sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Ontem, Genocidas. Hoje, Heróis.

Hitler matou seis milhões de judeus ao longo da Segunda Guerra Mundial. A URSS, em apenas um ano, matou sete milhões de ucranianos de fome, a China maoísta aniquilou, aproximadamente, sessenta e cinco milhões de chineses e a Cuba castrista assassinou vinte mil pessoas e gerou o exílio de dois milhões de habitantes, homens e mulheres que buscavam a liberdade. A pergunta que fica é: por que o nazismo foi radicalmente execrado da vida social e política moderna ao mesmo tempo em que o comunismo genocida, além de valorizado, passou a ser popularizado por meio de um marketing bem feito e pela conversão de assassinos em heróis?

Talvez esse questionamento gere a ira de neonazistas. Realmente, um jovem seguidor de Hitler deve fazer essa pergunta frequentemente; até poderia ir além, ao chamar o regime hitlerista de “nazismo real”, distinto dos verdadeiros princípios do nacional-socialismo. Não obstante, o problema não é a condenação de Hitler, mas a não condenação de outros assassinos que marcaram e marcam a história da humanidade.

A banalização da morte de milhões de pessoas, onde carrascos se tornam exemplos para a juventude e baluartes da vanguarda, apenas comprova a decadência moral, ética, espiritual, da sociedade moderna. Um marxista não-totalitário, o que até pode ser difícil de encontrar dentro de uma perspectiva ortodoxa, já que a marxologia atual constata o caráter violento intrínseco da hermenêutica das obras de Karl Marx, deveria ter a obrigação de rechaçar a defesa desses regimes genocidas. Os malabarismos teóricos e práticos usados para justificar mortes em série e extermínios em massa apenas constatam a banalização da vida, o esvaecimento da dignidade humana que ocorre entre os homens que se encontram submersos na cegueira ideológica.

Essa popularização de figuras como Che e Mao só é possível, na sociedade atual, porque reina, de forma pujante, um relativismo feroz e aniquilador. É muito engraçado ver artistas famosos, cantores, milionários e esbanjadores, batendo palmas e elogiando líderes que eram defensores incontestes da morte de inimigos políticos, ou seja, qualquer cidadão que defendesse a liberdade ou fosse visto como influência do "imperialismo", seja por meio da música americana, cinema europeu, religião etc. Tudo era compreendido como ferramenta de alienação; superestruturas que sustentavam o sistema capitalista, daí a radical necessidade de destruir os pilares fundamentais da civilização ocidental; a fé cristã, o direito romano e a filosofia grega; as peças basilares que juntas definiam a identidade do homem do Ocidente; sem elas, ou por meio do início de uma guerra contra elas, os indivíduos não mais se reconheciam.

Hoje o mundo se escandaliza com Guantánamo. Por acaso alguém se importa com a prisão de La Cabaña, chefiada por Guevara, onde quatrocentos cubanos foram assassinados sem julgamento? Onde o único crime cometido, quando havia alguma acusação, era o de se opor ao regime castrista? O bom senso nos obrigaria a fazer uma radical oposição às duas realidades, ambas representantes da banalização da vida, os dois casos retratando o descaso, a profanação da dignidade do ser humano. Entretanto, infelizmente, ao mesmo tempo em que a "mass media", a casta artística e jornalística, governantes e políticos, incitam e estimulam a oposição caricata ao governo Bush, essas mesmas estruturas são as responsáveis por alimentar os devaneios de milhares de homens e mulheres que, enebriados com a massificação socialista, esquecem ou pouco se importam com as mortes e os extermínios em massa. Tudo isso ao mesmo tempo em que, ironicamente, protestam contra o Presidente dos EUA que mantém uma prisão desumana em solo cubano.

