quinta-feira, 18 de setembro de 2008

Balão de Ensaio

Aproximam-se as eleições municipais.


Embalados nos recursos do PAC, distribuídos parcimoniosamente pelas administrações estaduais e municipais aderentes ao desgoverno, a esquerda se regozija ao antever estrondoso sucesso na sua caminhada para o domínio total do poder. É o “gramcismo” em marcha (batida).

A esperta “metamorfose”, após negacear um possível apoio explícito aos companheiros candidatos, subordinando sua presença em palanques aos acertos entre o seu partido e os partidos aliados, resolveu apoiar, ostensivamente, os candidatos e simpatizantes do PT.

É preciso que se analisem o fato e a decisão presidencial.

Cremos que estamos diante de um balão de ensaio para a viabilização do terceiro mandato.

Podemos negar ao nosso ladino “turista acidental” uma enorme falta de qualidades, contudo, é inegável, o oportunismo e a desfaçatez fazem parte do seu caráter. Ao julgar como vantajoso sujeitar-se às agruras de participar da campanha política para seus “cupinchas” e correligionários, o espertalhão pensa mais em si do que nos outros.

Sabemos que não interessa ao PT a perda do poder, mesmo que momentaneamente, o que deverá ocorrer quando terminar o atual mandato. Ainda que, o futuro eleito possa ser o apoiado pela metamorfose ambulante, um títere oriundo de uma coligação partidária, o PT, não terá a desenvoltura e a capacidade, que possui atualmente.

Embora a esquerda prefira um aliado ou subordinado direto do lula, como a Dilma, sua preferência, alguns indícios mostram que a intrépida guerrilheira, não teria a projeção necessária para atingir a presidência.

Quanto ao molusco, sua percepção é de que o seu afastamento será temporário, e que ele voltará imbatível e consagrado numa futura eleição. Contudo, um cenário extremamente otimista poderá fazê-lo antecipar seus anseios, embriagando–se na possibilidade de prolongar seu atual êxtase governamental.

A hipótese do 3º mandato poderá tornar-se um fato consumado, caso a presença do molusco nos diversos palanques, venha a ser o fiel da balança em prol de seus apoiados. Na possibilidade de êxito, as pressões do partido e a vaidade presidencial podem ser decisivas para o acionamento de um amplo movimento da esquerda, contando com o maciço apoio de suas bases de pressão (MST, Movimentos Estudantis e Sindicatos, e, agora, Movimentos Indigenistas), que conduza para aquele desfecho.

Por isso, é preciso ficar de olho nas próximas eleições, que poderão proporcionar ao desgoverno as condições para propor medidas, através do Congresso, que viabilizem o 3º mandato; da mesma forma como, “democraticamente”, foram eleitos e reeleitos Fidel Castro e Chávez, e como procuram perpetuar-se no poder os Presidentes do Equador e da Bolívia.
Na prática, os indícios conduzem para o pior dos pesadelos.

Desgraçadamente, somos representados por políticos abjetos, que se amoldam às normas e distorções de um Legislativo deplorável, arremedo do que deveria ser um dos poderes soberanos do Estado.

Estamos à mercê de crápulas, de fracos e negociáveis indivíduos que não têm o menor prurido em vender sua independência moral. Pela sua leniência e falta de patriotismo, ausência de respeito para consigo e para com os demais cidadãos, cedendo ou curvando-se aos pés do Executivo, é lícito esperar-se uma subserviência total do Congresso aos desígnios do governo.

A postura subordinada do Judiciário nada fica a dever à do Legislativo. Somente, quem não acompanha o descalabro das decisões oriundas da justiça nativa pode, minimamente, esperar uma decisão que contrarie ao executivo. A questão da Reserva Raposa Serra do Sol será a prova incontestável da pusilanimidade daquele poder.

Somos uma nação de pífias instituições. Entidades sem bases
, sem identidade, sem um destino altaneiro a servir-lhes de farol. Assim, ladeira abaixo, segue vendada uma Nação.

As Forças Armadas, durante longos anos, postaram-se como as instituições capazes de balizar o que restava de orgulho e grandiosidade nacionais. Porém, submetidas nas últimas décadas ao escárnio e ao revanchismo quedaram-se amorfas.

Hoje, as Forças Armadas perderam o seu orgulho. Cabisbaixas, envergonham-se. Amesquinharam-se, diante de tanta injustiça.

pelo Gen. Bda RI Valmir Fonseca Azevedo Pereira, no Ternuma

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