem como aos servidores civis ou empregados que hajam sido demitidos ou dispensados por motivação exclusivamente política, com base em outros diplomas legais.

§ 2º A anistia abrange os que foram punidos ou processados pelos atos imputáveis previstos no “caput” deste artigo, praticados no período compreendido entre 2 de setembro de 1961 e 15 de agosto de 1979.

O que aqui se discute não é a questão da memória, da busca dos corpos desaparecidos etc. Nada disso está em questão. Mas não há a menor possibilidade de ocorrer uma revisão da Lei da Anistia sem que ambos os lados - guerrilheiros terroristas e torturadores - sejam afetados e, neste caso, punidos.

Ocorre que a OEA - e, por conseguinte, a CIDH, braço daquela - está apinhada de esquerdistas. Os guerrilheiros que perderam a batalha pela implantação da ditadura comunista tentaram vencer no tapetão do nosso Judiciário e perdeu. Agora, logrou uma vitória na CIDH, mas sem validade jurídica perante as cortes brasileiras, funcionando em plena democracia.

Os familiares dos guerrilheiros do Araguaia têm o direito de reivindicar os corpos e podem se dedicar à vontade à criação de mitos sobre aquele confronto de delírios totalitários na selva. O estado de direito lhes assegura essas iniciativas - o mesmo estado de direito que reconhece a validade da Lei da Anistia como pacificadora e redentora do passado - um passado que não passa para os comunistas.

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Crianças Mimadas

Em “A rebelião das massas”, o filósofo Ortega y Gasset descreveu o homem-massa como alguém que “só tem apetites, pensa que só tem direitos e não acha que tem obrigações”. O perfil psicológico que ele faz deste típico homem moderno é o de alguém com livre expansão de desejos e a radical ingratidão para com tudo que tornou possível a facilidade de sua existência. Em suma, a psicologia da criança mimada.

Qualquer um que assume a segurança econômica como um “direito”, age exatamente como uma criança mimada. Ignora como a natureza é hostil, e que todo o avanço material da modernidade era inexistente no passado. Um operário hoje tem mais conforto que muito nobre medieval. Basta pensar nas dificuldades de sobrevivência de Robinson Crusoé sozinho numa ilha – ou dos cubanos na ilha-presídio caribenha –, para se ter idéia do valor do progresso capitalista.

Sem a compreensão adequada desta realidade, muitos encaram o Estado como uma espécie de Deus, e exigem os bens modernos como “direitos naturais”. A mentalidade econômica predominante assume que a riqueza não precisa ser criada, devendo apenas ser dividida. Basta o governo tirar de José e dar para João, e todos terão uma qualidade de vida confortável. Esta postura leva à hipertrofia da social-democracia ou, no limite, ao socialismo.

A contrapartida da liberdade é sempre a responsabilidade. Os jovens vão conquistando mais liberdade à medida que passam a assumir as rédeas de suas vidas. Já as crianças mimadas nunca aceitam crescer, e preferem viver sempre à custa do pai, eximindo-se das escolhas essenciais. Para muitos, o Estado se tornou esta figura paterna que vai cuidar de tudo. Tal como as crianças que não são realmente livres, pois a liberdade concedida pode sempre ser retirada, os cidadãos sob o paternalismo estatal se tornam dependentes do governo para tudo.

Liberdade não é o mesmo que poder. Um cego não deixa de ser livre por não poder enxergar, assim como ninguém é escravo por não poder voar. A natureza nos impõe limites. Quando falamos em liberdade, estamos pensando basicamente na ausência de obstáculos criados pelos próprios homens, ou seja, da coerção humana. Este conceito de liberdade não tem ligação alguma com aquele comumente usado pelas crianças mimadas. Para estas, liberdade é ter todos os seus desejos satisfeitos por terceiros, ter um escravo onipotente, um gênio da garrafa pronto para realizar sonhos num estalar de dedos.

