Em visita oficial a Cuba, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, trouxe hoje uma singular mensagem do governo Luiz Inácio Lula da Silva: o Brasil quer suplantar a Venezuela e assumir o posto de primeiro parceiro de Havana na América Latina.
Dita literalmente a três autoridades cubanas de primeiro escalão, a mensagem foi enfatizada por dois gestos de orientação pragmática. O Itamaraty organizou uma missão com cerca de 40 executivos de empresas brasileiras interessadas em ampliar o comércio e alicerçar investimentos produtivos em Cuba e preparou o terreno para a assinatura de um acordo que permitirá a cooperação tecnológica brasileira para o cultivo da soja no país.
Amorim desembarcou em Havana na noite de ontem, pouco depois do retorno do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, a seu país. O venezuelano, entretanto, recebeu um tratamento diferenciado - foi recebido em audiência pelo presidente de Cuba, Raúl Castro. Até esta noite, embora houvesse espaço em sua agenda, Amorim não havia sido agraciado com igual oportunidade.
"Quero reafirmar que o Brasil tem um desejo firme e real, mais que disposição, de participar nesse novo momento de Cuba. Sem excluir nenhum outro país, o Brasil gostaria de ser o sócio número 1 de Cuba", declarou Amorim, diante de uma platéia de empresários brasileiros e cubanos e logo depois de ter ouvido do ministro de Comércio Exterior, Raúl de La Nuez, que o Brasil era o parceiro número 2 de seu país na América Latina. "Queremos estar ao lado de Cuba nessa sua nova fase. Queremos ser o parceiro número 1", reiterou ele, duas horas depois, ao lado do ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque.
Suplantar a posição da Venezuela no comércio com Cuba - e sua influência econômica e política em um período de mudança no país - tornou-se um objetivo na agenda do próprio presidente Lula, que realizou uma emblemática visita de "trabalho e afeto" a Havana, em janeiro passado. Como Amorim fez questão de destacar, diante de Pérez Roque, Lula acompanha pessoalmente essa relação bilateral. Nessa estratégia de Brasília, superar o fluxo de comércio Cuba-Venezuela, de cerca de US$ 7 bilhões em 2007, pode ser um objetivo de longo prazo. Afinal, o Brasil comercializou com Cuba apenas US$ 412,6 milhões no ano passado e não pretende fazer da Petrobras uma supridora de petróleo a baixo custo a esse país.
Setores
O impulso brasileiro viria de três setores com os quais a Venezuela não poderia competir - os investimentos na produção industrial e na construção de obras de infra-estrutura e os financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a esses projetos. Representantes no Brasil da Volvo, Mercedes-Benz e Volkswagen não só participaram do seminário como também, acompanhados pelo presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Reginaldo Arcuri, reuniram-se com a diretoria da estatal Cunecamoto para tratar de possível instalação de plantas para a fabricação de ônibus e caminhões no país.
Soja
O interesse direto de Raúl Castro em estimular a produção de soja, assinalado por Pérez Roque a Amorim, abriu outra oportunidade para o Brasil aprofundar sua presença em uma Cuba em transição e, desde já, preocupada em garantir o suprimento futuro de proteína animal. Atualmente, 85% dos alimentos consumidos em Cuba são importados. "Queremos ajudar na segurança alimentar de Cuba", afirmou Amorim, diante dos empresários e do ministro De La Nuez. Com base em uma primeira fase de cooperação pela Embrapa, as Forças Armadas cubanas deverão implementar um projeto piloto de produção de soja em uma área de cerca de 35 mil hectares.
reportagem publicada no Estado de São Paulo, em 31/05/2008
Ora, ora. Agora, então, o governo brasileiro quer ser a "primeira-dama" do socialismo do século XXI, apostando suas fichas numa disputa contra Chávez, como diz Amorim.
Nada disso. Ambos estão mesmo é financiando a sobrevida da múmia chamada comunismo, aquele que existia na extinta URSS e que o Foro de São Paulo quer "recuperar na América Latina o que se perdeu no Leste europeu" com a queda do muro de Berlim em 1989.
Estes acordos que estão sendo feitos entre os dois governos abrangem, entre outras questões, os setores agrícola, energético e o médico-farmacêutico e incluem créditos para o financiamento da compra de alimentos - neste momento, no valor de US$ 200 milhões -, a ampliação de uma usina de níquel e equipamentos para a piscicultura.
Segundo o ministro de Comércio Exterior, Raúl de la Nuez, o comércio bilateral ficou em torno dos US$ 450 milhões em 2007, especialmente por causa das importações cubanas de alimentos, da maquinaria agrícola e dos equipamentos de transporte.
Além disto, após participar na última sexta de um fórum empresarial, Amorim destacou a colaboração no setor de alimentos, como vimos acima, e disse a jornalistas que está em processo de estudo um crédito, que poderia chegar a US$ 600 milhões para financiar infra-estruturas e serviços em Cuba. Isto tudo após os dez acordos feitos em janeiro, quando o presiMente Lula foi pessoalmente a Cuba para emprestar, imediatamente, US$ 200 milhões de um total de US$ 1 bilhão!
E quer saber o pior: é VOCÊ, com os impostos que paga ao governo petista, que está financiando o Foro de São Paulo e sua URSAL (União das Repúblicas Socialistas da América Latina), que agora atende pelo belo nome de UNASUL.
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