Tendo sido derrotada tanto na guerrilha urbana como na rural nos anos setenta, a esquerda brasileira optou por ocupar as Universidades, as Escolas e a mídia em geral. Entrincheirada nesses redutos, tem conseguido desacreditar os valores nacionais. Essa estratégia obteve grande sucesso, a ela podendo creditar-se os funerais de palavras como patriotismo e nacionalismo e a generalizada falta de confiança no país. Essa campanha atinge a todas as gerações que apenas ouviram falar de nossa história recente e tiveram acesso a somente um lado da questão. Produtos brasileiros são menosprezados, mesmo ante similares fabricados na China, reconhecidamente de qualidade inferior. Durante mais de vinte anos, sucessivas gerações foram endoutrinadas contra tudo o que se pensa estar relacionado com as forças armadas. Basta lembrarmos novelas como “Cubanacan”, onde todos os militares eram corruptos ou idiotas, e alguns filmes modernos para compreendermos os resultados dessa estratégia. Assim, cantar o hino nacional, honrar nossa bandeira e orgulhar-se da pátria mãe passaram a ser atitudes vistas como demeritórias por serem “coisa de militares”. Todas os grandes feitos dos governos militares foram quase que apagados da história. Somente permaneceram as acusações de tortura e de assassinato de “heróis que buscavam redemocratizar o país” (designação atual dos terroristas de outrora que tudo fizeram para estabelecer a ditadura do proletariado, o materialismo ateu e findarem com os direitos dos brasileiros).
Os seres humanos espelham seu pensamento interior e agem segundo suas crenças. Seus conceitos estão influenciados fortemente pela versão por eles concebida da realidade que os cerca. Por isso, é incomum a coincidência total de opiniões qualquer que seja o assunto em pauta. Quando construímos um artefato material, é normal que improvisemos as ferramentas que nos faltam, pois sem elas não conseguiríamos dar forma àquilo que intentamos construir e, ao imaginarmos essas ferramentas, o fazemos segundo nossa carência material específica. É necessário que o instrumento seja capaz de produzir com exatidão o efeito desejado. Assim, improvisamos aquilo que nos auxiliará a dar forma à lacuna existente em nosso projeto. Se necessitarmos pregar algo, improvisaremos o martelo que nos falta, lançando mão de qualquer objeto que possa servir de batente. Isso ocorre porque já havíamos visto alguém pregando algo com esse tipo de ferramenta.
De forma similar, usamos nossa capacidade de improvisar quando adaptamos ferramentas à nossa imaginação e, ao fazê-lo, temos que nos contentar com a limitação de dispormos apenas dos materiais que estejam na esfera do nosso pensamento. Desse modo, quando damos forma às idéias que norteiam a nossa versão da verdade e suprimos de lógica os conceitos que nos faltam, lançamos mão de nossa visão dos fatos. Imaginamos aquilo que completa nosso raciocínio de forma coerente a como idealizamos o mundo que nos cerca, o que nem sempre coincide com a realidade na qual estamos anonimamente imersos. É claro que ao conceder tais simplificações à nossa mente o fazemos de modo a completar essas lacunas de forma confortável. Poucos se darão ao trabalho de pesquisarem a verdade. A maioria utilizará as versões de plantão fartamente distribuídas pela mídia e, não raro, eivadas de parcialidade lucrativa. Tenhamos em mente que as mentiras mais perniciosas são as que se alicerçam nas meias verdades, pois elas somente podem ser refutadas por quem seja capaz de lhes acrescentar as metades suprimidas. É o que tentaremos fazer no que se relaciona ao atual ufanismo das esquerdas, ao vangloriarem-se de fatos de nosso passado recente, escondendo a parcela da verdade que lhes condena por seus atos de traição.
A atitude das esquerdas, diferentemente do que ora apregoam, estava e certamente ainda está respaldada na nefasta orientação geral do Manifesto Comunista de Marx e Engels e da Terceira Internacional Comunista, documentos que visavam assassinar a burguesia, destruir a figura do Estado, da família e subordinar o planeta à orientação soviética. Para tornar clara essa afirmativa, é importante relembrarmos os antecedentes históricos que viriam a se refletir em nosso país de forma desastrosa e que, até nossos dias, ainda atenuam o nosso progresso. A seguinte cronologia abreviada pode nos auxiliar a melhor compreender os intuitos dos que outrora eram terroristas e hoje se alardeiam democratas:
Inglaterra, 1848 - Karl Marx e Friedrich Engels, em resposta à exploração dos operários pelo capitalismo da época, publicam o Manifesto Comunista. Note-se que as condições de trabalho contra as quais se voltaram Marx e Engels não mais existem nos países civilizados. Naquela ocasião, era comum o trabalho por quase 16 horas, inclusive empregando-se crianças. Hoje, a legislação trabalhista veda esse tipo de exploração. Os trabalhadores conquistaram muitos direitos tais como, jornada de trabalho reduzida, férias e horas extras remuneradas, seguro desemprego, aposentadoria por tempo de serviço, previdência social, FGTS, condições salutares de trabalho e muitos outros. Marx e Engels, com esse manifesto, preconizavam uma ação mais prática e direta contra o capitalismo através da organização revolucionária da classe proletária. O Estado, que a princípio deveria ter papel preponderante, desapareceria em estágio posterior, já que seu único papel seria o de manter o proletariado passivo e perpetuar a sua exploração. O objetivo final seria a criação de uma sociedade comunista onde não haveriam Estados e as desigualdades sociais seriam banidas. Marx defendia a existência inicial do socialismo, fase anterior à comunista, onde ocorreria o gradual erradicamento do Estado e de suas injustiças e desigualdades. O socialismo seria anterior à vigência da ditadura do proletariado. Reproduzimos algumas frases extraídas do Manifesto Comunista:
· “Em resumo, os comunistas apóiam em toda parte qualquer movimento revolucionário contra o estado de coisas social e político existente. Em todos estes movimentos, põem em primeiro lugar, como questão fundamental, a questão da propriedade, qualquer que seja a forma, mais ou menos desenvolvida, de que esta se revista”.
· “Os comunistas não se rebaixam a dissimular suas opiniões e seus fins. Proclamam abertamente que seus objetivos só podem ser alcançados pela derrubada violenta de toda a ordem social existente. Que as classes dominantes tremam à idéia de uma revolução comunista! Os proletários nada têm a perder nela a não ser suas cadeias. Têm um mundo a ganhar”.
· “A luta do proletariado contra a burguesia, embora não seja na essência uma luta nacional, reveste-se, contudo dessa forma nos primeiros tempos. É natural que o proletariado de cada país deva, antes de tudo, liquidar sua própria burguesia”.
