quarta-feira, 10 de março de 2010

In Statu Quo Res Erant Ante Bellum

Em 19/08/2008, escrevi um post a respeito do racismo extremado do "mestre" esquerdista Karl Marx. Como sempre, quando tocamos nas feridas dos esquerdistas, eles tentam logo nos incutir que o sistema socialista - o pai do comunismo - é a melhor coisa do mundo. Kelly Braga, professora formada em pedagogia, que ensina sociologia e filosofia, foi uma destas pessoas. E eu lha respondi num outro post chamado "In Statu Quo Ante Bellum".


Agora, quase um ano depois, Kelly volta à carga, tentando fazer-me crer - ou tentando fazer crer a si própria - que o socialismo é melhor que o "capitalismo".


Uma das coisas que Kelly diz ensinar é filosofia. Não sei onde ela aprendeu, mas a filosofia é essencialmente a arte do pensamento. E uma das principais bases do pensamento filosófico é justamente a lógica, que nada mais é do que um pensamento puramente matemático.


Aliás, eu, como analista de sistema, utilizo constantemente a lógica para analisar o contexto dos vários sistemas existentes - aqueles em que atuo, os que me afetam, os que desenvolvo. É a partir desta base lógica que descubro qual a minha participação como ator na sociedade em que vivo. E por isto, costumo deixar minhas emoções serem direcionadas para aqueles que delas necessitam - minha mulher, meus filhos, parentes, amigos próximos; e os necessitados, quando há grandes calamidades ou quando passo a conhecê-los e saber se fizeram a lição de casa para tentar crescer neste "mundo capitalista", como muitas pessoas fazem.


Mas vamos ao seu comentário, afinal é por causa dele que este post está sendo feito, não é mesmo? Kelly segue em vermelho e eu em azul.


Você diz que no capitalismo existe liberdade, mas essa liberdade na verdade é uma falácia. Liberdade onde? Como pode existir liberdade onde as televisões utilizam a arte para massificar o pensamento do ser humano, para deformar o imaginário infantil destruindo os valores, onde há alienação.
Sim, Kelly, eu digo - e afirmo - que no "capitalismo", que eu costumo chamar de LIVRE MERCADO (e só não é mais livre graças ao Estado, que sempre quer interferir em tudo o que se refere aos sistemas em que estamos inseridos), existe liberdade. Afinal de contas, você é livre para trocar de canal e procurar outra programação; é livre para fazer uma assinatura de TV a cabo ou por satélite; e, mais radicalmente ainda, é livre para escolher nada disso e desligar sua TV!

Ademais, Kelly, sabemos que quem gosta de destruir valores são os socialistas, não é mesmo? Marx o fez, Lenin o fez, Stalin o fez. Gramsci teorizou muito sobre isto. Aliás, todos os grandes teóricos socialistas sempre ensinaram sobre a destruição de valores ditos "burgueses", como a família, a religião, o trabalho, a liberdade, a propriedade privada etc., para que tudo fosse "socialmente" de todos - e nada fosse de ninguém, exceto de alguns que tivessem mais direitos que os outros.

Basta ver, por exemplo, as propostas socialistas do PNDH III do PT: extinção da Lei da Anistia para apenas um dos lados da época dos governos militares, controle da mídia ao estilo cubano/venezuelano; extinção do agronegócio, principal fonte incremento do PIB, para a formação de gulags para o MST; instituição do assassínio puro e simples, com a implementação do aborto como prática corrente; criação de um abismo social, através da criação de direitos diferenciados para determinados grupos - principalmente aqueles engajados na luta pela implementação do socialismo.

Quanto à alienação, Kelly, que dizer? Aqui, no "capitalismo", você tem o direito de ir, vir, aprender, conhecer, se esforçar para vencer na vida, escolhendo todas as coisas que você acha serem melhor para si própria e para toda a sua vida.

Há dificuldades e desafios nestas escolhas? Claro, que há, Kelly! Quando você faz uma escolha que paute sua vida, você deixa outra opção de lado.

