Sempre que se vê qualquer literatura coletivista (marxista, socialista, comunista, gramcista etc.), podemos notar que não se encontra qualquer referência ao indivíduo em parte alguma da falaciosa mensagem político-social!
Página após página encontramos os termos massas, proletariado, burguesia, mercenários do capitalismo, reformistas, revisionistas, renegados e sempre, em toda a parte, referências à vanguarda revolucionária (o partido).
O indivíduo, na linha de pensamento esquerdista, é sempre um companheiro, camarada ou quadro, ou seja: é sempre um membro do partido, estéril de pensamentos e sem individualidade. Isto porque o indivíduo não tem cabimento na teoria e no programa dos partidos coletivistas, pois a ideologia só se interessa pelo homem como membro de uma classe e, no que se refere ao programa, os indivíduos são manejados como massa.
É da essência do coletivismo nulificar o indivíduo em função da verdade do "novo homem" que atende somente aos anseios do partido. Assim, as formas de pensar, liberdade, cultura, ensino, relações políticas, sociais, etc., se efetuam no coletivismo apenas e tão somente sob as decisões do partido ou, quando este assume o poder, sob a "guarda do Estado" e, dentro dele, disfarçada ou abertamente, só podem ou terão condições de existir os que atuam para reafirmá-lo (partido ou estado coletivista).
O indivíduo, enquanto ser único e pensante, está desqualificado para os fins partidários, pois possui interesses e esperanças pessoais: é sensível às dúvidas e ao otimismo, capaz de ser tocado pelo mistério da vida, torna-se imprevisível e é capaz de ater-se às suas próprias opiniões, tendendo a não ser facilmente convencido, a mostrar-se cético, a aborrecer-se pelas reiteradas abstrações próprias das ideologias coletivistas, a duvidar do método e a manter uma opinião; em suma: não é confiável. Necessita ser desenvolvido e integrado à massa, a fim de que o partido cumpra a sua missão histórica.
O título é um trocadilho com o sujeito (elemento da oração a respeito do qual damos alguma informação, cujo núcleo pode ser um substantivo, um pronome ou palavra substantivada) estudado pela gramática. O sujeito inexistente é aquele cuja informação, contida no predicado, não se refere a sujeito algum, e ocorre quando há, na oração, um verbo impessoal.
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