terça-feira, 21 de setembro de 2010

O Pós-Lula

O terrorista Daniel, hoje conhecido pelo apodo de José Dirceu, afirmou e confirmou: com Dilma o "projeto de poder" do PT vai seguir em frente, de vento em popa. É o mesmo projeto do Foro de São Paulo: a construção de uma única nação socialista-comunista na América Latina, nos moldes da extinta União Soviética!


E o amigo Vampiro de Curitiba deu-nos uma visão do que será o futurístico governo pós-Lula, o "ôme" que é maior do que o PT.

Maranhão do Sul *, 20 de Setembro, ano 66 da graça do nascimento do Grande Lider Lula (2011 do antigo calendário burguês)

Diário Oficial da República Bananeira Bolivarista do Brasil

1) O Presidente do Congresso, Senador Mano Netinho (PCdo B), apresenta projeto de lei no qual deixa de ser crime a violência física contra mulheres, desde que o agressor seja afro-descendente.

2) O Presidente da Câmara dos Deputados e Ministro da Cultura, Deputado Palhaço Tiririca, apresenta Emenda à lei Mano Netinho propondo que os palhaços profissionais também possam espancar suas cônjujes e acrescenta: "pior do que está, não fica".

3) A Ministra Especial Para Assuntos da Familia, Ministra Erenice Guerra, orienta os filhos e parentes de políticos que ocupam cargo no Governo Federal para que a "taxa de sucesso" cobrada pela prole não ultrapasse 99% do valor total negociado pela Casa Civil.

4) O Ministro das Relações Não Institucionais, José Dirceu, nomeou o Ministro Joaquim Barbosa (ainda em licença médica) para mais 20 anos como presidente do Supremo Tribunal Federal. Janice Ascari será a nova Procuradora Geral. Antonio Carlos Atella Ferreira (PT) é o novo chefe da Receita Federal, enquanto Rubnei Quicoli será presidente do BNDES. Já a Caixa Econômica Federal ficará com algum membro da Familia Sarney.

5) O Ministro da Verdade, Franklin Martins, deu posse ao mais novo presidente da EBC (Lula News). O ínclito jornalista Paulo Henrique Amorim foi o escolhido por seus serviços prestados no combate à Mídia** Golpista. Amorim afirmou que sua primeira medida será expulsar da EBC todos funcionários que tenham sobrenomes "Azevedo", "Mainardi", "Nunes" e "Kramer", se é que ainda existe algum.

6) O Presidente da Comissão de Ética Jornalística, jornalista de serviços Luis Nassif, que também é presidente de honra do BNDES (Blogueiros Neo-Dependentes do Estado Socialista), decide acabar com o uso de vírgulas na língua portuguesa. Nassif, grande conhecedor da língua, alega que a vírgula é apenas um instrumento usado pela antiga Midia** Burguesa para dificultar o entendimento da classe oprimida em sua vã tentativa de conseguir ler um texto.

7) O MSM, Movimento dos Sem Mérito, solicitou ao Ministro da Verdade, Franklin Martins, que todos os leitores de Internet devam ser obrigados a ler diariamente o blog do referido Movimento. Acha injusto que pessoas ainda ligadas à antiga Midia** Golpista possam escolher o que ler. O MSM ameaçou colocar o maluco do megafone nas ruas caso não seja atendido.

8) A Presidente da ONG Socialites Socialistas, Marta Suplicy, apresentou importante projeto de Lei ao Senado Federal: a partir de hoje o medicamento "Botox" será fornecido gratuitamente a todas as filiadas do Partido Único. "A gente é brega, mas não precisamos ser feias", disse ela.

9) O Ministro da Justiça, Delegado Protógenes (PC do B), afirmou que a carta que enviara ao Presidente Obama dizendo que havia corrupção generalizada no Governo do Grande Guia Lula foi motivada por ataques ultra-secretos de judeus que queriam desestabilizá-lo. Protógenes afirmou ainda que fará exames clínicos, pois suspeita que agentes do Mal tenham implantado um chip em seu corpo.

10) A Presidente Grande Mãe Dilma, juntamente com o Grande Pai e Guia Lula, avisam que nas próximas eleições não haverá eleições, já que o clima de disputa não é benéfico para a Sociedade. O próximo Presidente será o Ministro das Relações Não Institucionais José Dirceu - enquanto ele viver.

* Nome da antiga cidade burguesa Curitiba
** Midia, em novilinguês, significa "Imprensa"

O Brasil que Presta x O Brasil que Não Presta

O Brasil que Presta O Brasil que Não Presta
Trabalha e produz, com o próprio esforço e pagando impostos. Quer apenas locupletar-se na máquina estatal.
Respeita e defende a democracia, como um fim em si mesmo. Acha que a democracia só existe para beneficiar a própria grei, e usa-a apenas para destruí-la.
Considera essencial a tolerância e a alternância democrática de poder. Não convive bem com a crítica, e apregoa a extirpação do adversário político.
Defende a lei, o estado de direito e a meritocracia. Debocha da lei e promove o aparelhamento do Estado por uma legião de apaniguados.
Valoriza a liberdade de expressão e acredita que sem ela não há democracia. Usa a liberdade de imprensa quando na oposição; quando no governo, tenta impor a censura e o controle dos meios de comunicação, pois acha que existe "liberdade demais".
Acha intoleráveis mensalões, dossiês, aloprados e violações de sigilos fiscais. Transforma crime em "factóide" e procura desqualificar denúncias fundamentadas como "golpismo" e "pregação moralista".
Considera a democracia e os direitos humanos valores universais. Se alia a tiranos e assassinos, criminalizando a dissidência. Além disso, utiliza a casca dos "direitos humanos" para premiar bandidos e terroristas.
Considera o realismo essencial para a política externa. Quer fazer política de grande potência sem sê-lo, confundindo realismo com megalomania.
Procura manter um mínimo de coerência. Se apropria das conquistas dos outros, que antes condenava, sem qualquer confissão ou arrependimento. E se alia a quem antes repudiava como o que há de pior na política, sem qualquer vergonha ou constrangimento.
Repudia o coronelismo e o clientelismo. Vê como normal a compra de consciências por um prato de lentilhas.
Considera o preparo e a capacidade intelectual fundamentais para um governante. Acha que o marketing compensa qualquer deficiência, usando e abusando da propaganda ufanista para tentar vender uma nulidade como uma estadista.
Defende mão firme contra o crime. Mantém relações com terroristas e narcotraficantes (e berra quando isso é mencionado).
Acha que o papel do presidente da República é governar. Acha que a função principal deste é fazer campanha para sua candidata, durante e após o expediente.
Tem programa de governo e um projeto de nação. Tem apenas um projeto de poder, visando eternizar-se nele.
Acha que ninguém está acima da lei. Posa de messias e divide a sociedade em pessoas comuns e aliados políticos, para os quais tudo é permitido.
Exige punição para corruptos e ladrões do dinheiro público. Diz "não sei nada, não vi nada" e "fui traído" - e bota a culpa na imprensa.
Segue regras criadas pela evolução da sociedade. Acha que tudo é válido, e que a única coisa proibida é perder as eleições e o poder.
Quer apenas que o Estado não atrapalhe e o deixe em paz. Acha que o Estado deve controlar a vida do cidadão, e depende da máquina governamental para fazer bons negócios.
Considera a honestidade um valor em si. Cultiva a ambigüidade moral e o relativismo para os seus.
Desconfia das ideologias. Usa a ideologia sempre que lhe é conveniente, como uma forma de colocar os ricos contra os pobres (por exemplo, chamando denúncias de corrupção de "conspiração das elites").
Acha que mais importante do que a origem pobre é ter vergonha na cara. Usa a própria origem social como álibi para cometer falcatruas e para fugir da responsabilidade.
Respeita as minorias, sabendo que a menor minoria que existe é o indivíduo. Usa as minorias como massa de manobra para destruir a sociedade e impor sua visão distorcida do "novo homem".
Tem princípios. Só tem conveniências.
Sabe que o socialismo e o comunismo, como o nazismo, são ideologias assassinas e que privam a liberdade. Usa a ignorância do povo a respeito do socialismo e do comunismo para impor um "paraíso na terra" fictício, querendo a cubanização do Brasil.

Até Eliane Esquerdanhêde Está com Medo do PT!

A declaração de que o PT terá mais poder com Dilma do que com Lula, feita pelo ex-ministro José Dirceu, eterno presidente de fato do partido, é motivo para reflexões, avaliações e projeções muito sérias. Até porque – ou principalmente porque – o PT tem sido um ausente do discurso de Dilma na campanha.

A equação não fecha: Dilma disfarça o partido, mas o partido vai ter ainda mais poder no governo dela?

No debate Rede TV!/Folha, no domingo à noite, Dilma relegou mais uma vez o PT ao segundo plano, referindo-se ao "presidente Lula" e ao "nosso governo" como os seus verdadeiros partidos. Mas Dirceu entregou o jogo: o PT é que vai dar as cartas no governo Dilma – que, não custa lembrar, era do PDT até outro dia.

