De acordo com ministros, não há provas suficientes para ligar o ex-ministro à quebra do sigilo e ao vazamento das informações para a imprensa. Sem isso, dizem os ministros, seria impossível responsabilizá-lo penalmente.
O relator do caso, o presidente do STF, Gilmar Mendes, decidirá se aceita a denúncia do Ministério Público contra Palocci e sugere a abertura de uma ação penal ou se arquiva a investigação.
Esquecem, ou querem esquecer os ministros, que o escândalo da quebra de sigilo bancário do caseiro derrubou Palocci do comando da economia. Ele deixou o cargo em 27 de março de 2006, três semanas após o jornal "O Estado de S Paulo" publicar relato de Francenildo sobre festas e suspeita de partilha de dinheiro em uma mansão no Lago Sul, em Brasília - que ficou conhecida como a República de Ribeirão. O caseiro afirmou que Palocci freqüentava a casa, desmentindo o ex-ministro, que dissera à CPI dos Bingos que nunca estivera lá. Dois dias depois da entrevista, Francenildo teve o sigilo bancário violado. No depoimento à Polícia Federal, Mattoso revelou que entregara pessoalmente a Palocci os extratos bancários do caseiro. Será que querem dizer que uma prova testemunhal não é prova?
Além de Palocci, os ministros avaliarão também se aceitam a denúncia contra os outros dois denunciados: o ex-presidente da Caixa Jorge Mattoso e o ex-assessor de imprensa do Ministério da Fazenda Marcelo Netto.
Está não é a única acusação contra Palocci no STF, onde também responde a inquérito que o relaciona à máfia do lixo em Ribeirão Preto, cidade que administrou em duas ocasiões (1992-1996 e 2000-2002). A absolvição do ex-ministro no STF poderia facilitar a concretização do desejo, já confessado por Lula em rodas de interlocutores políticos, de levá-lo de volta ao governo. Se Lula tiver o descaramento de levar Palocci de volta ao governo, aí liberou geral.
por Giulio Sanmartini, no Prosa e Política
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