O homem moderno deseja ficar “livre” de todo sofrimento, da angústia, da falta, do risco. Ele vive no vale das quimeras, onde basta demandar algo, que o Estado atende. Todos devem ter “direito” à moradia decente, emprego com bons salários, fartas aposentadorias, remédios grátis, em resumo, a uma “vida digna” mesmo que sem esforços. Ninguém liga para como tais anseios serão atendidos. A resposta é automática: o Estado! Bastiat resumiu bem a questão: “O Estado é a grande ficção através da qual todo mundo se esforça para viver à custa de todo mundo”.

Onde há demanda, haverá oferta. Com tantas pessoas agindo feito uma criança mimada, parece natural que os candidatos a “paizão” ou “supermãe” logo apareçam. São aqueles que Thomas Sowell chamou de “ungidos”, pessoas que se consideram clarividentes, detentoras de uma incrível benevolência, e de um conhecimento quase onisciente. Eles sabem o que é melhor para cada um, e sua meta é proteger o indivíduo de si próprio, cuidar do povo como um pai cuida de seu filho.

A simbiose entre crianças mimadas e governantes paternalistas produz um círculo vicioso, alimentando o infantilismo na sociedade e concentrando mais poder no Estado. O fascismo de Mussolini representa o ápice deste modelo. Tudo no Estado, nada fora do Estado. O cidadão é tratado como um mentecapto, incapaz de tomar decisões acerca de seu destino. Cabe ao Estado escolher por todos: que leitura é adequada para nossos filhos; quais remédios nós podemos comprar; quanto de endividamento cada família pode ter; e até qual tipo de tomada devemos usar em casa!

Enquanto esta simbiose não for quebrada, jamais haverá liberdade individual de fato. Responsabilidade quer dizer “habilidade de resposta”, e esta deve ser do indivíduo. Nunca teremos satisfação plena de nossos desejos, pois somos seres imperfeitos. Mas temos que assumir nossa responsabilidade, sabendo que as coisas não caem do céu – ou do governo. Reconhecer isso é o primeiro passo para o amadurecimento. A alternativa é ser uma criança mimada para sempre, dependente do “papai” governo para tudo.

por Rodrigo Constantino

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

O Incrível Homem que Queria Censurar a "Mídia"

A Central única dos Trabalhadores promoveu ontem um evento chamado "Democracia e Liberdade Sempre". Conferiu prêmios a alguns batutas que, a seu juízo, foram expressões nessa área. Entre eles, estava José Dirceu! O encontro também serviu como um desagravo a Dilma Rousseff porque a Central considera que a sua opção, no passado, pela luta armada foi criminalizada. Ué! Achei que ela só tocasse piano e lesse poesia na VAR-Palmares... Não vão me dizer agora que ela pegou em armas e até participou do planejamento de assalto a bancos! Estou chocado! Pois bem: se a patuscada era para celebrar "democracia" e "liberdade", nada como descer o porrete na "mídia", certo? Foi o que fez o deputado cassado por corrupção José Dirceu, réu que a Procuradoria Geral da República chama "chefe de quadrilha".

Pois bem: ele disse que a "mídia" precisa, sim, de regulação, "como existe nos EUA, na França e na Inglaterra". Mas, ressalvou o agora "consultor de empresas privadas", há de ser uma regulação adaptada à nossa realidade. Ocorre que a regulação "adaptada à nossa realidade" já existe. Pode até ser aperfeiçoada, mas é uma farsa grotesca essa história de que o setor existe num vácuo legal. A quem interessa essa mentira? Àqueles que, sob o pretexto de nos propor uma "técnica", querem nos impor uma "política".

O Zé sempre sempre foi dono de teses um tanto exóticas e tem o seu jeito de trabalhar, não é?, que lhe rendeu a perda dos direitos políticos e lhe conferiu a alcunha de "chefe de quadrilha". O aspecto mais deletério do que se conhece da proposta do governo é mesmo o "controle de conteúdo", uma forma oblíqua de instituir a censura no país. O chefão do PT acha tudo isso bobagem e afirmou que as empresas não querem regulação porque temem a concorrência: "Não é uma batalha simples. Vai ter muitas nuances, muitas formas. O que eles [as empresas de comunicação] não querem é concorrência. É o que eles temem. Não é imprensa alternativa, de esquerda ou sindical. É a própria concorrência capitalista".

