terça-feira, 31 de agosto de 2010

Os Fundamentos Econômicos da Liberdade

Os animais são guiados por desejos instintivos. São seres que se entregam a qualquer que seja o impulso prevalecente em dado momento, impulso esse que clama categoricamente por sua satisfação. Os animais são simples marionetes de seu próprio apetite.

Já a superioridade do homem pode ser comprovada no fato de ele ter a capacidade de escolher entre alternativas. Ele regula seu comportamento deliberadamente. Ele pode controlar seus impulsos e desejos; ele tem o poder de suprimir aqueles desejos cuja satisfação o forçaria a renunciar à realização de outros objetivos mais importantes. Em resumo: o homem age; ele propositalmente concentra esforços para atingir os fins por ele escolhidos. É isso que temos em mente ao declararmos que o homem é um ser moral, responsável por sua conduta.

A liberdade como um postulado da moralidade
Todos os ensinamentos e preceitos da ética - sejam eles baseados em um credo religioso ou em uma doutrina secular como a dos filósofos estóicos - pressupõem essa autonomia moral do indivíduo e, portanto, apelam à sua consciência. Esses ensinamentos pressupõem que o indivíduo é livre para escolher entre vários modos de conduta e requerem que ele se comporte em conformidade com regras definidas, as regras da moralidade. Ou seja: que ele faça as coisas certas e se afaste das erradas.

É óbvio que as exortações e as repreensões da moralidade somente fazem sentido quando voltadas para indivíduos que são agentes livres. Elas são totalmente vãs quando direcionadas para escravos. É inútil dizer a um escravo o que é moralmente bom e o que é moralmente ruim. Ele não é livre para determinar seu comportamento; ele é forçado a obedecer às ordens de seu mestre. É difícil culpá-lo se ele prefere se entregar aos comandos de seu mestre ao invés de desobedecê-lo, quando se sabe que a desobediência significará a mais cruel punição não só para ele, mas também para os membros de sua família.

É por isso que a liberdade não é apenas um postulado político; ela é um postulado de toda a moralidade, seja ela religiosa ou secular.

A luta pela liberdade
Entretanto, durante milhares de anos uma parte considerável da humanidade esteve inteiramente, ou ao menos em muitos aspectos, privada da faculdade de escolher entre o que era certo e o que era errado. Na sociedade daquela época, a liberdade para agir de acordo com sua própria escolha era - para as camadas mais baixas da sociedade, a grande maioria da população - restringida seriamente por um rígido sistema de controles. Uma formulação abertamente franca desse princípio foi o estatuto do Sacro Império Romano-Germânico, que conferia aos príncipes e condes do Reich (Império) o poder e o direito de determinar a fidelidade religiosa de seus súditos.

Os orientais docilmente se sujeitaram a essa situação. Mas os povos cristãos da Europa e seus descendentes que se estabeleceram em territórios além-mar nunca se cansaram de batalhar pela liberdade. Passo a passo eles aboliram todos os privilégios de casta e todas as desvantagens de determinadas posições sociais até que finalmente tiveram êxito na criação de um sistema. E esse sistema é aquele que os arautos do totalitarismo tentam difamar pela alcunha de sistema burguês.

A supremacia dos consumidores
A fundação econômica desse sistema burguês é a economia de mercado, na qual o consumidor é o soberano. O consumidor - ou seja, toda a população - determina, através do ato de comprar e o de não comprar, o que deve ser produzido, em qual quantidade e com que qualidade. Os empresários são forçados, por meio do instrumental de lucros e prejuízos, a obedecer às ordens dos consumidores. Somente irão prosperar aquelas empresas que fornecerem, da melhor e mais barata maneira, as mercadorias e serviços que os compradores estão mais ansiosos para obter. Aqueles que fracassarem em satisfazer o público sofrerão prejuízos e finalmente serão forçados a abandonar os negócios.

Nas eras pré-capitalistas, os ricos eram aqueles proprietários dos grandes terrenos e imóveis. Eles e seus ancestrais adquiriram sua propriedade, os feudos, como presente dado pelos soberanos que - com sua ajuda - conquistaram territórios e subjugaram seus habitantes. Esses aristocráticos proprietários de terras eram verdadeiros lordes, pois não estavam sob o jugo do público consumidor. Por outro lado, os ricos de uma sociedade industrial capitalista estão sempre sujeitos à supremacia do mercado. Eles adquirem sua riqueza ao servir os consumidores de uma forma melhor e mais eficiente do que outras pessoas, e perdem sua riqueza quando essas outras pessoas satisfazem os desejos dos consumidores de uma forma melhor e mais barata do que eles.

Em uma economia de livre mercado, os donos do capital são forçados investi-lo naquelas linhas que melhor irão servir o público. Assim, a propriedade dos bens de capital é algo que se transfere continuamente para as mãos daqueles que mais têm êxito em servir aos consumidores. Nesse sentido, é a economia de mercado baseada na propriedade privada que representa o verdadeiro serviço público: é ela que impõe aos proprietários a responsabilidade de empregar seu capital no melhor dos interesses dos consumidores soberanos. É a isso que os economistas se referem quando eles dizem que a economia de mercado é uma democracia na qual cada centavo dá direito a voto.

Os aspectos políticos da liberdade
O governo representativo é o corolário político da economia de mercado. O mesmo movimento espiritual que criou o capitalismo moderno substituiu o domínio autoritário dos reis absolutistas e das aristocracias hereditárias pelo sistema de representantes democraticamente eleitos.[1] Foi esse tão menosprezado liberalismo burguês que trouxe a liberdade de escolhas, de pensamento, de expressão e de imprensa, e pôs fim à intolerante perseguição de dissidentes.

Um país livre é aquele em que cada indivíduo tem a liberdade de moldar sua vida de acordo com seus próprios planos. Ele é livre para concorrer no mercado em busca dos empregos mais desejáveis e, no cenário político, dos cargos mais altos. A sua dependência em relação a favores alheios não é maior do que a dependência dos outros em relação a ele. Se ele quiser ter êxito no mercado, terá de satisfazer os consumidores; se quiser ter êxito na vida política, terá de satisfazer os eleitores.

Esse sistema trouxe aos países capitalistas da Europa Ocidental, América do Norte e Austrália um aumento demográfico sem precedentes e o mais alto padrão de vida jamais visto na história. O cidadão médio, sobre o qual tanto se fala, tem hoje à sua disposição amenidades e confortos com os quais os homens mais ricos das eras pré-capitalistas sequer sonhavam. Ele tem o privilégio de poder desfrutar das conquistas espirituais e intelectuais da ciência, da poesia e da arte, coisa que, no passado, eram acessíveis apenas a uma pequena elite de pessoas abastadas. E ele é livre para adorar e cultuar os símbolos religiosos que bem quiser.

A distorção socialista da economia de mercado
Todos os fatos a respeito da operação do sistema capitalista foram deturpados e distorcidos por políticos e escritores contrários à escola de pensamento que, no século XIX, esmagou o domínio arbitrário de monarcas e aristocratas e pavimentou o caminho para o livre comércio e a livre empresa. Essa escola chama-se liberalismo.

Do ponto de vista desses defensores do retorno ao despotismo, todos os males que atormentam a humanidade se devem às sinistras maquinações feitas pelas grandes empresas. O que é necessário fazer para levar riqueza e felicidade para todas as pessoas decentes é colocar as corporações sob estrito controle governamental. Eles admitem, ainda que bem indiretamente, que isso significa a adoção do socialismo, o sistema vigente na União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Mas eles declaram que o socialismo será algo inteiramente diferente nos países da civilização Ocidental em relação àquilo que é na Rússia. E ademais, dizem eles, não há outra maneira de despojar as gigantescas corporações do enorme poder que elas adquiriram e impedir que elas sigam prejudicando os interesses populares.

Contra toda essa propaganda fanática, torna-se necessário enfatizar repetidas vezes a verdade: foram as grandes empresas que tornaram possível a melhora sem precedentes do padrão de vida das massas. Para um relativamente pequeno número de abastados, bens de luxo podem ser produzidos por empresas de pequeno porte. Mas o princípio fundamental do capitalismo é produzir para satisfazer as necessidades e desejos da maioria. As mesmas pessoas que estão empregadas nas grandes corporações são as consumidoras principais dos bens produzidos. Se você olhar ao redor das casas das famílias de classe-média, entenderá o que estou dizendo. São as grandes empresas que tornaram todas as conquistas da tecnologia moderna acessíveis ao homem comum. Todas as pessoas são beneficiadas pela alta produtividade da produção em larga escala.

É tolice falar sobre o "poder" das grandes empresas. A marca intrínseca do capitalismo é que o poder supremo em todas as questões econômicas é conferido aos consumidores. Todas as grandes empresas tiveram um começo modesto e se tornaram grandes justamente porque o apoio dado pelos consumidores as fez crescer. Seria impossível que pequenas e médias empresas criassem os mesmos produtos dos quais, hoje, nenhum cidadão médio consegue abrir mão. Quanto maior é uma corporação, mais ela depende da prontidão do consumidor para comprar suas mercadorias. Foram os desejos - ou, dizem alguns, a tolice - dos consumidores que levaram a indústria automotiva a produzir carros cada vez maiores para, logo depois, forçá-las a fabricar novamente carros menores. Redes de lojas e lojas de departamento necessitam ajustar diariamente suas operações para poder satisfazer as mudanças de desejos de seus clientes. A lei fundamental do mercado é: quem manda é o consumidor.

Qualquer um que critique a conduta dos negócios feitos no mercado e tenha a pretensão de saber métodos melhores para a provisão dos consumidores não passa de um tagarela desocupado. Se ele acha que seus esquemas são melhores, então por que ele próprio não os aplica? Sempre haverá capitalistas à procura de um investimento lucrativo para seus fundos. Estes se mostrarão dispostos a fornecer ao tagarela o capital necessário para qualquer inovação sensata. E o público sempre estará ávido para comprar o que for melhor, ou mais barato, ou que for simultaneamente melhor e mais barato. O que vale no mercado não são devaneios fantásticos, mas, sim, ação. Não foi o falatório que enriqueceu os "magnatas", mas o serviço prestado aos consumidores.[2]

O acúmulo de capital beneficia a todos
Virou moda hoje em dia ignorar silenciosamente o fato de que toda e qualquer melhoria econômica depende da poupança e do acúmulo de capital. Nenhuma das maravilhosas conquistas da ciência e da tecnologia poderia ter sido posta em prática se o capital requerido não tivesse sido previamente disponibilizado. O que impede que as nações economicamente atrasadas façam uso pleno dos métodos ocidentais de produção - inação essa que mantém empobrecida sua população - não é a infamiliaridade com os ensinamentos tecnológicos, mas sua insuficiência de capital. Trata-se de uma avaliação seriamente incorreta dizer que os problemas enfrentados pelos países desenvolvidos se devem à sua falta de conhecimento técnico, o chamado "know how". Seus empresários e seus engenheiros, grande parte deles graduados nas melhores universidades dos EUA e da Europa, estão bem familiarizados com o estado da atual ciência aplicada. O que amarra suas mãos é a escassez de capital.

Cem anos atrás os EUA eram ainda mais pobres do que essas nações atrasadas. O que fez com que os EUA se tornassem o país mais afluente do mundo foi o fato de que o "individualismo vigoroso" dos anos anteriores ao New Deal não colocou obstáculos muito pesados no caminho dos homens empreendedores. Os empresários desse país enriqueceram porque reinvestiram a maior parte dos seus lucros em seus negócios, e consumiram apenas uma pequena parte deles em proveito próprio. Assim, eles enriqueceram não apenas eles próprios mas também todas as outras pessoas. Foi essa acumulação de capital que elevou a produtividade marginal do trabalho e, consequentemente, os salários.

No capitalismo genuíno, a cobiça de um empreendedor individual beneficia não apenas ele próprio, mas também todas as outras pessoas. Há uma relação recíproca entre sua aquisição de riqueza - seja por meio dos serviços prestados aos consumidores, seja por sua acumulação de capital - e a melhora do padrão de vida dos assalariados que formam o grosso dos consumidores. As "massas" - tanto na sua condição de assalariados, como na de consumidores - estão interessadas é na florescência dos negócios. É isso que os antigos liberais tinham em mente quando declararam que, na economia de mercado, prevalece uma harmonia dos verdadeiros interesses de todos os grupos da população.

