A presidente Dilma Rousseff usou evento de inauguração de uma creche na tarde desta quarta-feira (18) para exaltar o ministro da Educação, Fernando Haddad, que sairá da pasta para disputar a eleição à Prefeitura de São Paulo. Na cerimônia de inauguração da creche Júlia Moreira da Silva, em Angra dos Reis (RJ), Dilma o classificou como “um dos grandes ministros desse país na área de Educação”. Haddad também foi elogiado por outros políticos presentes no evento.
“Ele viu que a Educação tinha que começar e ter importância desde a criança ao nascer. Quando ele cunhou a frase que a educação era um projeto da creche à pós-graduação, cunhou uma coisa importantíssima para o Brasil, que é a igualdade de oportunidade”, disse a presidente.
Em tom de despedida, Dilma disse que Haddad merece “reconhecimento” antes de sair do governo. “O ministro Fernando Haddad vai sair do governo, enfrentar outra realidade. Ele merece o reconhecimento do meu governo e do presidente Lula pela contribuição que deu para que pudéssemos aprofundar esse momento do país, que é de crescer e distribuir renda”, disse a presidente.
O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), disse que Haddad foi o melhor ministro da Educação que o país já teve.
“Dizem que Anísio Teixeira foi um grande ministro da Educação, e Gustavo Capanema [também]. Sem dúvida foram, mas em períodos não tão densamente democráticos como esse –uma coisa é ser ministro do Estado Novo, ou ser ministro de um período em que o presidente não chegou ao poder eleito diretamente. Onde não havia Ministério Público ou imprensa livres. Outra coisa é ser ministro, graças a Deus, com MP e imprensa livres. Não tivemos no período democrático ministro da Educação que se compare a Haddad.”
O ministro foi econômico no discurso. Agradeceu Dilma pelo “gesto” de inaugurar a creche e exaltou o aumento das matrículas em creches e universidades durante o governo Lula. “O governo federal não tinha programa para a educação infantil. Incluímos a creche e pré-escola no Fundeb [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica] e repassamos recursos para investimentos.”
por Italo Nogueira, na Folha Online
Existem um dever - esta é uma época lúgubre para esta palavra, pois os esquerdistas só querem falar de direitos - primordial para a vida em sociedade: é o dever de falar a Verdade!
Na reportagem acima, vemos um Haddad todo ancho, a afirmar: “O governo federal não tinha programa para a educação infantil. Incluímos a creche e pré-escola no Fundeb [Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica] e repassamos recursos para investimentos.”
Huuummm… Como é que se conta a verdade inteira? O PT FOI CONTRA A CRIAÇÃO DO FUNDEF, QUE ANTECEDEU O FUNDEB - na verdade, o “b” substituindo o “f” foi mais uma das patranhas petistas. Resolveram botar marca nova no que já havia. Quem criou o Fundef foi o ministro Paulo Renato, este, sim, um grande ministro da Educação, a despeito da história recontada pela ligeireza de Sérgio Cabral. Grande e perseguido pela escória sindical.
O petismo fez com o Fundef o mesmo que fez com o “Bolsa Família”. O partido era contra as bolsas, chamava-as de “esmola”. Lula o disse LITERALMENTE. Mais: afirmou que pobre que recebia dinheiro do governo deixava de plantar macaxeira, sugerindo que se tornava um vagabundo. Em lugar do programa, inventou um troço que nunca chegou a existir: o “Fome Zero”. Algum tempo depois, dados o insucesso e as trapalhadas da iniciativa, reuniu, por decreto, todas as bolsas criadas pelo governo FHC numa bolsa só: a “Família”. E passou a cacarejar. Como Haddad cacareja agora.
FHC chegou ao poder, em 1995, e a taxa de matrícula no ensino fundamental era de 89%. Quando Lula assumiu, estava perto de 98% - o mesmo índice em que está agora. No início do governo tucano, havia 33% dos brasileiros de 15 a 17 anos fora da escola; no fim, eram 18% - redução de 15 pontos percentuais (ou 45%). No governo Lula, caiu para 14,8% (redução de apenas 20%). Uma coisa é assumir a Presidência sem dispor de um instrumento para intervir da educação, ter de criá-lo (enfrentando a oposição de petistas e de seus aliados sindicais) e operá-lo com eficiência, como fez Paulo Renato. Outra, distinta, é chegar com tudo pronto, com o fundo disponível, e poder trabalhar sem ter de enfrentar sabotadores - porque, afinal, os sabotadores passaram a ser poder… Paulo Renato criou ainda o Saeb (Sistema de Avaliação do Ensino Básico) - a portaria que o instituiu é de dezembro de 1994, mas só começou a existir, de verdade, no governo tucano - e o Exame Nacional de Cursos, depois rebatizado de Enade pelos petistas. No post abaixo, a gente lê que Sérgio Cabral considera Haddad o melhor ministro da Educação da história do Brasil. Claro, claro… Quando se tem a determinação de puxar o saco de alguém, os fatos contam muito pouco. E eu trato de fatos.
Finalmente, no que diz respeito à reportagem, vemos Dilma e Haddad a fazer proselitismo na inauguração de uma creche. Não porque eu seja da oposição (não sou; até porque a oposição não parece ser de oposição, hehe); não porque eu esteja determinado a não reconhecer os méritos dos companheiros (a acusação é tola), mas porque, mais uma vez, estamos diante de fatos.
DILMA PROMETEU, NA CAMPANHA ELEITORAL, CONSTRUIR CINCO MIL CRECHES ATÉ 2014. As metas para 2011, aliás, eram estas:
- 3.288 quadras esportivas em escolas;
- 1.695 creches;
- 723 postos de policiamento comunitário;
- 2.174 Unidades Básicas de Saúde;
- 125 UPAs.
Quantas creches a soberana construiu até agora? Lembro, como arremate, que Lula prometeu erguer um milhão de casas, e Dilma, mais dois milhões. No ritmo de entrega, na conta que fiz em dezembro, a promessa será cumprida daqui a 22 anos!
por Reinaldo Azevedo
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