A julgar pelas pesquisas, o PT vem numericamente forte por aí. Vai fazer uma bancada grande e experiente no Senado (calcanhar-de-Aquiles de Lula) e tende a ultrapassar o PMDB como maior bancada na Câmara. (Aliás, desbancando a candidatura do peemedebista Henrique Eduardo Alves para a presidência da Casa.)

O PT, então, será o líder no Congresso de uma imensa tropa formada desde o PCdo B ao PP de Maluf, depois de já ter transformado a CUT, o MST e a UNE em agências do governo, financiadas com recursos públicos; já ter aparelhado o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o BNDES; e estar em vias de "extirpar" a oposição, como disse Lula sobre o DEM, enquanto ataca pessoalmente os tucanos Tasso Jereissatti no Ceará e Arthur Virgílio no Amazonas.

E aí entra a fala de Dirceu: "A eleição de Dilma é mais importante do que a do Lula, porque é a eleição do projeto político". Leia-se: Lula foi um meio para se chegar a um fim, ao tal "projeto político". Agora, falta explicar exatamento do que se trata, antes que o governo e o projeto se instalem. Dilma entregou um programa "hard" de manhã ao TSE e, de tarde, retirou e entregou outro "light". Até agora, não se sabe ao certo qual é para valer.

Um dos laboratórios do "projeto político" de Dirceu foi a liderança do PT na Câmara antes da eleição de Lula, que atuava e respirava conforme Dirceu mandava. Era ali o foco dos dossiês, das CPIs, das denúncias de todo tipo contra Collor, contra Itamar, contra Fernando Henrique, contra tudo e contra todos os demais.

E não é que foi dali que saíram Erenice Guerra, José Dias Toffoli, Márcio Silva? Saíram direto da central de dossiês contra adversários para o comando do país.

Erenice surgiu meio do nada e virou ministra da Casa Civil, principal cargo do governo. Toffoli é um ótimo sujeito, mas tinha todas as desvantagens e nenhum dos atributos para ser ministro, nada mais nada menos, do Supremo Tribunal Federal. E o tal do Márcio Silva é advogado da campanha de Dilma e dono de um escritório meteórico que, como diz o Painel da Folha de hoje (15/09/10), "é assunto de advogados há muito estabelecidos em Brasília".

Dilma teve a consideração de indicar a amiga e braço-direito Erenice Guerra como sua sucessora na Casa Civil. Mas, agora que a Casa Civil caiu (de novo) sob o peso da parentada toda dele, teve a desconsideração de rebaixá-la à condição de "mera assessora".

Deve estar aí a chave da questão: tem hora de esconder e tem hora de mostrar. É o PT das Erenices dos dossiês, do aparelhamento e do patrimonialismo que vai tocar o "projeto político" em curso no país?

E com o inestimável apoio do PMDB, evidentemente.

por Eliane Castanhêde, na Folha

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

O Dia em que Um Marciano Veio ao Brasil

Um marciano desembarca no Planeta Terra e, depois de muito vagar, cai direto no Brasil. Por interesse antropológico, ele resolve se inteirar da vida política local, querendo saber como estão as nossas eleições. Pergunta, então, a um gentil terráqueo sobre os candidatos. Segue o diálogo:

- Percebi que a candidatura governista bebe no sucesso econômico do atual governo. Nesse sentido, acusa o principal oponente de, se eleito, colocar em risco as conquistas dos últimos anos. Pelo visto a estabilidade da economia sempre foi defendida pelos que hoje estão no poder...

- Não é bem assim. A estabilidade econômica foi uma herança do governo anterior.

- Mas a candidata do governo diz que foi uma conquista do atual presidente, que é seu patrono político... Inclusive vi a campanha dela outro dia, dizia que antes o país vivia o caos, que estava à beira da falência, e que foram eles, que hoje estão no governo, que botaram ordem na casa, possibilitando a milhões de pessoas melhorarem de vida. Não foi assim?

- Não foi, não. Na verdade, o partido da candidata oficial foi contra as medidas de estabilização da economia. Diziam que era um "estelionato eleitoral"...

- Você está dizendo que o partido da candidata oficial foi contra as medidas que colocaram a economia em ordem quando foram implementadas, mas depois se apropriou delas e agora se diz seu maior defensor?

- Sim. Foi isso mesmo.

- Bem, parece um típico caso de conversão. Nesse caso, é claro que eles se desculparam pela oposição do passado, não?

- Não. Não se desculparam.

- Nem se arrependeram?

- Não. Também não se arrependeram.

- Então os que estão hoje no poder simplesmente se apropriaram do que antes condenavam, sem confissão nem arrependimento, e agora se apresentam como os garantidores da estabilidade econômica?

- Isso mesmo. Você definiu perfeitamente.

- Que estranho... Isso é, no mínimo, falta de honestidade. Isso sim, é o que se pode chamar de estelionato. Mas entendo, porque o candidato adversário deve ser mesmo um perigo para as conquistas econômicas, que o governo herdou do antecessor...

- Nada disso. O candidato adversário é do partido do presidente que antecedeu o atual, o mesmo que implementou as reformas. Inclusive, ele fez parte daquele governo, foi ministro...

- Espere aí. Você está me dizendo que a candidata do governo atual está acusando seu principal adversário de ser uma ameaça à continuidade da política econômica, quando ele fez parte do governo que implementou essas conquistas, enquanto o partido dela foi contra? É isso mesmo?

- Exatamente.

- Nesse caso, a população deve ter percebido que está sendo vítima de uma farsa grotesca, uma verdadeira empulhação, e deve estar muito zangada com ela...

- Pelo contrário! Ela está em primeiro lugar nas pesquisas, pode vencer até no primeiro turno.

- Mas ela não é a candidata do governo? E o presidente atual não é aquele que sequestrou as conquistas do seu antecessor, apenas colhendo os frutos do que outros fizeram? Imagino que ele deva ser muito impopular...

- Aí é que você se engana. Ele tem quase 90% de popularidade, segundo os institutos de pesquisa.

- Mas estive em outros países, aqueles que vocês chamam de desenvolvidos, e lá quem fizesse isso seria execrado como um farsante, e não louvado!

- Sim, mas aqui é o Brasil...

- Mas vocês não são todos uma mesma espécie?

- Sim, somos, mas...

- A lógica não é a mesma para todos os seres humanos?

- É, mas...

- Das duas uma: ou vocês, brasileiros, são muito estúpidos ou pertencem a uma outra espécie, diferente dos demais terráqueos. Pelo que você me disse, a noção de honestidade que vocês têm não é a mesma da do restante da humanidade.

- Bom, mas pelo menos o líder de vocês, pelo que diz a propaganda oficial, é um estadista global, comprometido com as melhores causas da humanidade, a política externa é um sucesso, o País é finalmente respeitado no exterior...

- (interrompendo) Er... Na verdade, também não é bem assim...

O marciano já se preparava para fazer outra pergunta, mas desistiu. Sem resposta, o gentil cidadão que se prontificou a explicar o Brasil ao visitante alienígena se calou, coberto de vergonha. Enquanto isso, o marciano coçava as antenas, intrigado diante do que julgou ser um mistério sem solução. Em todas as galáxias que visitara, jamais presenciou uma situação tão insólita. Voltando à sua nave, simplesmente desistiu de tentar compreender, cheio de piedade por uma espécie tão primitiva.

por Gustavo Bezerra

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

O Criador e a Criada

Foi Erenice Guerra quem montou o dossiê sujo contra a ex-primeira dama Ruth Cardoso, para tentar conter o escândalo dos Cartões Corporativos, o que Dilma Rousseff chamou de "banco de dados".

Foi Erenice Guerra quem marcou a famosa entrevista de Dilma Rousseff com Lina Vieira, ex-secretária da Receita Federal, para exigir que a funcionária "agilizasse" uma investigação contra Fernando Sarney, acusado de evasão de divisas.

Foi Erenice Guerra quem comandou a venda da VarigLog, mancomunada com o compadre de Lula, Roberto Teixeira, causando imensos prejuízos aos ex-funcionários da empresa que Dilma fez de tudo para fechar.

Estas três atividades ilustram muito bem o papel da Dilma da Dilma. Ficou provado que o dossiê contra Dona Ruth Cardoso era uma montagem grosseira, com a demissão de vários funcionários.

Ficou provado que Fernando Sarney era um criminoso, com a descoberta de uma conta de U$ 13 milhões no exterior.

E, vejam bem, por trás do atual escândalo está uma empresa área, que surgiu com o apoio do compadre do Lula, que atende aos Correios, com aviões que eram da VarigLog.

A Dilma da Dilma estava lá para isso mesmo. Para enriquecer a Turma da Dilma e do Lula. Até que resolveu enriquecer também a sua família.

por Coronel, no Coturno Noturno

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Não Temos Mais Guerra!

