segunda-feira, 14 de julho de 2008

A Lição do Presidente Lula

Enquanto a Polícia Federal sob o governo Lula realizava operações midiáticas no Brasil, levantando a suspeita de uma politização da entidade, o presidente Lula estava no Vietnã, enaltecendo o regime comunista, onde o Estado Policial arbitrário sempre foi total e aniquilador. O encontro do presidente com o general Vo Nguyen Giap foi repleto de saudosismo ideológico, e o presidente brasileiro quebrou o protocolo para pedir uma foto do general comunista com uma fã, a ministra Dilma Rousseff. Lula teria enfatizado que Dilma tem uma “verdadeira adoração” pelo general. Quem estudou um pouco de história, isenta das mentiras e inversões marxistas, não pode evitar um calafrio pelo tipo de gente adorada pelos poderosos desse governo petista.

O general lutou contra a França pela “libertação” do Vietnã, e depois contra o “império” americano, contando com a ajuda chinesa. Com a publicação das memórias do dirigente vietnamita Hoang Van Hoan, foi conhecido o fato de que cerca de 30 mil soldados vindos de Pequim asseguraram, entre 1965 e 1970, a substituição das tropas norte-vietnamitas que tinham ido combater no sul. O general Vo Nguyen Giap, vencedor de Dien Bien Phu, reconheceu indiretamente, em 1964, a contribuição chinesa: “A partir de 1950, depois da vitória chinesa, o nosso exército e o nosso povo tiveram oportunidade de aprender lições preciosas com o Exército de Libertação do Povo Chinês. Nós pudemos nos educar graças ao pensamento militar de Mao Tse Tung. Esse foi o fator importante que determinou a maturidade do nosso exército e contribuiu para as nossas sucessivas vitórias”. A “educação” do ídolo de Dilma foi com ninguém menos do que o maior genocida da história da humanidade, responsável pela morte de cerca de 60 milhões de pessoas!

O Partido Comunista Vietnamita (na época chamado Partido do Trabalho) inscreveu nos seus estatutos, em 1951: “O Partido do Trabalho reconhece a teoria de Marx, Engels, Lênin e Stalin, e o pensamento de Mao Tse Tung, adaptado à realidade da Revolução Vietnamita, como o fundamento teórico do seu próprio pensamento e como a bússola que lhe indica a direção em todas as suas atividades”. Essa direção foi a mesma de todos os regimes comunistas: da destruição, miséria, escravidão, terror e genocídio.
A ministra Dilma tinha essa mesma bússola quando usava o nome Estella e organizava assaltos. Ainda bem que ela não saiu vitoriosa naqueles tristes anos 60... Em vez de “anos de chumbo”, o país teria “rios de sangue”, como disse Roberto Campos.

O presidente Lula disse ainda que aprendeu com o Vietnã a gostar dos “fracos”, utilizando o velho romantismo de Davi contra Golias para espetar os Estados Unidos. Não obstante a gafe do presidente, já que atualmente os americanos são importantes parceiros comerciais do Vietnã, ele ignora que esses “fracos” lutavam pelo regime mais assassino e cruel da história, e que onde esses “fracos” venceram, reinou o terror e a miséria. No Camboja, sem a intervenção americana, o Khmer Vermelho de Pol-Pot e outros marxistas tiveram a oportunidade de exterminar quase 30% de toda a população! Muitos focam apenas nas mortes com a Guerra do Vietnã, condenando os Estados Unidos, mas esquecem desse extermínio geral onde os americanos não se fizeram presentes nessa época. Mesmo no Vietnã, depois que os americanos se retiraram, morreu bem mais gente sob o regime comunista que Lula parece admirar. Na Coréia, os Estados Unidos conseguiram evitar uma unificação completa pelos comunistas. O resultado foi a Coréia do Sul, entre os países desenvolvidos e prósperos atualmente, enquanto a herança comunista é a Coréia do Norte, resquício da barbárie resultante da ideologia marxista. O fato tão ignorado pelas esquerdas é que, nos tempos da Guerra Fria, o lado comunista tentava conquistar o mundo e impor seu regime de terror, enquanto os americanos lutavam para preservar a liberdade. Onde os comunistas invadiram e não houve reação com ajuda americana, prevaleceu a escravidão total. Mesmo os países que atacaram os Estados Unidos permaneceram livres, como Japão e Alemanha. No fundo, muito mais livres que antes, e mais prósperos depois também. Já a parte da Alemanha que ficou com os comunistas viveu sob uma cruel ditadura por décadas, até o Muro de Berlim ser derrubado em 1989, novamente com a ajuda e pressão dos americanos. É inegável para qualquer um que tem um pingo de honestidade, que os comunistas lutaram para transformar o mundo num verdadeiro inferno, enquanto os americanos, não obstante seus erros graves que merecem críticas, lutavam para preservar a liberdade. Sabemos para qual lado Dilma e os demais aliados de Lula torciam ou mesmo lutavam com armas: o lado podre. Pelo visto, mesmo depois de décadas que expuseram essa podridão toda, jogando o comunismo no lixo da história ao lado de seu primo nazismo, essa gente ainda defende o lado podre e sente admiração pelos ídolos comunistas, ícones desse terror espalhado pelo planeta.

