quarta-feira, 11 de abril de 2012

O Aborto de Anencéfalos: a Vida Está Perdendo Mais uma Batalha

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello deu o primeiro voto a favor do aborto de anencéfalos, ou seja, com má formação no cérebro, no julgamento desta quarta-feira. A tendência é que a maioria da corte acompanhe a posição de Marco Aurélio, que é o relator do caso. Segundo o ministro, não se trata de aborto, nem de "eugenia" (seleção genética de uma espécie), expressão que tem viés ideológico e político em sua opinião. Para Marco Aurélio, o termo adequado para o caso é "antecipação terapêutica do parto".

O ministro avalia que o anencéfalo não tem direito à vida, porque não possui vida em potencial. "Anencefalia e vida são termos antitéticos", disse. "O anencéfalo jamais se tornará uma pessoa e o fato de respirar e ter batimento cardíaco não altera essa conclusão", disse. Segundo o ministro, 75% dos anencéfalos não alcançam desenvolvimento extrauterino.

Marco Aurélio afirmou também que a questão não deve ser discutida sob o ponto de vista religioso, mas de acordo com o princípio de dignidade humana, assegurado pela Constituição Federal. "A liberdade religiosa e o estado laico significam que as religiões não guiarão o tratamento estatal, dispensado a outros direitos fundamentais, tais como direto a autodeterminação, o direito à saúde física e mental, o direito à privacidade, o direito à liberdade de expressão, o direito à liberdade de orientação sexual", afirmou.

Durante seu voto, o relator leu uma série de depoimentos de grávidas nessa situação. "O sofrimento dessas mulheres pode ser tão grande que especialistas consideram como tortura", afirmou o ministro. Para ele, o estado não pode se intrometer na decisão da mulher de interromper ou não a gestação.

Argumentos
A ação foi proposta em 2004, pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Saúde (CNTS), que pede que as grávidas de fetos anencéfalos tenham o direito de optar pela interrupção da gestação. O principal argumento é que os bebês com má formação do cérebro geralmente morrem durante a gravidez ou têm pouco tempo de vida.

O advogado da confederação, Luis Roberto Barroso, disse que a continuidade da gestação de um anencéfalo deve ser uma escolha da mulher, porque representa uma "tragédia pessoal". "Trata-se de uma tortura psicológica a que se submete essa mulher grávida de um feto anencefálico, que não sairá da maternidade com um berço, mas com um pequeno caixão e terá que tomar remédios para secar o leite que produziu", disse.

Contrária à aprovação da lei, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) defende que a vida deve ser acolhida como "dom", mesmo que seu percurso natural seja, presumivelmente, breve. "Nenhuma legislação jamais poderá tornar lícito um ato que é intrinsecamente ilícito", afirmou a entidade, em nota divulgada em 2008, quando foi realizada a primeira audiência pública sobre o tema.

na Veja Online


Comento:
O Priberam define anencefalia como sendo uma "malformação que consiste na ausência de cérebro ou de parte dele". Assim, se há a possibilidade de existir, num feto dito anencéfalo, parte do cérebro, há vida nele.

E isto pode ser comprovado pelos inúmeros casos de ditos anencéfalos que sobrevivem até hoje. No Brasil, basta olharmos o exemplo do casal Marcelo Almeida e Joana Schimitz Croxato, que tiveram sua filha, Vitória, com o diagnóstico de acrania com doze semanas de gestação, o que, fatalmente, resultaria em anencefalia; porém, ao invés de optar pelo assassinato do feto, o casal optou pela vida e Vitória, hoje, está com dois anos e dois meses.

É claro que os que amam a Vida e respeitam os outros indivíduos sabem que, infelizmente, a maioria das crianças diagnosticadas com acrania ou anencefalia tem um tempo de vida breve após o nascimento. Além disso, lidar com a perda de um filho recém-nascido é muito doloroso, tenha ele anencefalia ou não.

Porém, não é este o busílis: o aborto virou uma das questões de "honra" dos esquerdistas, como viraram a liberação das drogas, a "reforma" agrária à moda leninista, a militância gay, o "racismo", os direitos humanos para humanos não direitos, o revanchismo contra os militares entre muitas outras.

Pode-se dizer, na linguagem deles, que o combate ao aborto é o pensamento mais "reacionário" que existe, porque impede que se libere uma legalidade ilegal: o "direito" de um indivíduo decidir sobre a Vida de outrém que sequer pode se defender, pois que ainda não nasceu.

Ademais, esta liberação do aborto de anencéfalos por vias legais fornece uma imensa janela para a interrupção da vida dos fetos em outros casos de malformação e, mais adiante, para o simples assassinato do feto por pura vontade da mãe ou do pai.

Na China, desde há muito, quando tornou-se comunista, este "progressismo" foi instituído como prática de Estado: lá elimina-se, de modo sistemático, os fetos com Síndrome de Down — além de promover um morticínio de meninas. E o governo Lula, para os que se lembram, chegou até a considerá-lo um dos "direitos humanos".

Nenhum comentário: