O presidente venezuelano, Hugo Chávez, pediu neste domingo ao novo líder das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), Alfonso Cano, que liberte todos os reféns em poder da organização na selva em um ato unilateral, como o primeiro passo para a paz em seu país.
Chávez, criticado repetidamente por apoiar as Farc, procurou intermediar no ano passado uma troca humanitária que permitiria a libertação de cerca de 50 pessoas sequestradas por motivos políticos pela guerrilha, em troca de centenas de soldados da milícia presos.
"Eu acredito que chegou a hora de as Farc libertarem todos que mantêm na montanha. Seria um grande gesto, humanitário, em troca de nada. Assim eu proponho agora que aí está um novo chefe", disse Chávez durante seu pronunciamento semanal no rádio e na televisão, em referência a Alfonso Cano, que subiu na hierarquia da organização com a morte de Manuel Marulanda.
"Não é o mesmo estar em uma prisão... e estar em uma montanha", disse o presidente da Venezuela, que lembrou os dois anos e meio em que esteve preso por liderar uma tentativa de golpe de Estado em 1992. Chávez afirmou que uma das diferenças é que ele podia receber visitas de seus familiares.
Chávez classificou as Farc como uma "desculpa do império" para ameaçar os governos da América Latina, principalmente o seu, que é um dos mais fortes críticos da administração do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, e que dispõe de grandes reservas de petróleo.
por REUTERS, no Estadão de 08/06/2008
Hummm. Que é isso, Chávez? Tá com "medinho" agora? Onde está aquela sua cantilena de que as FARC é uma "uma força bolivariana legítima" e devem ser consideradas "beligerantes" e não terroristas?
Será que as informações encontradas nos equipamentos de Raúl Reyes - e que você não pode contestar com suas bravatas - e a recente morte de 'Tirofijo', aquele com quem você e seu ministro negociavam, tiraram sua bravura?
Ou será que foi o pedido da Human Rights Watch, em 03/06/2008, para que você esclareça, "de maneira detalhada" em que consiste sua relação com as guerrilhas esquerdistas da Colômbia, responsáveis por graves violações aos direitos humanos, já que os e-mails contidos nos equipamentos citados, segundo José Miguel Vivanco, diretor para as Américas daquela ONG, parecem "indicar que chefes guerrilheiros que estavam cometendo abusos terríveis e acreditavam contar com o respaldo do governo venezuelano"?
Ou foi a recente prisão, na Colômbia, em 07/06/2008, de um segundo sargento da Guarda Nacional da Venezuela (Manuel Agudo Escalona), entre outros venezuelanos (e colombianos), que estavam transportando mais 40 mil cartuchos de munição para fuzil AK-47, cujo destino seria as FARC, e que você negou que tal indivíduo era venezuelano mas agora teve que admitir?
Ou foi a crítica que Lech Walessa, ex-presidente da Polônia, premio Nobel da Paz em 1983 e fundador do sindicato Solidariedade, lhe fez ao dizer que você é "demagogo e populista" e lembrou que há um ano recusou um convite seu para falarem, pois ele não gosta de conversar "com gente desse tipo"?
Ou foi o fato de que a Espanha iniciou uma investigação para esclarecer uma ligação entre as FARC - que você sustenta com dinheiro e armas - e o ETA, organização reconhecidamente terrorista, e que pode fazer com que os organismos internacionais cheguem até os fundilhos de suas calças para pegá-lo?
Ou será que, agora com as chefias das FARC desbaratadas, o Foro de São Paulo, através da sua pessoa - que já vinha tomando chá da tarde com 'Tirofijo' para "libertar" reféns como Piedad Córdoba (a reacionária esquerdista que pediu a Reyes que a senadora Ingrid Bettancourt não fosse libertada) - mandou recado para que os novos chefes dos terroristas colombianos atendam aos "seus" apelos e tentem tornar-se uma entidade política legal, através de negociações com Uribe, para tomar o país de assalto, como você tentou fazer no golpe de Estado de 1992, quando foi preso?
Ou tudo não passa, mesmo, de mais uma falácia "demagoga e populista", parafraseando Walessa, uma mentira esquerdista (algo banal no meio "socialista"), para as eleições regionais de 23 de novembro, uma vez que, de acordo com o Instituo de Pesquisas Hinterlaces, sua gestão "é aprovada atualmente por cerca de 40% da população, uma queda significativa dos 60% de respaldo na época de sua reeleição, em 2006" e que, mesmo na Venezuela, "mais de 70% da população rejeita vínculo com as Farc e as consideram terroristas"?
É importante saber que este não é o único recuo de Chávez nestes últimos tempos. Há cerca de dois meses, o governo venezuelano desistiu de implantar uma controversa reforma educacional, acusada de ser ideologizante. No final de maio, revogou a decisão de cobrar das TVs privadas R$ 335 mil por hora de retransmissão de imagens geradas pelo canal estatal VTV. E em 07/06/2008, Chávez anunciou a revisão da criticada Lei de Inteligência e Contra-Inteligência, que obrigava cidadãos a colaborarem com informações às forças do Estado, sob pena de prisão.
Quanto às bravatas de sempre, de que as FARC são uma "desculpa do império" para invadir a Venezuela só nos resta rir. Os esquerdopatas adoram o "império", não podem viver sem ele. Tanto que 'Che' Guevara, o assassino burguês queridinho dos esquerdistas, não ficava sem Coca-Cola e Rolex.
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