O bem-estar econômico ameaçado pelo estatismo
Foi na atmosfera mental e moral desse sistema capitalista que o cidadão americano enriqueceu. Ainda existem em algumas partes dos EUA condições que aparentam ser, para os prósperos habitantes dos avançados distritos do país, que são a maioria, altamente insatisfatórias. Mas o rápido progresso da industrialização já teria há muito acabado com esses bolsões de atraso não fossem as infelizes políticas do New Deal, que reduziram bruscamente a acumulação de capital - essa insubstituível ferramenta para o melhoramento econômico.

Acostumado às condições de um ambiente capitalista, o americano médio já toma como certo que a cada ano o mercado irá criar algo novo e mais acessível pra ele. Olhando para trás, relembrando seu próprio passado, ele percebe que muitos objetos que lhe eram totalmente desconhecidos nos dias de sua juventude, bem como muitos outros que àquela época só podiam ser desfrutados por uma minoria ínfima, já são hoje o equipamento padrão de quase todas as famílias. Ele está totalmente confiante que essa tendência vai continuar no futuro. Ele simplesmente chama isso de "o estilo americano de vida", e não pára muito para pensar no que tornou possível essa contínua melhora na oferta de bens materiais. Ele não está devidamente preocupado com o avanço de alguns fatores destinados não apenas a impedir uma ulterior acumulação de capital, mas que podem muito brevemente levar a uma desacumulação de capital. Ele não se opõe às forças que - ao aumentar estupidamente o gasto público, ao reduzir a acumulação de capital, ao consumir partes do capital investido nos negócios e, em última instância, ao inflacionar a oferta monetária - estão enfraquecendo as genuínas fundações de seu bem-estar material. Ele não está preocupado com o crescimento do estatismo, um sistema que, onde quer que foi aplicado, sempre resultou na produção e na preservação de condições que, a seus olhos, seriam horripilantemente miseráveis.

Não há liberdade pessoal sem liberdade econômica
Infelizmente, muitos de nossos contemporâneos são incapazes de perceber quais seriam as conseqüências de uma mudança radical nas condições morais do homem, da ascensão do estatismo e da substituição da economia de mercado pela onipotência do estado. Eles são iludidos pela idéia de que prevalece um dualismo bem definido nas relações do homem. Eles crêem que é possível separar, de um lado, toda a esfera das atividades econômicas e, de outro, toda a esfera das atividades consideradas não econômicas. E entre essas duas esferas, crêem eles, não há qualquer conexão. A liberdade que o socialismo abole é "apenas" a liberdade econômica, enquanto que a liberdade em todas as outras questões permanece intocada.

Entretanto, essas duas esferas não são independentes uma da outra, como assume essa doutrina. Os seres humanos não flutuam em regiões etéreas. Tudo o que um homem faz tem necessariamente que, de uma maneira ou de outra, afetar a esfera econômica ou material - o que requer que ele interfira nessa esfera. Para poder continuar existindo, ele precisa laborar arduamente e lidar com alguns bens tangíveis.

A confusão está explícita na idéia popular de que o que ocorre no mercado refere-se apenas ao lado econômico da vida e da ação humana. Mas, na verdade, os preços de mercado refletem não apenas "interesses materiais" - como conseguir comida, abrigo ou outras amenidades -, mas refletem também aqueles interesses que são costumeiramente chamados de espirituais, nobres, superiores. Por exemplo: o cumprimento ou o não cumprimento de mandamentos religiosos - se abster de certas atividades completamente ou em dias específicos, assistir os necessitados, construir e manter casas de culto religioso, e muitos outros - é um dos fatores que determinam a oferta e a demanda de vários bens de consumo, o que necessita de preços - como sinalizadores de mercado -, que por sua vez necessitam da conduta dos negócios no mercado. Assim, a liberdade que a economia de mercado garante ao indivíduo não é meramente "econômica"; ela se estende para todas as outras áreas. Ela não se distingue de qualquer outro tipo de liberdade. Ela também implica na liberdade de determinar todas as outras questões que são consideradas morais, espirituais e intelectuais.

Ao controlar absolutamente todos os fatores de produção, o regime socialista controla também a vida de cada indivíduo. O governo determina para cada indivíduo um emprego específico. Ele determina quais livros e jornais devem ser impressos e lidos, quem deve gozar da oportunidade de poder escrever, quem pode ter o direito de usar as salas de montagem para transmitir e usar todos os outros instrumentos de comunicação. Isso significa que aqueles no controle da conduta suprema dos assuntos do governo determinam, em última instância, quais idéias, ensinamentos e doutrinas podem ser propagados, e quais não. O que quer que uma constituição escrita e promulgada possa dizer sobre a liberdade de escolha, de pensamento, de expressão e de imprensa, bem como sobre a neutralidade em questões religiosas, em um país socialista se torna letra morta caso o governo confisque os meios materiais que possibilitam o exercício desses direitos. Aquele que monopoliza todos os meios de comunicação tem o total poder de manter uma mão firme sobre as mentes e as almas dos indivíduos.

O que torna muitas pessoas cegas às características essenciais de qualquer sistema socialista ou totalitário é a ilusão de que esse sistema será conduzido precisamente da maneira que elas próprias consideram desejável. Ao apoiar o socialismo, eles tomam como certo que o "estado" irá sempre fazer aquilo que elas querem que ele faça. Apenas aquele tipo de totalitarismo em que os regentes acatam suas idéias é que é chamado de socialismo "verdadeiro", "real" ou "bom". Todos os outros tipos são denunciados como falsificados. O que elas esperam em primeiro lugar é que o ditador suprima todas aquelas idéias com as quais elas discordam. De fato, todos esses apoiadores do socialismo sofrem, sem que percebam, desse complexo ditatorial ou autoritário. Elas querem que todas as opiniões e planos com os quais discordam sejam esmagados por uma ação violenta da parte do governo.

O significado do direito efetivo de dissentir
Os vários grupos que advogam o socialismo - não interessa se eles se chamam a si próprios de comunistas, socialistas ou reformadores sociais - concordam com seu programa econômico essencial. Todos eles querem substituir a economia de mercado e a supremacia dos consumidores individuais pelo controle estatal - ou, como alguns deles preferem dizer, controle social - das atividades produtivas. O que separa alguns grupos de outros não são questões de gerenciamento econômico, mas convicções religiosas e ideológicas. Existem socialistas cristãos - católicos, protestantes e outras denominações - e existem socialistas ateus. Cada uma dessas variedades toma por garantido que a futura nação socialista será guiada, no caso dos religiosos, pelos mesmos preceitos da sua fé, ou, no caso dos ateus, pela rejeição de qualquer credo religioso. Eles nunca pensam na possibilidade de que o regime socialista possa vir a ser dirigido por homens hostis à sua fé e aos seus princípios morais. Homens que podem considerar como sua tarefa principal utilizar todo o enorme poder do aparato socialista para suprimir aquilo que, do seu ponto de vista, é um erro, uma superstição, ou uma idolatria.

A simples verdade é que apenas onde há independência econômica em relação ao governo os indivíduos podem ser livres para escolher entre o que consideram certo ou errado. Um governo socialista tem o poder de tornar qualquer discordância impossível, discriminando contra grupos religiosos e ideológicos não desejados e negando a eles todos os instrumentos materiais necessários para a propagação e a prática de suas convicções. O sistema de partido único, o princípio político da regra socialista, significa também um sistema de religião e moralidade única. Um governo socialista tem à sua disposição meios que podem ser usados para a obtenção de uma rigorosa conformidade para com todos os aspectos; Gleichschaltung (conformidade política), como os nazistas chamavam. Os historiadores já mostraram o papel importante que a imprensa teve durante a Reforma. Quais seriam as chances dos reformadores se toda a imprensa estivesse sendo operada pelos governos liderados por Carlos V, da Alemanha, e pela Casa de Valois, da França?[3] E, por falar nisso, quais seriam as chances de Marx em um sistema no qual todos os meios de comunicação estivessem nas mãos dos governos?

Qualquer um que queira liberdade de idéias tem de abominar o socialismo. É claro, a liberdade permite ao homem fazer não apenas coisas boas, mas também coisas erradas. Mas nenhum valor moral pode ser atribuído a uma ação - por melhor que ela seja - que tenha sido feita sob a pressão de um governo onipotente.

por Ludwig von Mises (1881-1973)

[1] Apesar de Mises ter sido, na época, um entusiasta da democracia, isso não significa que todo o movimento austríaco atual apóie essa idéia. Com o passar do tempo, a democracia foi corrompida a tal ponto que, hoje, se tornou difícil distingui-la de outras formas de totalitarismo, conquanto mais branda. Leia o artigo de Hans-Hermann Hoppe, Democracia - o deus que falhou. [N. do T.]

[2] No Brasil, infelizmente, criou-se uma maneira fácil, rápida e imoral de enriquecimento: o serviço público. Nele, não há cobranças, não há riscos e não há - ao contrário do mercado - como levar incompetentes à falência. E o que é ainda pior: todos os proventos de seus membros advêm do roubo, pura e simplesmente.[N. do T.]

[3] Carlos V, da Alemanha (1500-1558), um católico devoto, oprimiu heresias religiosas nos Países Baixos e lutou para suprimir o luteranismo nos principados alemães. Durante o reinado dos reis Valois da França (1328-1589), guerras religiosas eclodiram, uma vez que os protestantes franceses, incluindo os huguenotes, lutavam pela liberdade de culto.

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DilMentirosa e o Oposto da Verdade

Tenho cá pensado algumas coisas, que desenvolverei com mais fôlego em seu devido tempo. Os tontinhos e puxa-sacos creditam a fabulosa popularidade de Lula às “qualidades do governo” apenas, às suas “conquistas”. Comparativamente, jamais houve evento tão extraordinário na economia como o Plano Real. E seu efeito foi mais concentrado no tempo. Deu para perceber a mudança com mais rapidez. Sim, o Plano rendeu a FHC duas eleições no primeiro turno, o que Lula nunca conseguiu. Mas o ex-presidente jamais teve a popularidade do petista, embora seu feito tenha sido incomparavelmente maior. Mais do que isso: os petistas conseguiram atingir gravemente o seu legado pessoal. Não creio que alguém tenha tido a biografia tão criminosamente maculada — um crime político, que há de nos envergonhar um dia como nação — como FHC. Por que é assim?

O PT se tornou o grande narrador da história; da sua e da dos outros. Outro dia, um desses bocós fazia um réquiem para o PSDB — antes do resultado das eleições, a nacional e a dos estados, como de hábito — e só contabilizava desastres. O PT como narrador da história tomou o jornalismo, a academia e, por um bom tempo, as ruas. Se o PSDB, ou seus herdeiros políticos, quiserem enfrentar essa formidável máquina de mentiras, terão de ter o destemor de enfrentar os historiadores da mistificação. Os tucanos não são ruins apenas de marketing, como apontou o presidenciável José Serra. Também são ruins como narradores. Acovardaram-se diante da figura de Lula. Mas, como disse, isso fica para o futuro. Chego ao tema.

A presidenciável petista, Dilma Rousseff, concedeu no começo desta madrugada uma entrevista de 20 minutos ao Jornal da Globo, conduzida por William Waack e Christiane Pelajo. E é sobre a Dilma narradora da história que quero falar um pouco. Sem dúvida, ela está mais experiente. Ainda não diz coisas opostas à verdade com a desenvoltura de seu mestre, mas a criatura demonstra que pode assombrar os fatos com as fantasias e as distorções mais grotescas. Prestem atenção a esta seqüência. Seguem algumas perguntas em presto, as respostas da candidata em vermelho e a verdade em azul.

