quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Lula e a Farsa do Bolsa Família

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (25), durante cerimônia de assinatura do decreto que cria a Política Nacional de Combate à Fome, que não está preocupado com críticas de “setores elitistas” às políticas sociais implantadas durante o seu governo. Segundo ele, a oposição defendia uma “porta de saída” para que o governo deixasse de pagar os benefícios.
“Não estávamos apenas preocupados em encontrar uma porta de saída [dos programas] porque entendíamos que essa gente [beneficiada] tinha demorado tanto para entrar que era importante ficar um pouco, tomar um café, e não sair logo do programa”, disse, ao citar as críticas ao primeiro programa de seu governo, o Fome Zero.

“Essa é a porta de saída, mas é a porta de saída quando a pessoa sai porque a economia está crescendo, porque tem algo melhor, e não porque o governo está incomodado com setores elitistas que tiraram grande parte do dinheiro do público e não se incomodaram com a porta de chegada para pagar o que deviam”, criticou.

Ele também defendeu o papel ativo do Estado na promoção de políticas sociais. “Quando lançamos o Fome Zero choveram críticas às políticas sociais de combate à desnutrição. (…) Diziam que os mercados sozinhos resolveriam a fome. Não se terceiriza assim o destino de um povo. A injustiça socialmente produzida somente irá terminar por uma vontade coletiva da nação”, disse.

Apesar de elogiar projetos do governo, Lula reconheceu que existem falhas na fiscalização do Bolsa Família, programa que prevê benefícios mensais de até R$ 200 a famílias de baixa renda. O presidente contou que, em viagens pelo país, encontrou muitas pessoas pobres que não têm acesso ao programa.

“Descobri que se não tivermos método de fiscalização mais rígida, é muito mais fácil cadastrar quem está perto de você ao invés de ir nos grotões do país. Se fizermos um pente fino vamos constatar que existe gente que não precisa [que está] recebendo, e gente que precisa que não recebe. É um eterno trabalho de fiscalização”, disse.

Lula disse que a partir de 1º de janeiro, quando deixar a Presidência, vai assumir a função de “militante social” para cobrar ações do próximo presidente. “Eu estive na Presidência, mas minha função é ser um militante social. Depois que eu deixar a Presidência, o que vou fazer a não ser cobrar de quem está governando?”

por Natalia Passarinho no G1


Então o presiMente Mula afirmou, ontem, que setores “elitistas” o criticaram por causa do Bolsa Família? E não estavam - e ainda estão - certíssimos estes críticos "elitistas"? E não estava Mula entre eles, quando Fernando Henrique tinha os programas de transferência de renda?

O quê? Você não acredita no que eu estou dizendo? Mas dá para provar! Quer ver?

Quando o comunista Lulovski Apedeutovich chegou ao poder, ele e seus asseclas do PT trataram de criar o famigerado - e falecido - Fome Zero. Devido à bacarrota deste "pograma", resolveu juntar os quatro programas de renda do governo FHC e "criar" o Bolsa Esmola. E isto é História, isto é Verdade! Mas, antes de fazê-lo, falou muita bobagem - e depois também, claro.

No dia 9 de abril de 2003, com o Fome Zero empacado, Lula fez um discurso no semi-árido nordestino, na presença de Ciro Gomes, em que disse com todas as letras que acreditava que os programas que geraram o Bolsa Família levavam os assistidos à vagabundagem. Querem ler? Pois não!

Eu, um dia desses, Ciro [Gomes, ministro da Integração Nacional], estava em Cabedelo, na Paraíba, e tinha um encontro com os trabalhadores rurais, Manoel Serra [presidente da Contag - Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura], e um deles falava assim para mim: “Lula, sabe o que está acontecendo aqui, na nossa região? O povo está acostumado a receber muita coisa de favor. Antigamente, quando chovia, o povo logo corria para plantar o seu feijão, o seu milho, a sua macaxeira, porque ele sabia que ia colher, alguns meses depois. E, agora, tem gente que já não quer mais isso porque fica esperando o ‘vale-isso’, o ‘vale-aquilo’, as coisas que o Governo criou para dar para as pessoas.” Acho que isso não contribui com as reformas estruturais que o Brasil precisa ter para que as pessoas possam viver condignamente, às custas do seu trabalho. Eu sempre disse que não há nada mais digno para um homem e para uma mulher do que levantar de manhã, trabalhar e, no final do mês ou no final da colheita, poder comer às custas do seu trabalho, às custas daquilo que produziu, às custas daquilo que plantou. Isso é o que dá dignidade. Isso é o que faz as pessoas andarem de cabeça erguida. Isso é o que faz as pessoas aprenderem a escolher melhor quem é seu candidato a vereador, a prefeito, a deputado, a senador, a governador, a presidente da República. Isso é o que motiva as pessoas a quererem aprender um pouco mais.