Não satisfeito, o presidente Lula pediu uma foto com o general para mandar para “um amigo nosso que está doente, que é o Fidel Castro”. O presidente deveria escolher melhor suas amizades. Fidel é o mais antigo ditador do continente, e manteve uma cruel ditadura por meio século em Cuba, passando o poder para seu irmão depois, como se aquilo fosse um feudo familiar. A ilha-presídio virou um dos lugares mais miseráveis do mundo, e as liberdades mais básicas foram retiradas dos pobres cubanos. Milhares de inocentes foram fuzilados no "paredón", sem falar de todos que morreram tentando fugir daquele inferno. Que tipo de gente pode ter em Fidel Castro um bom amigo? Alguém pode ser amigo de Hitler, ter admiração por Hitler, e ainda assim ser uma pessoa decente? Não há diferença essencial entre os casos, ao menos não para aqueles que não sofreram lavagem cerebral comunista.

Quem tiver mais interesse em conhecer detalhes do regime comunista e do caso específico do Vietnã, eu sugiro a leitura de O Livro Negro do Comunismo, escrito por ex-comunistas que conseguiram abrir os olhos e enxergar a verdade. São 12 páginas só do rastro de terror deixado pelos vietnamitas marxistas, e 900 páginas no total. Mas faço um importante alerta antes: tomem um Engov para ler o livro, pois os relatos de fatos descobertos e documentados embrulham o estômago de qualquer um minimamente humano. Esse estrago cruel feito pelos comunistas não parece incomodar aqueles que ainda hoje nutrem admiração pelo regime e por seus antigos líderes.

Diante do busto de Ho Chi Minh, o presidente Lula disse ainda: “O que vocês fizeram aqui foi muito mais que vencer uma guerra, foi uma lição de vida”. E que lição de vida! Ou seria mais adequado dizer... de morte?


por Rodrigo Constantino


A fala de Lula é uma excelente oportunidade para resgatar a verdade sobre a Guerra do Vietnã, colocando os pingos nos is.

Até hoje, a percepção comum sobre o que foi o conflito no Sudeste Asiático é moldada mais pelos filmes de Hollywood, como Platoon, Apocalypse Now e Nascido para Matar, nos quais os soldados norte-americanos são mostrados quase sempre como bárbaros assassinos e os guerrilheiros vietnamitas e vietcongues, como vítimas e lutadores da liberdade, do que pelos fatos. Em muitos desses filmes, quase não se mostra o inimigo: até parece que os marines estavam lutando contra a população e a selva. Um espectador menos atento chegaria à conclusão de que, no Vietnã, os norte-americanos foram lutar contra o mato e os insetos e que, nas horas vagas, se divertiam metralhando velhos e criancinhas indefesas. Além disso, o Vietnã tornou-se, para as gerações seguintes, sinônimo de desastre e derrota militar. Não por acaso, vários analistas já se habituaram a chamar o Iraque atual de um "novo Vietnã". Tal percepção - de que a agressão foi unilateral e que os EUA saíram militarmente derrotados do Vietnã - está longe da verdade.

A Guerra do Vietnã (1964-1975) foi um conflito muito mais complexo do que supõe a visão simplista que atribui aos norte-americanos o papel de agressor e aos vietnamitas, o de vítimas e/ou combatentes da liberdade. Vista em retrospectiva, há fortes razões para concluir que tal visão constitui, na verdade, mais um mito revolucionário criado pelas esquerdas na segunda metade do século XX, como foram os mitos comunista e anticolonialista.

