O capitalismo é um sistema que permitiu uma vida mais confortável para milhões de seres humanos. E este é um fato que uma simples observação honesta pode constatar. Que milhões, graças ao capitalismo, puderam sair da miséria predominante no mundo por milênios é algo evidente. Que a alternativa ao capitalismo, o socialismo, trouxe apenas miséria, terror, escravidão e morte é outra verdade irrefutável. Não obstante tudo isso, várias pessoas, especialmente os que atendem por “intelectuais”, demonstram uma mentalidade totalmente anticapitalista. O que pode explicar este fenômeno aparentemente estranho?
As nações mais prósperas foram as que menos tentaram colocar obstáculos no caminho da livre empresa e iniciativa privada. A característica do capitalismo moderno é a produção em massa de bens destinados ao consumo das massas. O resultado disso é uma tendência em direção a uma contínua melhoria no padrão médio de vida. A riqueza no capitalismo liberal pode ser obtida somente servindo aos consumidores. Os capitalistas perdem seus fundos se falharem ao investir naquilo que não satisfaz melhor a demanda do público. Sob o capitalismo, o homem comum pode desfrutar de coisas inimagináveis e inacessíveis mesmo para os mais ricos do passado. A característica marcante do homem é ele não parar de mirar no avanço de seu bem-estar através de atividades com este propósito. Outros animais podem se satisfazer com as demandas mais básicas para a sobrevivência, mas não o animal racional homem. Este deseja mais. E através do acúmulo de capital, ou seja, poupando parte da produção atual, ele é capaz de incrementar suas condições materiais. Isso é justamente o que o capitalismo, movido pelo sistema do lucro, fez pela humanidade.
Os empresários e capitalistas devem suas riquezas aos consumidores que escolhem seus produtos voluntariamente. Eles podem perder esta riqueza assim que outros empreendedores oferecerem melhores produtos, de acordo com as preferências dos próprios consumidores. No modelo de livre concorrência, qualquer um pode suplantar métodos ou produtos com novas opções mais baratas ou atraentes, e o que determina este resultado é o julgamento que o público faz. No capitalismo, cada um é julgado financeiramente de acordo com sua contribuição ao bem-estar alheio, segundo os próprios interessados. E eis justamente onde surge o principal aspecto que motiva uma postura anticapitalista: o sucesso ou o fracasso, do ponto de vista financeiro, depende de cada um.
Se a condição de cada um na sociedade é dada, independente dos esforços e do resultado gerado do ponto de vista dos outros, aqueles em posição inferior aceitam o quadro, pois não se sentem responsáveis por ele. Mas quando indivíduos podem, mesmo do nada, atingir o topo da pirâmide, então o fracasso individual passa a ter um único grande culpado: o próprio indivíduo. Aquele que não é bem-sucedido se sente humilhado e insultado. O ódio contra aqueles que obtiveram sucesso acaba sendo o resultado. Em busca de consolo, estes homens desejam algum bode expiatório. Claro que o sistema é a melhor opção. Estas pessoas passam a crer que no capitalismo, somente os desonestos e egoístas podem enriquecer. Acusam os ricos de exploradores dos pobres, como se a riqueza fosse um jogo de soma zero, um bolo fixo. Seu fracasso é explicado através de sua honestidade, pois ele não aceitou jogar o jogo sujo do capitalismo, em busca do insensível lucro. Ele é melhor que isso. É um altruísta em prol da igualdade geral. Se todos fossem iguais, sua situação inferior não lhe incomodaria mais.
A comparação com os vizinhos pode ser insuportável: a observação de que vizinhos cresceram profissionalmente e tiveram sucesso financeiro é dolorosa. A raiva é transformada em filosofia, a filosofia anticapitalista. O fanatismo na crítica ao capitalismo é precisamente fruto do fato de que estão lutando contra sua própria consciência de falsidade. A utopia conquista estas pessoas, que passam a sonhar com um mundo “justo” onde serão tratados de acordo com seu “real” valor. As fantasias são o refúgio daqueles revoltados com a própria falha. Eles odeiam o capitalismo porque ele possibilitou que outros homens chegassem onde eles gostariam de estar. Este é exatamente o caso de vários que são chamados de “intelectuais”. Sua aversão passional ao capitalismo é um ódio cego por alguns “colegas” que tiveram maior sucesso. A imensa maioria que acaba aderindo ao ódio capitalista é vítima da ignorância e movida pela poderosa paixão humana: a inveja. Não se sentem compelidos a estudar a fundo a economia, para entender os mecanismos do mercado e as incríveis vantagens do capitalismo. Basta repetir que o rico é rico porque o pobre é pobre.
Uma postura elitista também pode gerar emoções anticapitalistas. Muitos observam as preferências populares com desdém, culpando o capitalismo por isso. Mas o que caracteriza o capitalismo não é o mau gosto das multidões, e sim que estas multidões podem agora consumir literatura e outros serviços que eram privilégio da aristocracia no passado. Claro que as massas podem escolher Paulo Coelho em vez de Dostoievsky, mas antes nem era possível qualquer leitura para elas. Escutar Mozart era um privilégio para pouquíssimos, enquanto hoje qualquer um pode comprar um CD por uma ninharia. Se muitos escolhem um grupo de funk, isso não é culpa do capitalismo. Este simplesmente abre inúmeras possibilidades, ofertando aquilo que a demanda decide. Além disso, os ricos são como cobaias para as massas, e o luxo de hoje é a necessidade de amanhã. Assim ocorreu com automóveis, rádios, televisões, telefones, celulares, computadores etc. A massificação da produção favorece muito os mais pobres. Somente a inveja explica a revolta com a diferença no consumo dos mais ricos, já que tais produtos serão os bens populares de amanhã, gerando mais conforto para as massas.
O capitalismo, em resumo, beneficia os mais pobres, que podem viver melhor pegando carona nas conquistas alheias. Qualquer um que usufrui dos produtos da Microsoft ou da Google deveria agradecer ao capitalismo e ao egoísmo dos capitalistas em busca de lucro. Todos que consomem remédios deveriam louvar o capitalismo pelo grande avanço na área medicinal. As pessoas vivem mais, as crianças morrem em quantidade bem menor, a qualidade de vida para a maioria é infinitamente melhor que no passado ou que no presente de países não-capitalistas. Ainda assim, o que vemos é o contrário: muitas pessoas condenando o capitalismo pelos males do mundo. Somente uma mistura de ignorância com inveja pode explicar isso!
excertos do artigo de Rodrigo Constantino
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