Notaram a verdade de suas palavras? A convicção profunda? Então…

No dia 27 de fevereiro de 2003, Lula já tinha mudando o nome do programa Bolsa Renda, que dava R$ 60 ao assistido, para “Cartão Alimentação”. Vocês devem se lembrar da confusão que o assunto gerou: o cartão serviria só para comprar alimentos?; seria permitido ou não comprar cachaça com ele?; o beneficiado teria de retirar tudo em espécie ou poderia pegar o dinheiro e fazer o que bem entendesse?

No dia 20 de outubro, aquele mesmo Lula que acreditava que os programas de renda do governo FHC geravam vagabundos, que não queriam mais plantar macaxeira, fez o quê? Editou uma Medida Provisória e criou o Bolsa Família? E o que era o Bolsa Família? A reunião de todos os programas que ele atacara em um só. Assaltava o cofre dos programas alheios, afirmando ter descoberto a pólvora. O texto da MP não deixa a menor dúvida:

(…) programa de que trata o caput tem por finalidade a unificação dos procedimentos de gestão e execução das ações de transferência de renda do Governo Federal, especialmente as do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Educação - “Bolsa Escola”, instituído pela Lei n.° 10.219, de ir de abril de 1001, do Programa Nacional de Acesso à Alimentação - PNAA, criado pela Lei n.° 10.689, de 13 de junho de 2003, do Programa Nacional de Renda Mínima vinculado à Saúde - “Bolsa Alimentação”, instituído pela medida provisória n.° 2.206-1, de 6 de setembro de 2001, do Programa Auxílio-Gás, instituído pelo Decreto n.° 4.102, de 24 de janeiro de 2002, e do Cadastramento Único do Governo Federal, instituído pelo Decreto n.° 3.877, de 24 de julho de 2001.

Compreenderam? Bastaram sete meses para que o programa que impedia o trabalhador de fazer a sua rocinha virasse a salvação da lavoura de Lula. E os assistidos passariam a receber dinheiro vivo. Contrapartidas: que as crianças freqüentassem a escola, como já exigia o Bolsa Escola, e que fossem vacinadas, como já exigia o Bolsa Alimentação, que cobrava também que as gestantes fizessem o pré-natal! Esse programa era do Ministério da Saúde e foi implementado por Serra.

E qual passou a ser, então, o discurso de Lula?

Ora, Lula passou a atacar aqueles que diziam que programas de renda acomodavam os plantadores de macaxeira, tornando-os vagabundos, como se aquele não fosse rigorosamente o seu próprio discurso.

No dia 23 de março de 2005, em Cuiabá, atirava contra as pessoas supostamente contrárias ao Bolsa Família. Leiam e confrontem com o que ele próprio dizia em 2003:

Eu sei que tem gente que fala: “Não, mas esse presidente está com essa política do programa Fome Zero, do Bolsa Família, isso é proselitismo, isso é esmola.” Eu sei que tem gente que fala assim. Lógico, o cidadão que toma café de manhã, almoça e janta todo santo dia, para ele Bolsa Família não significa nada, ele não precisa. E ainda mais se ele puder fazer uma crítica a mim tomando uma Coca-Cola em um bar, um uísque ou uma cerveja. Agora, tem pessoas que, se a gente não der essa ajuda, não conseguem comer as calorias e as proteínas necessárias à vida humana. E se for uma criança de antes de seis anos de idade, nós sabemos que essa criança poderá ter o seu cérebro atrofiado e nunca mais se recuperar.

Quando eu vou parar de evidenciar as mistificações de Lula? Nunca! Quanto mais “popular” ele fica, mais considero este trabalho uma obrigação moral.

por Reinaldo Azevedo

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