segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

O Paraíso Comunista

Fidel Castro tem conseguido um tratamento favorável, em nível mundial, que contrasta amplamente com o que recebem a maiorira dos tiranos. Isto é mais visível se se tem em conta que ele é o gestor do episódio mais sangrento da história republicana na América Latina e que seu regime de terror já dura cinco décadas.

Com efeito, Fidel Castro tem sido o guru de uma das campanhas propagandísticas de maior êxito da história. O elemento chave por trás da grande manipulação tem sido a ocultação de seus piores crimes e pelo profundo desconhecimento do enorme custo em vidas causado pela "dinastia" castrista.

Isso explica, ao menos em parte, por que há tal grau de ignorância sobre a essência sanguinária e implacável do regime e, por sua vez, como tem-se justificado o estado policial cubano, em função dos supostos princípios de igualdade e justiça social que muitos associam a ele. Porém, esta empulhação é facilmente desmascarada quando confrontada com a verdade que se vive na ilha.

Desde fins dos anos noventa, o
Arquivo Cuba vem rebatendo a enorme e milionária máquina de propaganda castrista, para por a descoberto os rios de sangue que o regime tem deixado para trás. Para tanto, criou um imenso registro de mortes baseado no consolidação de esforços anteriores, num trabalho de documentação de casos novos ou nãoo reconhecidos anteriormente, o que, espera-se, dificultará que se continue escondendo os piores crimes do castrismo, bem como a magnitude e o caráter da tragédia.

O Arquivo Cuba documentou mais de 8.200 vítimas dos Castro a partir de 1959, a partir da investigação realizada até 2003 por um de seus diretores, o doutor Armando Lago, para seu livro ainda inédito. Recentemente, o esfoço se voltou para a obtenção de testemunhos diretos e novas fontes de informação.

A colaboração com o
Memorial Cubano foi decisiva para aproximar-se da comunidade cubana a fim de melhorar a documentação sobre as vítimas. Até 15 de dezembro de 2008, foram documentados 5.732 fuzilamentos, assassinatos e deseparecimentos. Ademais, registraram-se 515 mortes nas prisões por negligência médica, suicídio e acidentes. Estas cifras, que representam uma soma parcial e crescente, já constituem mais de duas vezes o total oficial de todos os desaparecimentos e mortes (3.197) causadas pelo regime militar chileno de Augusto Pinochet e quase 15 vezes o número de mortos de desaparecidos dos chamados "anos de chumbo" no Brasil (1968-1974), e embora Pinochet tenha sido objeto de escárnio mundial e haja verdadeiro revanchismo promovido pelos ex-terroristas ora no governo brasileiro, Fidel e Raul Castro são recebidos como heróis em praticamente todos os países do mundo.

Somente em 2008, registraram-se 42 mortes nas prisões cubanas - 2 assassinatos causados por "guardas penais", 23 mortes por falta de cuidado médico, 11 sucídios e 2 acidentes em ciscunstâncias não espcificadas.

Entre 1º de janeiro de 1959 e 15 de dezembro de 2008, a relação parcial de mortes ocasionadas pelo triunfo da revolução socialista dos Castro alcança 8.237 se se incluírem as mortes em combate contra o governo comunista.

Fora esta cifra demolidora, estima-se que os mortos em tentativas de fuga pelo mar superem os 77.000, cálculo efetuada a partir de dados da Universidade de Harvard, do Serviço de Guarda-Costeira dos EUA e de estudos realizados nas universidades de Miami e La Habana. Porém, a cifra exata de "balseros" é impossível de ser constatada.

Quando Francisco Chaviano Gozález tentou, internamente na ilha, criar um registro de desaparecidos, principalmente por mar, foi preso, em 1994, e cumpriu 13 anos de uma sentença de 15, por revelar "segredos de Estado". Liberado em 2007, tinha a saúde totalmente debilitada. Um dos aspectos mais pavorosos desta tragédia é o assassinato, por parte das autoridades cubanas, de civis tentando escapar da ilha.

Os "guarda-fronteiras" cubanos afundam embarcações, e atiram contra civis, sem importar-se com sua idade ou condição. Os massacres de Canímar, em 1980, e de "13 de Março" de 1994, que deixaram centenas de vítimas, incluindo muitas crianças, são apenas os episódios mais conhecidos. Calcula-se que o número de vítimas chegue aos milhares, porém só se poderá ter certeza se algum dia forem recuperados os arquivos secretos do estado cubano, pois, em geral, existem somente testemunhos dos próprios sobreviventes.


O caso de Iskander Maleras Pedraza, de 26 anos, e Luiz Angel Valverde Linfernal oferece um grau excepcional de comprovação: ambos foram metralhados por "guarda-fronteiras" cubanos ao tentar chager, por mar, à base naval de Guantánamo, em 19 de Fevereiro de 1994. Do grupo de quatro amigos, somente um chegou ao destino. Outro foi preso, julgado e enviado à prisão. Maleras, por ser de Guantánamo e seus pais serem profissionais conhecidos e respeitados, foi poupado. Porém, o governo fez uma extensa campanha publicitária sobre o caso, a fim de disseminar o medo entre possíveis imitadores: foram exibidas fotos dos cadáveres e os guardas foram condecorados publicamente por estarem cumprindo ordens.


Em outro caso, reportado oficialmente como desaparecimento, envolve Miguel Guerra Mora, Daniel Cosme Ramos e Federico Marti Jiménez. Guerra Mora, de 26 noas e pai de dois filhos, era técnico de dragas. Em 19 de Maio de 1991, durante uma obra no porto de Palo Alto, Ciego de Avila, ele e seus dois companheiros tomaram um embarcação para fugir da ilha. Nunca mais se ouviu falar deles.

Suas famílias buscaram notícias desdesperadamente, inclusive em países em que poderiam ter chegado. Ao final de cinco anos, um dos "guarda-fronteiras" se compadeceu e, secretamente, informou que os três haviam sido metralhados por terem tentado escapar.

O Arquivo Cuba tem centenas de casos registrados - tanto de assassinatos quanto de fuzilamentos, cada um mais aterrador que o outro - por tentativas de sair da ilha sem a devida "licença do governo". Hoje em dia, vários "presos políticos" cubanos cumprem penas de até 25 anos por tais "delitos"

Raúl, o sucessor de Fidel Castro, ordenou pessoalmente o fuzilamento de pelo menos 550 pessoas na província de Oriente, quando a Revolução triunfou, sendo que muitos sequer tiveram qualquer tipo de julgamento. Além disso, como Ministro da Defesa, sempre esteve diretamente ligado aos "guarda-fronteiras". E a matança alcança não somente cubanos: já foram constatados os assasinatos de 68 estrangeiros por fuzilamento ou desaparecimento.

Numa contagem parcial, feita extra-oficialmente, os Castro comandaram mais de 100.000 mortes, se levarmos em conta as baixas cubanas ocorridas em conflitos armados. Se somarmos as vítimas estrangeiras das guerras na África e a subversão internacional organizada e financiada por Cuba em nível mundial, o saldo certamente é muito maior. Tais cifras, porém, jamais farão honra ao enorme sofrimento humano que tais tragédias têm provocado.

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