sexta-feira, 28 de março de 2008

Por que este governo age assim?

Sim, cabe a pergunta. A resposta é simples:PORQUE É ESTA A SUA NATUREZA.E isso é menos simples do que parece.

Por que o governo de um presidente que tem uma popularidade inédita opta pelo ilegal, pelo truculento, pelo antidemocrático? Prestem atenção à resposta: PORQUE LULA NÃO CREDITA NENHUMA DAS VIRTUDES DE SUA GESTÃO AO REGIME DEMOCRÁTICO.

Ele considera que todas elas decorrem da sua divina interferência pessoal — daí que negue constantemente a história alheia (e até a sua própria). E porque lidera um partido que, historicamente, sempre se aproveitou dos momentos de maior popularidade do governo para fazer avançar o que tem de autoritário — seja pelas vias aparentemente legais, como o Conselho Federal de Jornalismo (para citar um caso), seja pelas vias ilegais: os dossiês.

Os discursos agressivos de Lula nesta semana eram, como se vê, evidências de que ele sabia que a tramóia viria à tona. E ele vai fazer agora o que se espera dele: acusar as oposições — mais a imprensa — de sabotar os seus sucessos. Sim, tentará segurar a “companheira” Dilma no governo; dirá que tudo não passa de medo do 1% que ela detém hoje nas pesquisas de intenção de voto.

E há a questão geral, que abordo num artigo na próxima edição de VEJA. Há a intimidade das esquerdas com o crime, o que é uma questão histórica. E, por mais larápios que esquerdista sejam — admito que haja aqueles que acreditam ter uma causa e possam até ser individualmente honestos —, estarão sempre justificando o malfeito em nome do futuro.

Os pobres zumbis que formam a militância petista nas universidades (e na imprensa), por exemplo, dirão que o dossiê precisou ser feito para tentar salvar a honra do “governo operário”, agredido pela "direita conservadora". Como ser um esquerdista sem estar justificando, permanentemente, alguma forma de crime?

Não tenho resposta para isso e suponho que ela não exista. Porque a admissão do ato criminoso como forma de atuação política está no DNA desse tipo de pensamento, pouco importa a corrente. Está em Marx, Lênin, Stálin, Trotsky, Gramsci, todos os doutores que formam a “bíblia” da religião petista, por mais que se possa considerar o partido apenas um arremedo de uma legenda de esquerda, dividida em facções.

Convenham: é a esquerda possível, dada a institucionalidade do Brasil. Houvesse condições, esses caras fariam o que a esquerda sempre fez para chegar ao poder: dar um golpe. A chamada Revolução Russa, nao custa lembrar, foi um golpe bolchevique. Isso é fato. Não é assim porque eu quero.

E também é bom notar: esses valentes são bastante complacentes com o seu passado, não é mesmo? Adoram investir no mito da resistência e na suposição, falsa, de que, um dia, lá atrás, eram anjinhos enfrentando os demônios. Até as minisséries de TV investem nessa antítese essencialmente mentirosa. Como ainda se consideram anjos, continuam a sacar contra o regime — só que este, de agora, é democrático. E o nome do que fazem é crime, sem nenhuma ditadura para turvar com belas utopias de enfrentamento o seu malfeito essencial.


Publicado no blog do Reinaldo Azevedo


Para vermos como Lula e seus asseclas respeitam a democracia, basta ver suas entrevistas:

"Estou querendo mostrar que é falsa a democracia formal. Primeiro, estamos tentando cumprir as regras do jogo. Não achamos que o Parlamento é um fim, ele é um meio. E vamos tentar utilizá-lo até onde for possível. Na medida em que a gente perceber que pela via parlamentar, pela via puramente eleitoral, você não conseguirá o poder eu assumo a responsabilidade de dizer à classe trabalhadora que ela tem de procurar outra via."

(Entrevista de Lula à Folha de S.Paulo, 29.12.1985)

Explico: Quando Lula diz que "Não achamos que o Parlamento é um fim, ele é um meio", entenda-se por ACHAMOS, as esquerdas - e principalmente o PT; quanto ao ELE É UM MEIO, a coisa fica óbvia: é o modelo de ação mais batido dos métodos socialistas para a tomada do poder: qualquer meio justifica os fins, i.e., faz-se qualquer coisa para que o poder esteja nas mãos das esquerdas.

"Primeiramente temos de dar a impressão de que somos democratas. No início, teremos que aceitar certas coisas. Mas isto não durará muito tempo".
(Marco Aurélio Garcia em entrevista ao jornal argentino "La Nación", em 5 de Outubro de 2002)

Esta última nem precisa ser explicada! É o que estamos vendo no dia a dia...

Nenhum comentário: