O Brasil e países latino-americanos se recusavam a deixar a reunião do órgão começar com o embaixador hondurenho Delmo Urbizo, pró-Michelleti, na sala. Já o diplomata afirmava ser o representante de um governo legítimo, insistindo que não sairia da sala. Ao final do dia, entre gritos e bate-bocas nos corredores e salas da ONU, Urbizo foi acompanhado por seguranças para fora da reunião.
Legalmente, o encontro foi apenas suspenso a pedido do Brasil. A participação do diplomata pró-Michelleti na organização será avaliada por assessores legais em Nova York. A ONU afirma que ainda não expulsou Urbizo e uma posição oficial deve ser anunciada hoje.
O hondurenho, porém, foi impedido de retornar à sala e vários diplomatas consideraram a expulsão como fato consumado. "Fui expulso. Colocaram até guardas para me retirar", reconheceu ao Estado Urbizo.
No início da manhã, a presença do embaixador hondurenho na sala impediu o início do encontro. Brasil, Argentina e outros países comunicaram o presidente do conselho, o belga Alex Van Meeweun, que não aceitariam retomar os trabalhos com Urbizo na reunião.
"A orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do chanceler Celso Amorim é de que eles (diplomatas pró-Micheletti) não podem participar", explicou a embaixadora do Brasil, Maria Nazareth Farani Azevedo. Segundo ela, há resoluções e decisões em um número suficiente para impedir que um representante de Micheletti seja aceito em uma reunião da ONU.
O belga tentou mediar a situação e propôs que Urbizo permanecesse na sala, mas sem falar. O Brasil rejeitou a proposta. Ao final, a embaixadora havia conseguido sua meta: evitar a participação de todos os representantes de Micheletti.
"FUI HOSTILIZADO PELO BRASIL"
Inconformado, o hondurenho causou tumulto. "Nós voltaremos", gritou o embaixador aos diplomatas na sala, ao ver que seu microfone tinha sido cortado. Urbizo disse que retornará à ONU após as eleições hondurenhas, marcadas para novembro. "Vão ter de tragar tudo o que disseram. Vão ter de engolir isso. Vou voltar e os colocar em seu lugar", disse Urbizo, em referência ao presidente deposto, Manuel Zelaya.
Urbizo responsabilizou diplomatas brasileiros pela manobra. "Fui hostilizado, especialmente pelo Brasil", acusou. O Itamaraty admitiu que a manobra tinha o apoio velado da Casa Branca.
A diplomacia brasileira não escondia seu papel na articulação do expurgo do hondurenho. O objetivo brasileiro é isolar o governo golpista e pressionar pela volta de Zelaya, deposto há três meses. "Estão tentando nos estrangular diplomaticamente", disse Urbizo.
Diplomatas temiam que a presença de um representante do governo de facto significasse um aval implícito à participação de Honduras na Assembleia-Geral da ONU, que inicia suas atividades no fim do mês.
por Jamil Chade, no Estadão
Bem, como vemos, os jornalistas ainda não leram a Constituição hondurenha: continuam chamando o governo de fato de "golpista". Já falei aqui, algumas vezes: golpista era Zelaya, que não respeitava a Constituição do próprio país ao propor um referendo para sua continuidade.
Todos os esquerdistas gritaram contra o que chamaram de golpe - e muitos não-esquerdistas criram em suas mentiras (aliás, eles são craques nisto). Até Fidel Castro - justo o ditador da ilha-cárcere, ídolo de todos os esquerdistas, que não respeita a democracia -, saiu dizendo que é um "direito dos povos da América Latina eleger os seus governantes".
E aí, o Brasil, a mando do apedeuta, saiu para a briga a fim de expulsar os diplomatas hondurenhos da reunião do Conselho de Direitos Humanos da ONU. E, claro, foi apoiado pelos países latino-americanos - e o que o Estadão não diz, obviamente, é que os países apoiadores foram aqueles já dominados pelos esquerdistas: Venezuela, Equador, Paraguai, Bolívia, Chile, Argentina etc. Ou seja: todos aqueles que fazem parte do Foro de São Paulo, a maligna entidade esquerdista que quer "restabelecer na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu" - o comunismo, a ideologia mais assassina de toda a História humana -, foram a favor da expulsão dos diplomatas.
E por quê? Porque eles não toleram a verdadeira democracia. Honduras rechaçou Manuel Zelaya, que, flertando com o "bobolivarianismo" de Hugo Chávez, o proto-ditador venezuelano, estava propondo um referendo para que houvesse a possibilidade de garantir sua reeleição, o que é proibido na Constituição hondurenha em cláusula pétrea.
As instituições hondurenhas garantidoras da Lei entraram, então, em cena: destituíram Zelaya, que inclusive perdeu sua cidadania hondurenha, conforme manda a Constituição que ele queria praticamente rasgar!
Como Zelaya já era um "amiguinho" bobolivariano, tentado pelo "socialismo do século XXI" de Chávez, os governantes esquerdistas foram para cima do novo governo de fato instaurado em Honduras. E arrastaram outros incautos com eles - não, Babaca Obama não era um incauto, pois já era, e ainda é, tão esquerdista quanto os nossos.
E que não se espante aquele que pensa que é a primeira vez que o Brasil toma a linha de frente. Na verdade, ele é a linha de frente em tudo aquilo que ocorre na América Latina, juntamente com Cuba. Afinal, o PT foi o co-fundador do Foro de São Paulo, juntamente com o Partido Comunista Cubano, através das figuras de Lula e Fidel!
Chávez faz a pantomima, "põe o dele na seringa", berra, grita e é seguido por Correa e Evo Moralez. Mas quem manda é Lula e sua corja: Amorim, Franklin Martins, Marco Aurélio Garcia etc. Estes, junto aos demais esquerdistas (MR-8, MST, Via Campesina, PSTU, PC do B etc.) agem para causar a derrocada do capitalismo e da democracia de forma muito mais dissimulada, como mandava Antônio Gramsci: dominando a tudo e a todos - ou quase todos: a mim, não!
Fiquem certos: a coisa ainda vai piorar muito mais e a Colômbia e o Peru, que não têm governantes esquerdistas, que se cuidem...
Um comentário:
mas ele foi expulso só porque é ligado ao Micheletti?
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