Erenice Guerra não é mais a ministra-chefe da Casa Civil. A sucessora da candidata do PT, Dilma Rousseff, não resistiu às denúncias de tráfico de influência e lobby envolvendo seu filho, Israel Guerra. A secretária de Articulação e Monitoramento da Casa Civil, Miriam Belchior, deve ser apontada como a nova ministra.

Erenice recebeu em sua casa o ministro Franklin "Goebbels" Martins (Secom) às 9h dessa quinta-feira. Nesse encontro, foi acertada a sua saída do governo. Erenice foi chamada ao Palácio do Planalto às 11h e se reuniu com o presidente ao meio-dia, quando entregou o cargo.

Segundo o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, “Lula recebeu na manhã de hoje a ministra, que por iniciativa própria apresentou carta de demissão.” O porta-voz leu na íntegra a carta entregue por Erenice a Lula. Na carta, ela diz que não foi apresentada nenhuma prova sobre sua participação em qualquer dos temas questionados pela imprensa, mas mesmo assim pediu sua demissão porque precisava de "paz" para defender a si e à sua família.

E a coisa não parou por aí para o lado da família Guerra!

O empresário Rubnei Quicoli afirmou ao Estado nesta quinta-feira que a Casa Civil é palco de lobby e que a empresa do filho da ministra Erenice Guerra cobrou 5% da ERDB do Brasil Ltda. para conseguir um financiamento de R$ 9 bilhões junto ao BNDES. "Foi a maior patifaria o que fizeram. Fizeram terrorismo", disse. A própria ministra, segundo ele, participou de uma reunião no ano passado. O empresário enviou os documentos ao Estado.

Segundo Quicoli, em meio às negociações com os intermediários em Brasília, foi pedido ainda o valor de R$ 5 milhões para ajudar na campanha da presidencial de Dilma Rousseff (PT). "Eu disse que não podia por tudo junto numa mala. E que precisava de nota fiscal de uma empresa como prestadora de serviço", afirmou. O pedido de dinheiro para a campanha, de acordo com Quicoli, foi feito pelo ex-diretor de Operações dos Correios Marco Antonio de Oliveira.

A intermediação do filho de Erenice nesse episódio foi revelada pelo jornal Folha de S. Paulo nesta quinta-feira. O empresário Rubnei Quicoli contou ao Estado que a EDRB do Brasil Ltda buscava um empréstimo junto ao BNDES para viabilizar um projeto de energia solar que estava parado desde 2002. Consultor da EDRB, Quicoli disse que a Casa Civil deu a orientação para procurarem a Capital Assessoria, empresa em nome de Saulo Guerra, filho de Erenice, mas que é comandada por outro filho da ministra, Israel. Foi feita então a minuta de um contrato, no valor de R$ 240 mil, mais o percentual de 5% sobre os R$ 9 bilhões.

De acordo com o empresário, a própria Erenice participou de uma reunião na Casa Civil com os representantes da EDRB em novembro do ano passado. A reunião, segundo ele, foi agendada por Vinicius Castro, ex-assessor da Casa Civil e cuja mãe é sócia da Capital Assessoria. Vinicius pediu demissão no início da semana.

Segundo Rubnei Quicoli, as negociações com a empresa de Israel Guerra foram desfeitas em março sem que o empréstimo do BNDES tivesse sido concedido. Na edição desta semana, a revista Veja mostrou que a Capital Assessoria atuou também no ramo de transporte de carga aérea.

com informações da Folha e do Estado de São Paulo

Vidas Separadas

Vidas separadas – é o que significa apartheid, regime oficial que perdurou na África do Sul até 1994. Contra ele, Nelson Rolihlahla Mandela se rebelou. Por isso, em 1964, foi condenado à prisão perpétua.

Em 1990, cedendo a pressões internacionais, o Presidente Frederic de Klerk solicitou sua libertação. Durante os vinte e seis anos em que permaneceu preso, Mandela tornou-se o símbolo da antissegregação. Mesmo na prisão, enviou cartas para incentivar a luta, tendo recebido apoio de governos de todo o mundo.

Em 1993, ele e de Klerk dividiram o Prêmio Nobel da Paz. Em 1994, foi eleito o primeiro presidente negro da África do Sul. Governou até 1999, sendo responsável pelo fim do apartheid.

Ele poderia ter conduzido uma caça às bruxas. Poderia ter mandado procurar ossadas, que não são poucas. Poderia, até, ter criado um “bolsa-apartheid”, sustentado pelo diamante extraído em abundância das minas sul-africanas. Teria inúmeras razões e tinha poder para isso. Seu espírito humanista e sua visão de estadista, porém, levaram-no a pensar na nação como um todo e buscar sua reconciliação.

Entre as inúmeras frases de Mandela, uma talvez explique o porquê de sua decisão: “Sonho com o dia em que todas as pessoas levantar-se-ão e compreenderão que foram feitas para viver como irmãs”.

A presença, mesmo que por apenas alguns minutos, de Nelson Mandela no campo do Soccer City foi um dos momentos mais emocionantes da Copa do Mundo recentemente encerrada. Quando ele sorriu seu sorriso de paz e acenou do alto dos seus 92 anos de idade, recebeu a ovação de carinho e respeito da multidão.

As milhares de pessoas de todo o mundo que estavam lá, provavelmente, tinham na mente outra de suas frases famosas: “A luta é minha vida. Continuarei a lutar pela liberdade até o fim dos meus dias”. Então, que ele demore a chegar!

por Hamilton Bonat

O Inferno Brasileiro

A toda hora aparecem pastores, padres, sobretudo jornalistas e políticos – sim, jornalistas e políticos, essas personificações supremas da moralidade – clamando contra “a degradação dos costumes”.

O próprio termo completamente deslocado que empregam para nomear o mal prova que são parte dele. “Degradação dos costumes” é uma expressão quantitativa, escalar: supõe a vigência permanente de uma escala contra a qual se mede o decréscimo da obediência rotineira aos valores que ela quantifica.

O que se passa no Brasil não é uma “degradação dos costumes”: é a destruição premeditada de todas as escalas, a inversão sistemática de todos os valores.

Os costumes degradam-se quando a população já não consegue imitar nem de longe os modelos melhores de conduta que a História consagrou e que, ante o olhar de cada geração, se reencarnam de novo e de novo nas figuras das personalidades admiráveis, dos sábios, dos heróis e dos santos.

Quando, ao contrário, todas as personalidades admiráveis desapareceram ou foram postas para escanteio, e em seu lugar se colocam simulacros grotescos ou inversões caricaturais, o problema já não é a desobediência, mesmo generalizada, a valores que todos continuam reconhecendo da boca para fora; é, ao contrário, a obediência a modelos de malícia, perversidade e covardia que se impuseram, pela força da propaganda e da mentira, como as únicas encarnações possíveis do meritório e do admirável.

Quanto mais alto esses personagens sobem na hierarquia social, mais esfumada e distante vai ficando, até desaparecer por completo, a escala de valores que permitiria julgá-los e condená-los; e mais e mais eles próprios se consagram como unidades de medida de uma nova escala, monstruosamente invertida, que em breve passa a ser a única. Daí por diante, quem quer que não a siga e cultue dificilmente poderá evitar a sensação de marginalidade e isolamento que é, nesse quadro, o sucedâneo perfeito do sentimento de culpa. Calou-se, na alma de cada cidadão, a voz da consciência que, na escura solidão da sua alma, lhe trazia a lembrança amarga de seus delitos e de seus vícios. Em lugar dela, desenvolve-se uma hipersensibilidade epidérmica à opinião dos outros, ao julgamento do grupo, ao senso das conveniências aparentes.

Preso na trama virtual dos olhares de suspeita, cada um vive agora em estado de sobressalto permanente, obsediado, ao mesmo tempo, pela compulsão de exibir equilíbrio, tranqüilidade e polidez para não se tornar o próximo alvo de desprezo. A essa altura, cada um se dispõe a renegar ideais, amizades, lealdades, admirações, promessas, ao primeiro sinal de que podem condená-lo a um ostracismo psíquico que se anuncia tanto mais insuportável quanto mais tácito, implícito e não reconhecido como tal.

Há uma diferença enorme entre um “estado de medo” e uma “atmosfera de medo”. O primeiro é patente, é público, todos falam dele e, não raro, encontram um meio de enfrentá-lo. A segunda é difusa, nebulosa, esquiva, e alimenta-se da sua própria negação, na medida em que acusar sua presença é, já, candidatar-se à rejeição, à perda dos laços sociais, ao isolamento enlouquecedor.

Nessa atmosfera, a única maneira de evitar o castigo ante cuja iminência se treme de pavor é negar que ele exista, e, com um sorriso postiço de serenidade olímpica, ajudar a comunidade a aplicá-lo a imprudentes terceiros que tenham ousado notar, em voz alta, a presença do mal.

