Falemos um pouco mais sobre imprensa, notícia e obamismo.
Um número ainda não determinado de civis morreu num ataque das forças americanas no Afeganistão. Quantos? Ninguém sabe. Dezenas.
Façam um teste. Leiam o noticiário dos sites brasileiros — de fato, se tiverem como, passeiem também pelas agências internacionais. Sabem qual é o “lead” da notícia, a informação principal? “Obama lamenta a morte de civis”. Ou ainda: “Hillary pede desculpas”.
Não descuidem, leitores, do esforço para educar a inteligência. Recuem no tempo e vejam como esses mesmos veículos tratavam eventuais danos colaterais de ataques feitos pelas forças americanas quando o presidente era George W. Bush. Façam uma comparação.
François Mitterrand, nos primeiros anos de governo, tentou realmente empurrar a França para a esquerda, mas deu com os burros n’água. Optou, então, pelas saídas oferecidas pelo capitalismo, o que deixou a esquerda furiosa — especialmente aquela lotada na imprensa.
Perguntaram a Jacques Delors, ministro das Finanças, qual era a diferença entre o que o esquerdista Miterrand fazia e o que faria a direita. Sua resposta não poderia ter sido mais, como direi?, “progressista”. Mandou ver: “A diferença em relação à direita é que nós, da esquerda, fazemos a mesma coisa, mas com dor no coração".
Ah, agora entendi. Antigamente, como sabem, quando morriam pessoas em razão das ações dos soldados americanos, escrevia-se que “Bush matou” sei lá quantos. Por isonomia, quem mata agora é Obama, certo? Qual a diferença? Ora, como se vê, Obama “mata” com "dor no coração".
Bush, não. Bush era mau como um pica-pau.
por Reinaldo Azevedo
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