Huuummm... Devo entender, então, que Dirceu está empenhado em "manter a concorrência capitalista" no setor. À sua maneira, o governo Lula já faz isso, usando o nosso dinheiro, aquela fatia reservada à publicidade oficial e de estatais. Todos os veículos amigos são generosamente aquinhoados. Há até um galinheiro no fundo do quintal moral do Palácio para sustentar - seja com financiamento direto, seja com triangulações - a guerra suja na Internet. Petistas hoje já se orgulham de "ter" três redes de televisão, duas revistas semanais e dois portais da Internet. Esses são os que a turma tem literalmente no bolso, onde não há risco ser publicada uma informação independente.

O problema é que falta público. No fim das contas, o jornalismo que interessa não se vende, mas vende, e o que se vende não vende: custa caro e não interessa. O leitor, o ouvinte, o telespectador e o Internauta realmente relevantes sabem onde buscar informações e análises - e não costuma ser nos veículos da turma do nariz marrom. E isso os deixa furiosos; inflama aqueles velhos corações leninistas, embora seja hoje um leninismo perfeitamente adaptado ao mercado - não o mercado com regras, mas o selvagem. Em matéria de capitalismo, os petistas também são primitivos.

A abordagem de Dirceu é curiosa porque, até onde se sabe, não há nenhuma proposta para alterar, por exemplo, a presença de capital estrangeiro nas empresas de comunicação, hoje limitado a 30%. Um debate que ainda promete render é que essa limitação não vale para empresas de telefonia, por exemplo, que atuam na Internet, muitas delas prestando serviços jornalísticos, mas sem as limitações impostas às empresas de comunicação propriamente.

E o que José Dirceu tem com isso? Muito mais do que se imagina!

Ele é apontado no mercado como "o" homem, no Brasil, do grupo português Ongoing, que já é dono dos jornais "Brasil Econômico", do qual o réu e "chefe de quadrilha" (segundo a PGR) é colunista, "O Dia", "Meia Hora" e "Marca". Quer agora investir em televisão: a Rede TV e a Bandeirantes estão na mira. Qual é o truque? A Ejesa (Empresa Jornalística Econômico S.A.), que edita esses jornais, tem 70,1% de seu capital em nome de Maria Alexandra de Almeida Vasconcellos, brasileira, mas casada com Nuno Vasconcellos, presidente do Ongoing, que detém 29,9% da Ejesa. Em Portugal, dá-se como certo que é o grupo que comanda esses veículos por aqui. No meio político, o "Brasil Econômico" é chamado "aquele jornal do Dirceu". Evanise Santos, namorada do réu, é diretora de marketing institucional da Ejesa. O Ministério Público Federal de São Paulo abriu investigação para apurar a atuação do grupo português no Brasil.

O governo quer a "regulação da mídia? Quer, sim! Mas sabe que ela dificilmente sairá como ele deseja. Hoje, o empenho do PT é outro: reforçar a "grande mídia alternativa", isso que Dirceu chama de "concorrência capitalista" e que não passa de arranjo de cartório.

AS ARMAS
No evento da CUT, Dirceu afirmou que a eleição de Dilma representa a chegada da Geração de 68 ao poder e fez sua leitura sobre o passado. Lamentou que tenha sido a "centro-direita" a fazer a transição democrática: "Uma hegemonia que prevaleceu até a vitória do Lula. E que ainda tem presença nos nossos governos pelas condições e características do nosso processo político." Também fez sua releitura da luta armada: "Quem pegou em armas foi a ditadura. As armas que a nação entregou às Forças Armadas para defender a Constituição e a democracia, elas usurparam para impor ao País uma ditadura. E foi contra ela que nós nos levantamos e resistimos."