Não digo que todos os brasileiros tenham se deixado submergir nessa atmosfera. Mas pelo menos as “classes falantes”, se é possível diagnosticá-las pelo que publicam na mídia, já têm sua consciência moral tão deformada que até mesmo suas ocasionais e debilíssimas efusões de revolta contra o mal vêm contaminadas do mesmo mal.

Por exemplo, o fato de que clamem contra desvios de dinheiro público com muito mais veemência do que contra o massacre anual de 50 mil brasileiros (quando chegam a dar-lhe alguma atenção) prova, acima de qualquer possibilidade de dúvida, que por trás do seu ódio a políticos corruptos não há uma só gota de sentimento moral genuíno, apenas a macaqueação de estereótipos moralistas que ficam bem na fita. E que ainda continuem discutindo “se” o partido governante tem parceria com as Farc, depois de tantas provas documentais jamais contestadas, mostra que estão infinitamente menos interessadas em averiguar os fatos do que em apagar as pistas da sua longa e obstinada recusa de averiguá-los. Recusa que as tornou tão culpadas quanto aqueles a quem, agora, relutam em acusar porque sentem que acusá-los seria acusar-se a si próprias. Quando, por indolência seguida de covardia, os inocentes se tornam cúmplices ex post facto, já não sobra ninguém para julgar o crime: todos, agora, estão unidos na busca comum de um subterfúgio anestésico que o suprima da memória geral.

Não, não se trata de “degradação dos costumes”, como nos EUA, na França, na Espanha ou em tantos outros países: Trata-se, isto sim, da perda completa do senso moral, o que faz deste país uma bela imagem do inferno. No inferno não há degradação, porque não há a presença do bem para graduá-la.

por Olavo de Carvalho

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Republiquetização do País

Não é por acaso que o Gabinete Civil da Presidência da República tem estado envolvido em quase todos os grandes escândalos do governo Lula. A começar pelo mensalão, operado por José Dirceu, até a recentíssima denúncia de descarado tráfico de influência por parte da ministra Erenice Guerra e seus familiares, boa parte de todo o malfeito, do ilegal, da pura e simples corrupção que eclode no governo federal tem o dedo do Palácio do Planalto. O dedo de Luiz Inácio Lula da Silva, o grande responsável pelo desenvolvimento econômico dos últimos oito anos; pela incorporação de milhões de cidadãos antes marginalizados ao mercado de consumo; pela ascensão do País à condição de, vá lá, player importante na diplomacia mundial. Se tudo de bom que se faz no governo é de responsabilidade do "cara", por que apenas o que de errado se faz no governo não tem dono?

Por muito menos do que se tem revelado ultimamente de lambanças com as instituições do Estado e com o dinheiro público um presidente da República foi forçado a renunciar há menos de 20 anos.

Mas com Lula é diferente. Embriagado por índices de popularidade sem precedentes na história republicana, inebriado pela vassalagem despudorada que lhe prestam áulicos, aderentes e aduladores das mais insuspeitadas origens e dos mais suspeitosos interesses, Sua Excelência se imagina pairando acima do bem e do mal, sem a menor preocupação de manter um mínimo de coerência com sua própria história política e um mínimo de respeito pelo decoro exigido pelo cargo para o qual foi eleito.

Sempre que os desmandos flagrados pela Imprensa ameaçam colocar em risco seus interesses políticos e eleitorais, Lula recorre sem a menor cerimônia à mesma "explicação" esfarrapada: culpa da oposição - na qual inclui a própria Imprensa. A propósito das violações de sigilo comprovadamente cometidas recentemente pela Receita Federal - não importa contra quem - não passou pela cabeça de Sua Excelência, nem que fosse apenas para tranquilizar os contribuintes, a ideia de admitir a gravidade do ocorrido e se comprometer com a correção desses desvios. Preferiu a habitual encenação palanqueira: "Nosso adversário, candidato da turma do contra, que torce o nariz contra tudo o que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos, resolveu partir para ataques pessoais e para a baixaria." Não há maior baixaria do que um chefe de Estado usar o horário eleitoral de seu partido político para atacar, em termos pouco republicanos, aqueles que lhe fazem oposição. E faltou alguém lembrar ao indignado defensor dos indefesos que entre "tudo que o povo brasileiro conquistou nos últimos anos" estão a Constituição de 1988, o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal, entre outras iniciativas fundamentais para a promoção social e o desenvolvimento econômico do País, contra as quais os então oposicionistas Lula e PT fizeram campanha e também votaram no Congresso.

Enquanto os aliados de Lula e de Sarney - a quadrilha que dilapidou o patrimônio público do Amapá - vão para a cadeia por conta das evidências contra eles levantadas pela Polícia Federal; enquanto os aliados de Lula - toda a cúpula executiva e legislativa, prefeito e vereadores, do município sul-mato-grossense de Dourados - pelo mesmo motivo vão para o mesmo lugar; enquanto na Receita Federal - não importa se por motivos políticos ou apenas (!) por corrupção - se viola o sigilo fiscal de cidadãos e as autoridades responsáveis tentam jogar a sujeira para debaixo do tapete; enquanto mais uma maracutaia petista é flagrada no Gabinete Civil da Presidência; enquanto, enfim, a mamata se generaliza e o presidente da República continua fingindo não ter nada a ver com a banda podre de seu governo, a população brasileira, pelo menos quase 80% dela, aplaude e reverencia a imagem que comprou do primeiro mandatário, o "cara" responsável, em última instância, pela republiquetização do País.

Está errado o povo? A resposta a essa pergunta será dada em algum momento, no futuro. De pronto, a explicação que ocorre é a de que, talvez, o povo de Lula seja constituído de consumidores, não de cidadãos.

Editorial do Estadão

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Se a Constituição Valesse para Todos, Lula já Teria Sido Demitido!

Na semana de 30 de agosto a 5 de setembro, o presidente da República foi chefe de governo durante 6 horas e chefe de campanha eleitoral nas 162 restantes. No primeiro dia do mês, uma quarta-feira, Lula surpreendeu os porteiros, ascensoristas e secretárias do Palácio do Planalto ao aparecer por lá perto das 10 da manhã. Despachou até as 11 com a chefe da Casa Civil, Erenice Guerra, almoçou com o presidente colombiano Juan Manuel Santos até as 3 da tarde, conversou por 30 minutos com o presidente da Telefonica e, às 4, deu por encerrado o expediente. Livrou-se do terno e da gravata, vestiu o uniforme de animador de comício, seguiu para o aeroporto e voou para longe de Brasília.

Como fizera nos três dias anteriores, manteve-se distante da capital nos três seguintes. No domingo, o balanço da semana avisou que o Primeiro Passageiro havia ficado mais seis dias a muitas milhas do local de trabalho. Nunca antes na história desta República um presidente frequentou tão pouco o gabinete e suou tanto a camisa no palanque. E nunca antes neste país um governante viajou com tamanha animação quanto Lula, comprovou o levantamento divulgado nesta sexta-feira pela Folha de S. Paulo.

Entre janeiro de 2003 e agosto de 2010, Lula ficou fora de Brasília 1.103 dias. São três anos. Os passeios internacionais engoliram 1 ano e 3 meses. Fernando Henrique Cardoso provocava chiliques no chefe da oposição a cada decolagem. Perto do sucessor, as horas de voo FHC lembram um piloto de monomotor diante de um comandante de Boeing. Só os giros pelo país consumiram mais 1 ano e 9 meses.

A milhagem doméstica tem crescido extraordinariamente depois que o dono do Aerolula descobriu que “a maior obra de um presidente é eleger o sucessor”. Desde o começo da campanha eleitoral, aparece no serviço de vez em quando. Para fazer um comício por dia, inaugura obras concluídas há muitos governos, esqueletos de prédios, até pedras fundamentais. A sede do Poder Executivo é um palanque em trânsito. Não existem mais assuntos de Estado nem pendências administrativas. Todas as questões se tornaram políticas.

Os números do PNAD aconselharam o chefe de governo a investir em saneamento básico e intensificar o combate ao analfabetismo. O chefe de campanha continua fingindo que o Brasil está pronto e logo vai virar superpotência. O escândalo da Receita Federal aconselhou o chefe de governo a exonerar o ministro da Fazenda e seus subordinados que colocaram o Fisco a serviço de quadrilheiros. O chefe de campanha, em cada parada da interminável excursão financiada por quem paga imposto, discursou para socorrer os bandidos e acusar as vítimas. Vale tudo para eleger Dilma Rousseff.

Escolher a sucessora não é uma das 29 atribuições do ocupante do cargo, fixadas pelo artigo 84 da Constituição. Governar o Brasil é: de acordo com o capítulo II, compete privativamente ao presidente “exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal”. Os registros na agenda atestam que Lula (sempre sem abrir mão dos incontáveis privilégios que escoltam o salário, como casa, comida e avião de graça) delegou a Erenice Guerra a tarefa que já dividiu com José Dirceu e Dilma Rousseff.