Inglaterra, 1864 - Primeira Internacional - Marx fundou a Associação Internacional dos Operários, reunindo sindicalistas e líderes operários e intelectuais dos principais países da Europa. O objetivo era organizar um movimento operário nas nações industrializadas para concretizar, em escala mundial, o lema do Manifesto comunista: "Proletários de todo o mundo, uni-vos”. Essa Associação ficou conhecida como a Primeira Internacional. Foi dissolvida em 1876 em virtude de disputas entre comunistas e anarquistas. Eis um extrato de seu texto:
"A nova Associação Internacional dos operários foi fundada para organizar as ações comuns dos proletários dos diferentes países, ações cujo objetivo comum é a derrubada do capitalismo, estabelecimento da ditadura do proletariado e de uma República Internacional dos Sovietes tendo em vista a supressão completa das classes e da realização do socialismo, primeiro degrau da sociedade comunista”.
1889, França – Segunda Internacional – Foi fundada por membros de partidos sociais democratas, revivendo a extinta Associação Internacional dos Trabalhadores. Essa organização foi marcada por diferenças ideológicas existentes entre, de um lado, ingleses e franceses adeptos do marxismo revolucionário e, do outro, socialistas alemães, que preconizavam a mudança gradual para o socialismo, por meio de ações parlamentares. A Segunda Guerra veio a aumentar essas divergências. Lenin advogou a não-participação de operários naquela "guerra capitalista". O PSD alemão apoiou a conflagração. A revolução russa havia causado o isolamento internacional desse país. Assim, malograram as revoluções planejadas pela Internacional. As divisões internas anularam a atuação da Segunda Internacional.
1913, Rússia - Decálogo de Lênin - Lênin traça o rumo a ser seguido pelos comunistas para que sejam criadas as condições para a tomada e permanência no poder sobre os escombros da sociedade capitalista e da burguesia... Julgue você mesmo:
- Corrompa a juventude e dê-lhe liberdade sexual;
- Infiltre e depois controle todos os veículos de comunicação de massa;
- Divida a população em grupos antagônicos, incitando-os a discussões sobre assuntos sociais;
- Destrua a confiança do povo em seus líderes;
- Fale sempre sobre Democracia e em Estado de Direito, mas, tão logo haja oportunidade, assuma o Poder sem nenhum escrúpulo;
- Colabore para o esbanjamento do dinheiro público; coloque em descrédito a imagem do País, especialmente no exterior e provoque o pânico e o desassossego na população por meio da inflação;
- Promova greves, mesmo ilegais, nas indústrias vitais do País;
- Promova distúrbios e contribua para que as autoridades constituídas não as coíbam;
- Contribua para a derrocada dos valores morais, da honestidade e da crença nas promessas dos governantes. Nossos parlamentares infiltrados nos partidos democráticos devem acusar os não-comunistas, obrigando-os, sem pena de expô-los ao ridículo, a votar somente no que for de interesse da causa socialista;
- Procure catalogar todos aqueles que possuam armas de fogo, para que elas sejam confiscadas no momento oportuno, tornando impossível qualquer resistência à causa...
1919, Rússia – Terceira Internacional – Lênin fundou em Moscou a Terceira Internacional. O seu objetivo era apoiar a Revolução Russa e promover a revolução socialista nos outros países por intermédio de partidos comunistas centralizados e fiéis a Moscou. Uma clara ingerência nos assuntos internos dos outros países. Algumas frases extraídas da Terceira Internacional:
· “A revolução mundial, isto é, a destruição do capitalismo, a concentração das energias revolucionárias do proletariado e a sua organização em força agressiva e vitoriosa exigirão um período muito longo de combates revolucionários”.
· “Os comunistas também estão dispostos a marchar com os operários social-democratas, cristãos, sem partidos, sindicalistas, etc., que ainda não reconhecem a necessidade da ditadura do proletariado. Os comunistas podem, em certas situações e com determinadas garantias, apoiar um governo operário não comunista. Porém os comunistas deverão explicar a qualquer preço à classe operária que sua liberação só poderá ser assegurada pela ditadura do proletariado”.
· “A Internacional Comunista deve ser organizada cada vez mais como partido comunista mundial, encarregado da direção da luta em todos os países”.
O sucesso dessa política de expansão pode ser demonstrado abaixo, onde estão relacionados os países e as datas em que foram absorvidos pela ação mórbida do movimento comunista internacional:
Azerbaijão (1920), Cazaquistão (1920), Armênia (1921), Geórgia (1921), Bielorússia (1922) ,
Ucrânia (1922) , Estônia (1940), Letônia (1940), Lituânia (1940), Moldávia (1944), Croácia (1945), Albânia (1946) , Bósnia e Herzegovina (1946), Macedônia (1946), Servia e Montenegro (1946), Bulgária (1947), România (1947), Tchecoslováquia (1948), Eslovênia (1948), Coréia do Norte (1948), Hungria (1949), China (1949), Alemanha Oriental (1949), Polônia (1952), Cuba (1961), Yemen (1969), Somália (1969), Congo (1970), Etiópia (1974), Laos (1975), Benin (1975), Cambodja (1975), Angola (1975), Moçambique (1975), Vietnam (1976), Afeganistão (1978), Granada (1979).
Hoje, apenas China, Cuba, Laos, Vietnam e Coréia do Norte são países comunistas. O Brasil, graças aos militares, até hoje, escapou do morticínio.
1922, Brasil – Fundado o Partido Comunista do Brasil integrando elementos anarquistas e comunistas.
1923, Brasil – O PCB, após a expulsão dos anarquistas, é aceito na Terceira Internacional, passando assim a ter o objetivo de efetuar uma revolução socialista subordinando o Brasil às orientações de Moscou.
1924, Brasil – É decretada a ilegalidade do PCB em face de seus propósitos atentatórios à segurança nacional.
1935, Brasil – Intentona Comunista – Durante a madrugada de 27 de novembro, no Terceiro Regimento de Infantaria da Praia Vermelha e na Escola de Aviação, no Campo dos Afonsos elementos comunistas assassinaram vários de seus companheiros enquanto dormiam em malograda tentativa de revolução. Vinte e oito militares tiveram suas vidas covardemente ceifadas. Esse movimento eclodiu simultaneamente em Natal, Recife e Rio de Janeiro, ficando, todavia, restrito aos muros dos quartéis. Era a Terceira Internacional em movimento. O movimento, idealizado pelo Comintern, em Moscou, foi liderado por Luis Carlos Prestes.