Há vários problemas aí. Dirceu não teve o papel "heróico" que atribui a si mesmo. Nunca ninguém o viu de arma na mão lutando contra a ditadura. Não que devesse. Mas cumpre não lhe atribuir uma coragem, ainda que doidivanas, que não teve. A centro-direita que fez a transição lhe foi bastante útil. Enquanto ela cuidava da democracia, ele vivia na clandestinidade no Paraná, sob identidade falsa, enganando a própria mulher, Clara Becker, fazendo-a acreditar que ele era Carlos Henrique Gouveia de Melo. Veio a anistia, ele pegou um velho retrato e revelou: "Eu não sou eu; sou outro, este aqui da foto". E pôs fim ao casamento. Eu me vejo tentado a indagar se ele teria revelado a sua real identidade e desfeito a união sem a anistia. Acho que não! Sua mulher era uma peça involuntária de sua necessidade política da época. No mundo de Dirceu, quem casou com Clara foi o Carlos, não ele...

Não há dúvida de que se implantou uma ditadura no país. Mas é preciso um mínimo de rigor. Não é que Zé e seus amigos não gostassem de um regime de força; eles gostavam, mas queriam outro, não aquele. Não por acaso, quem deu uma nova cara ao rapaz foram cirurgiões cubanos.

Mas de uma coisa ele pode se orgulhar: nunca ninguém conseguiu lhe mudar o caráter.

por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Viva Honduras! Novamente...

Dias desses, recebi um comentário de um esquerdista sobre o post Viva Honduras!, que contém uma declaração do povo hondurenho em apoio ao presidente constitucionalmente empossado pela Corte Suprema daquele país quando da tentativa de golpe de "Manual Zé Laia", o aprendiz de Hugo Chávez.


Diz o néscio:
Golpista é o exército. Você é que diz não ao Comunismo; e com isso diz sim ao Imperialismo. O povo hondurenho não merece trabalhar para manter os luxos das elites locais... Vai entender história, certo?


Como todo esquerdista, ele nada entende de liberdades e de preservação das mesmas. Gosta de ser apenas mais um no formigueiro da ideologia socialista e, portanto, esquece-se de ler documentos e entender os fatos, limitando-se a propagar o que lhe falam aqueles esquerdistas que eles chama de "intelequituais".


Então, vamos ensinar um pouquinho ao pobre coitado. E eu vou começar pelo final de seu comentário. Por partes, para facilitar a ele:


0. Vai entender história, certo? - Não entendi muito bem o que o anódino camarada quis dizer com "vai entender história"... talvez fosse "vai estudar história", mas vamos lá. Se há alguém que precisa estudar - muito e não somente história - é o anônimo que fez este comentário.


1. Golpista é o exército - ele deve estar referindo-se ao fato de o exército ter agido para retirar Zelaya do país a mando da Corte Suprema de Justiça, baseada em sua Carta Magna (a Constituição, viu, anônimo?)! E por que a Corte Suprema fez isto?
  • O artigo 239 da Constituição hondurenha determina, entre outras coisas, que "o cidadão que tenha desempenhado a titularidade do Poder Executivo não poderá ser presidente ou indicado. Quem transgredir essa disposição ou propuser a sua reforma, assim como aqueles que o apoiarem direta ou indiretamente, perderão imediatamente seus respectivos cargos e ficarão inabilitados por dez anos para o exercício de qualquer função pública". Foi o que Zelaya tentou. Pesquise: Zelaya anunciou que faria a sua consulta para tentar a reeleição e a Justiça do país a declarou ilegal; A Justiça proibiu o Exército de tomar as providências para fazer a tal consulta; Zelaya deu ao Exército uma ordem considerada ilegal pela Justiça, violando outros artigos constitucionais. Se o Exército a tivesse cumprido, o golpe teria sido dado ali - e os esquerdistas estariam dizendo que tudo foi feito democraticamente (na democracia torta das cabeças comunistas)!
  • Ainda na própria Constituição hondurenha, no capítulo II do Artigo 4º ("Dos Cidadãos") estabelece que: a qualidade de cidadão perde-se: (...) 5. Por incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do Presidente da República;(...). Foi o que fez o sr. Zelaya. Foi deposto. Perdeu sua qualidade de cidadão hondurenho e, não mais sendo um cidadão hondurenho, o exéricot agiu para retirá-lo do país. Legalmente.
Assim, golpista era Zelaya, influenciado por Chávez e Fidel, apoiado, depois, por Lulático e seus comunistinhas amestrados. Mas não esqueça - ou, ao menos, aprenda -, Honduras tem uma Constituição! E ela deve ser respeitada! Os parvos que disseram "golpe!", não a leram. E os que a leram e disseram "golpe!" eram todos esquerdistas, juntados que sempre estiveram no Foro de São Paulo, e apoiavam a tentativa de golpe de Zelaya.