Lula e Dilma acham Erenice uma executiva e tanto. Os brasileiros ajuizados acham que Erenice é a prova de que o país sobrevive a tudo. Até a uma presidente interina comprovadamente especializada em fabricar dossiês malandros, acobertar passos em falso da comandante Dilma e facilitar parcerias que enriquecem o filho espertalhão, como revela a edição de VEJA desta semana.

Se a República fosse uma empresa moderna e o presidente estivesse submetido a mecanismos de controle, Lula seria afastado já no primeiro mandato por absenteísmo contagioso e incitação à vadiagem. Só vai chegar ao fim do segundo porque foi promovido a inimputável pelo Poder Judiciário. Depois de desafiar a legislação eleitoral, desdenhar do Código Penal e revogar todos os códigos morais, Lula está provando que a Constituição não vale para todos.

Se valesse, o presidente que deixou de presidir o Brasil para presidir um conglomerado político de alta periculosidade já teria sido enquadrado por desrespeito à nação e demitido por abandono de emprego.

por Augusto Nunes

Não Há Mais Como Correger a Corregedoria

A servidora Ana Maria Caroto Cano disse, em depoimento à Polícia Civil de São Paulo obtido pela Folha, que recebeu ordens da Corregedoria da Receita Federal para apagar vestígios de quebras de sigilo fiscal realizadas em seu computador de trabalho, na agência do fisco em Mauá (SP). Foi nesse escritório da Receita que foram violados os sigilos de cinco pessoas ligadas ao candidato a presidente José Serra (PSDB).

“Procedimento administrativo foi gerado no âmbito da corregedoria da Receita, quando Ana Maria teria sido orientada pelo próprio órgão censor a identificar os contribuintes que tiveram os sigilos acessados ou devassados através de sua máquina e obter declarações assinadas obviamente por tais contribuintes no sentido de anuírem a tais acessos”, informa o depoimento de Ana Maria à polícia.

Ao fazer a acusação contra o fisco, a servidora admitiu que ela e seu marido, o contador José Carlos Cano Larios, cometeram o crime de forjar documentos. Por conta disso, Ana Maria, uma funcionária do Serpro cedida à Receita, foi presa pela polícia paulista.

Por meio da assessoria de imprensa, a Receita em São Paulo preferiu não comentar o depoimento da servidora. A Folha tentou falar com o corregedor-geral do órgão, Antônio Carlos D’Ávila, mas não conseguiu encontrá-lo. O caso começou quando uma pessoa chamada Edson Pedro dos Santos foi à polícia para prestar uma queixa. Segundo Santos, na segunda-feira ele foi procurado por um homem que lhe pediu para que assinasse uma declaração de que havia solicitado à Receita que acessasse seus próprios dados fiscais.

O interlocutor de Santos era o marido da funcionária do Serpro.

Os policiais foram atrás, então, do casal Cano. Luiz Carlos admitiu que havia procurado Edson. Em seu escritório, os policiais encontraram 23 declarações semelhantes a que havia sido feita para Edson dos Santos. Ana Maria, por sua vez, admitiu que pediu ao marido para que procurasse as pessoas que tiveram seus dados violados a partir de sua máquina, mas ressaltou que o fez por ordem da Receita. De acordo com a corregedoria do fisco, no computador dela foram quebrados 31 sigilos fiscais.

A servidora afirmou, contudo, que todos os acessos imotivados realizados a partir de sua máquina foram feitos sem a utilização de sua senha.

por Leonardo Souza, na Folha.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Como Nunca Antes Neste País

Tão profícua tem sido a atuação do presidente Lula na desmoralização das mais importantes instituições do Estado brasileiro, que se torna missão complexa avaliar o que efetivamente tem sido realizado nesse campo, aí sim como nunca antes neste país. Como a lista é longa, melhor ficar nos exemplos mais notórios.

O presidente Lula desmoralizou o Congresso Nacional ao permitir que o então chefe de seu Gabinete Civil, o trêfego José Dirceu, urdisse e implantasse um amplo esquema de compra de apoio parlamentar - o malfadado mensalão. Essa bandidagem custou ao chefe da gangue o cargo de ministro. Mas seu trânsito e influência dentro do governo permanecem enormes, com a indispensável anuência tácita do chefão.

Denunciado o plano de compra direta de apoio de deputados e senadores, o governo petista passou a se compor com toda e qualquer liderança disposta a trocar apoio por benesses governamentais, não importando o quanto de incoerência essas novas alianças pudessem significar diante do que propunha, no passado, a aguerrida ação oposicionista de Lula e de seu partido na defesa intransigente dos mais elevados valores éticos na política. Daí estarem hoje solidamente alinhadas com o governo as mais tradicionais oligarquias dos rincões mais atrasados do País - os Sarneys, os Calheiros, os Barbalhos, os Collors de Mello, todos antes vigorosamente apontados pelo lulo-petismo como responsáveis, no mínimo, pela miséria social em seus domínios. Essa mudança foi recentemente explicada por Dilma Rousseff como resultado do "amadurecimento" político do PT.

O presidente Lula desmoralizou a instituição sindical ao estimular o peleguismo nas entidades representativas dos trabalhadores e, de modo especial, nas centrais sindicais, transformadas em correia de transmissão dos interesses políticos de Brasília.

O presidente Lula tentou desmoralizar os tribunais de contas ao acusá-los, reiteradas vezes, de serem entrave à ação executiva do governo por conta do "excesso de zelo" com que fiscalizam as obras públicas.

O presidente Lula desmoralizou os Correios, antes uma instituição reconhecida pela excelência dos serviços essenciais que presta, ao aparelhar partidariamente sua administração em troca, claro, de apoio político.

O presidente Lula desmoralizou o Tribunal Superior Eleitoral, e, por extensão, toda a instituição judiciária, ao ridicularizar em público, para uma plateia de trabalhadores, multas que lhe foram aplicadas por causa de sua debochada desobediência à legislação eleitoral.

Mas é preciso reconhecer que pelo menos uma lei Lula reabilitou, pois andava relegada ao olvido: a lei de Gerson. Aquela que, no auge do regime militar e do "milagre brasileiro", recomendava: o importante é levar vantagem em tudo. Esse sentimento que o presidente nem tenta mais disfarçar - tudo está bem se me convém - só faz aumentar com o incremento de seus índices de popularidade e sinaliza, por um lado, a tentação do autoritarismo populista, enquanto, por outro lado, estimula a erosão dos valores morais, éticos, indispensáveis à promoção humana e a qualquer projeto de desenvolvimento social.

O presidente vangloria-se do enorme apoio popular de que desfruta porque a economia vai bem. Indicadores econômicos positivos, desemprego menor, os brasileiros ganhando mais, Copa do Mundo, Olimpíada. É verdade, mesmo sem considerar que Lula e o PT não fizeram isso sozinhos, pois, embora não tenham a honestidade de reconhecê-lo, beneficiaram-se de condições construídas desde muito antes de 2002 e também de uma conjuntura internacional política e, principalmente, econômica, que de uma maneira ou de outra acabou sendo sempre favorável ao Brasil nos últimos anos.

Mas um país não se constrói apenas com indicadores econômicos positivos. São necessárias também instituições sólidas, consciência cívica, capacidade cidadã de avaliar criticamente o jogo político e as ações do poder público. Nada disso Sua Excelência demonstra desejar. Oferece, é verdade, pão e circo. Não é pouco. Mas é muito menos do que exige a dignidade humana, senhor presidente da República!

Editorial do Estadão

Lula é um Delinquente Institucional!

Será que as Pesquisas Eleitorais Estão Sendo Fraudadas? Sim!

Vamos Errar de Novo?

Vocês sabem que eu sou nada afeito a socialistas/comunistas. Para mim, eles são COMPROVADAMENTE o lixo da História - o fim da União Soviética foi a prova cabal de que a demonologia que eles professam serve para absolutamente nada.

Mas, vez por outra, alguns parecem ficar um pouco mais lúcidos - mesmo na velhice. É o caso deste texto do poeta maranhense Ferreira Gullar. Nele, Gullar fala uma Verdade extremamente simples, que deveria ser espalhada qual rastro de pólvora em todos os rincões do Brasil, para que todo o povo possa saber em quem votar.


Faz muitos anos já que não pertenço a nenhum partido político, muito embora me preocupe todo o tempo com os problemas do país e, na medida do possível, procure contribuir para o entendimento do que ocorre. Em função disso, formulo opiniões sobre os políticos e os partidos, buscando sempre examinar os fatos com objetividade.

Minha história com o PT é indicativa desse esforço por ver as coisas objetivamente. Na época em que se discutia o nascimento desse novo partido, alguns companheiros do Partido Comunista opunham-se drasticamente à sua criação, enquanto eu argumentava a favor, por considerar positivo um novo partido de trabalhadores. Alegava eu que, se nós, comunas, não havíamos conseguido ganhar a adesão da classe operária, devíamos apoiar o novo partido que pretendia fazê-lo e, quem sabe, o conseguiria.