1936, Brasil, Rio de Janeiro - Justiçamento (assassinato) de Elvira Cupelo, conhecida, no PCB como "Elza Fernandes". Elza era amante do secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Antonio Maciel Bonfim, o "Miranda". Suspeita de “colaborar” com a polícia após a prisão de seu amante, foi condenada e enforcada, à traição, por seus próprios companheiros. O "Tribunal Vermelho" que a condenou era composto por Honório de Freitas Guimarães, Lauro Reginaldo da Rocha, Adelino Deycola dos Santos, José Lage Morales e Luiz Carlos Prestes que, escondido em sua casa da Rua Honório, no Méier, já havia decidido pela eliminação sumária da acusada. A princípio, o tribunal hesitou ante a covardia do ato, todavia, após intimação e reprimenda de Prestes, que exigiu sua morte, acabaram-se as dúvidas e foi cometido o hediondo ato. Em 1940, seu irmão Luiz Cupelo Colônio, após participar da exumação de seu cadáver repudiou o comunismo ateu em nota enviada a amigo:
“Acabo de assistir à exumação do cadáver de minha irmã Elvira. Reconheci ainda a sua dentadura e seus cabelos. Soube também da confissão que elementos de responsabilidade do PCB fizeram na polícia de que haviam assassinado minha irmã Elvira. Diante disso, renego meu passado revolucionário e encerro as minhas atividades comunistas.
Do teu sempre amigo, Luiz Cupelo Colônio".
1938, México – Quarta Internacional – Leon Trotsky, exilado no México, fundou a Quarta Internacional que logo se dissolveu pela eclosão da Segunda Guerra Mundial e pelo seu assassinato por ordem de Stalin (justiçamento). Essa internacional defendeu a “revolução permanente” e criticou a nefasta atuação de Stalin na URSS. No momento, se trabalha pela sua reorganização.
1943, URSS - Dissolvido o Komintern – Segundo o historiador Carlos Ilich Santos Azambuja: “O Komintern promovia a subversão internacional pró comunismo via agência conhecida como OMS (Otdel Mezahdunarodnykh Syazey) - Serviços de Ligações Internacionais - responsável, desde Moscou, por uma vasta rede de agentes, aparelhos e informantes, supervisionando todas as missões desenvolvidas pelo Serviço de Inteligência do Komintern. A OMS não era uma mera instância técnica. Desde a década de 20, financiava e controlava os partidos comunistas de todo o mundo, com verbas fornecidas pelo Estado soviético. Essa prática de financiar os partidos comunistas de todo o mundo permaneceu inalterada por mais de 70 anos, até mesmo durante o governo Gorbachev. Quando o Komintern e o OMS foram desativados, esses organismos foram substituídos pelo Kominform, ocasião em que o Departamento de Relações Internacionais do PCUS assumiu as tarefas de ambos. Ao final do ano de 1991, quando o PCUS foi tornado ilegal por Boris Yeltsin, foram encontradas na sede do Comitê Central as listas de “ajuda financeira fraterna” que, como não poderia deixar de ser, incluíam o Partido Comunista Brasileiro. Segundo o jornal Konsomolskaya Pravda de 8 de abril de 1992, somente em 1990 (5 anos depois da implantação da política de Gorbachev, consubstanciada nas palavras “Perestroika” e “glasnost”), o Partido Comunista da União Soviética ajudou com mais de US$ 200 milhões os partidos irmãos do mundo, entre os quais a Espanha e Portugal e quase todos da América Latina. Os mais beneficiados foram os partidos comunistas do Chile, que obteve US$ 700 mil, da Argentina, Venezuela e El Salvador, com US$ 450 mil cada um, e os do Brasil e Colômbia, com US$ 400 mil cada um. Sobre este tema é contundente a entrevista do ex-diplomata da União Soviética no Brasil, Vladimir Novikov, coronel da KGB, que serviu em Brasília sob a fachada de Adido Cultural junto à embaixada soviética nos anos 80: “As últimas contribuições de Moscou para o PCB, por ordem do Comitê Central, foram para a campanha de 1989, quando o deputado Roberto Freire foi candidato do partido à Presidência da República" (revista Veja de 12 de julho de 1995)”.
1944, França – Forças Norte americanas e Inglesas desembarcaram na Normandia, iniciando a ofensiva que derrubaria Hitler. O desembarque na Normandia foi feito contra a vontade de Sir Winston Churchill, Primeiro Ministro do Reino Unido, que pretendia fazê-lo em local que facilitasse o impedimento da expansão soviética na Europa. A decisão de desembarcar na França possibilitou aos soviéticos chegarem antes em Berlim e ocuparem quase toda a Europa e grande parte da Alemanha. O mapa vermelho começava a sua expansão, intentando implantar a ditadura do proletariado em todo o planeta, interferindo nos assuntos internos dos outros países.
1945, Japão – Hiroshima e Nagasaki foram destruídas por bombas nucleares.
1945 – Com o fim da segunda guerra mundial, formou-se a chamada cortina de ferro com a expansão do comunismo em diversos países: Iugoslávia, Alemanha Oriental, Hungria, Bulgária, Albânia, Polônia, Romênia, Tchecoslováquia, Estônia, Letônia, Lituânia, Ucrânia, Cazaquistão, Uzbequistão, Afeganistão, Quirguizia, Tadjiquistão e Turcomenia, podendo-se incluir nessa lista também a Coréia do Norte e posteriormente o Vietnam, o Laos e o Camboja, isto sem falar na China.
1947, Rio de Janeiro – Firmado pelos países do continente americano o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR), considerando que um ataque a qualquer país do continente seria considerado como um ataque a todos. Foi criada a Junta Interamericana de Defesa - JID. Conforme o artigo Terceiro daquele Tratado:
“As Altas Partes Contratantes convêm em que um ataque armado por parte de qualquer Estado contra um Estado Americano, será considerado como um ataque contra todos os Estados Americanos, e em conseqüência, cada uma das ditas Partes Contratantes se compromete a ajudar a fazer frente ao ataque, no exercício do direito de legítima defesa individual ou coletiva que reconhece o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas”.
1949, Casaquistão – A URSS detonou o seu primeiro artefato nuclear. Começou a Guerra Fria, nome atribuído ao conflito leste - oeste. O mundo se dividiu em dois blocos. O Brasil, coerente com os valores morais inerentes ao nosso povo, (religiosidade, crença na liberdade individual, na estrutura da família e na democracia) alinhou-se ao lado do oeste contra a URSS. Infelizmente, alguns brasileiros adeptos do materialismo comunista discordaram dessa orientação que traduziu a vontade nacional.
1949, EEUU – Foi fundada, em Washington, D.C., a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) com o intuito de defender os regimes democráticos contra ataques soviéticos.
1950, Coréia – A Coréia do Norte (país comunista) invadiu a Coréia do Sul (país democrático) iniciando a Guerra da Coréia, que se estenderia até 1953, causando a morte de 3,5 milhões de seres humanos (142.000 norte-americanos). A ONU recomendou aos países membros que auxiliassem o Sul. Uma força militar formada por quinze países e comandada pelo General Mac Arthur recuperou o solo invadido e levou a guerra para o norte, até a fronteira com a China. Os chineses entraram na guerra e a fronteira, finalmente, se estabilizou praticamente na mesma linha existente antes do conflito.