A MENTIRA SOBRE CUBA
William Waack: Candidata, a senhora tem uma longa história política. A senhora foi torturada durante a ditadura militar. Como é que a senhora se sentiu quando ouviu o presidente Lula comparar presos de consciência em Cuba a bandidos em São Paulo?
Dilma Rousseff: Olha, William, eu acho que a trajetória política e de vida do presidente Lula não pode permitir que a gente acredite que o presidente Lula foi uma pessoa que não lutou a vida inteira pelos direitos humanos. Eu, da minha parte, tenho consciência disso e tenho presenciado isso. Acho que de forma muito discreta, inclusive, o Brasil é responsável pela soltura dos presos políticos. Eu não digo que ele é responsável, que seria também muita pretensão minha, mas eu acredito que o presidente Lula, o Itamaraty e todas as tratativas feitas de forma discreta - como deve ser feito, até porque, se você não fizer de forma discreta, você não consegue muitas vezes o seu objetivo - responsável pela soltura dos presos políticos em Cuba. Agora, eu da minha parte, tenho uma convicção, William. Sabe qual é? A minha vida pessoal, ela teve um momento muito duro. Eu vivi a minha juventude durante a ditadura e lutei contra ela do primeiro ao último dia. Tenho absoluta solidariedade com presos políticos. Sou contra crimes de opinião, crimes políticos ou crimes por pensar, por querer ou por opor e vou defender isso a minha vida inteira.

William Waack: Ou seja, a senhora jamais faria essa comparação?
Dilma Rousseff: Não, eu não acho correto transformar o presidente e falar que o presidente tomou uma atitude errada nesse episódio. O presidente, eu vou repetir, foi responsável, um dos, pelas tratativas de soltura dos presos políticos cubanos.

A VERDADE SOBRE CUBA
Dilma está se referindo aos presos soltos por interferência da Igreja Católica e do governo da Espanha. É mentira! O governo Lula não teve qualquer influência nesse processo. Ao contrário. Lula é aquele lembrado na questão de William Waack: chegou a Cuba um dia depois da morte do preso político Orlando Zapata. Negou-se a receber uma carta dos dissidentes e deu aquela declaração ignominiosa, comparando os presos políticos a bandidos comuns. Além desse, o outro grande vexame do governo brasileiro foi precisamente este: deu seu apoio incondicional aos irmãos homicidas, enquanto a Igreja e o governo espanhol faziam uma pressão pública pela libertação dos prisioneiros, que acabou acontecendo, o que deixou o Itamaraty constrangido, do tamanho de Celso Amorim. Não custa lembrar: o governo Lula é aquele que devolveu a Fidel dois boxeadores que haviam fugido da ilha.

E vocês certamente notaram que ela não responde a pergunta. Falei ontem sobre a inutilidade de debater com esquerdistas porque eles ignoram a questão que está posta para evocar alguma condição superior que os tornaria especialmente bons e éticos. É o que faz Dilma. Naquele seu português com sotaque búlgaro, afirmou: “Eu acho que a trajetória política e de vida do presidente Lula não pode permitir que a gente acredite que o presidente Lula foi uma pessoa que não lutou a vida inteira pelos direitos humanos”. Entenderam? Como Lula seria um defensor, por princípio, dos direitos humanos, ele os defenden mesmo quando os massacra. É um acinte!


A MENTIRA SOBRE AS FARC
Christiane Pelajo: Candidata, é notório que as Farc, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, estão relacionadas ao tráfico de drogas e também ao crime organizado aqui no Brasil. Por que a senhora hesita em chamar as Farc de narcoguerrilha?
Dilma Rousseff: Eu jamais hesitei em chamar, falar que as Farc tem relações com o tráfico. É público e notório.

Christiane Pelajo: Então a senhora está declarando aqui que as Farc são uma narcoguerrilha?
Dilma Rousseff: Não estou declarando, não. O governo do presidente Lula acha as Farc ligadas ao crime, ao crime organizado e ao crime do tráfico de drogas. Nunca escondemos esse fato. Aliás, essa história das nossas relações com as Farc foi muito bem-respondida pelo próprio presidente, ex-ministro da Defesa da Colômbia, que disse o seguinte: em várias oportunidades, ele, ministro da Defesa, que combateu inequivocamente as Farc na Colômbia, conversou com elas, teve diálogo, porque tem momentos que, sem ele ter o diálogo, ele não consegue acabar e negociar a paz. Então, no Brasil, a gente tem de perder essa - eu acho assim - essa visão um tanto quanto conspiradora que muitas vezes se coloca. Se não se conversar, você não consegue, inclusive, a paz. E eu acho que ele foi muito feliz na resposta que ele deu pra uma revista nesse domingo - né?, foi domingo que saiu - em que ele diz: eu e outros políticos colombianos conversamos também.

A VERDADE SOBRE AS FARC
O governo Lula nunca admitiu o caráter narcoguerrilheiro ou narcoterrorista das Farc. Ao contrário. Eis a fala de Marco Aurélio Garcia, assessor licenciado de Lula — agora assessorando Dilma — em entrevista ao jornal Le Figaro: “Eu lhes lembro que o Brasil tem uma posição neutra sobre as Farc: nós não as qualificamos nem de grupo terrorista nem de força beligerante. Acusá-las de terrorismo não serve pra nada quando a gente quer negociar.” Íntegra aqui. Eis a verdade. O resto é invenção de Dilma.

Mais: as ligações do PT com as Farc estão documentadas. A “revista” a que ela se refere é a VEJA. Na edição desta semana, o entrevistado das Páginas Amarelas é Juan Manuel Santos, novo presidente da Colômbia. Indagado sobre as ligações do PT com as Farc, deu a resposta que pode dar um presidente da República, minimizando o fato etc. Busca evitar um conflito com o governo brasileiro numa fase em tenta se afirmar como o novo líder do país. E diz que ele próprio teve contato com as Farc “durante os processos de paz”. Já os contatos dos petistas se deram durante a fase de guerra! O que Dilma está dizendo? Os petistas estavam tentando algum acordo com os narcoterroristas por acaso? Que políticos colombianos tenham conversado com a canalha, vá lá. Mas por que os petistas? Com que propósito? E o que dizer do requerimento em que a então ministra contrata a mulher de um chefão terrorista para trabalhar no governo? Segundo um e-mail do marido a um comparsa, a nomeação foi parte de uma operação política.

A MENTIRA SOBRE DOSSIÊS ETC.
Christiane Pelajo: Candidata, a Receita Federal negou intenção política na quebra de sigilo no vazamento de dados de tucanos na semana passada. Integrantes do seu partido já foram envolvidos em montagem de dossiês contra opositores. Como é que a senhora pode dar garantias pra gente, pra população que isso não vá acontecer num eventual governo da senhora?
Dilma Rousseff: Olha, eu tenho muito tempo de vida pública, Christiane. E jamais compactuei com nenhuma união mal feita. Tenho insistido que a acusação da oposição a mim e à minha campanha é absolutamente sem fundamento. Inclusive, entrei com seis medidas jurídicas contra o candidato, meu opositor - não eu, mas o meu partido -, e também pedi providências à Política.. é, à Polícia Federal pra investigar esse fato. Eu considero que é absolutamente injustificável que uma pessoa acuse outra sem apresentar provas. Nós temos pedido sistematicamente que apresente provas. Aliás, se essa situação for colocada dessa forma, eu queria dizer uma coisa: o partido do candidato meu adversário tem uma trajetória de vazamentos e grampos absolutamente expressiva. Por exemplo, vazamento das dívidas dos deputados federais com o Banco do Brasil nas vésperas da votação da emenda da reeleição. Os grampos que existiram no BNDES e também os grampos feitos juntos ao próprio gabinete, o secretário da Presidência da República. Eu jamais usei esses episódios pra tornar o meu adversário suspeito de qualquer coisa porque eu não acho correto. Agora, eu também não concordo e que sem provas me acusem ou acusem a minha campanha. Eu tenho uma trajetória política. Na minha trajetória política, eu tive sempre absoluta respeito pela legalidade e pelo uso do dinheiro público. Então não vejo nenhuma justificativa para as acusações a não ser interesse eleitoral.

A VERDADE SOBRE DOSSIÊS ETC.
De certo modo, essa não-verdade de Dilma é até mais escandalosa do que as outras.
1 - Está provado que o sigilo de Eduardo Jorge estava com petistas. Os repórteres encontraram o documento com gente da campanha de Dilma.
2 - E daí que ela entrou na Justiça? Muda o fato de que seus auxiliares estavam com o sigilo fiscal de Eduardo Jorge na mão?
3 - A menos que mande na Polícia Federal, não é Dilma que decide quando uma coisa será ou não investigada.
4 - Os grampos no BNDES eram contra o PSDB. As tramóias contra Eduardo Jorge, boa parte obra de petistas, também eram contra o PSDB. E os dossiês de agora são contra… o PSDB! O que Dilma pretende com essa enrolação? Sua generosidade estaria em não acusar o PSDB, então, de armar falcatruas contra si mesmo?

Não, senhora! O “partido do adversário” de Dilma tem uma trajetória de VÍTIMA DE VAZAMENTO E GRAMPOS. A trajetória do PT é de PROMOTOR DE VAZAMENTOS E GRAMPOS. Recentemente, um especialista em dossiês contratado pelo PT confessou que o grupo atuou até no caso Lunus, que destruiu a candidatura de Roseana Sarney em 2002 — Roseana é uma espécie de Dilma da oligarquia; ambas se expressam mais ou menos com a mesma clareza…

AS MENTIRAS SOBRE OS INVESTIMENTOS
Christiane Pelajo: Candidata, vamos mudar um pouco de assunto. O Brasil investe muito pouco em relação ao PIB e os investimentos dependem basicamente de Petrobrás e setor privado. Por que o governo Lula não conseguiu investir?
Dilma Rousseff: Eu não concordo com a afirmação. Acho que houve um esforço extraordinário do governo Lula para investimento. E isso ficou, isso é visível hoje nos números. Nós aumentamos bastante o investimento público - óbvio que a Petrobrás aumentou o seu investimento, que a Eletrobrás aumentou investimento. Agora, os investimentos privados, por exemplo, na área de infraestrutura foram demandados por leilões do governo…

Christiane Pelajo: Já que a senhora está falando de números, eu gostaria de dar alguns números aqui. Quarenta por cento da riqueza nacional do país vão para o governo e o governo só é responsável por dois por cento dos investimentos do país.
Dilma Rousseff: Veja bem. É o tipo do dado que ele não tem precisão econômica, ele não tem precisão orçamentária. Porque é o seguinte: o governo, ele, infraestrutura, nós passamos mais de 25 anos sem investir. Hoje nós estamos fazendo as seguintes obras: interligação da bacia do São Francisco, seis bilhões de reais. Para levar o quê? Para levar água para 12 milhões de pessoas no semi-árido nordestino. Acabamos com a história do racionamento de oito meses que aconteceu no Brasil. Hoje, vocês não veem mais alguém dizendo que o Brasil corre risco de racionamento, porque não tem risco de racionamento. Você vê Jirau e Santo Antônio. Vou te dar outro exemplo….

A VERDADE SOBRE OS INVESTIMENTOS
Uma ova! Estão preparados para uma informação que deixará abalados até aqueles 2% (já seria, segundos essas fabulosas pesquisas, apenas 0,5% desde quando comecei a redigir este texto?) que acham o governo Lula “ruim” ou “péssimo”? A taxa de investimentos em relação ao PIB — que é a que conta — do governo FHC, mesmo com CINCO GRANDES CRISES EXTERNAS, foi superior à do governo Lula. Entre 1995 e 2002, foi de 0,83% do PIB; entre 2003 e 2009, foi de 0,64%. Vamos ver se a campanha de Dilma diz que estou mentindo. Não vai dizer. Porque EU não estou mentindo! Se formos considerar os investimentos das estatais, Lula leva uma ridícula vantagem: 2,19% contra 2,10%!!! Então, que cascata é essa de que não houve investimentos durante 25 anos??? Não procurei a taxa do governo Sarney, com inflação galopante e tudo. Mas é provável que tenha sido superior à do próprio governo Lula.
E assim caminhamos. Há muitas outras verdades que esqueceram de acontecer aí. Volto ao ponto inicial deste texto. Os que eventualmente tenham algum interesse pela democracia e pelo estado de direito no país terão de se organizar para, quando menos, tomar nas mãos as rédeas da própria história, que hoje foi seqüestrada pelo PT. Um seqüestro que, se não é exatamente consentido, é ao menos facilitado por certa atração fatal que os tucanos sentiram pelos adversários nos últimos oito anos. E só para arrematar: com as exceções de sempre, não contem com a imprensa para repor as coisas no seu devido lugar.

por Reinaldo Azevedo

A Oligarquia de Esquerda

Você acredita em justiça social? Tenho minhas dúvidas. Engasgou? Como pode alguém não crer em justiça social? Calma, já explico. Quem em sã consciência seria contra uma vida “menos ruim”? Não eu. Mas cuidado: o jargão “por uma sociedade mais justa” pode ser falado pelo pior dos canalhas. Assim como dizer “vou fazer mais escolas”, dizer “sou por uma sociedade mais justa” pode ser golpe.