Lembro-me do entusiasmo de Mário Pedrosa por Lula, em quem via o renascer da luta proletária, paixão de sua juventude. Durante a campanha pela Frente Ampla, numa reunião no Teatro Casa Grande, pela primeira vez pude ver e ouvir Lula discursar.

Não gostei muito do tom raivoso do seu discurso e, especialmente, por ter acusado “essa gente de Ipanema” de dar força à ditadura militar, quando os organizadores daquela manifestação ─ como grande parte da intelectualidade que lutava contra o regime militar ─ ou moravam em Ipanema ou frequentavam sua praia e seus bares. Pouco depois, o torneiro mecânico do ABC passou a namorar uma jovem senhora da alta burguesia carioca.

Não foi isso, porém, que me fez mudar de opinião sobre o PT, mas o que veio depois: negar-se a assinar a Constituição de 1988, opor-se ferozmente a todos os governos que se seguiram ao fim da ditadura ─ o de Sarney, o de Collor, o de Itamar, o de FHC. Os poucos petistas que votaram pela eleição de Tancredo foram punidos. Erundina, por ter aceito o convite de Itamar para integrar seu ministério, foi expulsa.

Durante o governo FHC, a coisa se tornou ainda pior: Lula denunciou o Plano Real como uma mera jogada eleitoreira e orientou seu partido para votar contra todas as propostas que introduziam importantes mudanças na vida do país. Os petistas votaram contra a Lei de Responsabilidade Fiscal e, ao perderem no Congresso, entraram com uma ação no Supremo a fim de anulá-la. As privatizações foram satanizadas, inclusive a da Telefônica, graças à qual hoje todo cidadão brasileiro possui telefone. E tudo isso em nome de um esquerdismo vazio e ultrapassado, já que programa de governo o PT nunca teve.

Ao chegar à presidência da República, Lula adotou os programas contra os quais batalhara anos a fio. Não obstante, para espanto meu e de muita gente, conquistou enorme popularidade e, agora, ameaça eleger para governar o país uma senhora, até bem pouco desconhecida de todos, que nada realizou ao longo de sua obscura carreira política.

No polo oposto da disputa está José Serra, homem público, de todos conhecido por seu desempenho ao longo das décadas e por capacidade realizadora comprovada. Enquanto ele apresenta ao eleitor uma ampla lista de realizações indiscutivelmente importantes, no plano da educação, da saúde, da ampliação dos direitos do trabalhador e da cidadania, Dilma nada tem a mostrar, uma vez que sua candidatura é tão simplesmente uma invenção do presidente Lula, que a tirou da cartola, como ilusionista de circo que sabe muito bem enganar a plateia.

A possibilidade da eleição dela é bastante preocupante, porque seria a vitória da demagogia e da farsa sobre a competência e a dedicação à coisa pública. Foi Serra quem introduziu no Brasil o medicamento genérico; tornou amplo e efetivo o tratamento das pessoas contaminadas pelo vírus da Aids, o que lhe valeu o reconhecimento internacional. Suas realizações, como prefeito e governador, são provas de indiscutível competência. E Dilma, o que a habilita a exercer a Presidência da República? Nada, a não ser a palavra de Lula, que, por razões óbvias, não merece crédito.

O povo nem sempre acerta. Por duas vezes, o Brasil elegeu presidentes surgidos do nada ─ Jânio e Collor. O resultado foi desastroso. Acha que vale a pena correr de novo esse risco?

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

A Democracia Disfarçada

Um anônimo fez uma série de perguntas no post Terrorismo Ambiental:


"A democracia esta disfarçada em militarismo e nimguem faz nada, é este o tipo de governo que devera continuar?

E porque é, que os nossos canditatos não trazem estes assuntos de terrorismo para os debates? E os jornalistas, tem medo de que? Porque não dizem a verdade? Porque ainda tem corragem de apoiar uma candidata como esta que tem o seu nome arrolado no terrorismo? Todo aquele que Deus permitiu entrar para fazer o bem para a nação e não o fazem!!! Estão cometendo pecado e isto será cobrado!!! A Biblía Sagrada diz na Carta de TIAGO capitulo 5 versículos 1 a 6 que os OPRESSORES TERÃO A SUA PAGA!!! Leia a carta e verá, se é que voce CRE em DEUS. O MAIOR JUSTICEIRO DE TODOS OS TEMPOS VEM AÍ, AGUARDE E VERÁ. O principio da sabedoria é o TEMOR DO SENHOR, OS LOUCOS DESPREZAM A SABEDORIA E A INSTRUÇÃO. Proverbios de Salomão capitulo 1 versiculo 7."
 
Bem, deixando de lado as passagens bíblicas (uma vez que, apesar de ser crente em Deus, este é um blog essencialmente político e também por que a única religião que os esquerdistas realmente creem é o comunismo), vamos tentar responder ao prezado leitor.

Não diria que a democracia está disfarçada em militarismo. Ao menos não no sentido militar. Creio que você compara o que o PT - e outros partidos esquerdistas a ele aliados - tenta fazer com o país com o regime autoritário e anti-democrático coordenado pelos militares, que existiu no passado.

A diferença, porém, é que, enquanto aquele regime fora parido pela solicitação da sociedade civil, esta vem sendo criada como o "moderno príncipe" gramsciano.

Gramsci, que levou os ensinamentos de Lenin e Lavrenty Beria à enésima potência, dizia que os esquerdistas deveriam se infiltrar em toda a "sociedade burguesa": meios de comunicação, escolas, universidades, religiões etc., ou seja, tudo aquilo que serve como base da sociedade como a conhecemos, e miná-la aos poucos a fim de destruí-la e implantar o comunismo.

E por quê os candidatos não trazem estes assuntos à tona?

Ora, a resposta para isto está nas palavras do próprio presiMente Lulovski Apedeutovich. Lembre-se que pouco antes do início oficial da corrida presidencial, ele bradou em alto e bom som que era "fantástico" o fato de só haver candidatos de esquerda, sem a participação dos "trogloditas de direita".

Assim, estes candidatos, originários dos ensinamentos totalitários esquerdistas, não vão, em momento algum, denunciar tais fatos.

E os jornalistas? Por quê eles não denunciam?

Para saber o por quê - e este domínio não é só nacional - veja o que escreveu Alain Peyrefitte, ex-ministro do Interior de De Gaulle, França:

"O domínio da esquerda sobre os jornalistas, reforçado pela tutela política da televisão, induziu àquilo que um socialista lúcido, Thyerry Pfister – jornalista que foi conselheiro técnico do Primeiro-ministro Pierre Mauroy – chama ostensivamente de "lógica manipuladora". Esta exprime-se mediante a proximidade, habilmente mantida, entre a esfera do poder e os "formadores de opinião", através de um "jornalismo de conivência".

Já se viu uma conivência mais acentuada do que, por exemplo, no dia em que o presidente da República se fez interrogar na televisão pelas esposas de dois de seus ministros? Alguém será capaz de imaginar o general de Gaulle, Georges Pompidou ou Valéry Giscard d’Estaing fazendo-se interrogar assim "em família"? Que reações essa prática não teria suscitado!"

E, assim, o é em todas as camadas básicas de nossa sociedade:

Quem faz greves constantes em nossas universidades públicas, especialmente na USP? O pessoal da "fefelet", adolescentes contaminados pelo prurido esquerdista - embora seu líder, o tal Claudionor Brandão, seja um adulto com síndrome de Peter Pan;

Quem jogou, recentemente, a polícia civil contra a polícia militar, durante uma greve daquela? O tal Paulinho da Força, sindicalista e deputado ligado aos ideais comunistas;

Quem é um dos conselheiros mais próximos de nosso presiMente? O tal "frei" Betto, comunista de carteirinha, adepto da Escatologia da "libertação" e amante do ditador Fidel Castro;

Quem invade, depreda e destrói as propriedades rurais e/ou empresas ligadas ao agronegócio? O MST, braço armado do PT no campo, cujos líderes são, todos, comunistas confessos.

Quem tem liderado as greves dos professores paulistas? O Apeoesp, sindicato dos professores da rede oficial de ensino, comandado pela comunista "Bebel".

E de onde vem estes poucos exemplos, podemos tirar milhares de outros.

Entende, agora, porque praticamente nenhuma denúncia é feita? Somos vozes isoladas na grita esquerdista. Enquanto não nos unirmos e iniciarmos realmente a ofensiva contra a canalha esquerdista, ficaremos à mercê desta corja, até que, finalmente, será tarde demais - e iremos viver felizes e sorridentes num país ditatorial chamado CuBasil!

Contra a Ruptura do Estado de Direito

O grupo "Por Um Brasil Melhor" encabeça petição a ser apresentada ao TSE. A organizadora Cristina Rocha Azevedo responde ao Mídia@Mais sobre o que é a petição "Em defesa do Estado de Direito no Brasil".