1952, EEUU – Foi realizado teste com a primeira bomba de hidrogênio, 750 vezes mais potente que as lançadas sobre os japoneses.
1953, Panmunjon, Coréia – Assinado armistício que cessou as hostilidades entre as Coréias a 27 de julho. A fronteira entre os dois países ficou praticamente inalterada.
1954 - São Paulo - IV Congresso, do PCB (na clandestinidade) - Foi decidida a criação do Exército de Libertação Nacional para levar a efeito a tomada violenta do poder. Foram selecionados alguns militantes para serem enviados à União Soviética onde fariam o curso de oficial do Exército Vermelho.
1955, URSS – Foi lançada bomba de hidrogênio por uma aeronave de bombardeio. O mundo passou a viver sob ameaça de holocausto nuclear. Apenas o fato de a guerra significar a destruição mútua dos beligerantes impediu a catástrofe cujo fantasma permanece como espada de Dâmocles a pairar sobre as cabeças dos humanos. Todavia, qualquer nova tecnologia descoberta capaz de possibilitar a destruição dos mísseis inimigos antes que iniciassem a retaliação poderia significar o início da guerra. A paz passou a depender da espionagem e da contra-espionagem, francamente empregadas para evitar que um dos lados fosse capaz de surpreender o outro. CIA e KGB tornam-se palavras comuns.
1955, Polônia – Firmado na capital polonesa o Pacto de Varsóvia, destinado a prover ajuda mútua em caso de agressão aos países do bloco soviético. A tensão leste-oeste aumenta.
1957, Brasil - O deputado federal Francisco Julião efetuou viagem à União Soviética, tendo solicitado a autoridades militares daquele país o fornecimento de armas, para equipar as suas Ligas Camponesas e “fazer a revolução no Brasil” (declarações de Oleg Ignatiev, jornalista da Agência Tass, publicadas pela imprensa em agosto de 1996);
1959, Cuba – Fidel Castro toma a cidade de Havana, derrubando o corrupto regime do ditador Fulgencio Batista, tornando vitoriosa a sua revolução com o apoio do povo cubano. Os EEUU reagem com hostilidade à nacionalização de suas empresas e ao fuzilamento de antigos colaboradores.
1960, Cuba - Castro ingressa na órbita soviética, iniciando a comunização do continente americano.
1961 – Foi decretado o bloqueio comercial a Cuba.
1961, Cuba – Durante o governo de João Goulart, várias dezenas de brasileiros foram treinados em Cuba e na China em táticas de guerrilha urbana e rural. Para que, não se sabe, mas pode-se imaginar...
1961, Moscou - novembro - Luiz Carlos Prestes traça, junto a Kruschev, a estratégia do PCB para a tomada do poder no Brasil.
1962, Cuba – Crise dos mísseis – O mundo se vê à beira do holocausto nuclear pela descoberta da instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba. Após vários dias de crise aquelas armas foram retiradas. Em troca, os EEUU também retiram mísseis de médio alcance da Europa.
1962, Brasil – Formado o Partido Comunista do Brasil (PC do B) a partir de uma cisão no PCB. Após a ação corretiva de março de 1964, enviou grupo de militantes para receberem treinamento militar na Academia Militar de Pequim. Esses militantes viriam a formar o núcleo da Guerrilha do Araguaia. O PC do B formou-se a partir de uma cisão das esquerdas acerca da estratégia para a tomada do poder. Defendia a luta armada, enquanto o PCB, menos radical, a tomada do poder por outros meios.
1963, Brasil – Surgem os famosos “Grupos de Onze”que desencadeariam a revolução comunista, inspirados por Leonel Brizola, então deputado federal. Nesse ano, Brizola ofereceu a coordenação nacional desses grupos a Herbert José de Souza (o Betinho), então assessor do ministro da Educação (livro “No Fio da Navalha”). Os cubanos haviam entregado a Brizola, para desencadear a revolução, um milhão e duzentos mil dólares. Os jornais divulgaram que: 300 mil seriam para a coluna militar-operacional, 300 mil para a montagem do esquema político-diplomático e infra-estrutura política dentro e fora do Brasil, 400 mil para aquisição de armas e fundos de provisão e mais 200 mil não se sabe para que.
1963, Brasil – O governo de João Goulart promove a tentativa de comunizar o país. Greves ocorrem freqüentemente de modo assustador. O país praticamente para. É provocada a discórdia nos quartéis com a participação ativa do Presidente da República. As Forças Armadas estão infiltradas por elementos comunistas que apóiam a indisciplina e a quebra da hierarquia militar. Ocorre o motim dos sargentos em Brasília. Em 12 de setembro de 1963, os sargentos da Marinha e da Aeronáutica, liderados pelo sargento Antônio Prestes de Paula, servindo em Brasília, insurgem-se em protesto contra a decisão do Supremo Tribunal Federal que negara a eles o direito de disputarem eleições. "apossam-se sucessivamente do Ministério da Marinha, da Base Aérea, da Área Alfa (da Companhia de Fuzileiros Navais), do Aeroporto Civil, da Estação Rodoviária e da Rádio Nacional" (AUGUSTO, Agnaldo Del Nero. "A Grande Mentira". Biblioteca do Exército Editora, Rio de Janeiro, 2001:106). Os revoltosos prenderam um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e o presidente da Câmara Federal. Na tentativa de invasão do Ministério da Aeronáutica, um marinheiro foi morto a tiro. À tarde os revoltosos já haviam sido presos. Durante doze horas, controlaram o setor dos ministérios da capital. Rendidos, mais de 500 deles foram anistiados pelo Presidente (posteriormente, com o sucesso da ação regeneradora de 1964, todos foram expulsos das suas respectivas corporações).
1964, Moscou - janeiro - Luiz Carlos Prestes prestou contas dos últimos trabalhos do PCB, desenvolvidos à luz da estratégia traçada por ele e Kruschev em novembro de 1961. Nesse encontro, participaram, além de Kruschev, Mikhail Suslov (ideólogo de Kruschev), Leonid Brejnev (Secretário do Comitê Central do Partido), Iuri Andropov e Boris Ponomariov (Chefe do Departamento de Relações Internacionais). Naquela ocasião, Prestes afirmou: "A escalada pacífica dos comunistas no Brasil para o poder abrindo a possibilidade de um novo caminho para a América Latina. ... oficiais nacionalistas e comunistas dispostos a garantir pela força, se necessário, um governo nacionalista e antiimperialista. Implantaremos um capitalismo de Estado, nacional e progressista, que será a ante-sala do socialismo. ... uma vez a cavaleiro do aparelho do estado, converter rapidamente, a exemplo de Cuba de Fidel, ou do Egito de Nasser, a revolução nacional-democrática em socialista" (AUGUSTO, op.cit.:121-2).
