terça-feira, 28 de julho de 2009

Fome de Justiça?

O texto a seguir foi publicado n'O Globo do dia 24/07/2009. Comento em seguida.


Somam hoje 950 milhões as pessoas ameaçadas pela fome crônica. Eram 800 milhões até 2007. De lá para cá o número aumentou, devido à expansão do agronegócio, cujas tecnologias encarecem os alimentos, e à maior extensão de áreas destinadas ao cultivo de agrocombustíveis, produzidos para saciar a fome de máquinas e não de gente.

A fome é o que há de mais letal inventado pela injustiça humana. Causa mais mortes que todas as guerras. Elimina cerca de 23 mil vidas por dia; quase 1.000 pessoas por hora! As crianças são as principais vítimas.

Quase ninguém morre por falta de alimentos. O ser humano suporta quase tudo: políticos corruptos, humilhações, agressões, indiferenças, a opulência de uns poucos. Até o prato vazio. Por isso ninguém morre da falta completa de alimentos. Os famélicos, quando nada têm para comer, levam à boca, para enganar a fome, restos catados no lixo, lagarto, rato, gato, tanajura e variados insetos. A falta de vitaminas, carboidratos e outros nutrientes essenciais debilita o organismo, torna-o vulnerável às enfermidades. Crianças raquíticas morrem de simples resfriado, privadas de defesas.

Há apenas quatro fatores de morte precoce: acidentes (de trabalho ou trânsito); violência (assassinato, terrorismo ou guerra); enfermidades (aids ou câncer); e fome. Esta produz o maior número de vítimas. No entanto, é o fator que menos suscita mobilizações. Há sucessivas campanhas contra o terrorismo ou pela cura da aids, mas quem protesta contra a fome?

Os miseráveis não fazem protestos. Só quem come entra em greve, vai às ruas, manifesta em público descontentamento e reivindicações. Como essa gente não sofre ameaça da fome, os famintos são ignorados.

Agora, os líderes das nações mais ricas e poderosas do mundo, reunidos no G-8, em L'Aquila, Itália, no início de julho, decidiram liberar US$15 bilhões para aplacar a fome mundial.

Como o G-8 é cínico! Ele é o responsável pelos famintos serem multidão. Eles não existiriam se as nações metropolitanas não adotassem políticas protecionistas, barreiras alfandegárias, transnacionais de agrotóxicos e de sementes transgênicas. Não morreriam de fome cerca de 5 milhões de crianças por ano se o G-8 não manipulasse a OMC, não incentivasse a desigualdade social e tudo isso que a aprofunda: o latifúndio, a especulação dos preços dos alimentos, a apropriação privada da riqueza.

Apenas US$15 bilhões! Sabem quanto esses senhores e senhoras do G-8 destinaram para salvar — não a humanidade — mas o mercado financeiro, de setembro de 2008 a junho de 2009? Mil vezes esta quantia! US$15 bilhões servem apenas para oferecer uns caramelos a alguns famintos. Sem contar que boa parte desses recursos irá para o bolso dos corruptos ou servirá de moeda de troca eleitoral. Dou-lhe um pão, dá-me um voto!

Se o G-8 tivesse de fato intenção de erradicar a fome no mundo, promoveria mudanças nas estruturas mercantilistas que regem a produção e o comércio mundiais, e canalizaria mais recursos às nações pobres que aos agentes do mercado financeiro e à indústria bélica.

Se os donos do mundo quisessem realmente acabar com a fome, eles tornariam o latifúndio um crime de lesa-humanidade e permitiriam a livre circulação de alimentos, assim como ocorre com o dinheiro. Do mesmo modo, se tivessem mesmo o propósito de erradicar o narcotráfico, em vez de prender uns poucos traficantes, poriam suas máquinas de guerra para destruir definitivamente os campos de plantação de maconha, de coca, de papoula e de outros vegetais, transformando-os em áreas de agricultura familiar. Sem matérias-primas, não há traficante capaz de produzir droga.

