José Fulano nasceu em um subúrbio brasileiro qualquer, digamos que filho de um motorista de caminhão e uma funcionária de supermercado. José foi criado com carinho ou não, cursou o primário, iniciou o ginásio (quando os diferentes graus de ensino tinham este nome), e começou a trabalhar como “office boy”. Aos dezoito anos interrompeu este trabalho e serviu ao exército como era sua obrigação. Saindo do serviço militar esteve em vários empregos, acabando por montar um pequeno negócio. Casou, teve filhos, com a ajuda de seu contador pagou seus impostos e manteve sua contabilidade em dia. Não fez fortuna, mas dava para o carro de cinco anos, dez dias na praia, um natal e ano novo com comida especial e farta, o churrasco dos domingos ou a vista ocasional da família a um espeto corrido. Votava nas eleições naqueles com quem simpatizava sem se prender a um partido.
Um dia, sem mais nem menos, assoma à porta um sujeito chamado Zé Bandido. Armado atira nele, matando-o.
Identificado por testemunhas o assassino é preso. Mas alega que o assassinato foi um ato político. Um protesto contra a acomodação do pequeno negociante que se acomodava no seio da sociedade.
O promotor e a polícia riem na cara dele. Mas não perdem por esperar. O advogado de defesa invoca o precedente de que a negativa de extradição efetuada pelo Sr. Tarso Genro reconhece esta condição. Invoca os relatos dos filhos de comerciantes italianos assassinados pelo grupo de Cesare Battisti e mostra que um açougueiro e um pequeno dono de ourivesaria são, na ótica das autoridades brasileira, alvos lícitos para assassinatos destinados a colocar em pauta uma posição política.
Se o assassino teórico desta história vai ou não preso não consegui ler na minha bola de cristal. Mas se não for preso, talvez os filhos do comerciante se sintam encorajados a fazer outra declaração de natureza política atirando no assassino assim que este for posto em liberdade. Mas aí vai acontecer algo estranho. As autoridades do país vão dizer que não. A execução do bandido não foi um ato político. Foi um ato de vingança. E isto é ilícito. Provavelmente os filhos do José Fulano serão presos e a família passará o resto da vida pagando uma pensão à mulher do Zé Bandido.
Ou seja, Tarso, um homem sem qualquer integridade, com sua máscara de homem de bem para iludir os incautos, estabelece um novo parâmetro. Eles podem matar. Provavelmente nós não podemos matar. O poder público dirá que se passarmos a cobrar a Pena de Talião mergulharemos a sociedade no caos...
Tarso Genro e Poncio Lulato mais uma vez lavam as mãos.
Por Ralph J. Hofmann
Um comentário:
Ola visitei seu blog e achei um barato e gostaria de convidar para acessar o meu também, conferir a postagem desta semana: Era – Obama / Retro – Bush.
Sua visita será um grande prazer para nós.
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Atenciosamente,
Sebastião Santos.
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