Aliás, que invasão de privacidade é essa propaganda política gratuita na mídia, não? O desgraçado comum, indo pro trabalho no trânsito, querendo um pouco de música pra aliviar seu dia a dia, é obrigado a ouvir a palhaçada sem graça dos candidatos. Ou o blablablá compenetrado de quem se acha sério e acredita que sou obrigado a ouvi-lo.

Mas voltando à justiça social, proponho a leitura do filósofo escocês David Hume (século 18), “An Enquiry Concerning the Principles of Morals, Section III”. Cético e irônico, Hume foi um dos maiores filósofos modernos. É conhecida sua ironia para com a ideia de justiça social. Ele a comparava aos delírios dos cristãos puritanos de sua época em busca de uma vida pura. Para Hume, os defensores de um “critério racional” de justiça social eram tão fanáticos quanto os fanáticos da fé.

Sua crítica visava a possibilidade de nós termos critérios claros do que seria justo socialmente. Mas ele também duvidava de quem estabeleceria essa justiça “criteriosa” e de como se estabeleceria esse paraíso de justiça social no mundo. Se você falar em educação e saúde, é fácil, mas e quando vamos além disso no “projeto de justiça social”? Aqui é que a coisa pega.

Mas antes da pergunta “o que é justiça social?”, podemos perguntar quem seriam “os paladinos da justiça social”. Seria gente honesta? Ou aproveitadores do patrimônio dos outros e da “matéria bruta da infelicidade humana”, ansiosos por fazer seus próprios patrimônios à custa do roubo do fruto do trabalho alheio “em nome da justiça social”? Humm…

A semelhança dos hipócritas da fé que falavam em nome da justiça divina para roubar sua alma, esses hipócritas falariam em nome da justiça social para roubar você. Ambas abstratas e inefáveis, por isso mesmo excelentes ferramentas para aproveitadores e mentirosos, as justiças divina e social seriam armas poderosas de retórica autoritária e mau-caráter.

Suspeito de que se Hume vivesse hoje entre nós, faria críticas semelhantes à oligarquia de esquerda que se apoderou da máquina do governo brasileiro manipulando uma linguagem de “justiça social”: controle da mídia, das escolas, dos direitos autorais, das opiniões, da distribuição de vagas nas universidades, tudo em nome da “justiça social”. Ataca-se assim, o coração da vida inteligente: o pensamento e suas formas materiais de produção e distribuição.

A tendência autoritária da política nacional espanta as almas menos cegas ou menos hipócritas. A oligarquia de esquerda associa as práticas das velhas oligarquias ao maior estelionato da história política moderna: a ideia de fazer justiça social a custa do trabalho (econômico e intelectual) alheio.

Outro filósofo britânico, Locke (século 17), chamava a atenção para o fato de que sem propriedade privada não haveria qualquer liberdade possível no mundo porque liberdade, quando arrancada de sua raiz concreta, a propriedade privada (isto é, o fruto do seu esforço pessoal e livre e que ninguém pode tomar), seria irreal.

Instalando-se num ambiente antes ocupado pela oligarquia nordestina, brutal e coronelista, e sua aliada, a chique oligarquia industrial paulista, os “paladinos da justiça social” se apoderam dos mecanismos de controle da sociedade e passam a produzir sucessores e sucessoras tirando-os da cartola, fazendo uso da mais abusiva retórica e máquina de propaganda.

Engana-se quem acha que propriedade privada seja apenas “sua casa”. Não, a primeira propriedade privada que existe é invisível: sua alma, seu espírito, suas ideias. É sobre elas que a oligarquia de esquerda avança a passos largos. Em nome da “justiça social” ela silenciará todos.

por Luiz Felipe Pondé, na Folha de São Paulo

Eleição Não é uma Escolha Autocrática

O deputado Indio da Costa, vice na chapa do presidenciável tucano, José Serra, deu início a uma corrente de e-mails pregando a mobilização em favor do candidato da oposição. Indio reconhece dificuldades e expressa confiança na mudança do quadro eleitoral. E afirma: “Eleição não pode ser a escolha autocrática de uma pessoa que deseja impor sua vontade.” Leia a íntegra:

Prezado Apoiador,

A luta de várias gerações em defesa da democracia garantiu-nos o direito de escolha. Construímos um país sem a tutela de ninguém, que se subordina às instituições e às leis democraticamente votadas.

Eleição não pode ser a escolha autocrática de uma pessoa que deseja impor sua vontade. O Brasil pede bem mais do que palavras. Precisa de um presidente que una o país, em vez de dividi-lo; que seja escravo das leis, em vez de escravizá-las.

Precisamos de comprometimento com os direitos humanos, não com as tiranias. O nome da democracia no Brasil, hoje, é SERRA.

Com a sua ajuda, SERRA pode ser nosso próximo Presidente. Você vai se juntar a milhares de outras pessoas e entrar para o TIME SERRA 45?

As pesquisas não acreditavam na aprovação do Ficha Limpa, mas, com a nossa mobilização, a Lei foi aprovada. Somos nós quem decidimos o que queremos.

Acredite no seu voto! Acredite em você!

Todas as campanhas vitoriosas têm momentos difíceis. Somos 72 milhões de brasileiros conectados - uma das maiores comunidades do mundo na internet e é a hora da virada. SERRA precisa do seu apoio agora!

Acesse Serra45.com.br e participe. Junte-se OFICIALMENTE ao nosso TIME 45 e receba em primeira mão nossas atividades, informações e tudo o que você pode fazer para nos ajudar a vencer.

Por favor, encaminhe este e-mail para seus parentes e amigos. E não esqueça de colocar sua assinatura.

Você vai ajudar a eleger Serra presidente do Brasil? Entre agora no Serra45.com.br.

Participe. Em nome e em defesa da democracia.

Em respeito a nossa história, com esperança no futuro.

Vamos juntos. Somos muitos.

Indio da Costa

Areia nos Olhos do Público

A Receita Federal é um curioso organismo. Trata com implacável rigor o contribuinte, tido por definição como um sonegador em potencial a quem incumbe provar, obedecendo a exigências não raro bizantinas, que está com a sua vida fiscal em ordem. Ao mesmo tempo, para se autoconceder um atestado de inocência política, não se vexa de alegar que o vazamento das declarações de renda de pessoas ligadas ao candidato presidencial do PSDB, José Serra, se explicaria pelos indícios de existência de “um balcão de compra e venda de dados sigilosos”, na delegacia do Fisco em Mauá, na Grande São Paulo, com vítimas a granel.

As palavras são do corregedor-geral do órgão, Antônio Carlos D”Ávila. Ele ecoou a posição do secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, que disse não acreditar que tenha havido “fins específicos de natureza político-partidária” na devassa dos dados dos companheiros, amigos e familiares do ex-governador Serra, em outubro do ano passado. Tanto assim que, na mesma época e na mesma repartição, 140 outros contribuintes, entre eles os donos das Casas Bahia e a apresentadora de TV Ana Maria Braga, também tiveram os seus registros vasculhados em 320 acessos - dos quais 206 nos computadores de apenas duas servidoras. Destes, 151 não se justificariam.

Para jogar areia nos olhos do público e desmoralizar a denúncia de que Serra foi alvo de uma torpeza com intuitos eleitorais - numa repetição do golpe dos aloprados de 2006, que também o visava -, a cúpula da Receita preferiu se expor à desmoralização, ao mostrar como são porosas as barreiras do outro lado dos seus ávidos guichês que deveriam proteger a privacidade dos cidadãos da bisbilhotice dos próprios servidores públicos. Acionados a toque de caixa pelo governo, inquieto com a frouxidão das suas reações ao escândalo, os hierarcas do Fisco subitamente encontram a verdade que, na versão anterior, demandaria exaustiva investigação.

Essa história se desenrola há três meses. Em maio, a revista Veja informou que operadores da candidatura Dilma Rousseff tratavam de montar um dossiê com evidências comprometedoras para o seu adversário. A notícia custou a cabeça do jornalista que cuidava da assessoria de imprensa da campanha petista - y de otras cositas más. Em julho, o jornal Folha de S.Paulo revelou que um setor da equipe de Dilma estava de posse de cópias de declarações de renda do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge Caldas Pereira. Na semana passada, enfim, o Estado adiantou que, segundo apurou a Corregedoria-Geral da Receita, foi também violado o sigilo de outros serristas.

Salta aos olhos a quem o golpe sujo poderia interessar. A alegação da Receita, que menciona o comércio de informações confidenciais com “pagamento de propina”, em nada altera a substância dos fatos. Os dados passíveis eventualmente de servir de munição à campanha da candidata do presidente Lula podem ter sido oferecidos ou procurados, contra pagamento ou de favor. Em qualquer das hipóteses, a mercadoria chegou ao destino. O acesso a declarações de renda de terceiros - de muitos terceiros, a julgar pelo material clandestino que se vende em plena rua - é uma história à parte. Não tem que ver com a disputa pela Presidência da República.

O que estarrece na série de ilícitos com essa ou aquela intenção é a facilidade com que podem ser cometidos nas tumultuadas entranhas do Fisco. Reportagem publicada domingo neste jornal, com base em depoimentos de analistas tributários e servidores ouvidos no inquérito sobre a violação dos dados do tucano Eduardo Jorge, mostra como senhas individuais de acesso ao acervo de declarações armazenadas em computador passavam de mão em mão e ficavam anotadas em agendas ao alcance de todos quantos passassem pelas mesas dos colegas.

“A segurança dos arquivos da Receita é como queijo suíço, com buraco para tudo”, resume o advogado de uma das funcionárias investigadas.

Se, causado por isso ou propiciado por isso, se formou no Fisco “um balcão de compra e venda de dados sigilosos”, é de perguntar o que o seu titular, Otacílio Cartaxo, espera para se demitir. Só não é preciso perguntar por que o presidente Lula ainda não mandou demiti-lo.

do Editorial do Estadão

A Verdadeira Reforma Agrária

A Polícia Federal prendeu ontem o superintendente regional do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) de Mato Grosso do Sul, Valdir Cipriano do Nascimento, além de outros quatro funcionários do órgão no Estado. Eles são acusados de venda e destinação ilegal de áreas que deveriam ser entregues a sem-terra.


Lotes da reforma agrária destinados aos sem-terra foram transformados em chácaras de lazer e assentamentos agrícolas do governo federal em áreas de especulação imobiliária. Essas e outras irregularidades, constatadas no Programa Nacional de Reforma Agrária em Mato Grosso do Sul, resultaram na prisão, hoje, do superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Valdir Cipriano do Nascimento, quatro funcionários do órgão no Estado e mais 15 suspeitos.


Eles foram presos durante a Operação Tellus, que na mitologia romana era a deusa que personificava a terra. Outras 15 pessoas também passaram prelo mesmo procedimento, incluindo dois vereadores da cidade de Itaquiraí, extremo sul do Estado. Um deles é Joel José Cardoso (PDT), líder de sem-terra e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais da cidade, e o outro é Arcélio Francisco José Severo (PDT). Além deles, um empresário residente em Cosmorama, cidade do interior de São Paulo, também foi detido.