1964, Brasil - 13 de março – Em comício na Central do Brasil, Jango decretou a nacionalização das refinarias privadas de petróleo e assinou ato determinando a desapropriação, para a reforma agrária, das propriedades às margens de ferrovias, rodovias e zonas de irrigação de açudes públicos, mediante prévia e efetiva indenização. Em suas palavras: "não é a reforma agrária pela qual lutamos, ainda não é a carta de alforria do camponês abandonado", acrescentando que "reforma agrária com pagamento prévio do latifúndio improdutivo, à vista e em dinheiro, não é reforma agrária, é negócio agrário, que interessa apenas ao latifundiário". Ou era um ato demagógico, ou então contava com o rompimento institucional, por um golpe de estado, já que necessitava da aprovação do Congresso Nacional para tal. Jango intentava indenizar as desapropriações com títulos da dívida pública, pagáveis em 15 ou 20 anos, exatamente como ocorrera em Cuba. Cartazes exigiam “Legalidade para o PCB”, “Forca para os gorilas”, “Reeleição para Jango”. O que constrangeu e angustiou muita gente foi a visão dos ministros militares no palanque, junto a Jango, e tropas das três Forças dando cobertura à baderna e garantindo a segurança dos baderneiros. O deputado Leonel Brizola (cunhado de Jango) defendeu o fechamento do Congresso, seguido de eleição de nova constituinte e de plebiscito para as reformas de base que o parlamento “não terá votado ao cabo da atual legislatura”. Diga-se de passagem, que a maior parte do povo era favorável às reformas, realmente necessárias para solucionar a crise brasileira, mas não concordava com a forma como se prometia implementá-las e com o rumo que o governo lhes vinha dando, à revelia do Congresso Nacional, esperando a eclosão de revolução comunista que tornasse desnecessária a aprovação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
O Artigo 147 da Constituição Federal seria alterado passando, à revelia do Congresso Nacional, a ter a seguinte redação:
“- O uso da propriedade é condicionado ao bem-estar social”.
“- A União promoverá a justa distribuição da propriedade e o seu melhor aproveitamento, mediante desapropriação por interesse social, segundo os critérios que a lei estabelecer”.
“João Goulart”.
1964, Brasil - 19 de março – A marcha com Deus e a família pela liberdade em S. Paulo, organizada pela Igreja Católica, reúne grande multidão protestando contra a comunização do Brasil pelo governo de Jango na Avenida Paulista. Segundo fontes divergentes, os participantes ficaram entre 200 mil e 500 mil pessoas.
1964, Brasil - 25 de março - Marinheiros reúnem-se no Sindicato dos Metalúrgicos e exigem a suspensão das penas disciplinares impostas aos diretores da Associação dos Marinheiros e Fuzileiros Navais do Brasil, entidade criada ilegalmente, desde 1962, contrariando o regulamento da Marinha. O Ministro da Marinha, Sílvio Mota, manda prender dirigentes da Associação de Marinheiros e Fuzileiros Navais. A tropa enviada para fazer a prisão se recusa a atacar os colegas e vários fuzileiros se juntam aos insubordinados, no episódio conhecido como a Revolta dos Marinheiros. Após negociações, os marinheiros se entregam e são presos pelo Exército Brasileiro, mas, logo depois, são libertados e anistiados pelo Presidente da República (1200 marinheiros que se amotinaram para exigir o afastamento do Ministro da Marinha). O Presidente também colocou em liberdade o Almirante Aragão (conhecido como o almirante do povo) . O Ministro Sílvio Mota, que ordenara a prisão tanto do almirante quanto dos dirigentes da associação, demitiu-se e todos os demais almirantes da ativa recusaram-se a substitui-lo. Jango teve que recorrer ao Almirante Paulo Mário da Cunha Rodrigues da reserva remunerada (conhecido como o almirante vermelho). A resposta do Almirantado foi francamente hostil ao governo. Reunido no Clube Naval, um grupo de almirantes hasteou a bandeira nacional a meio pau. O Clube Militar se solidarizou. A decisão do novo ministro - anistiando os marinheiros - provocou a coesão militar contra João Goulart. Mais de duzentos oficiais da Marinha - entre os quais 20 almirantes - lançaram um manifesto, responsabilizando o governo pelo que consideravam um golpe profundo na disciplina militar e buscando a solidariedade das outras armas: "O grave acontecimento que ora envolve a Marinha, ferindo-a na sua estrutura, abalando a disciplina, não pode ser situado apenas no setor naval. E um acontecimento de repercussão nas forças armadas e a ele o Exército e a Aeronáutica não podem ficar indiferentes".
1964, Brasil - 30 de março - Subtenentes e Sargentos da Polícia Militar convidam Goulart para presidir a solenidade de aniversário da associação que integravam no Automóvel Clube do Rio de Janeiro, onde recebeu as homenagens dos subtenentes e dos sargentos pela defesa que fizera dos interesses deles. Nessa oportunidade, discursou o Cabo Anselmo, líder dos marinheiros revoltosos do dia 25 de março. Foi a ultima aparição pública de Goulart como Presidente. Desaconselhado por uns e aconselhado por outros, Goulart decidira, à última hora, comparecer à solenidade. Os oficiais esperavam ouvir do presidente palavras de repreensão aos subalternos. Jango, no entanto, solidarizou-se com as reivindicações e o movimento dos policiais em flagrante desrespeito aos regulamentos. O discurso presidencial rompeu o fio da legalidade que continha a reação da maioria da oficialidade. Assistindo a tudo, pela televisão, na sua casa em Juiz de Fora, o general Olimpio Mourão Filho, que desde o dia 28 de março acertara comandar as tropas insurgentes, dali mesmo ordenou o início das ações corretivas destinadas à garantia do cumprimento da Constituição Federal, a qual todos os militares juram defender, ainda que com o sacrifício da própria vida.
1964, Brasil – 31 de março – Editorial do Jornal do Brasil.
“O Presidente da República sente-se bem na ilegalidade. Está nela e ontem nos disse que vai continuar nela, em atitude de desafio à ordem constitucional, aos regulamentos militares e ao Código Penal Militar. Ele se considera acima da lei. Mas não está. Quanto mais se afunda na ilegalidade, menos forte fica a sua autoridade. Não há autoridade fora da lei. E, os apelos feitos ontem à coesão e à unidade dos sargentos e subordinados em favor daquele que, no dizer do próprio, sempre esteve ao lado dos sargentos, demonstra que a autoridade presidencial busca o amparo físico para suprir a carência de amparo legal. Pois não pode mais ter amparo legal quem no exercício da Presidência da República, violando o Código Penal Militar, comparece a uma reunião de sargentos para pronunciar discurso altamente demagógico e de incitamento à divisão das Forças Armadas”.
