sexta-feira, 3 de julho de 2009

IPEA Aparelhado Promove Luta de Classes

Um dia depois de o presidente Lula anunciar novas desonerações tributárias para o setor produtivo, o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgou hoje estudo que mostra que os brasileiros mais pobres têm de trabalhar 197 dias do ano para pagar os tributos cobrados pela União, Estados e municípios. É quase o dobro dos 106 dias de esforço exigido dos brasileiros mais ricos do País, que ganham acima de 30 salários mínimos. Uma diferença de três meses e meio em relação ao esforço dos trabalhadores mais pobres com renda até dois salários mínimos.

Com base na Carga Tributária de 2008, o estudo do Ipea, que é um órgão de pesquisa do governo federal, mostra que esse desequilíbrio histórico da economia está aumentando e longe de ser resolvido. De 2004 para 2008, o comprometimento da renda com o pagamento de tributos dos brasileiros aumentou mais para os pobres, crescendo a distância que separa dos brasileiros mais ricos.

No ano passado, estima o Ipea, as famílias com renda de até dois salários mínimos comprometeram 53,9% de tudo que ganharam com o pagamento de impostos. Em 2004, essas famílias gastavam 48,8%. Um salto de quase cinco pontos porcentuais em apenas quatro anos. Já para as famílias mais ricas, o peso dos tributos sobre a renda cresceu menos. Subiu no período de 26,3% para 29%.

O estudo "Receita Pública: Quem Paga e como se gasta no Brasil" traz também uma radiografia de como são gastos os tributos recolhidos. A maior parte com o pagamento de juros da dívida da União, Estados e municípios. Os brasileiros gastaram, em 2008, 20,5 dias de trabalho para pagar os juros da dívida pública. Já o programa Bolsa Família custou 1,4 dia. Os brasileiros precisaram de 16,5 dias de trabalho para pagar as aposentadorias e pensões da área urbana. As aposentadorias dos servidores do Executivo, Legislativo e Judiciário custaram 6,9 dias. Por outro lado, os gastos com Educação e Saúde pesaram menos.

por Adriana Fernandes, em 20/06/2009, na Agência Estado


Ah! A velha lenga-lenga de querer jogar os ricos contra os pobres - os proletários contra os burgueses! - da esquerda jurássica.

Agora, aparelhandoo o IPEA, usam estatísticas para provar que a burguesia explora a "mais-valia" marxiana dos proletários e que estes é que, na verdade, sustentam a economia.

Roberto Campos já dizia que "as estatísticas são como o biquíni: o que revelam é interessante, mas o que ocultam é essencial". E por quê? Afinal como analisar tais estatísticas? Um público leigo, sem condições de julgar tecnicamente o estudo em questão, e sem um olhar mais crítico, pode facilmente ser vítima de oportunistas de plantão.

Onde está o golpe? Vejam lá:

O Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) divulgou hoje estudo que mostra que os brasileiros mais pobres têm de trabalhar 197 dias do ano para pagar os tributos cobrados pela União, Estados e municípios. É quase o dobro dos 106 dias de esforço exigido dos brasileiros mais ricos do País, que ganham acima de 30 salários mínimos.

Como há um esforço esquerdizante em fomentar a "luta de classe" preconizada por Karl Marx - incluindo-se, aí, parte da imprensa doutrinada -, não se faz a pergunta crucial: quanto do total de impostos arrecadados incide sobre aqueles que ganham mais de 30 salários?

O Brasil, sabemos todos, é um país com enorme desigualdade material, em boa parte causada pelo excesso de governo. Assim, é natural que os mais ricos concentrem boa parte da renda - e também dos impostos! Mas, claro, é imperioso colocar os mais ricos como se fossem escroques do trabalho alheio. Além disso, se os colocassem como responsáveis pela quase totalidade dos impostos que sustentam o governo, o apelo sensacionalista desejado pelos militontos que estão aboletados no IPEA não seria o mesmo.

Quer mais provas da manipulação? Veja lá:

No ano passado, estima o Ipea, as famílias com renda de até dois salários mínimos comprometeram 53,9% de tudo que ganharam com o pagamento de impostos. Em 2004, essas famílias gastavam 48,8%. Um salto de quase cinco pontos porcentuais em apenas quatro anos. Já para as famílias mais ricas, o peso dos tributos sobre a renda cresceu menos. Subiu no período de 26,3% para 29%.

Supondo que tais percentuais estejam mesmo corretos, conclui-se, primeiro, que os impostos são escandalosos no total, quer para um lado, quer para outro. Além do mais, levando-se em conta os mesmos percentuais, quem ganha dois salários paga cerca de R$ 450,00, enquanto quem ganha 30 salários paga quase R$ 3.700,00, segundo o próprio estudo!

Será que a notícia teria o mesmo efeito se tivessem dito que os mais "ricos" pagam um imposto que é mais de oito vezes maior que os mais pobres?

E se verificarmos o retorno destes impostos, veremos que os mais afetados são, justamente, os mais pobres. Diz lá o estudo que "os gastos com Educação e Saúde pesaram menos", o que quer dizer, em claras palavras, que o governo pouco investiu nestas áreas! Assim, os mais "ricos" pagam ainda mais impostos, uma vez que acabam utilizando-se de serviços de segurança, assistência médica e dentária, educação etc. privados, sendo, por isso, menos afetados.

Assim, devemos perguntar: qual a verdadeira carga tributária dos "ricos"?

Apesar do claro viés ideológico adotado no tal estudo - processo que, desde que Márcio Pochman assumiu a presidência do órgão, vem sendo rapidamente implantado a fim de fomentar a luta de classes no país -, a pesquisa acabou mostrando o que muitos ainda ignoram: que os pobres pagam muito imposto no Brasil.

Afinal, muitos ainda pensam apenas nos impostos diretos (IR, IPVA e IPTU), esquecendo-se que existem dezenas de taxas, impostos e contribuições incidindo indiretamente sobre tudo que consumimos.

O Ipea afirma, em seu estudo, que os mais pobres entregam, praticamente, a metade do pouco que ganham para o governo sob a forma de impostos!

Eis o resultado de delegar ao governo o poder de praticar o “altruísmo” com esforço alheio. Em nome da luta contra a pobreza e a desigualdade, o governo acaba concentrando renda em Brasília e espalhando miséria, metendo as mãos em metade do que os pobres ganham. Em nome da “justiça social”, uma máquina de injustiça é alimentada pelos pagadores de impostos!

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