O grupo era composto ainda por líderes dos trabalhadores rurais de Naviraí, Dourados, Ivinhema, Nova Andradina, Bataiporã e Angélica. Todos foram apontados pelo Ministério Público Federal (MPF) como membros ativos em esquemas criminosos que resultaram em prejuízos calculados, até agora, em mais de R$ 62 milhões aos cofres públicos.


Desse valor, R$ 50 milhões desapareceram devido às fraudes aplicadas durante processo de abertura de estradas, construção de moradias e distribuição dos 497 lotes da Fazenda Santo Antônio, em Itaquiraí. No local, os melhores terrenos não foram entregues aos sem-terra, de acordo com a ordem de sorteio realizado para a posse das glebas. Um total de 425 sem-terra ficou sem os lotes, que foram entregues a terceiros.


De acordo com a denúncia, os beneficiados são familiares e amigos dos líderes. Um deles ficou com a sede da fazenda. Os R$ 12 milhões restantes corresponderiam ao valor de 300 lotes do Incra vendidos para políticos, comerciantes e pessoas sem o perfil exigido pela reforma agrária. Todos esses lotes teriam sido "legalizados" fraudulentamente por funcionários do Incra-MS.


Repúdio
O superintendente acusado afirmou, em nota distribuída no início da tarde, que não tem a menor culpa nos crimes apontados pelo MPF. "Repudio as acusações direcionadas ao exercício de minha função no cargo de superintendente e as mesmas, com toda certeza, serão esclarecidas oportunamente", afirmou. Segundo Nascimento, durante os 8 meses de exercício no cargo, ele retomou 2 mil terrenos que haviam sido vendidos para pessoas não reconhecidas pelo órgão.


A Fazenda Santo Antônio, com área de 16.926 hectares divididos em 1.236 lotes, custou em espécie R$ 130 milhões ao Incra. Os melhores lotes não foram sorteados, ficando reservados aos líderes dos movimentos sociais, havendo inclusive casos de lotes contíguos destinados a integrantes de uma mesma família.


Posteriormente ao sorteio ocorreu a venda de lotes intermediada pelos líderes dos assentamentos e com a participação de servidores do Incra, que teriam formalizado a venda alterando os registros. Dentre esses lotes ilegalmente negociados, conforme a denúncia, diversos são usados como sítios de lazer, desvirtuando totalmente os objetivos da reforma agrária.


por João Naves de Oliveira, da Agência Estado

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O Ídolo de Lula

"Sou contra todos os tipos de ditadores. Sou contra o comunismo".
Fidel Castro, em Abril de 1959, em Washington


Fidel Castro Ruz nasceu em 1926, filho de um imigrante espanhol canavieiro e sua consorte cubana. Como um jovem advogado nos idos de 1950, Fidel emergiu como um adversário do ditador Fulgencio Batista. Com um pequeno grupo de revolucionários, em 1953 Castro organizou um ataque ousado contra o Quartel Moncada, em Santiago de Cuba. O ataque falhou, mas seu julgamento fez dele uma figura de importância nacional.

Após dois anos de prisão, anistiado, viajou para o México, onde organizou um novo movimento de guerrilha para novamente tentar derrubar Batista. Junto com outros 85 guerrilheiros, desembarcou em Cuba no final de 1956. Após três anos, orquestrou a derrubada do presidente Batista, que fugiu de Cuba na véspera do ano novo de 1958.

Após a derrubada de Batista, Fidel manobrou a democracia e através de eleições ganhou o controle sobre o Estado cubano. Assim, começou a desapropriar as propriedades, nacionalizar a indústria e construir laços políticos e militares com a União Soviética. Em 1960, declarou oficialmente a Cuba um estado socialista, expurgando a oposição da mídia e aprisionando dissidentes políticos.

Em 1961, o recém-eleito presidente dos EUA, John F. Kennedy, autorizou a CIA a derrubar o regime de Castro. Em 1962, após o abjeto fracasso da Baía dos Porcos, os EUA impuseram um grande embargo comercial a Cuba, além de ter ido à beira de uma guerra nuclear, após a colocação de mísseis nucleares soviéticos em solo cubano.

Ao longo de seu regime comunista de cinquenta anos, as idéias de Fidel sobre política, economia, assuntos internacionais ainda reinam supremas em Cuba. A ilha tornou-se dependente economicamente da União Soviética ao longo de décadas e com a ajuda de armas soviético projetada de energia e exportar a revolução na América Latina, África e Oriente Médio.

O colapso da União Soviética no início de 1990 e as transformações no mundo deixou Cuba afastada do mundo moderno. Fidel Castro somente salvou Cuba do colapso econômico completo após a abertura da ilha para o investimento estrangeiro e o turismo, mas preservando o controle total sobre a política e a sociedade.
Ainda em 1990, a convite do PT (Partido dos Trabalhadores) do Brasil, ele e Lula fundaram o Foro de São Paulo, uma entidade que congrega os partidos e agremiações de esquerda, como as FARC, a fimde de "recuperar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu".

Em julho de 2006, Castro sofreu uma crise de saúde grave e entregou a autoridade provisória a seu irmão, Raul. Em fevereiro de 2008, entregou oficialmente o papel de presidente do Conselho de Estado a Raúl, embora ele continue a ser uma forte influência sobre o governo totalitário de Cuba.

Quebra de Sigilo

Hoje, o jornal O Estado de São Paulo publica matéria sobre a criminosa quebra de sigilo comandanda por petistas da campanha da Dilma contra membros do PSDB, com o qual montaram um Dossiê contra Serra, entregue para a imprensa. Nela, cita que existe o testemunho de um repórter da Folha de São Paulo, Leonardo Souza, para a Polícia Federal, onde confirma que recebeu as informações vazadas de membros da Campanha de Dilma Rousseff. Veja abaixo:


Na Folha de São Paulo de hoje, o jornal não cita, em nenhum momento, que o seu repórter depôs e confirmou, desmentindo, com isso, a nova versão "plantada" por Dilma Rousseff(PT), em pleno Jornal Nacional. Vejam o que a Folha diz:

O secretário da Receita, Otacílio Cartaxo, e o corregedor-geral do órgão, Antônio Carlos D'Ávila, tentaram ontem despolitizar a quebra dos dados fiscais de quatro pessoas ligadas ao candidato do PSDB à Presidência, José Serra, e ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. De acordo com os dirigentes do fisco, a violação do sigilo dos tucanos ocorreu a partir de um esquema criminoso mais amplo de compra e venda de informações que funcionava dentro da agência da Receita em Mauá (SP). "Realmente esse fato preocupa [a quebra dos dados das pessoas ligadas a Serra]. Mas, se nós analisarmos todos os acessos feitos na agência, verificamos que foram indistintamente realizados. Não acredito que tenha havido fins específicos de natureza político-partidária", disse Cartaxo, em entrevista para explicar o caso. Conforme a Folha revelou, os dados do vice-presidente tucano, Eduardo Jorge, estavam em um dossiê feito pela chamada "equipe de inteligência" da campanha de Dilma Rousseff (PT). Os outros alvos da quebra tiveram seus nomes citados em outro dossiê do mesmo grupo.

Agora, pasmem! O repórter que assina o texto acima é o mesmo Leonardo Souza que, na Polícia Federal, confirmou que havia recebido o dossiê de petistas da Campanha da Dilma. Agora, nem mesmo cita o fato na sua matéria. Ele não faz nenhuma referência ao fato! Ao contrário: aceita e publica uma versão que sabe, melhor do que ninguém, que é mentirosa! Existe ou não existe um conluio entre a Folha de São Paulo e o PT para abafar o caso? Depois que a Gráfica Plural, que pertence ao Grupo Folha, dono da Folha de São Paulo e do Datafolha, ganhou a "concorrência" de mais de R$ 60 milhões para fazer a prova do Enem, a linha editorial do jornal mudou da água para o vinho. Alguns dizem que ela ganhou a concorrência na Justiça. O fato é que o Governo não recorreu da decisão, como poderia e deveria, já que as provas do ano passado foram roubadas dentro da Plural, causando prejuízos da ordem de R$ 150 milhões para os cofres públicos. O acordo foi feito e está valendo. Só não lê quem não quer.

por Coronel, no Coturno Noturno

Cuidado com Lulitler!

A opinião pública brasileira chegou a um estado inédito de letargia. Do alto de seus quase 80% de aprovação, Lula pode dizer qualquer coisa. O bom entendedor está arrepiado. Em sua excitação de Midas eleitoral, com a candidata fantasma disparando nas pesquisas, o presidente fala pelos cotovelos – e seus cotovelos andam dizendo barbaridades.

A mais grave delas, para variar, passou despercebida. Reclamando do Senado Federal, que lhe foi menos servil do que ele desejava, Lula anunciou: “Penso em criar um organismo muito forte, juntando todas essas forças que nos apóiam, para que nunca mais a gente possa permitir que um presidente sofra o que eu sofri”.

A declaração feita num palanque em Recife, onde o presidente tornou-se uma espécie de semideus, é um escândalo. Ou melhor: seria um escândalo, se o Brasil não vivesse nesse atual estado de democracia anestesiada.

Lula está anunciando um “organismo” político para neutralizar o Congresso Nacional. É o presidente da República, de viva voz, avisando que as regras da democracia não servem mais. Quer usar a ligação direta com as massas para enquadrar o Senado. O mais famoso autor de uma idéia desse tipo foi o führer Adolf Hitler.

Se o Brasil não estivesse imerso no sono populista, Lula teria que ser convocado imediatamente ao Congresso para explicar que “organismo” é esse.

As cartas estão na mesa, e são claras. Todas as tentações autoritárias da esquerda S.A. estão fervilhando com a disparada de Dilma, a candidata de proveta, na corrida presidencial. Chegou a hora de submeter o Congresso, a imprensa e as leis à República dos companheiros.

Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou: está sendo urdida uma força para-estatal para dar poderes especiais ao governo Dilma. A vitória no primeiro turno seria o passo inicial do arrastão. Depois viria a Constituinte petista, com a enxurrada de “controles sociais” e “correções democráticas” que o país já viu sair das conferências xiitas bancadas por Lula.

Brasil, divirta-se com a brincadeira de votar na mamãe. Depois comporte-se, porque o organismo vem aí.

por Guilherme Fiuza, na Revista Época

DilMentira Tem Perna Curta!

Muitos daqueles que costumam ler este blog, sabem exatamente como eu trato esse pessoal que hoje se aboletou no poder e que queria, nos anos 60 do século passado, implantar a "ditadura do proletariado": TERRORISTAS!

Sim, isto mesmo. Podem ser ex-guerrilheiros, mas ainda são TERRORISTAS - uma vez que, para eles, os indivíduos que praticaram tortura ainda são torturadores -, pois sustentam as mesmas ideias toscas advindas do socialismo mais tacanho, mais remelento, mais apodrecido que existe.

Dilma, conhecida à época como camarada Estela - ou Vanda -, lutou, sim, contra a ditadura. Mas apenas e tão somente para IMPLANTAR UMA DITADURA AINDA PIOR: A DITADURA COMUNISTA, como a da China, de Cuba, da extinta URSS. E muitos de seus companheiros de quadro comprovam isto. E desta vez, foi Fernando Gabeira.

Gabeira, conhecido como Mateus, Honório, Bento, João e Inácio, também militou na extrema-esquerda e atuou em grupos terroristas como o DI/GB e o MR-8; mas com o passar do tempo, soube fazer a necessária crítica a esse passado reprovável - embora ainda pense, no mais das vezes, com o "raciossímio" esquerdista.

No dia 25 deste mês, Gabeira deu uma entrevista à Folha e, diferentemente de Dilma, não glorifica seu passado, mentindo ao dizer que lutava pela democracia.

Questionado sobre o passado comum com a candidata à Presidência pelo PT, Dilma Rousseff, devido ao combate à ditadura militar, Fernando Gabeira, candidato do PV ao governo do Rio, afirmou durante sabatina promovida pela Folha e pelo UOL que ele e os demais envolvidos na luta armada contra o governo de então não buscavam a democracia, mas sim uma "ditadura do proletariado".