Em primeiro lugar, é preciso responder a pergunta: quem venceu a guerra? Do ponto de vista político, a vitória foi toda dos vietnamitas. Do ponto de vista militar, porém, a realidade foi bem diferente. O body count não deixa dúvidas: no total, 58 mil soldados norte-americanos morreram durante o conflito. Do lado vietnamita, as baixas são incontáveis - fala-se em algo como 2 milhões de mortos. Por qualquer ângulo que se olhe, os EUA não foram derrotados militarmente no Vietnã - foi uma derrota política. Mais precisamente, uma derrota no front interno, dentro de casa.

De 1964, quando os EUA intervêm diretamente no Vietnã após o incidente do Golfo de Tonquim, até 1968, a situação militar das tropas norte-americanas era estável. Nesse ano, porém, a situação se modifica, com a Ofensiva do Tet lançada logo em janeiro no Sul pelos norte-vietnamitas e seus aliados, os guerrilheiros vietcongues. Militarmente, esta foi um fracasso total para o lado vietnamita - ao contrário do que era esperado pelos líderes comunistas de Hanói, a ofensiva não conseguiu deflagrar uma insurreição popular que derrubasse o regime do Vietnã do Sul, os soldados norte-americanos e sul-vietnamitas conseguiram rechaçar o ataque e a guerrilha vietcongue, devido às pesadas baixas sofridas, foi praticamente aniquilada. No entanto, foi a partir daí que se convencionou dizer que a guerra estava perdida para os EUA.

A resposta para esse paradoxo está numa característica peculiar do conflito vietnamita. Acima de tudo, o Vietnã foi uma guerra midiática, a primeira dos tempos modernos. Pelo menos, a primeira a ser televisada. Isso fez toda a diferença no desenrolar do conflito. Os comunistas sabiam que, dada a superioridade bélica e tecnológica das tropas dos EUA, não poderiam derrotá-las em combate. Suas ações, portanto, visavam não a alcançar uma vitória militar, aliás impossível, mas a abalar a determinação moral do governo norte-americano de manter-se na guerra, conseguindo assim um efeito psicológico importante. Tática que seria repetida pelos terroristas de todos os matizes nas décadas seguintes, da OLP a Al-Qaeda. De certo modo, há um paralelo entre a Ofensiva do Tet e os atentados de 11/9.

Não foi qualquer derrota no campo de batalha, mas sim as pressões da opinião pública, decorrentes das cenas de soldados norte-americanos mortos e feridos, mostradas pela primeira vez na televisão, o que levou a população norte-americana a pressionar os governos Johnson e Nixon a retirar as tropas do Vietnã. As cenas da tomada, pelos guerrilheiros vietcongues, da embaixada dos EUA em Saigon - um alvo puramente simbólico, sem nenhum valor militar - tiveram um impacto político muito maior do que qualquer vitória. Pouco importa que todos os atacantes tivessem sido mortos na ação - o importante era que a embaixada fora atacada.

Graças ao poder avassalador da televisão, habilmente explorado pelos comunistas vietnamitas com a ajuda da New Left no Ocidente, a opinião pública norte-americana e mundial ficou conhecendo em todos os mórbidos detalhes as atrocidades cometidas pelos soldados norte-americanos, como o massacre de My Lai e os efeitos devastadores dos bombardeios ao Vietnã do Norte, mas permaneceu na ignorância total do que se passava do outro lado. Quando o exército dos EUA retomou, em 1968, a cidade de Huê, por exemplo, encontrou uma cova comum com cerca de 6 mil cadáveres de pessoas executadas pelos soldados do Vietnã do Norte, mas a opinião pública do mundo inteiro já estava ganha para a causa antiguerra e antiamericana. Gerações cresceram com a imagem na retina do policial sul-vietnamita estourando os miolos de um prisioneiro vietcongue com as mãos amarradas nas ruas de Saigon, ou da menina queimada correndo, nua, a pele se desprendendo por causa do napalm, após um ataque aéreo à sua aldeia. Mas quase ninguém se lembrou que, do lado dos vietcongues, também se matava e torturava. A derrota do governo dos EUA na batalha da propaganda impediu muita gente de perceber que houve atrocidades de ambos os lados.