Se você quiser ver como não foi um "golpe militar", leia o que o petista Dalmo Dalari escreveu à época a este respeito. Espero sinceramente qu evocê consiga entender.


2. Você é que diz não ao Comunismo; e com isso diz sim ao Imperialismo - Não somente eu digo NÃO ao Comunismo. Toda as pessoas realmente estudadas e que prezam suas liberdades dizem NÃO AO COMUNISMO! E com isto, também digo NÃO AO IMPERIALISMO, boçal!

Jamais, em toda a História do último século, houve país mais imperialista do que a extinta URSS, que era, adivinhe só?, COMUNISTA!


É claro que o anônimo usa maliciosamente da palavra "imperialismo", referindo-se, particularmente, aos Estados Unidos, como aprendeu com seus mestres comunistas. Mas ele, anônimo, particularmente não "vai entender história" Ele nunca vai saber que a extinta URSS, após a II Guerra Mundial, anexou dezenas de países e os manteve subjugados, a poder de fuzis e tanques, como Hungria, Checoslováquia, Polônia, Alemanha Oriental etc. E ele sempre vai crer que o massacre de Katyn foi feito pelos alemães, e não pelos comunistas soviéticos a mando de Stalin.


3. O povo hondurenho não merece trabalhar para manter os luxos das elites locais - Ah! O que seria dos comunistas sem as eternas "zelites", não é mesmo? Esses cupins da sociedade humana conseguem destacar-se em absolutamente nada em nossa sociedade sem estar em bando, sem suas palavras de ordem, sem seus brados de "justissa çossiau"! E no entanto, quando têm que verdadeiramente fazer algo para a evolução do mundo, somente conseguem torná-lo ainda pior, como na Coréia do Norte, na China, nas extintas Rússia e Alemanha Oriental e em Cuba!


Quem trabalha para manter "os luxos das elites locais", caro parvoalho? O povo hondurenho trabalha para manter seus próprios luxos - que, aliás, é o que você deveria fazer, ao invés de vir com suas ideias retógradas aqui (embora vocês mesmos digam ser "pogressistas"). Já dizia Joãozinho Trinta: quem gosta de miséria é intelectual; pobre gosta é de luxo!


E prá você, anódino, que tanto gosta do socialismo e do comunismo, um quadrinho com dados factuais sobre os mortos por estas tão odientas ideologias - dados estes retirados do "Livro Negro do Comunismo", o qual foi escrito por ex-comunistas com base em DOCUMENTOS; portanto, História inegável:


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Rússia Reconhece o Massacre de Katyn

O Parlamento Russo aprovou, no dia 30 de Novembro, uma declaração em que reconhece a responsabilidade de Stalin no massacre de 22 mil poloneses realizado em Katyn, na Rússia, em 1940.

O documento foi aprovado numa sessão tumultuada da Duma, com resistência do Partido Comunista, na oposição, segundo o qual a declaração constitui “uma falsificação da história e a revisão das conclusões do Tribunal de Nuremberg”.

No texto, afirma-se que “o crime de Katyn foi cometido sob ordem pessoal de Stalin e outros dirigentes soviéticos”. Sempre negado na URSS, o massacre foi reconhecido em 1990 pelo então líder soviético Mikhail Gorbachev.

O texto surge no contexto de crescente aproximação entre Moscou e Varsóvia. O Presidente russo, Dmitri Medvedev, inicia dia 5 uma visita oficial à Polônia.

(...)

O jornal russo Vedomosti noticiou, também, que Medvedev vai lançar uma campanha de “desestalinização”, incluindo abertura de arquivos e aprovando monumentos para lembrar as vítimas.