"Temos [eu e Dilma] um passado comum, mas existem diferenças no que foi a nossa atuação. Nós participamos dessa luta [contra a ditadura], mas com objetivos diferentes". disse Gabeira.
"Todos os principais ex-guerrilheiros que se lançam na luta política costumam dizer que estavam lutando pela democracia. Eu não tenho condições de dizer isso. Eu estava lutando contra a ditadura militar, mas, se você examinar o programa político que nos movia naquele momento, [ele] era voltado para uma ditadura do proletariado. Então, você não pode voltar atrás, corrigir seu passado e dizer que estava lutando pela democracia. Havia muita gente lutando pela democracia no Brasil, mas não os grupos armados, que tinham como programa esse processo de chegar à ditadura do proletariado. A luta armada não estava visando a democracia, pelo menos em seu programa", afirmou.

Ditadura Disfarçada

Imperaria no Brasil, nos dias que correm e a crer na letra fria da lei, a plenitude democrática do Estado de Direito. Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário funcionariam harmonicamente, embora independentes. Isso é o que reza a Constituição promulgada em 1988, ainda que com um grande número de alterações feitas ao longo dos anos.

No entanto, é válido perguntar se não estamos vivendo num regime no qual o Legislativo faz às leis que lhe interessam, o Judiciário as fiscaliza quando lhe convém e, o Executivo, zomba delas sempre que colidam com os seus objetivos.

Hoje, o que se vê é a absoluta predominância desse último sobre os demais. O Legislativo, a reboque das decisões tomadas no Palácio do Planalto e, o Judiciário, sob um vendaval de críticas à sua morosidade e suspeições quanto à sua imparcialidade.

A sociedade, de forma lenta e progressiva, torna-se vítima inerme da propaganda massificante (e custeada com recursos públicos) mostrando o atual presidente da República como sendo um predestinado pelos fados a levar o Brasil a um destino de grandeza. E Lula, no melhor estilo da ditadura castrista, indica seu sucessor (no nosso caso, a sua) somente ouvindo seus áulicos (se é que o fez).

Assim, não é demais salientar que, dentro da linha dos ensinamentos de Antonio Gramsci explanados nos “Cadernos do Cárcere”, assistimos à lenta derrocada do regime democrático e sua substituição por outro que vai, a pouco e pouco, implantando no País a doutrina comunista segundo os ditames do Foro de São Paulo.

E a caminhada para o abismo é feita através medidas legais e ações políticas que, uma vez aceitas e incorporadas pela massa popular, entorpecem a consciência da maioria. A elite econômica é cooptada com favores fiscais e creditícios e os servidores da máquina estatal com aumentos dirigidos para aqueles setores melhor organizados.

Os chamados “movimentos sociais” e os sindicatos são favorecidos com verbas crescentes e, assim, ficam atrelados ao governo, enquanto os cargos de confiança, excrescência alimentada pelos políticos, são ocupados por militantes do partido no poder. Paralelamente, a coesão social é enfraquecida pela criação de cotas raciais e pelo incentivo à luta de classes.

Os valores morais, que num passado nem tão distante assim eram cultuados e valorizados, vão sendo sepultados enquanto a própria sociedade não se dá conta de estar sendo destruída para a construção de uma nova estrutura social, esta moldada segundo os cânones do partido único. Onde a indignação popular com os desmandos do governo, com a corrupção deslavada que se faz presente em todos os níveis, do federal ao municipal? Talvez esteja morta e sepultada sob uma avalanche de favores prodigalizados pelo Estado com o dinheiro dos contribuintes.

A presente campanha política para a eleição do presidente da República, governadores, senadores, deputados estaduais e federais, corre morna e burocrática. Afinal, há poucas diferenças entre as idéias e os ideais dos candidatos, com raras e honrosas exceções. No caso dos principais postulantes à Presidência da República, os nomes indicados pelo PT e pelo PSDB foram gestados politicamente por organizações de esquerda, quando ainda estudantes. E, cumpre dizê-lo, os dogmas esquerdistas não foram publicamente renegados por eles.

Seja qual for o resultado das urnas nestes “tristes trópicos”, continuaremos a assistir ao desenrolar de um drama iniciado no governo FHC, qual seja a lenta e progressiva transformação do Brasil em um País dominado pelo pensamento de Gramsci e sob a vergonhosa tutela do Foro de São Paulo, criado por Lula e Fidel Castro.

Quem viver verá e haverá de chorar lágrimas de sangue.

por Osmar José de Barros Ribeiro

Dilma, Agora Conte a do Papagaio!

Com o aval de Dilma, seus marqueteiros continuam mentindo por ela. É que ela e eles seguem afirmando, para os tolos, que ela “lutou contra a ditadura”. Ora...Ora...Estou no jornalismo desde antes do ano de 1964...Andei por emissoras pequenas e grandes, trabalhei em jornal e televisão, fui o locutor que, seqüestrado pela turma do senhor Leonel Brizola, em Porto Alegre, abri a que chamaram “Campanha da Legalidade”. Fui por longo tempo substituto de Lauro Hagmann (quando impedido) no famoso noticiário Repórter Esso. Fui titular do Grande jornal falado Farroupilha, à época, para o RGS algo como –versão radio - o hoje Jornal Nacional da Globo para o Brasil, a TV engatinhava.

Exerci minhas funções profissionais na Globo do Rio Grande do Sul (a RBS). Em minha velha carteira profissional estão lá meus registros da Rádio Globo e da Radio Tupy do Rio de Janeiro, como apresentador e redator de notícias e narrador de esportes. Também trabalhei em outras empresas de comunicação no RGS. Fiz estágio (embora curto – 30 dias) no departamento brasileiro da radio Voz da América, Nova York. Exerci minhas funções ao longo de dois anos na Amazônia e lá fundei o jornal Estadão do Norte. Também lá fui correspondente da Rede Capital de rádios (hoje desfeita). Fui editor de jornais, inclusive desta Gazeta do Paraná, trabalhei em rádios em Cascavel e estou há vinte e três anos e meio na TV Taroba... E JAMAIS LI, PUBLIQUEI, COMENTEI OU DIVULGUEI UMA NOTÍCIA SEQUER SOBRE ESSA FIGURA DE AGORA CHAMADA DE DILMA ROUSSEFF. E não foram poucos – a bordo de tudo isso - os nomes envolvidos em conflitos políticos e armados, por mim noticiados, ao longo de todo esse período. E estou aqui especificando apenas o período desde 1964, esquecendo “o antes”.

Transmiti e redigi notícias sobre ações de vários grupos terroristas, de conflitos, de seqüestros, de assaltos a bancos que não foram poucos, prisões, troca de tiros, de bombas que eles soltavam em qualquer lugar e matavam inocentes, e confesso: JAMAIS me vi diante do nome dessa criatura – Dilma Rousseff, ou Estela, ou Vanda, como “lutadora em favor da democracia”, ou envolvida em qualquer outro conflito político que merecesse destaque. Ora... ora... dona Dilma, que já mentiu em várias ocasiões e em relação a várias circunstâncias: Lutou contra a “ditadura” e em favor da democracia... quando... onde... como... com quem e por quê?

Poupe-me, dona Dilma...

O mínimo que se espera de alguém que postule ocupar a Presidência do Brasil é que tenha, pelo menos, pequenas doses – que sejam – de escrúpulos. Mas parece que tanto para a senhora como para seu patrono... “isso é grego”, sem se falar na turma do PT que foi desmoralizada pelo chefe Silva, dias atrás, em programa político na TV quando afirmou que “quando viu Dilma, sentiu que achara a pessoa que queria”, ou seja, não havia no PT – E NÃO HÁ – no conceito dele um que seja que pudesse lhe merecer a escolha. Dilma, então, lutou pela “democracia”? Ela que agora conte aquela do papagaio!!!

Mãe do PAC Mandou à Falência até uma Lojinha Safada!

Nem só de política e cargos públicos viveu a presidenciável Dilma Rousseff (PT). Entre uma função e outra no Rio Grande do Sul, ela investiu no mundo empresarial com uma loja de bugigangas importadas do Panamá. O negócio, que durou um ano e cinco meses, fechou em julho de 1996 e é omitido de sua biografia oficial.

Com o nome fantasia de Pão & Circo, inspirado na estratégia romana para calar as vozes insatisfeitas, a empresa foi registrada para comercializar confecções, eletrônicos, tapeçaria, livros, bebidas, tabaco, bijuterias, flores naturais e artificiais, vendidos a preços módicos.

O forte, porém, eram os brinquedos, particularmente os dos “Cavaleiros do Zodíaco”, animação japonesa sobre jovens guerreiros que fez sucesso nos anos 1990. Na biografia oficial de Dilma na web, que exalta a fama de boa gerente da candidata, não há menção ao período em que ela foi sócia-gerente da Pão & Circo. Nem mesmo quando defendeu a criação de um ministério para pequenas e médias empresas, em maio, mencionou o fato.

A Folha procurou a candidata por telefone e por e-mail para que ela falasse dessa experiência. Por meio da assessoria, Dilma confirmou que a empresa existiu e fechou há cerca de 15 anos -e que não falaria mais sobre isso.

SÓCIOS
A empresa tinha sede e filial em Porto Alegre e importava artigos de bazar de Colón, no Panamá, para revender no atacado e no varejo.

Além da agora candidata e da ex-cunhada Sirlei Araújo, participavam da sociedade o ex-marido de Dilma, Carlos Araújo, e um sobrinho, João Vicente. Carlos foi dirigente da VAR-Palmares, uma das organizações de esquerda das quais Dilma participou durante a ditadura militar.

Segundo Sirlei, ela e Dilma viajaram ao Panamá “umas duas ou três vezes” para escolher as mercadorias, que eram despachadas de navio até Imbituba (RS) e seguiam depois por terra até a capital gaúcha. “Era mais bazar e brinquedos”, diz a ex-sócia. A sede foi inaugurada em fevereiro de 1995, numa sala na região central de Porto Alegre. Quatro meses depois, Dilma abriu uma filial no centro comercial Olaria, também na capital gaúcha.

Os comerciantes mais antigos do Olaria se lembram de Dilma, dos contêineres e da lojinha. “A gente esperava uma loja com artigos diferenciados, mas, quando ela abriu, era tipo R$ 1,99. Eram uns cacarecos”, afirma Bruno Kappaun, dono de uma tabacaria no local.

PREJUÍZO
A simplicidade da loja e o baixo movimento de clientes também estão na memória dos comerciantes. “A loja era mal-acabada, com divisórias de tábua, um troço rústico. E, claro, não entrava ninguém ali”, diz Ênio da Costa Teixeira, dono de pizzaria, lembrando que dois funcionários ficavam na loja e Dilma aparecia eventualmente.

Um terceiro comerciante, André Onofre, dono de um café no Olaria, acha que a loja não teve viabilidade econômica porque as “bugigangas” eram “muito baratas”. “Foi uma experiência. Acho que ela não era do ramo.” Sirlei afirma que o negócio não foi um fiasco: “Até que deu bem certo”. Diz que Dilma cuidava sobretudo da contabilidade e das vendas.

A empresa ficou aberta por apenas 17 meses, entre 1995 e 1996, segundo registro na Junta Comercial e na Secretaria de Fazenda do RS. Os quatro sócios fecharam a filial primeiro, em 1996, e extinguiram a empresa oficialmente em dezembro de 1998.“Durou bem pouco tempo. Dilma sempre foi muito envolvida com a política. Não dava tempo para ela conciliar. Eu sozinha não conseguia”, justifica Sirlei.

Por Fernanda Odilla, na Folha


Comento:

Esta é a mulher que quer ser "presidenta" do Brasil: cheia de bugigangas na cabeça, quer levar o país à falência, implantando o socialismo mais tacanho como forma de dominação da população!

Minha Casa, Minha Lida!

Um dos programas mais usados pela candidata petista Dilma Rousseff como bandeira de suas realizações, o Minha Casa Minha Vida tem dificuldades em atender as famílias com renda de até três salários mínimos, faixa em que se concentram 90% do déficit habitacional do Brasil.