Qual o motivo da petição a ser entregue ao TSE?
A idéia da petição surgiu em decorrência dos inúmeros abusos que temos assistido nesta campanha eleitoral, por vezes verdadeiros atentados à Constituição Brasileira, que estão sendo tratados com extrema benevolência e tolerância pelos agentes que deveriam zelar pelo cumprimento das leis. Creio que isto se deva a alta popularidade de Lula e de seu governo, porém nada disso concede licença para passar por cima do Estado de Direito.

Reza o estado de Direito, que é principio basilar da Democracia, que "nenhum indivíduo, presidente ou cidadão comum, está acima da lei. Os governos democráticos exercem a autoridade por meio da lei e estão eles próprios sujeitos aos constrangimentos impostos pela lei." e ainda: "as leis devem expressar a vontade do povo, não os caprichos de reis, ditadores, militares, líderes religiosos ou partidos políticos auto-nomeados. No Estado de Direito, um sistema de tribunais fortes e independentes deve ter o poder e a autoridade, os recursos e o prestígio para responsabilizar membros do governo e altos funcionários perante as leis e os regulamentos da nação."

Tolerar transgressões ou a omissão dos agentes fiscalizadores diante destes princípios é o caminho para o totalitarismo, a morte da democracia.

Quantas assinaturas virtuais são necessárias e qual o prazo pretendido para entregá-la?
Não existe um número obrigatório para a aceitação de uma petição. Esperamos, porém, alcançarmos as 10 mil assinaturas, ainda antes de 10 de setembro, quando encaminharemos a primeira leva delas ao TSE. A coleta se assinaturas prosseguirá, e as que forem feitas depois, serão anexadas posteriormente. Este é um movimento que não se liga a esta ou àquela eleição ou processo político.

Há alguma instituição apoiando a petição?
Não temos apoio de nenhuma instituição. A idéia surgiu entre amigos do grupo, gente que escreve a jornais, discute política entre si, e tenta exercer sua cidadania de forma ativa e participativa. Resolvemos fazer e fizemos, "na cara e na coragem".

Nesses tempos de invasão de sigilo, é seguro o uso do RG pelo signatário?
Sobre o uso do RG para identificação, não vimos qualquer risco. Só o RG, não possibilita a fraude em sites de compras, nem nada parecido. Porém, como se trata de uma petição a ser encaminhada a um órgão público, é necessário que tenhamos o número de documento dos signatários. Muitos temem represálias, temem ser perseguidos, ou algo assim, se se identificarem com o RG. O que é mais um bom motivo para assinar! Pois, se chegarmos a ponto de temermos assinar um documento pedindo a aplicação das leis do nosso país, com medo de perseguição, é porque algo estaria realmente muito mal com nossa democracia, não é? Quantos mais assinarem e se identificarem, melhor. Não há o que temer. Ou melhor: não devemos temer, não podemos temer.

Gostaria de comentar algo mais sobre a iniciativa?
Esperamos que as pessoas que ainda têm a indignação viva dentro delas, que ainda têm a capacidade de discernir o certo e o errado, nos apóiem. Gente comum, como nós, cidadãos sem atuação partidária ou política nenhuma, e que simplesmente sabem o valor de uma democracia sólida, porque já viveram sem ela ; as pessoas que têm senso de ética, de honestidade, de moral, que têm princípios e que, afinal, querem que o seu país seja seguro, bom e justo. Aqueles que sonharam e sonham com um Brasil em que a lei valha para "Chico e Francisco", da mesma maneira, onde saibamos que "pão é pão e queijo é queijo", e que isso não vai depender da "cara do freguês".

Não é possível construirmos nada em meio a tanta ilegalidade consentida, ao cinismo, a hipocrisia, as chicanas jurídicas, a enganação. Nenhum país se torna moderno e desenvolvido em um ambiente assim. É impossível.

Por fim, esperamos que, entregue a petição ao TSE, os juízes que, afinal de contas, têm a missão constitucional de fazer aplicar as leis, de zelar por elas, ajam. Ajam com firmeza, com rigor e com sabedoria. Que eles se lembrem que os governos, todos eles, passam. O país, continua. Que cumpram o seu papel, a missão para que foram designados.

Assine a petição clicando aqui.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quem Correge o Corregedor?

A Corregedoria da Receita adiou por mais 60 dias a investigação da quebra do sigilo fiscal dos tucanos e de Verônica Serra, filha do presidenciável José Serra. Huuummm… Em julho, Antônio Carlos Costa d’Ávila Carvalho, corregedor-geral do órgão, prometera concluir a investigação em dois meses. Agora, como se vê, só depois das eleições. Alguém aí se anima a prever punições exemplares?

Carvalho, Carvalho, Carvalho… Quem é esse mesmo? Lembrei! Ele concedeu uma entrevista coletiva junto com o secretário da Receita, Otacílio, o Cartaxo do PT, e assegurou não haver evidências ou pistas de que as invasões estivessem ligadas a questões político-partidárias. Reportagens do Estadão demonstraram que a corregedoria reunia documentos que indicavam o contrário.

Também é aquele que falou de um certo “balcão” de venda de sigilo em Mauá. Os documentos enviados ao Ministério Público, no entanto, não mencionam o dito-cujo. Das duas uma: ou o corregedor foi irresponsável ao dizer numa entrevista coletiva o que não pôde evidenciar ou foi irresponsável ao não enviar as evidências que tem ao MP. Quanto ao ritmo da investigação, bem…, é de onde a gente menos espera que não costuma sair nada mesmo!

PS: Não há erro no meu título.

Por Reinaldo Azevedo

Funcionária da Receita Cumpria Ordens Superiores

Adeildda Ferreira Leão dos Santos, servidora do Serpro que abriu dados fiscais de 2.949 contribuintes entre 1.º de agosto e 8 de dezembro de 2009, pode ter acessado as declarações da empresária Verônica Allende Serra, mas seu advogado ressalta que ela desconhecia que se tratava da filha de José Serra, candidato à Presidência pelo PSDB.

Segundo Marcelo Panzardi, que defende Adeildda, "o trabalho era esse, ela efetivamente acessava esse tipo de informação rotineiramente, todos os dias, sempre atendendo a ordens superiores".

O advogado acusa a Receita de querer "abafar o caso porque sua imagem já está no chão e não quer afundar ainda mais" - a suspeita de manobra de abafa foi levantada por tucanos.

Desde quando estourou o escândalo esse é o pronunciamento mais contundente da defesa de um dos alvos da investigação. Panzardi joga toda a responsabilidade sobre os superiores de Adeildda, a quem a Receita formalmente imputa envolvimento em atos de violação de sigilo. O advogado não se intimida e põe a Receita contra a parede. Sustenta que a a apuração do Fisco está "sendo direcionada".

Em sua avaliação, é irrelevante o número de acessos aos arquivos. "O que tem que ser identificado é a motivação. Isso a Receita ainda não apurou e maldosamente divulga que foram acessados dados de quase 3 mil pessoas jurídicas e físicas de fora da jurisdição de Mauá como se fosse irregular".

Adeildda dava expediente desde 1987 na Agência do Fisco em Mauá (Grande São Paulo), foco central da trama. A comissão de inquérito da Corregedoria da Receita constatou que a invasão do sigilo de Eduardo Jorge, vice-presidente do PSDB, foi executada no terminal da servidora do Serpro, em 8 de outubro, com uso da senha da chefe do setor, Antônia Aparecida Rodrigues Neves, analista tributária.

"O ponto não é necessariamente ter sido Adeildda ou não", anota Panzardi. "Afirmo taxativamente que ela foi usada, não cometeu crime algum."

No total, 2.591 acessos atribuídos a Adeildda atingiram pessoas que não têm domicílio fiscal em Mauá, o que reforça indícios de busca imotivada, sem amparo em procedimentos do Ministério Público ou Polícia Federal.

O advogado cobra responsabilidade direta de Antônia Aparecida, que era superior de Adeildda. "Antônia chegava com uma lista de CPFs. Adeildda não ia verificar se as solicitações eram motivadas ou não. Cumpria ordens da chefe. Não cabia a ela indagar se havia procuração ou não. Presumia que estava tudo dentro da legalidade. Não era nem função dela questionar. Adeildda era uma auxiliar. Quem acessou os dados de Verônica? Pode ter sido Adeildda e pode não ter sido. Ela apenas executou determinações de Antônia."

"Três mil ou 10 mil acessos é irrelevante", pondera o advogado. "O que tem que ser apurado é a motivação. Quem tinha que saber se era motivado ou não era a chefe. Querem encobrir situação mais grave, desviar o foco da Receita, a grande responsável. Antônia é o estopim de tudo. Da senha dela os dados foram abertos."

O advogado acredita que Adeildda não viu o nome de Verônica Serra na papelada. "Não ficava olhando nomes, mas números. Embora muita gente fique intrigada com essa falta de curiosidade (de Adeildda) acho que se justifica pelo volume de serviço. Como é que vai ficar olhando 3 mil declarações?"