Outra pergunta que se deve fazer é: qual o lado agressor? Pelas cenas dos bombardeios norte-americanos veiculadas nos noticiários de televisão, a resposta, desde então, passou a ser: os EUA, claro. Isso levou muitos a se esquecerem de por que os EUA estavam no Vietnã, em primeiro lugar. A primeira coisa a ter em mente é que o conflito no Sudeste Asiático não pode ser desvinculado da Guerra Fria. As tropas norte-americanas foram enviadas ao Vietnã a partir de 1964 - assessores militares estavam no país desde o governo Kennedy, em 1961 - não como uma força invasora, como foram os japoneses durante a Segunda Guerra ou os franceses até 1954, mas para auxiliar o governo do Vietnã do Sul, capitalista, que se encontrava acossado pelas guerrilhas do Vietcongue e pelas freqüentes incursões das tropas regulares do Vietnã do Norte, comunista, que contava com o apoio da União Soviética. A partir de 1960, intensificaram-se as ações terroristas do Vietcongue, com o apoio do Norte, contra o governo de Saigon, resultando na prática em uma sangrenta guerra civil, agravada após a queda em um golpe militar e o assassinato do corrupto e brutal presidente sul-vietnamita Ngo Dihn Diem, em 1963. A agressão comunista ao Vietnã do Sul era real. Não era um fantasia de alguns "falcões" e cold warriors do Pentágono.

Tampouco a expansão do conflito para os vizinhos Camboja e Laos deveu-se unicamente às ações militares dos EUA, como se tornou comum dizer. Quando Nixon decide intervir nos dois países, em 1970 e em 1971 respectivamente, as forças norte-vietnamitas há muito utilizavam esses territórios como passagem e "santuários", através da Trilha Ho Chi Mihn, para lançar ataques ao Vietnã do Sul. O que ocorreu depois, principalmente no Camboja - a tomada do poder pelos guerrilheiros maoístas do Khmer Vermelho, que instituíram uma ditadura ensandecida que resultou em mais de 2 milhões de mortos, em cinco anos - foi o resultado, em grande medida, da retirada norte-americana do Vietnã, em 1973, completada com a fuga precipitada do país, em 1975.

A partir de então, a história é mais ou menos conhecida. O Vietnã, sob controle dos comunistas do Norte, foi reunificado, tornando-se uma república socialista. Milhares de pessoas, sobretudo sul-vietnamitas, fugiram do país, resultando no fenômeno do boat people - semelhante aos balseros cubanos -, e, dos que ficaram, muitos foram executados ou enviados a "campos de reeducação". Obviamente, nada disso teve a mesma repercussão na mídia ocidental.
É inegável que os EUA cometeram erros terríveis no Vietnã, o maior deles, certamente, a subestimação do caráter psicológico do conflito, inerente à guerra de guerrilhas. Cometeram, inclusive, crimes de guerra como My Lai e o bombardeio de civis. Mas daí a dizer que foram o lado agressor e que saíram derrotados militarmente, vai uma grande diferença. A Guerra do Vietnã é o maior exemplo de como o pacifismo, associado ao poder manipulativo da mídia e a táticas de desinformação, pode minar o moral e a determinação psicológica de uma nação em enfrentar uma ameaça externa, servindo, no caso, a interesses antidemocráticos. Não é à toa que a mesma tática está sendo repetida, hoje, pelos adversários das intervenções norte-americanas no Iraque e no Afeganistão. Mas, como hoje, com a internet, a difusão da informação é muito maior, é possível conhecer os crimes cometidos pelos regimes de Saddam Hussein e do Talibã - daí porque o pacifismo não tem a mesma força do passado.

Hoje, o Vietnã é um país bem diferente. Desde a implementação das reformas econômicas, a partir de 1986, o país vem seguindo um caminho de abertura econômica sem abertura política, a exemplo da China. No campo das relações internacionais, o país se reconciliou com os EUA em 1995, e os norte-americanos, com os seus dólares, são muitíssimo bem-vindos ao Vietnã. Assim como os chineses em relação à Revolução Cultural dos anos 60, os vietnamitas parecem ter, porém, um certo pudor ao relembrar os anos de guerra. Talvez porque tenham seus próprios esqueletos no armário. Certamente, por causa do que também fizeram, e não somente do que sofreram, eles relutam em lembrar o passado recente. É uma pena que Lula não tenha tido esse pudor e tenha preferido, em vez disso, utilizar velhos mitos para dar vazão à demagogia antiamericana.

por Gustavo Bezerra

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