Dados da Caixa Econômica Federal mostram que, até 31 de julho deste ano, apenas 3.588 casas foram entregues a famílias com esse perfil. Para aquelas com renda entre três e dez salários, foram entregues 149 mil unidades. Das 604 mil unidades contratadas até essa data, 275 mil atingem a faixa mais baixa.

O vice-presidente de governo da Caixa, Jorge Hereda, admite que o programa não teve como foco principal, nessa primeira fase, as famílias de baixíssima renda. “A faixa de zero a três salários é importante, mas tem uma parcela significativa de famílias com 3, 4 e 5 salários mínimos que precisavam desse acesso também”, diz Hereda.

Segundo ele, o Minha Casa Minha Vida foi elaborado para resolver duas questões iniciais: a ampliação do mercado imobiliário e uma ausência quase completa de subsídios nesse setor. “Mais de 22 milhões de pessoas chegaram à classe C e há baixos índices de desemprego. Havia uma demanda para esse público que, antes, não passaria nem na porta de um empreendimento imobiliário.” Além disso, cerca de 50 mil famílias que recebem entre dois e três salários já conseguem se financiar, sem subsídio total.

Espaço
Um dos obstáculos encontrados para a construção de casas para a baixíssima renda, de acordo com Hereda, é o preço dos terrenos nas grandes cidades. Os críticos do programa creditam essa distorção ao fato de as empreiteiras escolherem os terrenos onde os projetos serão construídos. A Caixa nega. “A empreiteira não pega a terra que quer. Só aceitamos terras inseridas na malha urbana, com toda a infraestrutura garantida”, defende-se Hereda.

O rigor nesses critérios seria o motivo de, apesar de a Caixa ter recebido mais de 550 mil propostas de projetos para a faixa de zero a três salários, ter aprovado pouco mais da metade disso.

Ele argumenta que quem aprova os projetos nas cidades são as prefeituras e, em alguns casos, com licenças que devem ser dadas pelo Estado. “A questão da terra só vai se resolver quando as cidades abrirem espaço legal, não em favelas, para os pobres, aplicando o Estatuto da Cidade.”

Uma maior interação de ações nas esferas federal, estadual e municipal seria a saída para a destinação mais eficiente dos terrenos, que tenha como foco as classes mais baixas. Hereda reconhece que Estados e municípios começaram a ter maior participação no programa só recentemente, já que os primeiros empreendimentos foram contratados com empresas, que entregariam unidades mais rapidamente. “As parcerias estão aumentando. Foi um período de aprendizado, mas em São Paulo, por exemplo, temos ações conjuntas com o Estado e a prefeitura”, afirma.

Tempo de entrega
O vice-presidente da Caixa justifica o baixo número de imóveis entregues até aqui pelo programa, afirmando que ele está dentro de uma média razoável de tempo de construção das casas. “Uma casa não sai do nada. Para fazer casas em conjuntos habitacionais levamos de 12 a 24 meses. Vale lembrar que uma incorporação já durou 3 anos neste país.”

Em 2009, de acordo com Hereda, foram contratadas 275 mil unidades, mas o grosso das contratações foi em novembro e dezembro. “As entregas vão acontecer mais intensamente no fim deste ano e no ano que vem.”

É também para o ano que vem que está previsto o lançamento do Minha Casa Minha Vida 2, versão atualizada do programa, que deve fazer correções em alguns pontos criticados da primeira versão. O principal é aumentar a proporção de investimentos nos imóveis para a faixa de 0 a 3 salários mínimos, dos atuais 40% para 60%.

por Flávia Tavares, no Estadão

No rádio e na TV, Dilma Rousseff dá como entregue o lote de… um milhão de casas! De todas as mentiras do governo Lula, está é certamente a mais fabulosa — no sentido mesmo da palavra: fábula. Vai se chegar ao fim do ano com pouco mais de 10% do prometido. Mas a petista já anuncia mais dois milhões.

O governo passou mais de um ano anunciando o tal um milhão de casas na propaganda oficial. Não tenho nada contra a que Serra afirme que, se eleito, pretende fazer funcionar o que está parado. Mas conviria usar o horário eleitoral para contar aos brasileiros quão parado está o programa. Deixe-me ver: uns 97% dos brasileiros não devem conhecer vivalma que tenha recebido uma “casa de Dilma”. Mas é como se o país fosse um canteiro de obras de casas populares. O truque funciona: o telespectador deve pensar: “Bem, não existem casas aqui onde eu moro, mas deve existir em algum lugar”.

E que o leitor fique esperto. A expressão “unidades contratadas” quer dizer pouco mais do que nada. Vejam ali a fala do tal Jorge Hereda: os problemas estariam nos municípios e nos estados. Sei… E acrescenta: “Uma casa não sai do nada. Para fazer casas em conjuntos habitacionais levamos de 12 a 24 meses. Vale lembrar que uma incorporação já durou 3 anos neste país.”
Ah, ele também fala “neste país”, é? Assustador! É claro que uma casa “não sai do nada”. Quem fez parecer que saía foi o governo, foi Dilma Rousseff. Tratava-se, em suma, de um monumental estelionato eleitoral. E que tem funcionado, não nego. O governo pode ser ruim para construir casas, mas é um notável engenheiro de mentiras.

por Reinaldo Azevedo

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Ponto Eletrônico

Esta é a mulher que quer governar o nosso país e que, segundo as pesquisas de intenção de voto, está em primeiro lugar.

A terrorista Dilma Rousseff, conhecida como camarada Estela, uso um ponto eletrônico nos comícios em que participa.

Embora tenha estudado em colégios particulares em Belo Horizonte, sua cidade natal, a camarada Estela mal consegue formar um pensamento completo, quanto mais expô-lo aos seus ouvintes. Devidos ao seu português arcaico - e seu pensamento comunista ainda mais arcaico -, seus marqueteiros decidiram: vai usar o ponto eletrônico para não falar mais besteira do que seu criador, Mula da Silva!

O Desabafo de Marina


Marina sobre Dilma Roussef e seus dossiês para falsamente incriminar os adversários do PSDB:

"Uma campanha já é um prenúncio daquilo que se fará quando se chegar ao poder, e quem não respeita a legislação, as instituições antes de ganhar, que garantia teremos de que respeitará depois que chegar lá?"

A Educação em São Paulo e a Falta de Educação de Merdacante

Continuo a minha série de textos destinada a chamar verdade de “verdade” e mentira de “mentira”. Por quê? Porque acho que o mundo fica melhor assim. Como vocês sabem, na minha ortodoxia, uma é o “outro lado” da outra, se é que me entendem. Os diversos pontos de vista expressam juízos de valor sobre um fato. Mas ou um fato é fato ou nunca será. Há vários juízos sobre um limão. O que é fato? Ele é azedo. Sigamos.

Como é que um país pode ir marchando, lenta e suavemente, para o atraso, do qual dificilmente consegue se levantar? Quando políticas públicas corretas, eficientes, são alvos da pura pistolagem política, com o apoio, em muitos casos, de setores da imprensa para os quais — e vou insistir muito nisto — tudo é uma questão de “lado” e “outro lado”.

Tomemos o exemplo da educação em São Paulo. A área passa por uma importante transformação com os dois professores em sala na fase de alfabetização, com o plano de carreira, com a promoção por mérito, com a escola para professores etc — programas combatidos pelo sindicalismo do PT e pelo partido. Dá resultado? Dá. E onde está a evidência disso? No bom desempenho do Estado no Ideb referente a 2009, divulgado em julho. Quase nada se disse a respeito. O Ministério da Educação, do ministro cut cut Fernando Haddad, tentou esconder o resultado, evitando divulgar um ranking. O fato é que São Paulo provou estar no caminho certo, embora muito precise ser feito.

Ah, sim: se você acredita no petista Aloizio Mercadante e nos nanicos que lhe servem de apoio — a começar pelo “empresário” Paulo Skaf (PSB) —, isso não aconteceu. Vamos ver. Segundo o Ideb, estes são o resultado de São Paulo e sua colocação no ranking (o exame avalia três nÍveis):

SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
Nota de São Paulo - 5,5
Nota do Brasil - 4,6
Meta nacional - 4,2
Colocação de São Paulo - 2º lugar; só perde para Minas, que obteve 5,6
Notas anteriores:
2005 - 4,7
2007 - 5,0

SÉRIES FINAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL:
Nota de São Paulo - 4,5
Nota do Brasil - 4,0
Meta nacional - 3,7
Colocação de São Paulo - 1º lugar
Notas anteriores
2005 - 4,2
2007 - 4,3

ENSINO MÉDIO:
Nota de São Paulo - 3,9
Nota do Brasil - 3,6
Meta nacional - 3,5
Colocação de São Paulo - 3º lugar - perde para PR (4,2) e SC (4,1) e empata com RS
Notas anteriores
2007 - 3,6
2009 - 3,9

Você leu?

Quantas vezes você leu por aí que a educação de São Paulo — esta que serve ao proselitismo de Mercadante e de seu nanico Paulo Skaf —, nos três níveis avaliados pelo Ideb, está em 1º, 2º e 3º lugares? Mas há uma outra coisa que você não leu. O PT administra cinco estados — Acre, Piauí, Pará, Bahia e Sergipe. Sabem quantos deles conseguiram atingir a meta estabelecida pelo Ideb? Um só: o Acre.

Esses caras são bons de propaganda, é inegável, mas ruins de serviço quando se vai avaliar a qualidade real do que fazem. E que se note: não estou aqui a afirmar que se atingiu a excelência em São Paulo, não! Estou demonstrando que há avanços e que se encontrou o caminho, à diferença do que prega a guerrilha da desinformação.

Por Reinaldo Azevedo

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Mentira Como Método

Há pouco tempo atrás, Índio da Costa, candidato a vice-presidente pela chapa de José Serra, acusou o PT de ter ligações com as FARC. Tais acusações renderam ações judiciais contra ele e o PSDB e o TSE deu direito de resposta ao PT no site "Mobiliza PSDB".

Veja o dizem os representantes do PT (à moda Goebbels):

Portal do PT, 2 de agosto de 2010:
“Após as acusações do candidato a vice na chapa de Serra e dele próprio, que inclusive foram motivos de ações judiciais movidas pelo PT, sobre supostas ligações do partido com as Farc, veículos da grande mídia ainda insistem em abordar o assunto de forma tendenciosa. O PT tem ou teve algum tipo de ligação política com a guerrilha colombiana?

Valter Pomar: Não, nenhuma. O PT e os partidos de esquerda latino-americanos estão implementando estratégias que combinam luta eleitoral e luta social. A maioria destes partidos apóia, na Colômbia, o Pólo Democrático Alternativo, que já disputou duas eleições presidenciais. O PT tem um protocolo de cooperação com o Pólo Democrático Alternativo. O PT e o Pólo Democrático defendemos uma saída pacífica e justa para o conflito militar existente na Colômbia.”

Diário do Comércio, 18 de agosto de 2010:
“Walter Pomar, diretor do Foro de São Paulo e secretário de Relações Internacionais do PT, fez uma declaração categórica ontem. Negou a presença de integrantes das Farc no Foro.

Minha resposta é quase um mantra: não, nunca. As Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) jamais participaram do Foro de São Paulo. Não pertencem ao Foro’.”

Radar Político, Estadão, 18 de agosto de 2010:
“O secretário executivo do Foro de São Paulo, Valter Pomar, do Partido dos Trabalhadores (PT), negou hoje (18) qualquer vínculo desse grupo de partidos da esquerda e da centro-esquerda latino-americanas, criado em 1990, com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

As Farc não participam e nunca participaram do Foro de São Paulo”, disse Pomar, em entrevista a correspondentes brasileiros em Buenos Aires, onde se realiza o 16.º encontro da organização.”

Estadão, 19 de agosto de 2010:
“O deputado José Eduardo Martins Cardozo, coordenador da campanha presidencial de Dilma Rousseff, negou ontem a existência de vínculos de qualquer espécie entre o PT e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

"O PT nunca teve e não tem relações com as Farc", disse ao Estado durante uma cerimônia do 16.º Foro de São Paulo em Buenos Aires, evento que reúne representantes da esquerda, centro-esquerda e partidos progressistas da América Latina e do Caribe.”