Citado pela Interfax, o conselheiro do Kremlin para os direitos humanos, Mikhail Fedorov, explicou que este não será o processo de Estaline, mas um estudo do seu regime. “Para mim, é evidente que todo o povo [soviético] foi vítima”, disse.

Em relação a Katyn, não restam dúvidas históricas. Morreram cerca de 22 mil poloneses, incluindo milhares de oficiais que tinham se entregado às autoridades soviéticas após a invasão alemã da Polônia.

A ordem para eliminar os poloneses veio do Kremlin e foi cumprida durante vários dias por tropas da NKVD. As valas comuns seriam descobertas pelos nazis, tendo a notícia produzido enorme desconfiança entre os aliados, que incluíam um Governo polonês no exílio em Londres.

por Luiz Naves, no Diário de Notícia

Comento:
Enquanto a Rússia se rende ao óbvio e admite que o socialismo e o comunismo são ideologias assassinas, no Brasil as esquerdas querem implantar a matança como já ocorreu em todos os países comunistas.

Até quando o povaréu - incluindo-se aí, os militontos esquerdistas - vai continuar estúpido e passar a enxergar que o "bolsa esmola" é somente uma migalha que os esquerdistas dão para comprar sua liberdade?

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

O Retorno

Os que me acompanham sabem que há dias nada escrevo. Mais precisamente desde que a terrorista Dil-má ganhou a próxima presidência de nosso país. Os que votaram no PT o fizeram por causa do projeto "desenvolvimentista-enganatório" deste partido: eles mostram-se "capitalistas", mas são "capetalistas", como todo comunista.


Hoje, porém, tive que voltar. Há notícias na imprensa - que eles chamam de mídia - deveras preocupantes. E isso porque a terrorista sequer assumiu o cargo.


Vejam o que vai abaixo, na Folha de São Paulo. Volto depois.


A primeira versão do projeto do governo para o setor de telecomunicação e radiodifusão prevê a criação de um novo órgão, a ANC (Agência Nacional de Comunicação), para regular o conteúdo de rádio e TV. A Folha teve acesso à minuta da proposta, batizada de Lei Geral da Comunicação Social. O texto tem cerca de 40 páginas e vem sendo mantido em sigilo. É resultado do grupo de trabalho criado há seis meses e coordenado pelo ministro Franklin Martins para discutir um novo marco regulatório para o setor.


A nova agência para regular conteúdo substituiria a Ancine (Agência Nacional do Cinema) e teria poderes para multar empresas que veicularem programação considerada ofensiva, preconceituosa ou inadequada ao horário. O presidente da Ancine, Manoel Rangel, disse à Folha que não tem “opinião formada” sobre a mudança. O texto prevê ainda a proibição que políticos com mandato sejam donos ou controlem rádio e TV. A atual legislação proíbe apenas que eles ocupem cargos de direção nas empresas. Não está claro no anteprojeto se a vedação atingiria quem já tem concessões. Levantamento da ONG Transparência Brasil aponta que 160 parlamentares têm concessões de rádio e TV.


O ministro já afirmou que o governo Lula não vai encaminhar o projeto ao Congresso, e sim entregá-lo a Dilma Rousseff como sugestão. Caso Dilma decida enviar a proposta ao Congresso, o texto pode sofrer alterações e passar por consulta pública. Se a lei for aprovada, o funcionamento da agência será detalhado em decreto. Na semana passada, Lula disse, em entrevista, que Dilma fará a regulação. O processo de outorga de novos canais ou renovação também passará pela nova agência, além do circuito Ministério das Comunicações-Congresso, e se tornaria mais transparente, com o passo a passo publicado na internet.


A Folha apurou ainda que a proposta incorpora vários pontos do PL 116, que cria novas regras para o mercado de TV por assinatura e de conteúdo audiovisual, mas não trata de regras para cumprimento do limite de participação de capital estrangeiro nos meios de comunicação.


por Andreza Matais, na Folha


Voltei.O que dizer, não é mesmo?

