A primeira fala do programa dizia respeito a acordo do Brasil com Cuba, assinado por Lula, no qual o governo brasileiro se empenhará em investir milhões de dólares para recuperar o falido porto de Mariel, sem que se saiba ao certo que tipo de retorno receberá o nosso país da envilecida ilha caribenha.
(Para quem está por fora, o porto de Mariel, exceto fugitivos, não exporta nada, visto que hoje o açúcar cubano mal dá para o baixo consumo interno).
Mas Lula, inconsciente da miséria que acode a região nordestina, sufocada pelos escombros das chuvas, avança que o bilionário investimento em Cuba não se limitará à recuperação do porto de Mariel. Antes pelo contrário: ele também investirá uma nota preta na ampliação da rede hoteleira da ilha, um mimo a mais para se incentivar a indústria do turismo sexual necessitada de recursos para melhor servir ao burguês (do mundo capitalista) em férias.
Para fazer o serviço completo, e servir com mais zelo a indústria orgiástica daquele “paraíso tropical”, o nosso “führer” garante que também investirá na implantação de um novo ramal rodoviário em torno de Havana.
De quebra, Lula ainda informou no seu café amargo que a Petrobras, sacando generosos tributos da população brasileira, vai construir em Cuba uma moderna fábrica de óleo combustível, ao tempo em que projeta estudos para iniciar um vasto programa de prospecção com o objetivo de achar petróleo na ilha dos irmãos Castro.
O outro informe do programa soa ainda mais preocupante. De fato, ele é uma carga de nitroglicerina em estado puro. E diz respeito à criação de dois núcleos de “ensino superior”, a saber: a Universidade Federal da Integração Latino-Americana, em Foz de Iguaçu, Paraná, região da tríplice fronteira; e a Universidade Luso-brasileira, a ser instalada em Redenção, interior do Ceará, cidade onde, segundo Lula, houve o primeiro movimento pela libertação da escravidão no Brasil.
Sobre a Universidade latino-americana, Lula afiançou que ela atenderá 10 mil alunos, sendo que 50% brasileiros e 50% de outros países da América Latina. No que se refere ao corpo docente, metade será constituída por professores brasileiros e a outra metade por “especialistas” latino-americanos.
Os cursos serão administrados em aulas bilíngües e, segundo Lula, estão diretamente relacionados com matérias importantes no contexto das relações entre os países do continente, tais como Venezuela, Bolívia, Equador e Peru. As graduações oferecidas pela universidade luliana, como, por exemplo, a de graduação na cadeira de “Sociedade, Estado e Política”, não são oferecidas em nenhuma universidade brasileira – elas são inéditas.
Na ordem prática das coisas, será construído um complexo arquitetônico assinado pelo megacomunista Oscar Niemeyer, em terreno doado pela Itaipu Binacional. A Unila – é assim que se chama – receberá recursos do Ministério da Educação, sendo que para o primeiro semestre de 2010 já foi liberada verba na ordem de R$ 23 milhões.
Por sua vez, a Universidade Luso-Brasileira, situada em Redenção, Ceará, tem por objetivo atender cinco mil alunos africanos de fala portuguesa e outros cinco mil alunos “afro-brasileiros”. Sua intenção é “formar a capacidade intelectual, treinar gente em energia e tecnologia, gestão pública, educação pública, saúde pública e agricultura”. A proposta orçamentária da Universidade Luso-brasileira também já foi aprovada para atender, de início, em 2010, 350 alunos.
O modelo de atuação das universidades de Lula é, obviamente, de origem cubana, e o próprio Lula não esconde o jogo: “Como é que Cuba” – indaga o “Führer”, lá para as tantas, fornecendo a pista – “um país pobre, consegue ter universidade que atende gente do mundo inteiro e um país do tamanho do Brasil, não?”.
O que talvez Lula não saiba é que o modelo de ensino cubano, administrado para fomentar o ódio de classe, foi sacado justamente dos ensinos da Universidade de Dar-es-Salaam, instituição criada pelo presidente da Tanzânia, Julius Nyerere, precursor do chamado “socialismo africano”, que levou aquele país à ruína agrícola e à fome, depois da criminosa experiência coletivista rotulada, posteriormente, de “O Grande Salto Para Trás” (nada a ver com o da China do velho Mao).
A pedagogia africana radicalizou. O currículo da Faculdade de Ciências Políticas de Dar-es-Salaam exigia que os alunos dominassem os ensinamentos de Marx, Lênin e Franz Fanon, este último autor do tristemente célebre “Os Condenados da Terra” (Les Damnés de la terre”, Paris, l961) – livro que pregava a “violência purgativa” como forma de recuperar a “auto-estima negra”.
A “pièce de résistance” de Der-as-Salaam, cujo reitor era o próprio Nyerere, era o “menticídio” (assassinato da mente), técnica de ensino preconizada por Franz Fanon que consistia em lavar com ódio o cérebro das massas africanas para melhor levá-las à revolução marxista-leninista contra “o colonialismo dos brancos”.
Fanon, um africano que se converteu à filosofia existencialista estudando medicina na Universidade de Lyon, França, foi, mais tarde, membro da divisão de guerra psicológica do Instituto Tavistok, na Inglaterra, se encarregando de fundamentar os paradigmas da “cultura negra” com o objetivo explícito de “minar as bases da civilização cristã” dentro e fora da África.
Na América Latina, primeiro no Brasil e depois no Chile de Allende, foi Paulo Freire, tido como “um mestre”, que transplantou a ideologia fanonista para métodos alfabetizantes, que nunca alfabetizaram ninguém – mas que hoje, com a grana firme sacada (por vias indiretas) dos cofres públicos, preenchem os currículos dos cursos de subversão administrados na Universidade Florestan Fernandes, do MST, em Guararema, interior de São Paulo.
Repetindo Fanon e a experiência cubana, a dita Universidade do MST, além de Marx e Lênin, tem, por sua vez, nas figuras de Fidel Castro, Guevara e o cangaceiro Lampião, os seus principais “mentores ideológicos”. Diante de tal soma de destemperos, a pergunta que se faz é a seguinte: o que pode o Brasil esperar das duas universidades de Lula?
Absolutamente nada, ou melhor: o pior possível. E o exemplo vem da África. Nela, países como Uganda, Eritréia, Etiópia, Ruanda, Burundi e a República Popular do Congo (ex-Zaire), depois de contaminados pelo pensamento forjados na “violência revolucionária” de Franz Fanon, via Der-as-Salaam, tornaram-se ainda mais pobres, com a produção agrícola caindo pela metade – tendo por consequência a ampliação da fome epidêmica e da miséria.
No Brasil, instaladas estrategicamente no Nordeste e no Sul do país para subverter a cabeça dos inocentes inúteis, resta rezar para que uma poeira de nuvem tóxica leve tais núcleos de “ensino superior” para o inferno das cuias.
por Ipojuca Pontes
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