À corregedoria, Antônia negou ter pedido dados de Eduardo Jorge. Disse que emprestou suas senhas pessoais a Adeildda e a outra funcionária, Ana Maria, "em razão da grande demanda de requisições judiciais".

por Fausto Macedo e Bruno Tavares, no Estadão



Comento:

"Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não os coíbam."
do Decálogo de Lenin

Lenin, em seu decálogo dizia que uma das formas de dominação socialista mais simples era a criação do caos na sociedade. Este caos deveria ser constante. Além disso, os partidários da causa deveriam coibir os causadores deste caos de serem punidos.

De outra forma, uma das táticas de guerrilha mais usadas é a da dispersão: a fim de esconder o alvo verdadeiro, faz-se o uso de diversos ataques "fakes".

Esta é a tática deste governo e seus asseclas: todos os escândalos (mensalão, vampiros, aloprados, dossiês, invasões de sigilo etc.) foram encobertos. Aqueles que foram levados à Justiça, estão sendo postergados cada vez mais - vide o caso do mensalão.

Neste caso em particular, o governo ao mesmo tempo que tenta blindar os aloprados da Dilma, usa a máquina infiltrada na Receita Federal para disfarçar o verdadeiro propósito das falsas quebras de sigilo de tantos outros cidadãos: pegar os dados de pessoas ligadas à campanha de Serra para serem usadas, caso Dilma estivesse atrás nas pesquisas de intenção de voto.

Lula, agora, usando de seus poderes quase supremos, como mandatário do país, ataca Serra - e quaisquer um que ele considere como inimigo do projeto de poder idealizado pelo PT no Foro de São Paulo, qual seja "recuperar aquilo que se perdeu no Leste Europeu".

Mesmo com todas as evidências que tem-se encontrado a respeito do uso dos dados de pessoas ligadas a Serra em favor da candidata lulática - os blogs das ratazanas financiadas pelo governo já haviam circulado tais dados há muito tempo -, Lula segue acusando Serra de “partir para a baixaria".

Lula desconstrói todo o passado nacional, especialmente aquele que fez com que seu governo pudesse ter toda esta aprovação que as pesquisas dizem: o governo de Fernando Henrique, que estabilizou a economia e criou a Lei de Responsabilidade Fiscal - a mesma lei que Lula quis destruir quando entrou no governo.

O Despertar da Oposição

A OPOSIÇÃO ACORDOU. Finalmente. Tinha imaginado que a eleição era na Lapônia. E que a candidatura oficial tinha a lhaneza do Papai Noel. Descobriu que vivemos em um país onde as instituições democráticas são frágeis. Onde o Poder Judiciário é de mentirinha. E o Legislativo está sendo invadido - para a alegria mórbida dos inimigos da liberdade - por humoristas decadentes, ex-jogadores de futebol, celebridades instantâneas e “sambeiros” que espancam suas mulheres.

Lula rasgou a Lei Eleitoral. Depois de ter sido multado diversas vezes pela TSE resolveu, a seu modo, a questão: passou a ignorar solenemente o tribunal. Manteve a rotina de associar o cotidiano administrativo com o processo eleitoral. Em outras palavras: “peitou” o tribunal e ganhou. Ganhou por omissão do TSE.

Para Lula, a democracia não funciona pelo respeito às leis, com uma oposição vigilante e pela crítica às ações do governo. Não. Para ele, a democracia só tem uma fala, a dele.

Transformou as cerimônias públicas em espetáculos de humilhação. Aos adversários, como na Revolução Cultural chinesa, reserva o opróbrio. Basta citar dois incidentes recentes: um em São Paulo e outro em Sorocaba. Manteve-se impassível quando a claque vaiou e quase impediu de falar o governador Goldman.

No fundo, estava satisfeito. O mais triste é que o fato foi considerado absolutamente natural. No Brasil lulista a prática de impedir pelos gritos e, se necessário, pela força um opositor de falar está virando rotina.

A associação indevida entre governo e Estado é evidenciada a todo momento. Tanto no escândalo dos dossiês, como no comício de Guarulhos - onde nem usou o disfarce da presença da candidata - ou na decoração do gabinete presidencial, que tem na parede um adesivo com o logotipo do governo em vez de algum símbolo nacional.

O lulismo desqualifica a política. E abre caminho para o autoritarismo. A eleição deixa de ser uma salutar disputa pelo futuro do país e vira uma guerra. Para ele, os opositores não são adversários, são inimigos.

Enfatiza alguns êxitos econômicos (parte deles sem qualquer relação com o atual governo) e sonha com o poder absoluto. Despreza os defensores das liberdades e, por vontade própria, já começou a miniconstituinte: aboliu informalmente o artigo 5º da Constituição.

Age como o regime militar. Tem medo de, cara a cara, enfrentar um oposicionista. Ridiculariza a política. Neste ritmo logo veremos, como na ditadura, algum outdoor com a frase: “Liberdade é uma calça velha, azul e desbotada”.

Por Marco Antônio Villa, na Folha

Macunaíma

Só porque é popular uma pessoa pode escarnecer de todos, ignorar a lei, zombar da Justiça, enaltecer notórios malfeitores, afagar violentos ditadores, tomar para si a realização alheia, mentir e nunca dar um passo que não seja em proveito próprio?

Depende. Um artista não poderia, sequer ousaria fazer isso, pois a condenação da sociedade seria o começo do seu fim. Um político tampouco ousaria abrir tanto a guarda.

A menos que tivesse respaldo. Que só revelasse sua verdadeira face lentamente e ao mesmo tempo cooptasse os que poderiam repreendê-lo, tornando-os dependentes de seus projetos dos quais aos poucos se alijariam os críticos, por intimidação ou desistência.

A base de tudo seria a condescendência dos setores pensantes e falantes, consolidada por longo tempo.

Para compor a cena, oponentes tíbios, erráticos, excessivamente confiantes, covardes diante do adversário atrevido, eivados por ambições pessoais e sem direito a contar com aquele consenso benevolente que é de uso exclusivo dos representantes dos fracos, oprimidos e ignorantes.

O ambiente em que o presidente Luiz Inácio da Silva criou o personagem sem freios que faz o que bem entende e a quem tudo é permitido - abusar do poder, usar indevidamente a máquina pública, insultar, desmoralizar, sem que ninguém se disponha ou consiga lhe pôr um paradeiro - não foi criado da noite para o dia.

Não é fruto de ato discricionário, não nasceu por geração espontânea nem se desenvolveu apenas por obra da fragilidade da oposição. É produto de uma criação coletiva.

Da tolerância de informados e bem formados que puseram atributos e instrumentos à disposição do deslumbramento, da bajulação e da opção pela indulgência. Gente que tem pudor de tudo, até de exigir que o presidente da República fale direito o idioma do País, mas não parece se importar de lidar com gente que não tem escrúpulo de nada.

Da esperteza dos arautos do atraso e dos trapaceiros da política que viram nessa aliança uma janela de oportunidade. A salvação que os tiraria do aperto no momento em que já estavam caminhando para o ostracismo. Foram todos ressuscitados e por isso são gratos.

Da ambição dos que vendem suas convicções (quando as têm) em troca de verbas do Estado, sejam sindicalistas, artistas, prefeitos ou vereadores.

Da covardia dos que se calam com medo das patrulhas.

Do despeito dos ressentidos.

Do complexo de culpa dos mal resolvidos.

Da torpeza dos oportunistas.

Da pusilanimidade dos neutros.

Da superioridade estudada dos cínicos.

Da falsa isenção dos preguiçosos.

Da preguiça dos irresponsáveis.

Lula não teria ido tão longe com a construção desse personagem que hoje assombra e indigna muitos dos que lhe faziam a corte, não fosse a permissividade geral.

Nada parece capaz de lhe impor limites. Se conseguir eleger a sucessora, vai distorcer a realidade e atuar como se presidente fosse. Se não conseguir, não deixará o próximo governo governar.

Agora, é sempre bom lembrar que só fará isso se o País deixar que faça, como deixou que se tornasse esse ser que extrapola.

Recibo
O presidente Lula resolveu reagir e há três dias rebate a oposição no caso das quebra dos sigilos fiscais para negar a existência de propósitos político-eleitorais.

Ocorre que faz isso usando exclusivamente argumentos político-eleitorais. Em nenhum momento até agora o presidente se mostrou preocupado com o fato de sabe-se lá quantas pessoas terem tido seus sigilos violados e seus dados cadastrais abertos por funcionários da Receita sabe-se lá por quê.

O presidente tampouco pareceu sensibilizado com a informação do ministro da Fazenda de que os vazamentos ocorrem a mancheias.

Esses cidadãos não receberam do presidente Lula uma palavra de alento ou garantia de que seus direitos constitucionais serão preservados.

Lula só responde a Serra, só trata do assunto na dimensão eleitoral e assim confirma que o caso é de polícia, mas também é de política.

por Dora Kramer, no Estadão