É uma proposta pura e cristalina como água da fonte: censura. Os esquerdistas adoram a censura. Principalmente quando eles são os censores. É - e sempre foi - assim em todos os países socialistas/comunistas. Eles censuram até o conteúdo da internet...

O presiMente Lula vem tentando isto desde que assumiu o primeiro mandato. Chegou até a pedir a expulsão do jornalista Larry Roth, do New York Times, em 2005, porque ele havia dito que Lula é chegado numa "manguaça" - e ele tinha fotos de Lula visivelmente alterado, alcoolicamente falando...

Eles, que são amigos dos piores facínoras da Terra (Fidel, Hugo Chávez, Evo Moralez, Ahmadinejad etc.) detestam a sua liberdade, a democracia, a liberdade que temos - e que já não é muita. Eles acham que todos têm que ser como robozinhos, trabalhando somente para o governo ou para aqueles que o governo permite que tenham empreendimentos, como era na Alemanha de Hitler ou na Rússia de Stálin.

E, vejam lá, quem é a dupla que está encabeçando mais esta tentativa de cercear sua liberdade: Dil-má e Franklin "Goebbels" Martins. A primeira terrorista, já conhecemos bem, aqui; já o segundo, foi um dos sequestradores do embaixador norte-americano Charles Elbrick. Recentemente, até, num documentário sobre as ações das esquerdas nos anos 60, quando Franklin foi inquirido sobre a possibilidade real de assassinar o embaixador, conforme prometiam ele gargalhou e disse que era óbvio que o fariam.

Eis aí o humanista Franklin Martins! E você que me lê acha que, se este ser humanista e progressista que gargalhada com a possibilidade de matar a sangue-frio outra pessoa irá se importar com a sua liberdade? NÃO! Embora eles seja o Sinistro das Comunicações e devesse zelar pela liberdade de imprensa, ele é totalmente avesso a ela: o que Franklin gosta é a imprensa cubana, a imprensa chinesa, a imprensa norte-coreana, que são totalmente controladas pelos governos daqueles países.

Mas esta questão não é só de caráter. É também uma questão política: as esquerdas todas odeiam nossa liberdade e vêm paulatinamente tentando sublimar nossa consciência, nossas vontades, nossos direitos. Elas têm um “projeto histórico” - encabeçado pelo PT e pelo PC Cubano, enraizado no Foro de São Paulo -, que é a construção de um único país na América Latina, qual era o império soviético. E se, num determinado momento, as forças da sociedade atrapalham a realização desse projeto, o que fazer (para lembrar a pergunta clássica de Lenin)? Eliminar os entraves! Porém, como eles sabem que não é mais possível usar o método clássico de eliminação da "burguesia", como mandava Marx/Lenin (passar fogo nos adversários burgueses), elas recorrem ao método gramsciano: a tomada do poder pela eliminação gradual das vontades da população pela via legal.

Mas e Dil-má? Ela não havia jurado, durante sua campanha à presidência, que não faria qualquer mecanismo de controle da imprensa - dizendo, ainda, que o único controle que ela admitia era o controle remoto. Mas qual o quê! Dil-má é esquerdista, e como todos eles, adora uma mentira.

Afinal, não podemos nos esquecer que foi Dil-má que assinou o PNDH III, que tinha, em seu corpo, outra tentativa de cerceamento da liberdade de imprensa.

Alguns tolos poderão até dizer que a intenção do governo é interferir só na área de radiodifusão porque se trata de concessão pública, ficando livres jornais, revistas e a Internet. Bobagem! Eles, que querem extirpar a liberdade, não precisam de motivo, só de pretexto: começarão com as concessões públicas e tentarão controlar a imprensa como um todo, como Chávez fez na Venezuela e Cristina Kirshner vem fazendo na Argentina.

Não podemos nos esquecer que Franklin foi um dos coordenadores da 1ª CONFECOM - Conferência de Comunicação, feita no ano passado e que foi Dil-má que assinou o PNDH III, o qual não poupava ninguém: instituía a censura a todos em nome dos nobilíssimos direitos humanos!