VIRAM BEM O QUE VAI EM VERMELHO? Pois bem, aqui vai a Verdade:

No IX Encontro, quem temos como participantes? Aí vai uma parte deles...

PARTICIPANTES DEL IX ENCUENTRO (2000)
País Partido/Instit.
Argentina / Frente Democracia Avanzada
Argentina / Partido Comunista Argentino
Argentina / Partido Intransigente
Brasil / Partido dos Trabalhadores
Brasil / Partido Socialista Brasileiro
Brasil / Partido Comunista do Brasil
Brasil / Movimento Revolucionário 8 de Outubro
Brasil / Partido Popular Socialista
Colômbia / Alianza Democrática M19
Colômbia / ELN
Colômbia / FARC-EP
Colômbia / Partido Comunista Colombiano
Colômbia / Presentes por el Socialismo
Cuba / Partido Comunista
Chile / MIR


No X Encontro do Foro de São Paulo, ocorrido em 2001, os membros delinearam uma "Resolução de Condenação ao Plano Colômbia", que, entre outras coisas, dizia:

5. Apoiar e encoraja os processos de diálogos desenvolvidos pelas FARC – Exército do Povo e o ELN, em busca de soluções diferentes à guerra para a grave crise colombiana e o conflito social, político e armado, ficando à disposição, na medida de nossas possibilidades e as necessidades dos processos.
(...)
8. Manifestar publicamente, como forças e movimentos políticos anti-imperialistas, nossa defesa aos direitos de rebelião e autodeterminação dos povos do mundo e rechaçar o qualificativo de terroristas para toda forma de resistência.

9. Ratificar a legitimidade, justeza e necessidade da luta das organizações
colombianas e solidarizar-nos com elas.


Entrevista do hoje falecido nº 2 das FARC, Raul Reyes, ao repórter Fábio Maisonnave da Folha de São Paulo, em 28/04/2003:

Folha de S.Paulo - Como tem sido o contato entre as Farc e o governo do Brasil?
Reyes - Agora, nenhum. Estamos muito interessados em um contato direto, porque as Farc têm como política estabelecer relações políticas com governos, para explicar a eles que temos uma política que consiste em não realizar operações militares fora do território colombiano.

Folha de S.Paulo - Qual é a sua avaliação do governo Lula?
Reyes - Tenho muita esperança em que o governo Lula se transforme num governo que tire o povo brasileiro da crise. Lula é um homem que vem do povo, nos alegramos muito quando ele ganhou. As Farc enviaram uma carta de felicitações. Até agora não recebemos resposta.

Folha de S.Paulo - Vocês têm buscado contato com o governo Lula?
Reyes - Estamos tentando estabelecer --ou restabelecer-- as mesmas relações que tínhamos antes, quando ele era apenas o candidato do PT à Presidência.

Folha de S.Paulo - O sr. conheceu Lula?
Reyes - Sim, não me recordo exatamente em que ano, foi em San Salvador, em um dos Foros de São Paulo*.

Folha de S.Paulo - Houve uma conversa?
Reyes - Sim, ficamos encarregados de presidir o encontro. Desde então, nos encontramos em locais diferentes e mantivemos contato até recentemente. Quando ele se tornou presidente, não pudemos mais falar com ele.

Folha de S.Paulo - Qual foi a última vez que o sr. falou com ele?
Reyes - Não me lembro exatamente. Faz uns três anos.

Folha de S.Paulo - Fora do governo, quais são os contatos das Farc no Brasil?
Reyes - As Farc têm contatos não apenas no Brasil com distintas forças políticas e governos, partidos e movimentos sociais. Na época do presidente [Fernando Henrique] Cardoso, tínhamos uma delegação no Brasil.

Folha de S.Paulo - O sr. pode nomear as mais importantes?
Reyes - Bem, o PT, e, claro, dentro do PT há uma quantidade de forças; os sem-terra, os sem-teto, os estudantes, sindicalistas, intelectuais, sacerdotes, historiadores, jornalistas...

Folha de S.Paulo - Quais intelectuais?
Reyes - [O sociólogo] Emir Sader, frei Betto [assessor especial de Lula] e muitos outros.

* Nota:
Até hoje só ocorreram dois encontros do Foro de São Paulo em San Salvador: o VI Encontro, em 1996, e o XIII Encontro, em 2007. Portanto, o PT tem ligações com as FARC, no mínimo, desde 1996.

Carta dos representantes da FARC aos membros do XIII Encontro do Foro de São Paulo, que ocorreu em San Salvador no ano de 2007:

Mesa Diretora, Companheiros Delegados e Companheiras Delegadas ao XIII Foro. San Salvador, El Salvador. Recebam nossa carinhosa e bolivariana saudação, muitos êxitos em suas deliberações.

Ao não podermos nos fazer presentes em tão importante evento, lhes entregamos este documento com nossos pontos de vista e agradecemos de antemão o fato de tê-lo em conta nas deliberações.
(...)
É nesse preciso momento que o PT lança a formidável proposta de criar o Foro de São Paulo, trincheira onde nós pudéssemos encontrar os revolucionários de diferentes tendências, de diferentes manifestações de luta e de partidos no governo, concretamente o caso cubano. Essa iniciativa, que encontrou rápida acolhida, foi uma tábua de salvação e uma esperança de que tudo não estava perdido. Quanta razão havia, transcorreram 16 anos e o panorama político é hoje totalmente diferente.
(...)
Cremos ser oportuno manifestar nossa inquietação e desagrado pela posição de alguns companheiros que, em forma e sob responsabilidade pessoal, publicamente dizem que as FARC não podem participar no Foro, por ser uma organização alçada em armas. A luta armada não se criou por decreto e tampouco se acaba por decisão similar, é a expressão de um povo que sofreu a devastação de sua população em mais de um milhão de pessoas que, nestes 60 anos, foram assassinadas, é a expressão dos milhares de militantes que foram assassinados do Partido Comunista e da União Patriótica, é a expressão de milhares de sindicalistas que foram assassinados nestes últimos anos.

Aos companheiros que pensam que não podemos participar, fraternalmente os convidamos a que nos acompanhem, não no acionar militar ao que as circunstâncias nos obrigaram, pois sabemos que não a compartem e respeitamos seus pontos de vista, os convidamos a participar da busca da solução política e, para isso, os fazemos partícipes da Plataforma para um Governo de Reconstrução e Reconciliação Nacional, aprovada por nossa 8ª Conferência realizada em 1993.
(...)

COMISSÃO INTERNACIONAL
FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS DA COLÔMBIA
EXÉRCITO DO POVO, FARC-EP
MONTANHAS DE COLÔMBIA, 7 DE JANEIRO DE 2007


O próprio Valter Pomar, em entrevista à Veja, durante o XIV Encontro do Foro de São Paulo, em 2008, deixa claro que as FARC participavam do FSP:

VEJA: Quando as Farc deixaram de participar do Foro?
Pomar: As guerrilhas colombianas - não apenas as Farc, veja bem, porque há outros grupos - há muitos anos deixaram de vir, até porque a situação da guerra não lhes permite. Na década de 90 havia uma situação de negociação das Farc com o governo e naquele período a presença delas em eventos na região era pública e notória."

Porém, María Belela Herrera, uma ativa participante do foro que ocupava o cargo de vice-chanceler no governo do presidente uruguaio Tabaré Vazquez, as Farc não comparecem ao encontro esquerdista desde sua última edição brasileira, em 2005. Antes disso, os terroristas não só participavam dos encontros do Foro de São Paulo, como faziam intervenções freqüentes nos debates!

Também em 2008, o jornal El Universal do México, publica uma entrevista com Alberto Anaya Gutiérrez, dirigente do Partido del Trabajo, em que este admite o vínculo com as FARC, por suas participações no Foro de São Paulo e garante que, como anfitrião do XIV Encontro, convidou os dirigentes da guerrilha para participar:

El Partido del Trabajo (PT) aceptó que las fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia (FARC) y el Ejército de Liberación Nacional (ELN) están invitados al seminario petista que se realizará a partir del jueves y hasta el sábado en la ciudad de México, pero que no asistirán porque el gobierno no les da visa.

Según el senador Alberto Anaya Gutiérrez, dirigente petista, desde 2002 el gobierno mexicano dejó de garantizar el derecho de asilo y deportó a las representaciones de esos grupos que había en el país.

EL UNIVERSAL publicó ayer en su edición impresa, que el PT invitó a las FARC a un foro que comienza el próximo jueves.

El coordinador del PT en la Cámara de Diputados, Ricardo Cantú, reconoció que su partido tiene un vínculo con las FARC, como con cualquier otro partido en el continente u organización de izquierda.
(...)
En entrevista con EL UNIVERSAL, el presidente del Partido del Trabajo, Alberto Anaya, explicó el origen de estos seminarios que son convocados por el llamado Foro de Sao Paulo, creado en 1990, cuando todavía no existía el PT.

Se trata de un foro en el que participan más de 90 organizaciones políticas de diversas partes del mundo, incluidos grupos armados.

Por supuesto, destacó, las FARC ya no acuden a ningún seminario, a ninguna parte del planeta, porque correrían el riesgo de ser detenidos.

Ainda em 2008, a revista Época faz reportagem que remete à ligação entre o PT e as FARC, nos Encontros do Foro de São Paulo. Nesta ocasião, o nº 2 da guerrilha, Raul Reyes, havia sido morto pelo exército colombiano, que resgatou diversos computadores, com mensagens que comprometiam os esquerdistas:

Até meados dos anos 90, as Farc participaram oficialmente do Foro de São Paulo, um conclave de partidos e organizações de esquerda da América Latina do qual o PT faz parte. Mas as relações com as Farc, segundo o PT, foram rompidas depois que elas abandonaram, a partir de 2002, as negociações para um acordo de paz na Colômbia e enveredaram de vez no caminho dos seqüestros e do narcotráfico. O governo Lula diz jamais ter tido qualquer tipo de contato com a organização, classificada como terrorista pelos governos da Colômbia, dos Estados Unidos e da União Européia.


ÉPOCA teve acesso agora, com exclusividade, a um lote de três cartas que mostram como as Farc tentaram oficialmente estabelecer relações com o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, logo depois de sua eleição, em 2002, e em seu primeiro ano de mandato no Palácio do Planalto, em 2003. As correspondências foram enviadas por Raúl Reyes, o líder das Farc morto em março deste ano, durante um ataque das Forças Armadas da Colômbia a um acampamento da guerrilha no norte do Equador. Elas tinham como destinatário o presidente Lula. O portador das cartas no trajeto da Colômbia até o Brasil foi Édson Antônio Albertão, um vereador de Guarulhos que estava na ocasião no PT e hoje está no PSOL. Albertão, além de freqüentar os acampamentos das Farc, era amigo pessoal de Reyes e recebeu dele a incumbência de trazer as cartas para Lula em julho de 2003 – data da última delas.

Mas em 2007... Raul Reyes havia enviado outra carta ao governo (entre outros "órgãos sociais"), comemorando o refúgio do Cura Medina, o embaixador das FARC no Brasil:


Quando da morte de Reyes, a revista Cambio publicou extensa reportagem sobre o conteúdo dos computadores do terrorista esquerdista e sobre a ligação das FARC com destacados dirigentes, políticos e altos membros do Partido dos Trabalhadores, ao qual o presidente Lula pertence. Além disso, o grupo guerrilheiro manteve contatos com procuradores e juízes do Brasil. Eis a lista dos citados:

- José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil
- Roberto Amaral, ex-ministro da Ciência
- Erika Kokay, deputada
- Gilberto Carvalho, chefe de Gabinete
- Celso Amorim, chanceler
- Marco Aurélio García, assessor para assuntos internacionais
- Perly Cipriano, subsecretário de Promoção de Direitos Humanos
- Paulo Vanucci, ministro da Secretaria de Direitos Humanos
- Selvino Heck, assessor presidencial

Estas provas da ligação entre ambas as entidades malignas já estão boas? Ou será que é preciso mais?