1964, Brasil – 31 de março – Tropas do Segundo Exército comandadas pelo General Mourão Filho e apoiadas pelo povo, políticos e a maioria dos militares rebelam-se contra a atitude de João Goulart, iniciando a ação corretiva democrática que perduraria por vinte e um anos por culpa dos que desejavam (e não se pode afirmar que não o tentem novamente) implantar a ditadura do proletariado e suprimir a liberdade e os valores dos brasileiros.
1964, Brasil - Novembro- Uma bomba deixada por uma organização comunista nunca identificada explode no cine Bruni em protesto contra a aprovação da Lei Suplicy, que extinguiu a UNE e a UBES – seis pessoas ficaram feridas e o vigia Paulo Macena faleceu.
1965, Brasil - 27 de Março – Assassinado a tiros o 3º Sgt Inf EB Carlos Argemiro de Camargo que deixou viúva grávida de sete meses. Foi vítima de emboscada da Força Armada de Libertação Nacional (FALN), chefiada pelo ex-Cel EB Jeffersom Cardim de Alencar Osório.
1965, Brasil - 22 de abril - ocorreu atentado à bomba contra o jornal “O Estado de São Paulo”.
1966, Cuba, Havana - 3 a 15 de janeiro - Realizada a I Conferência da Organização de Solidariedade dos Povos da Ásia, África e América Latina (OSPAAAL), conhecida como "Tricontinental". Compareceram representantes de 82 países, dos quais 27 latino-americanos. A delegação do Brasil foi integrada por Aluísio Palhano e Excelso Ridean Barcelos, indicados por Brizola, Ivan Ribeiro e José Bastos, do PCB, Vinícius Caldira Brandt, da Ação Popular, e Félix Ataíde da Silva, ex-assessor de Miguel Arraes, na época residindo em Cuba". O tema dominante foi a pregação da luta armada, com Fidel Castro afirmando que "a luta revolucionária deve estender-se a todos os países sul-americanos" . (AUGUSTO, op. cit.).
1966, Cuba, Havana - 16 de janeiro - Reuniram-se as 27 delegações latino-americanas para a criação da OLAS, proposta por Allende. Com o título “Que es la OLAS”, um folheto distribuído às delegações participantes definia a finalidade da organização: “Unir, coordenar e estimular a luta contra o imperialismo norte-americano, por parte de todos os povos explorados da América Latina”. (AUGUSTO, op. cit.: 195). "Faremos um Vietnã em cada país da América Latina", promete Fidel Castro.
1966, Brasil - No início desse ano, Carlos Marighela publicou o panfleto “A Crise brasileira”, onde esboçou a tese da guerra de guerrilhas e propugnou que: “O Exército Brasileiro terá que ser derrotado e destruído por ser o poder armado da classe dominante”.
1966, Brasil - 31 de Março - às 0847h, ocorreu violenta explosão no edifício dos Correios e Telégrafos, onde funcionavam os escritórios regionais do SNI e da Agência Nacional. Uma segunda explosão atingiu a residência do Comandante do IV Exército. Foi ainda encontrada uma terceira bomba, que não explodiu, num vaso de flores da Câmara Municipal de Recife, onde havia sido realizada uma sessão solene em comemoração ao 31 de março. As esquerdas iniciavam a guerra suja que iria alongar a ação corretiva da Contra-Revolução de 64, conforme declarou seu líder maior, Luis Carlos Prestes, que era contra a luta armada, propugnando a tomada gramsciana do poder (ora, quase concluída).
1966, Brasil - 20 de Maio - lançadas três bombas - dois "coquetéis molotov" e um petardo de dinamite, contra os portões da Assembléia Legislativa de Pernambuco.
1966, Brasil –25 de Julho - três bombas, com as mesmas características das anteriores, explodem na sede da União de Estudantes de Pernambuco, ferindo, com escoriações e queimaduras no rosto e nas mãos, o senhor José Leite, de 72 anos, (vítima inocente que passava pelo local), nos escritórios do Serviço de Informações dos Estados Unidos (USIS), causando, apenas, danos materiais e no Aeroporto de Guararapes. Faleceram o jornalista e secretário do governo de Pernambuco Edson Regis de Carvalho, casado e pai de cinco filhos, com um rombo no abdômen, e o vice-almirante reformado Nelson Gomes Fernandes, com o crânio esfacelado, deixando viúva e dois filhos menores. O guarda-civil "Paraíba" feriu-se no rosto e nas pernas, o que resultou, alguns meses mais tarde, na amputação de sua perna direita. O então Tenente-Coronel do Exército, Sylvio Ferreira da Silva, sofreu fratura exposta do ombro esquerdo e amputação traumática de quatro dedos da mão esquerda. Ficaram, ainda, feridos os advogados Haroldo Collares da Cunha Barreto e Antonio Pedro Morais da Cunha, os funcionários públicos Fernando Ferreira Raposo e Ivancir de Castro, os estudantes José Oliveira Silvestre, Amaro Duarte Dias e Laerte Lafaiete, a professora Anita Ferreira de Carvalho, a comerciária Idalina Maia, o guarda-civil José Severino Pessoa Barreto, o Deputado Federal Luiz de Magalhães Melo e Eunice Gomes de Barros e seu filho, Roberto Gomes de Barros, de apenas seis anos de idade.
1966, Brasil – 28 de setembro – morto a tiros o Cabo Raimundo de Carvalho Andrade, por estudantes que haviam invadido e ocupado o Colégio Estadual Campinas em Goiânia.
1966, Cuba – Fidel Castro que, desde 1961, vinha treinando paramilitares em táticas de guerrilha urbana e rural transforma Cuba em centro de apoio a revoluções comunistas no terceiro mundo. Soldados cubanos lutaram no Zaire, na Bolívia e em Angola. Por todo o mundo eclodem movimentos armados comunistas que dividem as populações, causando fratricídios.
1967, Brasil - "o PC do B fixa, à margem esquerda do Rio Araguaia, um grupo de militantes com treinamento na China: Osvaldo Orlando da Costa (Osvaldão), João Carlos Haas Sobrinho, André Grabois, José Humberto Branca e Paulo Mendes Rodrigues. Paulatinamente, sobretudo a partir de 1970, chegaram outros militantes e o total atingiu 69, dispersos ao longo de um arco, estendido de Xambioá até Marabá". (GORENDER. Jacob."Combate nas Trevas".1998. pg. 207 e 208) e (AUGUSTO, op.cit.: 415-6).
1967, Brasil - Março - primeira remessa de armas enviada aos comunistas brasileiros pelos cubanos através do território da Guiana Inglesa.