Dizer que o G-8 intenciona acabar com a fome ou salvar o planeta da degradação ambiental equivale a esperar que, no próximo Natal, Papai Noel traga de presente uma vida digna a todas as crianças pobres. O cinismo é tanto que os líderes mundiais prometem estabelecer bases de sustentabilidade ambiental a partir de 2050. Ora, se a natureza algo ensina de óbvio é que, a médio prazo, estaremos todos mortos! Se a Terra já perdeu 25% de sua capacidade de autorregeneração, o que acontecerá se a humanidade tiver que esperar mais 40 anos para que se tomem medidas eficazes?

Se aqueles que não passam fome tivessem, ao menos, fome de justiça, virtude qualificada por Jesus como bem-aventurança, então a esperança em um futuro melhor não seria vã.

por Frei Betto, no O Globo


O "frei" Betto, codinome atual de Carlos Alberto Libânio Christo, é um ex-frei da ordem dos dominicanos, que atualmente, junto com Leonardo Boff, é adepto da "Escatologia da Libertação", corrente marxista dita teológica - ou seja, ele usa de seu parco conhecimento teológico para pregar a implantação do comunismo.

Assim sendo, como todo esquerdista doutrinado nos escritos marxistas, prega muito bem a mentira, já que esta não faz parte dos dez mandamentos da Lei Divina, nem é um dos sete pecados capitais!

Veja como começa o "frei": números! E qualquer um pode tê-los. Basta uma busca rápida na internet.

Depois: mentira deslavada! E garanto: o "frei" nem vermelho-comunista ficou! Ele afirma categoricamente que o aumento do número de famélicos no mundo se deve à expansão do agronegócio! e que o mundo deveria ser entregue ao MST e suas invasões e enxadas!

Acompanhou a lógica distorcida dos esquerdistas? O agronegócio, que faz com que, por exemplo, o Brasil bata todos os anos o recorde de produção de alimentos, é o culpado pela fome!

Ou seja: quanto mais alimentos o agronegócio produz, mais famintos existem (no Brasil e no mundo).

E, pasmem!, as tecnologias utilizadas pelo agronegócio, que ajudam a produzir mais e - eis a aula básica de Massinha I em economia -, consequentemente, baratear o custo da produção, na verdade encarecem os alimentos.

Ó luminar da sabedoria, desejo-vos perguntar, então: se entregarmos os campos à produção dos "enxadistas" do MST, conforme vosso sapientíssimo conselho, teremos, quase que automaticamente, a erradicação da fome no mundo?

Ah! "frei" Betto, como o senhor é cínico! Não é primeira vez que um ou mais governos do mundo se juntam para ajudar a aplcara a fome do mundo - os páaíes da África, como Uganda, Ruanda, Congo e especialmente Zimbábue do seu amigo Robert Mugabe, que o digam.

Mas o que faz aquele e tantos outros governos: toma para si toda e qualquer ajuda, quer em dinheiro quer em espécie. E contra isto, o senhor nada fala. Afinal, a grande maioria dos governos destes países são - ou foram até passado recente - comunistas.

Mas, ah!, contra estes governos, nenhum "ai!, pobre povo dominado por ditadores!", como o é o povo cubano. Este, aliás, é dominado por seu ídolo, Fidel Castro, de quem o senhor já tomou a benção por várias vezes.

É claro que isto não é, para o senhor, nenhum depreciativo, não é mesmo? Afinal, o senhor acobertava os terroristas da ALN - dentre eles, o assassino Marighela!

É... dizer que o "frei" Betto deseja acabar com a fome do mundo é o mesmo que acreditar em Papai Noel transando com o Coelhinho da Páscoa em frente ao Saci Pererê. Ele só quer, como todo comunista, acabar com o "capitalismo" para que todos sejam "iguais" - desde que ele seja "mais igual que os outros", fazendo parte da "nomenklatura", aqueles iluminados que guiam o resto da manada e ficam com todas as benesses que a manada nunca teve, nem terá, onde o comunismo foi implantado.

Se o "frei" Betto tivesse realmente fome de justiça, lutaria não contra o "capitalismo", mas contra os governos que sempre deixaram o povo abandonado.

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