Você, por exemplo, escolheu uma tendência esquerdista. Logo, deixou-se levar pela utopia do "novo homem para um novo mundo", deixando de lado a outra escolha, que é lutar para a evolução da sociedade como um todo sem qualquer utopia, encarando a realidade que a cerca, melhorando sua vida e auxiliando outros a melhorar também. E se alguns ganham mais do que outros, por capacidade, merecimento, escolha etc., o que podemos fazer é dar-lhes mérito e seguir em frente.


Não há liberdade quando o ser humano em nome do capital não consegue compreender a dependência que tem em relação à natureza e polui o próprio meio em que vive.
Kelly está confundindo conceitos e não consegue, como professora de filosofia, pensar sobre a liberdade. "Somos todos livres para fazermos o que quisermos fazer" é uma máxima que ela ainda não compreendeu - e é uma das máximas que eu defendo.

É óbvio que, em tudo que fazemos, a terceira lei de Newton é aplicada inexoravelmente: sempre há consequências, quer boas ou ruins.

Assim é que os indivíduos são livres para poluir o meio em que vivem - quer por ignorância, quer por puro e simples mau-caratismo -, mas têm que aguentar os revezes advindos desta liberdade. E eles também são livres para mudar de idéia e parar de poluir e lutar para que outros não o façam.

E embora os países "capitalistas" tenham um largo histórico de poluição ambiental, causado pelo desenvolvimento que sofreram, sabemos que os maiores poluidores mundiais sempre foram, na verdade, os socialistas: estes, historicamente, sempre utilizaram tecnologia extremamente defasada em todos os aspectos da vida - assim foi na extinta URSS, assim é na Coréia do Norte e na China, ainda hoje. Lá, diferentemente daqui, quem decide quem vai fazer, o quê vai ser feito e como qualquer coisa deve ser feita é o Estado, não importando o meio ambiente, a poluição ou os indivíduos: todos, lá, são animais gregários, meras formigas trabalhadeiras a serviço da rainha que ocupa o poder.



Não disse que o socialismo é a salvação da lavoura, mesmo porque não acredito que tenha existido uma experiência realmente socialista, existiram e existem caminhos com erros e acertos em busca do socialismo.
Ainda bem que Kelly não disse que o socialismo é salvação da lavoura, não é mesmo? Porque aí sim estaria caindo na maior falácia que existe. A socialista Cuba que o diga: não tem lavoura praticamente alguma. Aliás, nem papel higiênico - pelo menos, para a população, que tem que usar o Granma, o principal jornaleco socialista daquele país, que não deixa o povo "alienado", como disse Kelly, e conta as verdades que interessam à manutenção do statu quo de Fidel Castro.

Mas, ah!, eis a que vem, finalmente, a Kelly: como todos os esquerdistas mais modernos, nega a Verdade, corroborada por fatos! Nunca houve uma "experiência realmente socialista"!

Lembram-se que, no início deste post, eu falei sobre lógica? Pois é! Kelly esqueceu-se de usá-la. Aliás, este é um dos males dos esquerdistas: falta de lógica.

Kelly - como todos os outros esquerdistas - esquece-se de que só podemos comparar a realidade com a realidade. As "experiências socialistas" foram reais, de acordo com o que os "mestres" socialistas Marx/Engels, Lenin, Stalin propugnaram e implementaram. E TODOS os outros teóricos socialistas, de uma forma ou de outra, corroboraram estas experiências.

Fosse para buscar os utópicos caminhos do socialismo perfeito que a Kelly imagina ser o verdadeiro - e sempre que conversei com esquerdistas notei que cada indivíduo o imagina de uma forma diferente dos outros, em maior ou menor grau -, buscaríamos os utópicos caminhos do "capitalismo" perfeito, com grandes ganhos para todos numa sociedade.


Conclusão
Kelly esquece - ou não leu, na verdade - o que eu citei no primeiro post em que lhe respondi: não somos animais gregários. Somos indivíduos, com pensamentos, anseios, atitudes, desejos diferentes. Somos bons, somos ruins. Somos diferentes. E cada pessoa deve lidar com todos os fatos de sua vida, porque ali os colocou e a ela cabe decidir o que com eles fazer, pois são fruto de suas escolhas.


Veja abaixo, o que as "experiências socialistas" causaram em termos de mortes até hoje.


Eu escolho não ser apenas mais um numa manada e combater o socialismo, antes que ele parteje o comunismo por aqui. E o que você escolhe, Kelly?

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