1967, Brasil - 2 de abril - desbaratado pela polícia mineira o foco guerrilheiro de Caparaó do Movimento Nacionalista Revolucionário, de orientação brizolista.
1967, Brasil - Junho - segue para Cuba a primeira turma da Aliança Libertadora Nacional (ALN) para treinamento de guerrilha.
1967, Brasil - 2 de agosto - ocorre a explosão de uma bomba na sede do Corpo da Paz, no Rio de Janeiro, com um ferido.
1967, Brasil – Agosto - foi lançado o Manifesto da Política Operária (POLOP) - pregando a luta armada.
1967, Bolívia - 8 de outubro - morre, ernesto "che" guevara, que fora implantar naquele país um foco terrorista. Esse médico sadista (gostava de sangue) passa a ser considerado ícone comunista por excelência. No Brasil, formam-se grupos terroristas, recrutando, principalmente, estudantes que, enganados pela propaganda de esquerda, sonham em ser um novo guevara, ignorando o fato de que mandou fuzilar mais de duzentas pessoa numa só tarde.
1967, Brasil - 24 de novembro – a Ação Comunista de São Paulo (AC/SP), de Carlos Marighela que viria a se transformar na Ação Libertadora Nacional (ALN), tortura e assassina o Sr. José Gonçalves da Conceição e baleia seu filho com dois tiros nas costas para apossar-se de sua fazenda em Presidente Epitácio/SP durante pendência de terras, visando instigar camponeses a outras invasões. Segundo eles, um ato de justiça social...
1967, Brasil - Dezembro - Marighela regressou de Cuba e soube de sua expulsão do PCB. Em represália, fundou o Agrupamento Comunista de São Paulo, embrião da futura ALN que começou a efetuar assaltos para a obtenção de fundos.
1967, Brasil - 15, de dezembro - foi morto o bancário Osíris Motta Marcondes, do Banco Mercantil de São Paulo, durante assalto de terroristas à agência da qual era gerente.
1967, Brasil – Dezembro – Baleado pela ALN o tripulante Agostinho Ferreira Lima, em tentativa de seqüestro da lancha "Antonio Alberto" da Marinha Mercante que viria a falecer em janeiro de 1968.
1968, Brasil - 15 de março - ocorreu atentado à bomba contra o Consulado americano em São Paulo, com dois feridos. Um deles, o estudante Orlando Lovecchio Filho, de 22 anos, perdeu uma perna.
1966, Brasil - 28 de março - morre o estudante Edson Luís, em choque de estudantes com a polícia, no Rio.
1968, Brasil - 1º de abril - ocorreram grandes manifestações de rua no Rio de Janeiro com cerca de três horas de conflitos, depredações e guerrilha urbana. Também ocorreram manifestações e tumultos em quase todas as capitais.
1968, Brasil - 10 de abril - registrou-se explosão à dinamite no QG da Polícia Militar de São Paulo.
1968, Brasil - 15 de abril - foi lançada uma bomba contra o antigo QG do II Exército, na rua Conselheiro Crispiniano, ferindo duas pessoas.
1968, Brasil - 20 de abril - ocorreu atentado à bomba contra o jornal “Estado de S. Paulo”.
1968, Brasil - 1º de maio - organizações de esquerda aproveitaram comício na praça da Sé, em São Paulo, para promover “badernaço”, durante o qual expulsaram a pedradas o governador do Estado, Abreu Sodré, do palanque.
1968, Brasil - 15 de maio - ocorreu atentado à bomba contra a Bolsa de Valores em S. Paulo.
1968, Brasil - 18 de maio - registrou-se atentado à bomba contra o Consulado da França em S. Paulo.
1968, Brasil – Junho - ocorreram passeatas, depredações, explosões em edifícios públicos e em vias de transportes, assaltos a bancos, greves, ocupação de faculdades, em diversos pontos do país.
1968, Brasil - 19 de junho - liderados por Vladimir Palmeira, presidente da UNE, 800 estudantes tentaram tomar o prédio do MEC (Rio), ocasião em que 3 veículos do Exército Brasileiro foram incendiados.
1968, Brasil - 21 de junho - durante nove horas, o centro do Rio de Janeiro virou praça de guerrilha urbana com a morte do soldado Nelson de Barros e a invasão e depredação da Bolsa de Valores (mostrado em retrospectiva publicada em dezembro de 1998, em encarte do jornal “O Estado de São Paulo”, ao ensejo dos 30 anos do AI/5).
1968, Brasil - 22 de junho - estudantes tentam tomar a Universidade de Brasília. Também ocorreu assalto e roubo de armas no Hospital Militar de São Paulo, ação da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Dias depois, o capitão Lamarca roubou do paiol de sua unidade a munição para essas armas.
1968, Brasil - 24 de junho - em São Paulo, estudantes depredaram a Farmácia do Exército, o City Bank e o jornal "O Estado de S. Paulo".
1968, Brasil – 26 de junho - Explode uma bomba (em carro lançado pela VPR contra o QG do Segundo Exército - participou da ação Diógenes de Oliveira), ferindo seis pessoas e matando o soldado Mario Kosel Filho.
1968, Brasil – 27 de junho – morto a tiros o sr. Noel de Oliveira Ramos e ferido o sr. Olavo Siqueira por militante da VPR que abriu fogo sobre estudantes que efetuavam manifestação anticomunista no largo de S. Francisco, Rio de Janeiro.
1968, Brasil - 1º de julho - foi assassinado ("justiçamento") o major do exército da Alemanha, Edward Ernest Tito Otto Maximilian Von Westernhagen, na Rua Engenheiro Duarte na Gávea. O crime foi cometido por três militantes do COLINA (Comando de Libertação Nacional).
1968, Brasil - 3 de julho - estudantes portando armas ocuparam a USP, com ameaças de colocação de bombas e prisão de generais.
1968, Brasil - 4 de julho - realiza-se a "Passeata dos 50 mil" com o slogan "só o povo armado derruba a ditadura".
1968, Brasil - 20 de agosto- foi abatido a tiros o soldado da PMSP, Antônio Carlos Jerrery, quando prestava serviço de sentinela.
1968, Brasil - 2 e 3 de setembro - são proferidos discursos violentos contra as Forças Armadas, proferidos pelo Deputado Federal Márcio Moreira Alves.
1968, Brasil – 7 de setembro - morreu metralhado com sete tiros o sentinela do DOPS/SP, Eduardo Custódio De Souza, soldado da PM/SP.
1968, Brasil - 20 de setembro - Nessa noite, foi assassinado a tiros, pela VPR, o soldado da Polícia Militar de SP Antônio Carlos Jeffery, quando estava de sentinela do quartel da então Força Pública do Estado de São Paulo (FPESP), tendo sido roubada sua metralhadora INA.
