O programa promove o supremacismo negro e a discriminação contra mulatos, caboclos e outros mestiços. Desrespeita também a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial (1968) e a Declaração de Durban (2001), dos quais o Brasil é signatário, tendo sido o último ratificado pelo governo Lula em 2008 na Conferência de Revisão de Durban, na Suíça.
A Declaração de Durban condena peremptoriamente a mestiçofobia:
Reconhecemos, em muitos países, a existência de uma população mestiça, de origens étnicas e raciais diversas, e sua valiosa contribuição para a promoção da tolerância e respeito nestas sociedades, e condenamos a discriminação de que são vítimas, especialmente porque a natureza sutil desta discriminação pode fazer com que seja negada a sua existência.
O PNDH também apóia a aprovação do PL do Estatuto da Igualdade Racial, projeto que também estabelece cotas raciais no acesso ao ensino superior.
O governo Lula convocou em 2008 diversas conferências de direitos humanos com o objetivo de legitimar as propostas governamentais para o tema, e coletar novas, a fim de compor o Relatório Final da conferência nacional, que serviu de base para o decreto do presidente.
Com grande participação de simpatizantes do governo Lula, a II Conferência Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do AM reservou vagas de delegados para afrodescendentes (entendido como sinônimo de negros pelo governo), comunidades tradicionais e prostitutas, e não aprovou proposta de reserva para deficientes físicos. Todas as propostas fazendo referência a caboclo ou a mestiço foram excluídas e foi aprovada moção contra o movimento mestiço, que estava realizando à época campanha contra o voto no Partido dos Trabalhadores em função da atuação deste contra leis e outras iniciativas a favor de mestiços.
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Havia até um policial militar com uma tarja no braço onde estava escrito "canil" (havia um carro do canil do lado de fora da reitoria da UEA, onde estava ocorrendo a conferência).
Havia "quilombolas" e outras pessoas dos movimentos negros, alguns deles conhecidos militantes do PT e do PCdoB, votando contra propostas que incluíam a palavra mestiço. Nas propostas que vieram da municipal de Manaus e que incluíam a palavra caboclo, votaram para a retirada da palavra.
No primeiro dia (07/05/09), o ministro-interino da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) da Presidência da República, Eloi Ferreira, fez comentários sobre o caboclo que levaram a protestos de muitos dos presentes, fazendo com que o ministro se retirasse do auditório. No dia seguinte, cancelaram as credenciais dos delegados, o que reduziu a representação mestiça e aumentou a negra.
Aprovaram também uma moção contra o movimento mestiço e o FORAFRO (que são contra cotas raciais e a favor de sociais) e pela revogação da lei do Dia do Mestiço, a estadual do AM e a de Manaus.
Algumas pessoas não suportaram os constrangimentos e discriminações contra mestiços e se retiraram do evento, mas o Movimento Mestiço permaneceu até o fim, trabalhando contra esta política de divisão racial do país.
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