Ora, Guevara e outros assassinos comunistas se encontravam num estágio superior, eles não escondiam o grau de importância que davam a essas mortes políticas: “fuzilamento? sim, temos fuzilado, fuzilamos e continuaremos fuzilando enquanto for necessário. Nossa luta é uma luta de morte”, dizia Che na Assembleia da ONU. O mais “engraçado” foi quando questionado sobre duas mil mortes que havia sido diretamente responsável, respondeu que todos eram agentes da CIA [veja a imagem ao lado: um agente da CIA pronto para ser assassinado a mando de Che]. Realmente, quem não saberia que camponeses, trabalhadores, padres, freiras, pastores, comerciantes e estudantes na verdade, por debaixo das aparências, eram espiões bem treinados da Inteligência Americana?

Essa conversão, a transformação de assassinos em heróis, só se sustenta por meio de um processo de decadência. Quando a sociedade ocidental passa a não mais se importar com a verdade, quando começa a reinar um sentimentalismo exacerbado e, para piorar, ocorre o triunfo de doutrinas políticas massificantes, estatólatras, invadindo a mídia, a arte e corrompendo a educação básica, os homens passam a ser formados com uma concepção obtusa a respeito da realidade. Antíteses claras e óbvios paradoxos são defendidos sem qualquer preocupação intelectual; não há um mínimo senso de responsabilidade. A defesa dos absurdos – elogiar um Che genocida e criticar Bush militarista, ou se dizer católico, que acredita na ressurreição, e espírita, que é reencarnacionista -, não incomoda, não gera desconforto intelectual.
De forma sucinta podemos dizer que os homens modernos não mais se sentem responsáveis com a Verdade, desse modo abrem espaço para o triunfo não só da mentira, mas das falácias e das contradições.
por Pedro Ravazzano

2 comentários:

Anônimo disse...

O senhor escreve e defende bem seus pontos de vista (que são mais que pertinentes) mas tentar denegrir o espiritismo colocando no mesmo nível agnóstico das seitas atuais revela sua total ignorância e despreparo intelectual a respeito dessa doutrina. Penso que seu conhecimento sobre espiritismo vem de uma charlatã como Zíbia Gaspareto. Estude Richet, Janet, Kardec, James, Wallace, Zolner, Crookes, Lombroso, Conan Doyle antes de escrever tamanha asneira.


Passar muito mal.
Raul Waisman

José Ricardo Weiss disse...

Caro Raul, em primeiro lugar agradeço-lhe pela leitura do blog e espero que continue sempre lendo os artigos e críticas aqui postados.
Em segundo lugar, muitos artigos não são de minha autoria - muito embora tenham o mesmo espírito crítico a respeito dos fatos que estão ocorrendo ao nosso redor.
Este é o caso do artigo em que você diz que "eu" (o autor, Pedro Ravazzano) crítico o espiritismo sem profundo conhecimento.
Concordo plenamente com você, Raul! E foi exatamente por isso que eu coloquei tal artigo.
Do que muitas vezes eu (e outros articulistas) comento aqui - e em especial neste artigo? Justamente a falta de conhecimento das pessoas ao falar sobre determinado assunto.
Veja: as pessoas condenam o nazismo e têm achado que o socialismo/comunismo - muitíssimas vezes mais genocida do que toda a 2a. guerra mudial - é somente um modo de viver diferente.
Então, eis os absurdos de que fala o autor: elogiar um Che Guevara, como se ele fosse um herói, criticar Bush como militarista e dominador (imperialista, como os esquerdistas gostam de dizer), o catolicismo como ressurrecionista ou o espiritismo como reencarnacionista. Tudo isto resume-se apenas a uma palavra: reducionismo!
Sim! Estamos tão desatentos aos fatos e tão desapegados ao conhecimento que nos esquecemos de conhecer aquilo sobre o qual estamos falando!
E embora não conheça profundamente a doutrina espírita - já tendo lido Kardec e Lombroso - nunca gostei de ler os "romances" ditos espíritas (para mim, qualquer pessoa pode fazer um livro como aqueles e atribuir a um ente desencarnado).
Abraços.