1968, Brasil – 3 de outubro - choque entre estudantes da USP e Mackenzie ocasionaram a morte de um deles, baleado na cabeça.
1968, Brasil – 12 de outubro - foi assassinado o capitão do exército dos EUA, Charles Rodney Chandler, na frente de sua mulher e de seus filhos, quando saía de sua casa no bairro do Sumaré. O Cap Chandler estudava Sociologia e Política na Fundação Álvares Penteado e foi acusado pelos comunistas brasileiros da VPR e da ALN de ser espião da CIA. No mesmo dia, durante o XXX Congresso da UNE, em Ibiúna, SP, a polícia prendeu os participantes deste congresso, entre os quais: Wladimir Palmeira, Franklin Martins, José Dirceu de Oliveira e Silva - este último ex-Chefe da Casa Civil do Presidente Lula.
1968, Brasil – 15 de outubro - estudantes tentaram tomar o prédio da UNE, queimando carros oficiais. Fernando Gabeira participou do ato terrorista.
1968, Brasil – 23 de outubro - estudantes depredam o jornal "O Globo", visto como "agente norte-americano".
1968, Brasil – 25 de outubro - assassinado com quatro tiros de pistola, em Vila Isabel, o Sr. Wenceslau Ramalho Leite por militantes da organização comunista Comando de Libertação Nacional (COLINA) que roubaram o auto Aero-Willys de placa GB 269273.
1968, Brasil - 7 de novembro – assassinado covardemente a tiros por três militantes da VPR que roubaram o seu carro, no Alto de Pinheiros, na esquina das ruas Carlos Norberto Souza Aranha e Jaime Fonseca Rodrigues, o sr. Estanislau Ignácio Correa.
1968, Brasil - 13 de novembro - revela-se que Carlos Marighela e a sua ALN realizaram na capital paulista, durante o ano de 1968, 17 assaltos (onze a agências bancárias, cinco a carros pagadores e um a trem pagador). Essas ações já contaram com a participação da primeira turma treinada em Cuba.
1968, Brasil – 12 de dezembro - a Câmara dos Deputados, na qual o governo tinha ampla maioria, nega licença para que fosse processado pelo Supremo Tribunal Federal o deputado que chamara, em discurso oficial na Câmara, as Forças Armadas de “valhacouto de bandidos”. Nesse mesmo dia, foi roubado por uma organização subversiva todo o estoque de carabinas, pistolas, revólveres e munição das Lojas Diana, em São Paulo.
1968, Brasil – 13 de dezembro – Assinado o Ato Institucional nº 5, medida indispensável à reação das forças legalistas contra essa série de atos covardes de terrorismo daqueles que hoje se arvoram em democratas, mas que, naquela ocasião tentavam transformar nosso país em uma ditadura do proletariado e assassinar não se sabe quantos milhares de pessoas em seu doentio fanatismo.Até a decretação do AI-5, houve 84 atentados a bomba, que mataram e feriram militares e civis. Conforme os considerandos daquele ato:
“Considerando que, assim, se torna imperiosa a adoção de medidas que impeçam sejam frustrados os ideais superiores da Revolução, preservando a ordem, a segurança, a tranqüilidade, o desenvolvimento econômico e cultural e a harmonia política e social do País comprometidos por processos subversivos e de guerra revolucionária”;
“Considerando que todos esses fatos perturbadores da ordem são contrários aos ideais e à consolidação do Movimento de março de 1964, obrigando os que por ele se responsabilizaram e juraram defendê-lo a adotarem as providências necessárias, que evitem sua destruição. Resolve editar o seguinte ato institucional:”
A cronologia mostrada revela a grande mentira. Foi a atitude covarde e traidora dos ideais brasileiros adotada pelos que escolheram a luta armada como forma de implantarem aqui uma ditadura comunista subordinada à URSS que gerou a permanência dos militares no poder até 1985. Foram as dezenas de organizações terroristas que aqui militaram (e foram completamente derrotadas em 1975) as responsáveis pela permanência das eleições indiretas até 1985. Graças à transição para a democracia plena efetuada por meio de uma abertura ampla, geral e irrestrita e pela anistia de todos os criminosos e terroristas, levada a efeito pelos próprios militares, hoje, podemos gozar plenamente da liberdade dos que não seguem a orientação de Marx e Engels. Em outros países isso não sucedeu, como na Colômbia e no Peru, onde as FARC, ELN, Sendero Luminoso e outras organizações criminosas controlam o interior daqueles países, seqüestrando, torturando e traficando drogas e armas, da mesma forma como se detectam, em nossos dias, tentativas similares no Brasil. Os militares daqueles países não foram tão competentes quanto os nossos no que se refere à garantia das liberdades individuais aos seus cidadãos.
Obs: Muitos assassinos responsáveis pelos crimes citados nesta página foram "indenizados" por terem tentado submeter o país à URSS. Hoje, foram transformados de traidores criminosos em heróis e ocupam cargos de importância nacional. Outros viraram nome de ruas. É a dupla moral dos comunistas em ação.
Os que criticam os atos de repressão não imaginam o cenário vivido naqueles dias. Hoje, é fácil saber que o número e os recursos dos que integravam os quadros subversivos não justificava a magnitude da reação militar. Entretanto, naquela ocasião, quem seria capaz de responder com total segurança as seguintes perguntas, considerando os métodos torpes empregados pelos comunistas, a extensão do território nacional e a gama de recursos destinados ao fomento da revolução comunista pelos albaneses, chineses e soviéticos, isso sem mencionar os cubanos?
- Qual era o vulto das organizações terroristas?
- Onde estavam baseadas?
- De que recursos dispunham?
- Qual era o seu armamento?
- Quais eram as suas linhas de suprimento?
- Quantos indivíduos encontravam-se em treinamento no exterior?
- Quais seriam as táticas e a estratégia a serem empregadas?
- Quantos políticos e funcionários do Estado estavam comprometidos com aquelas forças?
- Quantos agentes estrangeiros haviam se infiltrado no país?
Nossas Forças Armadas jamais seriam perdoadas pelo povo se subestimassem, como as de alguns países vizinhos, a estatura de poder dos que queriam submeter o país à tutela chinesa ou soviética. Assim, agiram com profissionalismo, adotando o método de planejamento militar que considera todas as possibilidades do inimigo ao invés do que leva em conta apenas as suas ações mais prováveis. Sabe-se que considerar apenas as ações mais prováveis do inimigo constitui um meio barato de conseguir-se a derrota. Foi por ter se preparado para oferecer combate a toda e qualquer ação possível de ser adotada pelos terroristas que a repressão teve sua magnitude aumentada. Esse foi também o segredo de seu sucesso.
Estejamos alertas para que, hoje, não tenhamos que regressar ao triste passado de combate às ações terroristas.
por Carlos Hérnan Tercero
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