terça-feira, 11 de novembro de 2008

Extraordinário

É a nova preferência do encantador de serpentes que nos guia. Admirável, raro, singular, notável, excepcional, são adjetivos da palavra da moda de Luiz Inácio Lula da Silva. Entretanto, o verbete encontra outras definições nos dicionários, entre elas esquisito, extravagante, esdrúxulo. Não sou filólogo, mas a minha experiência de vida me autoriza a acrescentar: falso, demagógico, burlesco, desonesto.Para cada manifestação de Lula enxergo um sentido para a sua palavra superlativa.

(...)

Extraordinário foi ver Lula, no Congresso Nacional, na comemoração dos vinte anos da Constituição que ele e seu partido não aprovaram por acharem que não trazia "conquistas" para a socialização do Brasil. Esdrúxulo soou-me o extraordinário de Lula. Mais esdrúxulo foi ver na televisão a imagem do ex-terrorista delator e ladrão, ex-presidente do partido do presidente, o Sr José Genoíno Neto, acompanhando, embevecido, as palavras do ex-constituinte que dizia, nos idos de 1988, que tudo era obra de mais de trezentos picaretas. No país de Barack Obama, Genoíno e seus comparsas assistiriam atrás das grades essa aparição de seu líder. O presidente, então, perderia muito mais que o dedo mindinho - a honra, no mínimo - e não ganharia nem um tostão de pensões imorais.

Extraordinário foi ouvir Lula pedir ao novo presidente americano o fim dos embargos a Cuba. Pergunto: em Cuba, um negro dissidente do "status quo" teria chance de alguma coisa? Lá existem negros no poder, considerando que Cuba é um país de grande maioria negra? Dessa vez, extraordinário ecoou como palavra desonesta e ofensiva à Democracia.

Extraordinária foi a palavra de Lula ao referir-se ao seu encontro secreto com a múmia cubana que teima a não ir para o inferno. Sobre Fidel Castro, Lula disse que o mais antigo ditador do mundo ostenta lucidez extraordinária. Falsa e burlesca é a expressão desse tiranete tupiniquim. Por que o encontro fechado? Por que não houve flashes para cobrir esse encontro "extraordinário". E Raúl Castro, um dos mais sangrentos assassinos da História contemporânea, ainda foi convidado para um encontro de cúpula no Brasil. Se eu trocasse o "u" pelo "o" seria mais apropriado para retratar essa vergonha...

Extraordinário foi ter visto Lula apoiar concubinatos e outras sujeiras da pretendida onda vermelha nas recentes eleições municipais. Malgrado ter reagido, o povo brasileiro acabou privilegiando outras farinhas do mesmo saco no cenário político. Fazer o quê? É a elite de um lado a engolfar o outro, para a extraordinária desgraça nacional consentida por nós eleitores.

Extraordinário é ver os ministróides de Lula defenderem o fim da anistia ampla, geral e irrestrita e insurgirem-se contra as manifestações da Advocacia Geral da União e de ministros do Supremo Tribunal Federal. Um ex(?)-trotskista, investido no Ministério da Justiça teima em insubordinar-se, ressentido por ter sido preterido na preferência presidencial por outra ex-terrorista. Um antigo terrorista da malfadada Ação Libertadora Nacional (ALN), o Secretário Especial dos Direitos Humanos, chantageia o governo, ameaçando demitir-se da mamata muito bem remunerada. Extraordinário este país de terroristas que tem no poder gente desse nível. Se vivo, Carlos Marighela, o autor do famigerado miniguia do terrorismo da ALN, seria, não tenho a menor dúvida, figura de proa desse governo petista ou do anterior. Afinal, ele era o guru do ministro da justiça de Fernando Henrique, o "Camarada Mateus", batizado como Aloysio Nunes Ferreira. Extraordinária é a vocação de ex-bandidos para o Ministério da Justiça. Intransigências à parte, mudei a minha compreensão acerca da palavra extraordinário.Consoante a minha filologia particular, não tenho como ver outro sentido nessa palavra articulada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.É sempre a falsidade, a demagogia, a desonestidade e o burlesco a serviço de interesses "extraordinários".

Ordinário é quem ainda acredita nessa gente...

por Paulo Carvalho Espíndola

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