segunda-feira, 13 de abril de 2009

O Brasil e O Fundo

Essa saiu na Folha On-Line, no dia 9 de Abril. Volto depois.


O Brasil aceitou o convite feito pelo FMI (Fundo Monetário Internacional) para entrar no clube dos 47 países que são credores do Fundo, ou seja, que financiam regularmente as operações da entidade. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pelo ministro Guido Mantega (Fazenda).

Ao aceitar esse convite, o Brasil poderá ser chamado a colocar recursos no Fundo caso seja necessário. Segundo Mantega, o país poderá contribuir até o limite de US$ 4,5 bilhões, valor proporcional à cota do Brasil no Fundo. O dinheiro sairá das reservas internacionais, que estão hoje em cerca de US$ 200 bilhões."O FMI está convidando o Brasil para fazer parte dos países que são credores. Eu aceitei hoje esse convite", disse o ministro.

Essa transferência dos recursos não afeta o nível das reservas, pois será considerada apenas como uma mudança de aplicação desse dinheiro, que hoje está aplicado principalmente em títulos do governo dos EUA.

Mantega afirmou que o aporte desses recursos será feito de acordo com as solicitações do FMI.

"Não vamos colocar esse dinheiro agora. Será quando o Fundo solicitar", afirmou. "Agora nós estamos só entrando no clube de credores do FMI".

Ajuda a emergentes
Além desses US$ 4,5 bilhões, o Brasil pretende colocar mais dinheiro no FMI, segundo decidido em reunião do G20 na semana passada. Para isso, no entanto, terá de esperar que o Fundo crie um novo título que possibilite mais aplicações.

Hoje, a contribuição do Brasil ao Fundo está limitada a esses US$ 4,5 bilhões adicionais. Para aplicar mais, irá comprar esse novo título, que também será considerado uma aplicação das reservas.

Na reunião do G20 no final do mês passado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil estava disposto a virar credor FMI e que isso seria "chique".

Segundo o ministro da Fazenda, esse dinheiro será usado para ajudar os países em desenvolvimento.

"Os países que estão solicitando recursos do FMI são os países emergentes, os mais pobres. Os países avançados não precisam. Os EUA são o país que causou a crise, mas é também o país que tem a maquininha de fazer dólares. Os países avançados não vão pedir ajuda."

Mantega afirmou que, com esse dinheiro, o Brasil ajudará indiretamente os países mais pobres a normalizarem suas economias. Segundo ele, isso também se reverterá em favor da economia brasileira.

"Isso vai viabilizar crédito para os países emergentes que estão com problemas, portanto ajuda a ativar a economia mundial", afirmou. "Isso ajudará o Brasil também, pois esses países vão ter mais recursos para importar mercadorias, vão fazer investimento."

por Eduardo Cucolo, na Folha On-Line


Leram? Já escrevi a este respeito num post anterior. Não! O Brasil não vai "emprestar" dinheiro ao FMI, como cacarejou Lula. Vai fazer um aporte segundo a sua cota - que atualmente é de 4,1% do montante total do Fundo.

Chamar este aporte de "empréstimo" é apenas e tão somente retórica para o populacho, que não se interessa por política, ver. É o velho populismo para dizer que "nunca antes neztepaís um presidente emprestou dinheiro ao FMI", a fim de antecipar a campanha eleitoral de 2010: Lula foi o presidente que mais fez pelo povo, logo Dilma, que é do mesmo partido e acompanha-o feito cachorrinho ensinado, fará mais ainda!

O FMI mudou seus princípios para aceitar o "empréstimo" de Lula? Não. Nunca. E por isso, o Brasil, que sempre foi sócio do Fundo desde sua criação em 1944, nunca vai "emprestar" dinheiro à ele.

Quando o país devia ao Fundo, os esquerdistas o tratavam como um monstro sugador de dinheiro dos pobres e clamavam pelo calote total da dívida, fazendo passeatas e atos políticos e berrando: "Fora FMI!" Agora, Lula vai transformar o Brasil num país "chique" ao "emprestar" dinheiro ao Fundo. E o monstro está virando a salvação lavoura das esquerdas.

Agora, veja abaixo a a nota oficial que o próprio Ministério da Fazenda divulgou sobre as relações do Brasil com o Fundo Monetário Internacional. Como eu sempre digo, nada como a Verdade para tirar o embotamento dos olhos de alguns incautos: nada iremos "emprestar" e, portanto, a declaração de Lula de que o país passaria a ser “chique” é só mais uma canoa furada.

"NOTA À IMPRENSA

Brasil passa a integrar a lista de credores potenciais do FMI

O Brasil participará do Plano de Transações Financeiras (PTF) do Fundo Monetário Internacional (FMI), o que coloca o País na lista de credores potenciais da instituição.

Atualmente, 47 dos 185 membros do Fundo integram o PTF. Só são incluídos nesse plano os países que possuem balanços de pagamentos e níveis de reservas internacionais suficientemente robustos. Essa avaliação é feita trimestralmente pelo staff do FMI, e a lista dos países membros considerados elegíveis é submetida à aprovação da Diretoria Executiva, depois de realizadas consultas com os países em questão.

O ingresso do Brasil no PTF adquire um significado especial no período difícil que atravessa a economia mundial. Cabe ressaltar, em primeiro lugar, que na avaliação do staff do Fundo a economia brasileira preserva contas externas fortes em meio a mais grave crise internacional desde a Segunda Guerra Mundial. Por outro lado, a participação brasileira no PTF indica a disposição do País de contribuir para o esforço coletivo de financiamento do FMI e de combate à crise global.

O PTF é o mecanismo básico pelo qual o Fundo financia as suas operações de empréstimo. Os membros do FMI que integram o PTF se dispõem a prover moedas de livre utilização internacional (dólares, euros, libras ou ienes) até o limite da sua quota na instituição. No caso do Brasil, a quota corresponde a US$ 4,5 bilhões. Na prática, os montantes fornecidos pelos participantes no PTF são tipicamente muito inferiores às suas quotas.

É importante frisar que o fornecimento por um país participante do PTF de recursos ao Fundo implica uma mudança na composição, mas não no nível de suas reservas internacionais. A redução nas reservas em moedas de liquidez internacional resultante da transferência de recursos para utilização pelo Fundo é compensada por um aumento no mesmo valor nas obrigações do Fundo em relação a esse país. Em outras palavras, o país utiliza suas reservas em dólares ou outras moedas de liquidez internacional para adquirir um ativo emitido pelo Fundo, denominado em direitos especiais de saque (DES), que é a unidade de conta utilizada nas transações do organismo. Esse ativo é líquido, podendo ser sacado imediatamente em caso de necessidade de balanço de pagamentos. É, portanto, parte das reservas internacionais do país membro para todos os efeitos.

Sobre os ativos assim adquiridos, os participantes do PTF recebem remuneração calculada com base na taxa de juros do DES. Essa taxa é a média ponderada das taxas de juro representativas sobre dívidas de curto prazo nos mercados monetários das quatro moedas que integram atualmente a cesta do DES (dólar estadunidense, euro, libra esterlina e iene japonês). Nos meses recentes, essa taxa foi de 0,42%.

A inclusão do País no PTF deverá ser formalizada até o final deste mês e o Brasil passará a fazer parte da lista de credores potenciais do Fundo a partir de 1º de maio."

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