segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Iracema Não Está Mais Aqui

A cúpula nacional do PT convocou os diretórios do partido, parlamentares, integrantes de movimentos sociais ligados à legenda e militantes em todo país para que se engajem em defesa da manutenção da homologação de forma contínua das terras da reserva Raposa/Serra do Sol, em Roraima. A questão será julgada no próximo dia 27 no STF (Supremo Tribunal Federal).

Em carta aberta aos petistas, o comando do partido informa que entre os dias 25 a 27 deste mês serão organizadas caravanas a Brasília. O objetivo é promover uma série de atos públicos em favor da demarcação de forma contínua das terras até a realização do julgamento na Suprema Corte.

Paralelamente, informam na carta o presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), a secretária nacional de Mobilização, Marinete Merss, e o secretário nacional de Movimentos Populares e Políticas Setoriais, Renato Simões, que serão realizados debates e audiências públicas para debater o tema.


"É uma batalha decisiva pelos direitos dos povos indígenas no Brasil, visto que esta decisão responde a questionamento da ação de nosso governo que assegura antiga e fundamental reivindicação do movimento indígena e indigenista e terá reflexos em todos os demais processos de demarcação e homologação de terras indígenas em qualquer estado do país", diz a carta.

A demarcação na reserva Raposa/Serra do Sol, homologada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, gerou vários conflitos entre indígenas e produtores de arroz da região. Para os produtores e o governo do Estado de Roraima, o ideal é a homologação de forma descontínua, como se existissem ilhas no local.


Com a demarcação de forma descontínua, os defensores da proposta afirmam que seria possível preservar as áreas plantadas no Estado. As divergências motivaram várias ações no STF. O ministro-relator do processo, Carlos Ayres Britto, disse ter analisado mais de 30 ações sobre o assunto.


De acordo com ministros da Suprema Corte, o julgamento envolvendo a demarcação deverá ser um dos mais longos do semestre.


Por Renata Giraldi, na Folha Online, em 18/08/2008
O PT e o governo amam os índios? Nem fale! O tratamento que a Funasa dispensa aos curumins doentes fala por si mesmo. E por que a preocupação com Raposa Serra do Sol? A pergunta remete a uma questão essencial - ou melhor: a uma resposta essencial - quando se trata de entender o “humanismo” da militância de esquerda: as causas têm de ter pedigree; elas precisam remeter, assim, a supostas utopias redentoras, entendem? Quem liga pra índio vendendo banana e palmito, extraído ilegalmente, em beira de estrada? Quem liga pra criança indígena pouco influente, morrendo de disenteria e verminose? Já Raposa Serra do Sol, não! ONGs do mundo todo estão lá. Querem brincar de criar o “bom selvagem”, embora os nativos locais sejam aculturados.

A Fundação Ford, por exemplo, dá uma banana para índio que vende banana. E muitos milhares de dólares para o CIR, o Conselho Indígena de Roraima, ligado à Igreja Católica (a uma das correntes da "Escatologia da Libertação") e, ora vejam, ao PT! É a CIR, que fala em nome da MINORIA dos índios de Raposa Serra do Sol, que quer a demarcação contínua das terras e a expulsão dos arrozeiros, que ocupam 0,7% dos escandalosos 1,7 milhão de hectares da reserva. A extensão faria sentido se os índios fossem nômades e vivessem da caça, da pesca e da coleta. São sedentários: com carro, antena parabólica e Internet.

Mais um confronto
O que busca o PT com essa iniciativa? Mais uma vez, pretende acuar o Judiciário. Arma o circo para que a decisão seja tomada sob a pressão do clamor público - ainda que o “público” seja o que costuma ser nesses casos: militantes do partido e “profissionais” da causa indígena. Vocês sabem... O que mais há no Brasil é proxeneta de desassistido de manual: índio, sem-teto, sem-terra... Ninguém vai querer proteger um branco pobre e desdentado, certo? Ou mesmo um índio que não renda prestígio.

Se a pressão do partido funcionar, tanto melhor... para o partido: cantará a sua vitória sobre as “forças do atraso” etc e tal. Se não funcionar, e o STF decidir a favor do que parece ser tão razoável, os petistas se verão diante de mais uma oportunidade para demonizar a Justiça, em especial o Supremo. Nota: o que chamo de “decisão razoável”? Não lhes parece suficiente deixar 99,3% de 1,7 milhão de hectares para algo entre 12 mil e 15 mil índios, e permitir que se produzam 160 mil toneladas de arroz no 0,7% restante? Ah, eu acho! Se tal produção ameaçasse a pureza da cultura nativa, vá lá... O índio de Raposa Serra do Sol já não confunde trovão com Tupã faz tempo...

ONU presente
James Anaya, representante da ONU, decidiu acompanhar a coisa de perto. Já está no Brasil e vai para a Raposa Serra do Sol. Ele é relator especial para Direitos Indígenas das Nações Unidas. Ora, por que essa mega-ONG inútil se preocuparia com Darfur, por exemplo? Quem liga para aquela gente? O negócio é fazer pressão e tentar acuar a suprema corte no Brasil, nesta Amazônia tão, digamos, "internacional".

Quanta empulhação! Quanta conversa mole! Quanta vigarice intelectual, moral e política! Pesquisem a questão -
inclusive neste blog. O próprio laudo que resultou na demarcação da reserva está eivado de irregularidades e antropologia militante e fraudulenta, parte da velha tática comunista de levar a sociedade organizada ao caos antes da tomada definitiva do poder. E o que tem de reservas minerais nas novas "nações indígenas" já demarcadas...

Nenhum comentário: